EmmaUma semana depois— Por que não quer que eu te leve até o seu apartamento? — Perguntou Ian, com o cenho franzido e um pouco frustrado. — Está com medo de que alguém tenha nos seguido ou que eu pense que é uma bagunceira? Já que sou a pessoa mais organizada que pode encontrar. Seria um prazer ajudá-la nos deveres domésticos. — Argumentou, tentando, pela milésima vez, convencer-me a deixá-lo subir comigo.Nós chegamos há trinta minutos e ele ainda não aceitou que não subirá. Espero ter um momento sozinha para refletir sobre o que está acontecendo e não me sinto preparada para o levar até meu apartamento.— Relaxe, Ian! Não vou fugir. — Reviro os olhos. — Vamos nos ver amanhã, no trabalho. Não tem com o que se preocupar. E você mesmo disse que pretende ir ao hospital ver seu pai.— Ok, Emma. Tem razão. Mas pensar em ficar longe de você até amanhã me deixa frustrado. — Faz cara de coitado. — Não sei se vou conseguir.— Conseguiu por tanto tempo. Como, dessa vez, pode ser diferente?E
Enquanto Bia dorme ao meu lado, na cama, estou no computador. Não sou de stalkear pessoas usando os meus conhecimentos de informática, todavia farei o possível para ajudar minha amiga. E, para isso, tenho que saber sobre o tal homem.Quando digito seu nome no Google, a minha tela é invadida por várias notícias sobre ele e imagens suas, assim como da sua esposa. Robert é lindo e não é tão velho. Quarenta e seis anos, porte atlético e rosto de galã de novela. Só não é mais bonito do que Ian. Ninguém se compara a ele, na minha opinião.Dono de uma petrolífera, o cara é muito rico. Muito rico mesmo. Ele se casou com a atual esposa há quinze anos, é filho único e não tem filhos. Ainda não.Onde você foi se meter, Beatriz?Uma foto sua me chama a atenção. Ele está ao lado do pai de Bia, confirmando a informação de que eles se conhecem.Meu celular toca e eu logo o atendo, sem ver quem está ligando. Não queria que minha amiga acordasse.— O que você fez comigo, passarinho? — Indagou Ian em u
EmmaUm mês depois— Este é o decimo vestido que você me faz colocar. Espero que esteja bom, porque não vai rolar mais uma oportunidade. — Falei à Bia, que está sentada em um sofá macio e confortável, em frente ao provador onde já entrei diversas vezes. — É por isso que odeio fazer compras.— Se fosse só pegar um vestido e pagar, não teriam provadores na loja, Emma. — Olha cada detalhe da roupa que visto.Ela está demorando e me torturando por saber que odeio isso. Mesmo que esteja grávida, eu a matarei se me forçar a colocar outra peça.— No outro dia, você reformou o seu guarda-roupa. Por que está tão chata agora? — Perguntou.— Deve estar perdendo a memória, pois me lembro bem de quase ter matado você e Ian. — Cruzo os braços.Beatriz se levanta do sofá e vem em minha direção. Estamos em uma das mais chiques lojas de Nova York, comprando mais um vestido para o meu jantar com Ian. É ela quem está decidindo o que levarei ou não para a ocasião, já que seu gosto por moda fala mais alto
Desde que a noite caiu e Ian me mandou uma mensagem, dizendo que está próximo ao meu apartamento, não consigo parar de andar de um lado para o outro. Logicamente, não estou com os saltos altos que Bia escolheu para mim.Acho que meu coração sairá pela boca. Também sinto um frio no estômago e minhas mãos suando. A situação está me enlouquecendo.Quantas vezes já jantei com Ian? Muitas. Ele é um ótimo cozinheiro. Quando fui à sua casa, também estava nervosa, mas ele me fez relaxar e não tinha a intenção de apressar as coisas. O que tirou um pouco o meu medo. Contudo, hoje sou eu quem desejo o próximo passo. Estou confiante, apesar de nervosa.Resolvo esperá-lo do lado de fora do prédio, porque talvez o frio elimine um pouco da temperatura que está dentro do meu corpo. Após calçar os sapatos desconfortáveis, desço e respiro fundo o ar gélido da noite.O céu de Nova York não se mostra tão estrelado por causa das luzes da cidade, mas ainda é muito belo.Vejo o carro esportivo dele parando
