CAPÍTULO 3

ELES EMBARCARAM NO AVIÃO e se assentaram.

 —  Mãe, sei que não gosta de falar nisso.

—  Não me pergunte sobre seu pai.

             —  Não entendo porque.

             —  Não precisa entender tudo, Raoni, apenas siga o seu caminho, simples assim, você não precisa de alguém que nunca se importou com você... ele nunca se importa com ninguém.

           Raoni adormeceu após o avião decolar e teve um sonho.

RAONI ESTAVA NA FLORESTA com seu corpo pintado para a guerra, ele não estava sozinho, tinha alguém com ele.

          —  Siga-me, filho – disse o homem que o acompanhava – todas as suas respostas se darão após sete dias, não temas, sua mão foi feita para vencer esses desafios.

          De repente, uma flecha foi atirada em sua direção, mas ele a segurou defronte a seu rosto e viu o sorriso malicioso de Anhangá.

           —  Nos encontraremos em breve, jovem guerreiro.

RAONI ACORDOU BANHADO em suor quando o avião começava a taxiar na pista.

          —  Chegamos, filho.

          Raoni respirou fundo, tentou-se manter calmo.

          Sobrevivi na floresta de pedra, será fácil sobreviver em uma outra floresta.

          Quando chegaram ao saguão do aeroporto, tinha uma pessoa em trajes típicos indígenas segurando uma placa com seus nomes, Tainá reconheceu imediatamente sua irmã, Sumé.

          Elas se abraçaram.

          —  Sumé, este é Raoni, meu filho.

          Sumé o abraçou.

          —  É muito bom tê-los aqui, tuba os espera ansioso.

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