— Como não fiz nada? — Perguntou como se a resposta fosse óbvia. — Escolhi especificamente você para o trabalho, coloquei-a próxima a mim e jantamos juntos, além de todo o resto. Como ainda pensa que não fiz nada?— Achei que tinha dito que fez isso pelo meu talento. — Cruzo os braços sobre o corpo, irritada.— Por esse motivo também. Mas devo confessar que arranjaria um milhão de desculpas só para te trazer a este lugar. — Revelou firmemente, como se tivesse orgulho do seu feito.Ele se aproxima de mim e, desta vez, com um olhar de predador que me prende, e me puxa pela cintura. Apesar de estar brava, ele me desarma assim que fica a poucos milímetros de mim. Seu perfume, a intensidade dos seus olhos... tudo nesse homem me atrai. É impossível me concentrar só na raiva quando estou praticamente presa a ele.— Não quero ser a pessoa que vai forçá-la a algo, ou nada parecido, mas... não sei o que tem, Emma. Consegue me enlouquecer facilmente. — Ele me beija.Diferentemente de Rodrigo, Ia
EmmaEstou totalmente perdida, com tudo que aconteceu entre mim e Ian ontem. Era bem óbvio que cada coisa que ele dizia ou dava a entender, significava que sabia quem eu era. Só que para mim era mais fácil e seguro fingir que nada estava acontecendo.Meus sentimentos parecem uma sopa no fogão: quentes e misturados; não sei se dará em algo bom ou sem graça.Estou torcendo para que nós consigamos nos resolver, pois nunca me senti assim antes, como se tivesse pulado de um avião e só esperasse por algum paraquedas.— O sistema será reiniciado, vamos adaptar sua nova ideia e esperar que o problema com os hackers seja resolvido. — Falou Bruno, um dos líderes da TEC Corporation, em Los Angeles.— Devemos começar os testes prévios, para saber se o software se adaptará à grande quantidade de informações que chegam e saem. Se funcionar, teremos o nosso próprio sistema de rastreamento de dados e, com sorte, espantar os futuros ladrões. — Presto atenção no painel em minha frente.Estou feliz pelo
Quando andava pelas ruas de Los Angeles, geralmente era de cabeça baixa, esperando não tropeçar ou chegar logo em casa. Com Mia, fico cansada de ouvi-la dizer o quanto a cidade é fantástica, e tudo mais. E com Ian, como sempre, as coisas são diferentes. Ele me diverte com algumas piadas, comentários irônicos ou com aquele olhar sedutor.Nós passamos por alguns lugares muito frequentados por mim, e ele me faz diversas perguntas que não tenho medo de respondê-lo, diferentemente de como é com as demais pessoas.É assustador o quanto esse homem me muda. Estou começando a achar que ele tem completo poder sobre mim.Quando estamos juntos, não há problema algum, mas é só parar e pensar no que acontecerá no futuro, que minha ansiedade bate. Não sou a garota tola que tem medo de tudo, só que pensar que sou uma simples engenheira de softwares enquanto ele é o dono da TEC Corporation, deixa-me amedrontadaIan está certo ao dizer que não podemos nos impedir de viver a nossa felicidade por medo do
EmmaUma semana depois— Por que não quer que eu te leve até o seu apartamento? — Perguntou Ian, com o cenho franzido e um pouco frustrado. — Está com medo de que alguém tenha nos seguido ou que eu pense que é uma bagunceira? Já que sou a pessoa mais organizada que pode encontrar. Seria um prazer ajudá-la nos deveres domésticos. — Argumentou, tentando, pela milésima vez, convencer-me a deixá-lo subir comigo.Nós chegamos há trinta minutos e ele ainda não aceitou que não subirá. Espero ter um momento sozinha para refletir sobre o que está acontecendo e não me sinto preparada para o levar até meu apartamento.— Relaxe, Ian! Não vou fugir. — Reviro os olhos. — Vamos nos ver amanhã, no trabalho. Não tem com o que se preocupar. E você mesmo disse que pretende ir ao hospital ver seu pai.— Ok, Emma. Tem razão. Mas pensar em ficar longe de você até amanhã me deixa frustrado. — Faz cara de coitado. — Não sei se vou conseguir.— Conseguiu por tanto tempo. Como, dessa vez, pode ser diferente?E