Meu estado de estresse e preocupação não muda quando ele desliga o celular e fica paralisado.— O que aconteceu? Você está bem?— Meu pai acordou. — Revelou surpreso. Posso respirar aliviada. — Minha mãe disse que ele quer me ver.— Claro. Você tem que o ver. — Abraço-o. — Posso pegar um táxi. E, amanhã...— Você irá comigo. — Praticamente me arrasta para dentro do carro, que foi estacionado há poucos milésimos de segundo.— Acha que é uma boa ideia? Você deve querer um momento a sós com sua família.Será a primeira vez que verei sua mãe e seu pai. É quase inevitável não ficar nervosa; ainda mais depois de seu pai ter acordado após meses em coma.— É a minha namorada, não uma intrusa.É inexplicável o que estou sentindo. Esse não foi o fim de noite que escolhi, no entanto nada é mais importante do que a família. Ian tem seu lado grosso às vezes, mas vê-lo dessa forma, preocupado com o pai, deixa-me ainda mais apaixonada por ele.Desde o que aconteceu no passado, minha mãe e eu não tem
Emma — Desculpe-me por ontem! Eu não queria ter sido tão estranha com seus pais. — Realmente, sinto-me mal. Remoí essa questão a noite inteira. — Acho que causei uma péssima impressão. — Não tem que se desculpar. Eles amaram você. E a culpa foi minha, por tê-la forçado a ir comigo. — Passa seus braços ao redor da minha cintura, unido os nossos corpos quentes. Não sei se gosto ou se odeio esse momento, pois sempre que acontece e estamos em uma conversa séria, meu corpo só pensa no quanto ele é lindo e sexy. — Não me forçou a nada. Eu só esperava ser menos Emma perto deles. — brinquei, tentando me concentrar no assunto, e não no fato da sua camisa branca estar um pouco aberta, permitindo-me ver sua pele incrível e sentir seu perfume, que se tornou o meu favorito. A nossa troca intensa de olhares nos leva ao beijo que esperei receber o dia inteiro. Suas mãos nas minhas costas me provocam e meu corpo estremece quando ele me levanta no colo. Sinto sua mão subir ainda mais pela minha co
— Ai! Estou ferrada. — Constatei em voz alta. — Eu não... não quero magoá-lo. Nunca estive nessa situação antes. Na verdade, ultimamente, as coisas têm acontecido descontroladamente na minha vida. Quando olho para Victor, vejo nele um irmão mais velho, não um interesse romântico. Quando Ian e eu começamos a conversar, eu também não o via dessa forma, mas as coisas saíram dos trilhos e agora sei que o amo realmente. Estou até planejando abrir nosso relacionamento para as pessoas. Ouvir tal novidade está me deixando chateada comigo mesma. — Ele é um cara legal, fofo e muito doce. Vocês formariam um casal lindo. — Opinou Natasha, amiga de Mia. — Mas não gosta dele desse jeito, não é? — Mia me olha como se estivesse me testando. Não dá para mentir, já que não escondo a minha preocupação. — Nunca o vi com esses olhos. Ele é como um irmão para mim, e não posso enganá-lo. — Estou preocupada. — Além do mais, não estou disponível para um relacionamento ou tentativa. A surpresa é nítida
Ian Emma não é mulher de sair e trair o namorado. Ralei muito para conseguir chegar o mais próximo que pude dela, e, do nada, eu a vi agarrada a um estranho que estava a beijando. A primeira coisa que se passou pela minha cabeça foi “ilusão”; que tudo que eu queria era exibir a mulher que amava, mas que estava sendo corno. Eu podia ter matado esse homem se não fosse por ela. Eu estava tão maluco, que realmente achei que estivesse sendo enganado. Até olhar em seus olhos verdes e ver neles a frustação e o medo. Não faço ideia de quem é o cara, mas não posso culpá-la. Emma, claramente, estava desconfortável e querendo se livrar do homem quando cheguei. Colocar a culpa nela seria um erro e uma burrice. Tento me concentrar na rua enquanto dirijo de volta para casa. O clima acabou totalmente e não dizemos uma palavra sequer durante o percurso. Quando ela me falou do seu desejo de revelar nosso namoro para todos, fiquei em êxtase. Algo que nunca tinha acontecido comigo. Eu me vi feliz po