- MAS ANTES DE BRINCARMOS um pouco, quero que vejam meu irmão e como o estamos tratando.
Eles seguiram Xandoré até os aposentos de Anhangá e estava ouvindo música.
— Raooooooni... queeeee graaaaata surpreeeeesa – disse cantando no ritmo da música.
— Não posso dizer o mesmo.
— Gatiiiiinha.
Imediatamente Kiamunaka-manã começou a ronronar, o que fez Anhangá dar um sorriso.
— Queeeeeero queee conheeeeeeeçam Anhum, o deeeeeeus da músicaaaaa.
Raoni percebeu que aquele deus era dife
- QUEM ESTÁ AÍ? — Parece que não se lembra do seu primeiro sonho, jovem guerreiro. Raoni pegou seu talimã e o transformou em lança e o energizou, mas nenhuma luz que tentasse emanar parecia surtir efeito contra aquela escuridão. — Lembra-se do seu primeiro sonho? — Óbvio que me lembro... — Eu te chamei naquele dia para se encontrar comigo, apesar de estar sempre contigo. — Que papinho idiota é esse? — Onde acha que estamos, Raoni?<
A PEQUENA LUZ QUE RAONI havia concebido estava começando a se extinguir. — Agora me diga como posso te vencer, Jurupari. — Me vencer? Não sou seu inimigo, só alimento o que há dentro de você, assim como há dentro de cada ser humano que habita no mundo. — Mas todo ser humano tem uma luz também. — Sim, alguns têm... mas não é o seu caso. — Como não... salvei minha esposa, salvei minha mãe, salvei a floresta... Mas amou lutar contra os deuses e monstros mitológicos... admita
ELES FORAM ATÉ O SALÃO dos mortos.— Devolva o submundo para Ticê e Anhangá, Xandoré.Xandoré sorriu. — Porque faria isso? — Porque vim aqui restabelecer a ordem. — Você criou a bagunça, conviva com as consequências de suas próprias ações. — Sim... agora estou criando outra. Raoni energizou sua lança e atacou Xandoré que se tornou fumaça. — Pelo visto não aprendeu nada lutando contra Jurupari.&n
O QUE ESTÁ FAZENDO aqui, Ticê? — Não é óbvio? Salvando o homem que amo. — Não... você nunca o amou... — Desde quando era humanaamava, o olhei nos olhos e ele viu a magia acontecer. Xandoré tentou acertar Ticê, mas passou por ela. — Posso ser a deusa do submundo, mas acima de todas as coisas sou uma mulher apaixonada e obstinada, sou uma humana que amou tão ardentemente que fui transformada em deusa. — Pode até ter sido transformada em deus, mas nunca deixará de ser uma brux
- QUERIA AGRADECER pelo que fez por mim, Raoni.— Não poderia negar o pedido de uma mulher apaixonada.— Miau!!! Posso pedir qualquer coisa? — Claro que não. Raoni estendeu a mão para Anhangá. — Que este seja o início de algo bom. Anhangá sorriu. — O que faz pensar que me rendi a você, jovem guerreiro? — Amizade não é questão de se render, mas de respeitar um ao outro. Anhangá estendeu a mão
- QUERIDA, CHEGAMOS. Pequena Princesa correu e pulou nos braços de Raoni o beijando e o abraçando cada vez mais apertado. — Fiquei tão preocupada que você não voltasse... você não tem noção...— Claro que tenho.Pequena Princesa então reparou na figura que tanto abominava e a encarou com desdém e foi retribuída à altura. — Miau, ele está inteirinho, queridinha. — Ora, sua... – disse com raiva em seu tom de voz – se você encostou um dedo nele, você vai ver só... vou arrancar esse sorrisinho desgraçado da sua cara.&nb
TODA LENDA SURGE DE ALGO, de histórias, sonhos, alucinações, experiências ou qualquer fato que tenha acontecido e de uma forma ou de outra chegou até nós, com o temo essas histórias foram caindo no esquecimento e sendo chamadas de mitologias, folclores etc., mas lá no fundo todos sabem que algumas delas são bem reais. No mundo moderno tentaram sufocar todas as tribos que acreditam veementemente nestas histórias, mas algumas guardaram o segredo do mundo de geração em geração até chegar o momento perfeito para salvá-lo mais uma vez, eles sabiam que seu grande guerreiro despertaria e enfrentaria o mal mais uma vez, e de forma definitiva. E esta é a história de Raoni, o grande guerreiro.
SÃO PAULO – 25 DE MARÇO DE 2017RAONI YEKACAN ERA UM GAROTO paulista descendente de indígenas, era filho único de mãe solteira e por mais que sempre perguntasse pelo pai, sua mãe, Tainá, nunca falava absolutamente nada sobre ele, dizia apenas para esquecê-lo da mesma forma que os tinha abandonado antes de seu nascimento, agora era preciso abandoná-lo também e seguir a vida em frente, este era a única forma de viver plenamente a vida. Ele estava no último ano do ensino médio e suas notas eram sofríveis, o suficiente para passar de ano, mas insuficiente para passar pela vida como uma pessoa de sucesso, muitos professores afirmavam que ele sofria de TDAH – Transtorno de Déficit de atenção e hiperatividade, pois não conseguia se concentrar na sala de aula como os demais alunos.<