PovHarvey caminhava à frente, sua silhueta firme contrastando com o celeiro imenso de madeira. O lugar tinha um ar de tranquilidade rústica, mas o luxo estava presente em cada detalhe, desde as cabines espaçosas dos cavalos até o feno perfeitamente empilhado. Samanta seguia logo atrás, seus olhos arregalados, deslumbrada com o que via. Desde o momento em que pisara naquela propriedade, estava surpresa, mas o celeiro superava todas as suas expectativas. Era sua primeira vez perto de cavalos, e o medo começava a crescer, misturado com uma ansiedade que ela mal conseguia explicar.As baias abrigavam quatro cavalos imponentes, suas pelagens brilhando sob a luz suave que entrava pelas amplas janelas. As cabines eram maiores do que Samanta esperava, cada uma mais parecendo uma suíte para os animais. Ela se sentia pequena e deslocada naquele cenário, mas também fascinada. Nunca havia pensado que um celeiro poderia ser tão grandioso. O cheiro de feno fresco misturado ao ar puro do campo a en
SamantaO dia realmente foi uma loucura, uma confusão completa na minha cabeça. Eu me pego pensando em coisas que não deveria, como se a minha mente tivesse decidido se rebelar contra mim. Vir para este lugar com Harvey mudou completamente a minha visão do mundo, e do que eu sinto. E o pior é que pareço uma garota boba, uma idiota completamente apaixonada por alguém que eu mal conheço. Se meu melhor amigo me ouvisse dizendo isso em voz alta, com certeza me mataria no mesmo instante. Eu não quero admitir, realmente não quero. Mas é uma loucura para mim, uma pessoa que já passou por tantas decepções, ser fisgada por esse jogo de sedução. Ainda mais de um homem como Harvey.Harvey é mais velho, talvez não tanto, mas mais experiente, e só porque ele está me dando atenção, me olhando daquele jeito... Eu me deixei levar. Como se, em silêncio, ele dissesse que sentia algo por mim, que queria algo comigo. Mesmo sabendo que eu, com todas as minhas inseguranças, não chego aos pés do que ele pod
SamantaQuando coisas assim acontecem, o melhor a se fazer era sair e respirar fundo, deixando todas essas as palavras e pensamentos negativos desaparecer.Mas isso demorava passar. Eu não queria ter que lembrar que Harvey estava à minha espera e que eu estava o decepcionando, pois isso só iria piorar a minha ansiedade.Harvey! Esse nome ecoou em minha mente. Ele era como um chiclete, que nunca perdia o sabor. Não sei quando permiti que ele entrasse em minha cabeça e coração, desta forma.Era sufocante, pois éramos amigos e mesmo sabendo disso, me deixei ser fraca o bastante para criar um sentimento que ia além da amizade, no qual eu sei que não irá dar em nada, pois um cara como aquele, jamais escolheria alguém como eu para um relacionamento. Isso se ele acreditar nessas coisas, o que duvido, ou já teria um.A noite estava fria, iluminada apenas pela lua cheia. Parei em um ponto, distante o bastante para que eu não ouvisse nada além dos animais, que murmuravam naquele lugar.Era lind
HarveyJamais imaginei que algo assim pudesse acontecer em toda a minha vida. Eu sempre fui calculista, nunca me considerei impossível. Pensava muito antes de fazer qualquer coisa. Mas, todas as vezes que estava com Samanta, era como se eu me transformasse em outra pessoa. Uma versão de mim que queria correr riscos, fazer aquilo que o meu eu habitual jamais teria coragem. O outro eu, o mais racional, colocaria obstáculos entre nós, impediria que algo assim acontecesse. Se dependesse dele, eu já teria me afastado dela há muito tempo. Porque com Samanta, vinham também inseguranças, medos. Existiam verdades que ainda não foram ditas, e eu sabia que essas verdades poderiam se tornar mais barreiras entre nós.E se o pouco tempo que passamos juntos foi suficiente para que eu a conhecesse, também sei que Samanta não deixaria de encarar esses obstáculos. Ela os colocaria entre nós, como deveria ser, talvez para se proteger. Mas quando os meus lábios tocaram os dela, foi como se o mundo ao nos