Enquanto Bia dorme ao meu lado, na cama, estou no computador. Não sou de stalkear pessoas usando os meus conhecimentos de informática, todavia farei o possível para ajudar minha amiga. E, para isso, tenho que saber sobre o tal homem.Quando digito seu nome no Google, a minha tela é invadida por várias notícias sobre ele e imagens suas, assim como da sua esposa. Robert é lindo e não é tão velho. Quarenta e seis anos, porte atlético e rosto de galã de novela. Só não é mais bonito do que Ian. Ninguém se compara a ele, na minha opinião.Dono de uma petrolífera, o cara é muito rico. Muito rico mesmo. Ele se casou com a atual esposa há quinze anos, é filho único e não tem filhos. Ainda não.Onde você foi se meter, Beatriz?Uma foto sua me chama a atenção. Ele está ao lado do pai de Bia, confirmando a informação de que eles se conhecem.Meu celular toca e eu logo o atendo, sem ver quem está ligando. Não queria que minha amiga acordasse.— O que você fez comigo, passarinho? — Indagou Ian em u
EmmaUm mês depois— Este é o decimo vestido que você me faz colocar. Espero que esteja bom, porque não vai rolar mais uma oportunidade. — Falei à Bia, que está sentada em um sofá macio e confortável, em frente ao provador onde já entrei diversas vezes. — É por isso que odeio fazer compras.— Se fosse só pegar um vestido e pagar, não teriam provadores na loja, Emma. — Olha cada detalhe da roupa que visto.Ela está demorando e me torturando por saber que odeio isso. Mesmo que esteja grávida, eu a matarei se me forçar a colocar outra peça.— No outro dia, você reformou o seu guarda-roupa. Por que está tão chata agora? — Perguntou.— Deve estar perdendo a memória, pois me lembro bem de quase ter matado você e Ian. — Cruzo os braços.Beatriz se levanta do sofá e vem em minha direção. Estamos em uma das mais chiques lojas de Nova York, comprando mais um vestido para o meu jantar com Ian. É ela quem está decidindo o que levarei ou não para a ocasião, já que seu gosto por moda fala mais alto
Desde que a noite caiu e Ian me mandou uma mensagem, dizendo que está próximo ao meu apartamento, não consigo parar de andar de um lado para o outro. Logicamente, não estou com os saltos altos que Bia escolheu para mim.Acho que meu coração sairá pela boca. Também sinto um frio no estômago e minhas mãos suando. A situação está me enlouquecendo.Quantas vezes já jantei com Ian? Muitas. Ele é um ótimo cozinheiro. Quando fui à sua casa, também estava nervosa, mas ele me fez relaxar e não tinha a intenção de apressar as coisas. O que tirou um pouco o meu medo. Contudo, hoje sou eu quem desejo o próximo passo. Estou confiante, apesar de nervosa.Resolvo esperá-lo do lado de fora do prédio, porque talvez o frio elimine um pouco da temperatura que está dentro do meu corpo. Após calçar os sapatos desconfortáveis, desço e respiro fundo o ar gélido da noite.O céu de Nova York não se mostra tão estrelado por causa das luzes da cidade, mas ainda é muito belo.Vejo o carro esportivo dele parando
Meu estado de estresse e preocupação não muda quando ele desliga o celular e fica paralisado.— O que aconteceu? Você está bem?— Meu pai acordou. — Revelou surpreso. Posso respirar aliviada. — Minha mãe disse que ele quer me ver.— Claro. Você tem que o ver. — Abraço-o. — Posso pegar um táxi. E, amanhã...— Você irá comigo. — Praticamente me arrasta para dentro do carro, que foi estacionado há poucos milésimos de segundo.— Acha que é uma boa ideia? Você deve querer um momento a sós com sua família.Será a primeira vez que verei sua mãe e seu pai. É quase inevitável não ficar nervosa; ainda mais depois de seu pai ter acordado após meses em coma.— É a minha namorada, não uma intrusa.É inexplicável o que estou sentindo. Esse não foi o fim de noite que escolhi, no entanto nada é mais importante do que a família. Ian tem seu lado grosso às vezes, mas vê-lo dessa forma, preocupado com o pai, deixa-me ainda mais apaixonada por ele.Desde o que aconteceu no passado, minha mãe e eu não tem