ELES EMBARCARAM NO AVIÃO e se assentaram.
— Mãe, sei que não gosta de falar nisso.
— Não me pergunte sobre seu pai.
— Não entendo porque.
— Não precisa entender tudo, Raoni, apenas siga o seu caminho, simples assim, você não precisa de alguém que nunca se importou com você... ele nunca se importa com ninguém.
Raoni adormeceu após o avião decolar e teve um sonho.
RAONI ESTAVA NA FLORESTA com seu corpo pintado para a guerra, ele não estava sozinho, tinha alguém com ele.
— Siga-me, filho – disse o homem que o acompanhava – todas as suas respostas se darão após sete dias, não temas, sua mão foi feita para vencer esses desafios.
De repente, uma flecha foi atirada em sua direção, mas ele a segurou defronte a seu rosto e viu o sorriso malicioso de Anhangá.
— Nos encontraremos em breve, jovem guerreiro.
RAONI ACORDOU BANHADO em suor quando o avião começava a taxiar na pista.
— Chegamos, filho.
Raoni respirou fundo, tentou-se manter calmo.
Sobrevivi na floresta de pedra, será fácil sobreviver em uma outra floresta.
Quando chegaram ao saguão do aeroporto, tinha uma pessoa em trajes típicos indígenas segurando uma placa com seus nomes, Tainá reconheceu imediatamente sua irmã, Sumé.
Elas se abraçaram.
— Sumé, este é Raoni, meu filho.
Sumé o abraçou.
— É muito bom tê-los aqui, tuba os espera ansioso.
A VIAGEM TRANSCORRIA sem maiores problemas, a não ser por uma visão um tanto quanto diferente. Raoni estava olhando a água, debruçado no parapeito deslumbrado com a inusitada viagem, quando viu uma sereia, e ouviu uma voz doce penetrar–lhe a cabeça: Venha grande guerreiro, seu lugar é ao meu lado... Era simplesmente a mulher mais bela que ele já tinha visto, cabelos ruivos brilhantes, seios enormes à mostra, olhos verdes e uma voz que encantaria o mais tolo dos homens, quiçá um garoto de quinze anos. Por um instante ele percebeu que iria cair, quando um homem o segurou e disse sorridente: &mdash
OS TRÊS CHEGARAM NA TRIBO e imediatamente o xamã os recebeu e foram para a sua tenda. O xamã o olhou atento. — Então sua avó estava certa, você é o grande guerreiro. Raoni bufou e tentou desvencilhar-se de seus olhares, mas o velho segurou seu queixo e o puxou de volta, dessa vez olhou profundamente em seus olhos. — Sabe que terá que cumprir uma grande missão, filho, a mais difícil de todas, recuperar a flauta de Jurupari, para que seu som traga a harmonia de volta para nosso lar, ela foi roubada por amazonas por muitos e muitos anos atrás, e só o grande guerreiro pode trazê-la de volta. 
RAONI CORREU POR TRÊS HORAS mata adentro, só então percebeu que tinha esquecido de comer algo. Droga... se não comer algo, não dá para continuar... Ele segurou seu talismã e disse: — Arco e flecha. Magicamente o talismã se transformou em um enorme arco, ele segurou na corda e automaticamente apareceu uma flecha. — Cara, isso aqui parece o arco do Erick da Caverna do Dragão, irado demais, cara. — Caverna do que? Raoni se virou e sem querer disparou a fl
- DROGA! ELE NOS ENGANOU DIREITINHO. — Não adianta ficarmos pensando nisso agora – disse Raoni – pelo menos estamos alimentados e cumprimos uma parte da profecia. — Que profecia? Ele se lembrou da parte em que tinha que desposar uma garota virgem e mudou rapidamente seus pensamentos. — Esquece isso, de qualquer forma temos que caçar um peixe e uma ave, o que vier primeiro será de bom tamanho. Eles andaram por mais de seis horas no meio da mata de noite ouviram os mais diversos sons de animais, apesar de assustador, Raoni estava adorando aquela aventura.&nb
O DIA ESTAVA AMANHECENDO, quando chegaram do outro lado do rio, tinha uma pequena fogueira com alguns peixes assando. — Louvado seja Guaraci, nos recompensou pela vitória. Eles comeram, descansaram um pouco e olharam para o rio e viram Iara se recompondo e indo embora. — Ela é ainda mais linda do que falavam as histórias. Pequena Princesa percebeu que Raoni estava olhando hipnotizado para Iara e lhe deu mais um tapa. — Cara, você não cansa de me bater não? Não percebeu que eu estava hipnotizado. — Só existe um jeito
ELES SE LEVANTARAM após descansar por meia-hora e continuaram.— Só temos mais dois dias para encontrarmos o fruto – disse Raoni triste.— Bem... já cumprimos boa parte da profecia. Ele olhou estranhamente para ela. — Mas você sabe qual a profecia? — Todos na tribo sabem que o grande herói tem que cumprir cinco etapas, é por isso que estou aqui. Raoni encostou a cabeça no tronco da árvore e bateu diversas vezes com a cabeça nela. — O que você está fazendo? — &
RAONI ESTAVA ABRAÇADO com Pequena Princesa, ainda estava muito escuro, porém, acordou sonolento com pelo menos doze lanças apontadas para ele.— Pequena Princesa – sussurrou ele. Ela se ajeitou em seu peito. — Acorde, por favor. Ela acordou lentamente e viu diversas mulheres ao redor deles. — Quem são vocês – disse a mais bonita entre elas. — Me chamo Pequena Princesa, e esse é Raoni. A mulher chegou perto dele, o segurou pelo queixo e disse: &m
RAONI SEGUIU O TÚNEL E SAIU em um grande jardim e sabia qual era a árvore, era a mais bela de todas, pegou a flauta e quando ia tocar, Anhangá apareceu. — Queeeeeer que eu caaaaaante enquanto tooooooca, graaaaande guerreeeeeeeeeiro? — O que está fazendo aqui? — Eeeeu que te perguuuuuuunto, ou acha que esse lugaaaaaar é para humaaaaaanos? Raoni pegou o talismã, mas quando ia dizer algo, Anhangá estava girando o talismã com o dedo indicador. — Vooooooocê saaaaaaabe que iiiiiiiisso não vaaaaaaaai funcionaaaaaaar. — O quer?