SamantaO que estou fazendo?Abri os olhos, já a um bom tempo, mas permaneci na cama, com milhares de questionamentos em minha cabeça. Minha vida parecia louca demais para mim, como se não pudesse ser real tudo aquilo.Como passamos de simples amigos, para pessoas apaixonadas, que deseja esquecer de tudo e ficar um do lado do outro, mesmo com tantas coisas no meio.Eu não deveria cometer o erro de me envolver assim, com um cara que, claramente, é um perigo para o meu coração e emocional.Com tantas mulheres lindas, ao redor dele, Harvey me escolheu?Bem, eu ainda não acreditava no que aconteceu. Nem sabia o que seria desse dia. contudo, minha curiosidade para saber mais sobre ele, só se tornou ainda mais uma necessidade. Me aprofundar nesse homem seria um grande risco, e eu desejava saber onde estava pisando.Até então, tudo o que sei dele é que: é um mistério, tem muito dinheiro, mesmo que isso não seja a parte mais importante, é curioso, pois, apesar do meu ótimo salario na TEC Corp
POVSamanta, ao se levantar da cama, sentia o peso da incerteza ainda pairando sobre sua mente. Embora a felicidade fosse real, cada passo que dava para mais perto da sala de refeições era também carregado de receio. Ela se sentia dividida, como se caminhasse na corda bamba entre a segurança e o abismo. O chão de madeira sob seus pés era suave, mas a cada estalar discreto, o som ecoava dentro de sua cabeça, como se alertasse que ela estava cada vez mais imersa nesse novo mundo ao lado de Harvey. A decisão de se entregar a ele, de não se afastar, era ainda frágil, e ela sabia que o risco de se machucar permanecia.Ao descer as escadas, seu coração acelerava levemente, como se pressentisse a presença de Harvey antes mesmo de vê-lo. A memória do sorriso dele, das palavras suaves que ele dizia com tanta facilidade, fazia com que ela se esquecesse dos medos, ainda que momentaneamente. Ela se forçava a respirar fundo, tentando acalmar a ansiedade que parecia se esconder atrás da felicidade.
SamantaAquele pedido não sai da minha cabeça. Eu repetia aquela frase com o tom da voz dele, milhares e milhares de vezes, desde o momento em que ele disse. E eu aceitei. Aceitei com tanta felicidade que mal podia contê-la dentro de mim. Mas me segurei. Odiava ser aquela pessoa que sempre demonstrava o que estava sentindo, como um livro aberto. Normalmente, conseguia me controlar. A não ser, claro, em um dia muito ruim, quando minha autoestima despencava e eu relembrava todas as merdas que já me aconteceram.Mas desde o momento em que pisei aqui, mesmo com altos e baixos, o "alto" predominava. E isso, eu nunca tinha sentido em toda a minha vida. Uma felicidade tão imensa que parecia que, pela primeira vez, eu estava sendo escolhida. Alguém me queria como sua namorada, para compartilhar sentimentos que eu jamais havia experimentado. Bem, eu amava minha melhor amiga. Ela era como um irmão para mim. Mas não era a mesma coisa. Eu amava Harvey. E, por mais que essa palavra me aterrorizass
Eu estou sempre boicotando a mim mesma, e isso é cansativo. Mesmo prometendo milhares de vezes, quando me via na prática, tudo o que eu tinha jurado para mim mesma, tudo o que repeti incontáveis vezes em minha mente, simplesmente desaparecia. A insegurança tomava conta, como um velho reflexo. Eu não queria ser assim. Eu sei que fui moldada para ser, reprimida, maltratada, me escondendo atrás de uma máscara de proteção que me mantinha inteira, mas... já chega. Ainda parece surreal me apaixonar por um homem que eu mal conheço, alguém envolto em mistérios sobre quem realmente é. E quando finalmente descobri, percebi que ele vinha de uma realidade completamente diferente da minha. Dizer isso em voz alta ou pensar nisso me faz parecer louca, talvez até ingênua. Mas o fato é que eu queria ser parte desse mundo, queria ficar perto dele, mesmo com tudo gritando que eu deveria fugir. E então eu penso: já chega desse drama. Já chega dessa insegurança. Não importa o que venha à mente, eu não vo