SamantaA noite estava perfeita. Sentados lado a lado no sofá macio que parecia engolir nossos corpos, eu e Harvey dividíamos uma garrafa de vinho tinto. A área externa daquela imensa mansão era envolvente, com seu estilo rústico que combinava com a sofisticação da vida que ele levava. À nossa frente, uma fogueira crepitava no centro de uma estrutura de concreto adornada com detalhes em madeira escura, o calor suave e o estalar das chamas ecoando no silêncio da noite.Eu o observava, perdida em meus pensamentos, enquanto ele falava sobre sua infância, suas histórias misturadas com as memórias que me atormentavam. Não conseguia desviar os olhos de seu rosto. Cada linha, cada expressão parecia me puxar para mais perto. O jeito como a luz da fogueira dançava sobre ele, revelando um homem forte, mas vulnerável de uma maneira que me atraía profundamente.A lua cheia brilhava no céu estrelado, mas eu nem ao menos a notava. Naquele momento, não importava a paisagem ao redor. Tudo o que eu co
SamantaO que estou fazendo?Abri os olhos, já a um bom tempo, mas permaneci na cama, com milhares de questionamentos em minha cabeça. Minha vida parecia louca demais para mim, como se não pudesse ser real tudo aquilo.Como passamos de simples amigos, para pessoas apaixonadas, que deseja esquecer de tudo e ficar um do lado do outro, mesmo com tantas coisas no meio.Eu não deveria cometer o erro de me envolver assim, com um cara que, claramente, é um perigo para o meu coração e emocional.Com tantas mulheres lindas, ao redor dele, Harvey me escolheu?Bem, eu ainda não acreditava no que aconteceu. Nem sabia o que seria desse dia. contudo, minha curiosidade para saber mais sobre ele, só se tornou ainda mais uma necessidade. Me aprofundar nesse homem seria um grande risco, e eu desejava saber onde estava pisando.Até então, tudo o que sei dele é que: é um mistério, tem muito dinheiro, mesmo que isso não seja a parte mais importante, é curioso, pois, apesar do meu ótimo salario na TEC Corp
POVSamanta, ao se levantar da cama, sentia o peso da incerteza ainda pairando sobre sua mente. Embora a felicidade fosse real, cada passo que dava para mais perto da sala de refeições era também carregado de receio. Ela se sentia dividida, como se caminhasse na corda bamba entre a segurança e o abismo. O chão de madeira sob seus pés era suave, mas a cada estalar discreto, o som ecoava dentro de sua cabeça, como se alertasse que ela estava cada vez mais imersa nesse novo mundo ao lado de Harvey. A decisão de se entregar a ele, de não se afastar, era ainda frágil, e ela sabia que o risco de se machucar permanecia.Ao descer as escadas, seu coração acelerava levemente, como se pressentisse a presença de Harvey antes mesmo de vê-lo. A memória do sorriso dele, das palavras suaves que ele dizia com tanta facilidade, fazia com que ela se esquecesse dos medos, ainda que momentaneamente. Ela se forçava a respirar fundo, tentando acalmar a ansiedade que parecia se esconder atrás da felicidade.
SamantaAquele pedido não sai da minha cabeça. Eu repetia aquela frase com o tom da voz dele, milhares e milhares de vezes, desde o momento em que ele disse. E eu aceitei. Aceitei com tanta felicidade que mal podia contê-la dentro de mim. Mas me segurei. Odiava ser aquela pessoa que sempre demonstrava o que estava sentindo, como um livro aberto. Normalmente, conseguia me controlar. A não ser, claro, em um dia muito ruim, quando minha autoestima despencava e eu relembrava todas as merdas que já me aconteceram.Mas desde o momento em que pisei aqui, mesmo com altos e baixos, o "alto" predominava. E isso, eu nunca tinha sentido em toda a minha vida. Uma felicidade tão imensa que parecia que, pela primeira vez, eu estava sendo escolhida. Alguém me queria como sua namorada, para compartilhar sentimentos que eu jamais havia experimentado. Bem, eu amava minha melhor amiga. Ela era como um irmão para mim. Mas não era a mesma coisa. Eu amava Harvey. E, por mais que essa palavra me aterrorizass