SamantaPosso ter cometido o pior erro da minha vida, mas eu não sentia isso neste momento. A segurança que me atingiu, a força e o desejo, eu nunca tinha sentido antes. E não foi porque eu e Harvey demos um grande passo na nossa relação. Não, foi porque, depois disso, algo mais forte despertou dentro de mim, como uma âncora que me segurava firme, me impedindo de afundar nas águas turbulentas da minha própria insegurança. Eu não sei explicar, é confuso ainda. Parecia mentira, mesmo sendo verdade. Um sonho, mesmo estando tão profundamente enraizada na realidade.Se dependesse de mim, passaríamos o resto das nossas vidas ali, isolados, juntos, felizes, como se o mundo fosse perfeito. Mas eu sabia que isso não seria possível. Nossas vidas, afinal, estavam longe de serem perfeitas. A realidade nos chamava de volta, nos forçando a deixar para trás aquele fim de semana que mais parecia uma utopia. Harvey tinha responsabilidades, uma posição importante. E eu... Eu tinha a minha empresa, o pr
Harvey Acredite, eu queria ter dito. Queria ter dito muito antes, mas o medo de estragar aquele fim de semana perfeito me impediu. Tudo estava tão certo com Samanta, e por mim, eu passaria uma eternidade naquele lugar, longe de tudo, só nós dois. Acho que ela sentia o mesmo. Mas, assim que a estrada para Nova York surgiu à nossa frente, fui lembrado da verdade que ainda não tinha revelado. Algo que, para mim, não parecia tão relevante, mas que para ela, poderia mudar tudo.Eu nem percebi o quanto estava nervoso, até que ficou óbvio, transparecendo em cada gesto. Não queria deixá-la preocupada, mas sabia que a reação dela não seria boa. Eu queria mostrar a Samanta que não importava de onde eu vinha, quem eram meus pais, ou o peso do meu sobrenome. Nada disso devia interferir no que estávamos construindo. Mas eu sabia, lá no fundo, que para alguém como ela, insegura e já lidando com dúvidas sobre nossa relação tão recente, isso poderia ser mais uma desculpa para se afastar. E
Eu nunca tive algo assim em toda a minha vida. Foi tão bom, quase perfeito demais para ser realidade. E eu costumava me beliscar para ter certeza de que estava no mundo real. Foi uma surpresa inusitada, mas que, no fim, resultou em algo muito bom para mim. Pela primeira vez, eu me sentia escolhida por alguém.Quando saí do carro e o vi indo em direção ao hospital onde seu pai estava internado, uma parte de mim ficou com medo, outra ainda estava feliz. Eu esperava que tudo ficasse bem e que não passasse de um susto. Ainda não conhecia seus pais, e as coisas estavam indo rápido demais para o meu gosto. A Samanta que sou nunca tomaria decisões tão precipitadas. Acho que só fazem um mês e meio, talvez, que nos conhecemos, e tudo isso já aconteceu. Eu tenho um namorado, passei um final de semana com ele, ficamos juntos. Tudo isso antes mesmo de parar para respirar e pensar.Mas, por algum motivo, não me importava. Não o suficiente, pelo menos. Todos os meus argumentos racionais contra esse
Eu simplesmente saí correndo, sem pegar nada, nem mesmo a minha bolsa. Por sorte, estava com dinheiro no bolso. Peguei um táxi, sentindo a adrenalina tomar conta enquanto me sentava no banco de trás. Geralmente usava o metrô, mas desta vez, a urgência não permitia. Poderia ter um carro, claro, mas sempre fui tão estabanada e insegura que tinha certeza de que o destruiria em pouco tempo. Preferia métodos mais convencionais.Enquanto o táxi percorria as ruas movimentadas de Nova York, um aperto crescia no meu peito. Sentia como se estivesse indo para um confronto pessoal. E, de certa forma, estava. Trabalhar na TEC Corporation por tantos anos me deu uma responsabilidade imensa, mas também um privilégio: a confiança de Emma Novack. Aquela mulher colocou nas minhas mãos um poder que eu não podia decepcionar. Apertei as unhas contra a pele do braço, sentindo uma dor incômoda, mas satisfatória. Mantinha-me alerta.Quase pedi ao motorista para acelerar ainda mais quando nos aproximamos do di