Colin andava de um canto a outro desde que Hanna entrou na sala de cirurgia. Ele estava nervoso. Sentia como se estivesse vulnerável e incapaz de fazer alguma coisa por ela. Aquele acidente passava e se repassava em sua mente o tempo todo. Se ele não tivesse ido embora daquela forma, se ele não tivesse atravessado a rua fazendo com que ela fosse atrás dele, isso nunca aconteceria. Essa culpa remoía e remoía bem na sua frente, deixando sua mente atordoada. Agatha, irmã de Hanna, também estava aflita. Seu marido estava cuidando das crianças, enquanto ela estava ali sentada com as mãos apoiando o rosto, rezando para que algo bom acontecesse e que ela saísse daquela cirurgia sem muitas sequelas. Ela não entendia porque aquilo aconteceu. Foram poucos minutos. A fila do banheiro estava enorme. Ela teve que passar um bom tempo ali. E quando voltou, sua irmã já não estava. E um burburinho do lado de fora chamou sua atenção. Como não viu Hanna lá dentro, ela pensou que ela estaria lá fora.
PovEla abriu os olhos com dificuldade, sentindo eles arderem. A luz estava intensa. Quando conseguiu os abrir, teve dificuldade para enxergar. Mas assim que conseguiu, viu um quarto branco. Com alguns monitores, um sofá e uma cadeira ao seu lado. Ela estava na cama de um hospital. Com tubos e seringas, agulhas. Ela tinha pavor de tudo aquilo. Não conseguia entender ou lembrar o que havia acontecido. Na verdade, sua cabeça doía, seu peito doía, a barriga doía, mas não tanto para ser insuportável. Hanna sentiu dificuldade para respirar. Se mexeu um pouco até que alguém percebeu. Era Colin. Ele estava ao seu lado. Ela olhou para o lado e o encontrou, também acordando lentamente e percebendo que ela já estava desperta. Instantaneamente, ele sentiu uma felicidade sem tamanho. Sorriu e se aproximou dela, junto à sua cama. Ele havia dormido por duas noites em um lugar desconfortável. E mesmo que Agatha havia lhe pedido para ficar ali, ele recusou. Sabendo que ela tinha dois filhos para
Hoje não é o meu melhor dia e isso está me deixando extremamente ansiosa e preocupada.Geralmente sinto isso, como se o peso do mundo estivesse em minhas costas. Como se eu tivesse que provar que sou capaz, e que posso fazer todo o meu trabalho, sem problemas, mas a questão é que: estou cansada, me sentindo uma inútil e atrasada para uma ocasião importante.Quando cheguei na TEC Corporation, eu era apenas uma garota, recém-formada, trazida pela magnifica Emma Novack. Emma Novack. Aquela mulher é como uma deusa para mim, e isso me traz um peso enorme. Ela me trouxe. Confiou em mim.Essa mulher é a esposa do chefão, a fodona que criou um sistema de defesa e rastreamento que ganhou seu nome, e... passou a ser um exemplo para os alunos na faculdade de TI.Os professores sempre diziam que eu era bem parecida com ela, algo que me deixava envergonhada, fazia-me gaguejar, e muitas vezes, rir de nervoso. Era claramente uma piada, até ela aparecer em uma das aulas finais.Suei frio, como se est
HarveyQuando sai de casa hoje, não fazia ideia do que aconteceria e posso dizer com toda a certeza, que isso era a última coisa que pensei foi que eu encontraria uma mulher como essa, presa em um elevador, desejando que eu a levantasse para que pudesse abri o alçapão, para poder subir e fugir da caixa de metal parada já a quinze minutos.A encaro, confuso, como se ela fosse uma figura estranha, divertida e louca, tudo ao mesmo tempo, e isso é surpreendente, pois, geralmente, não tenho paciência ou sou complacente com essas atitudes.Minha mãe costuma dizer que isso vem do meu pai, que era assim, e ainda é, em algumas ocasiões.Mesmo tentando dizer que não, para mim mesmo, concordo com o pensamento. Sempre me espelhei nele, e agora, nossa relação parece distante.Voltando para a Samanta, que me olha como se quisesse me matar, sorrio achando que era um sonho louco, pois nunca que eu apostaria que algo assim pudesse acontecer, com tanta facilidade. A observando um pouco, acabo vendo uma
SamantaNão dava para acreditar no que acabou de me acontecer. Nunca vi aquele homem na minha vida, mas... parecia que éramos velhos amigos, no qual me deu liberdade para falar, e ser, alguém que não sou. Então, foi assustador, porém, não posso parar e refletir sobre, pois estava mais do que atrasada.Assim que a porta se abriu, corri para a sala de reunião, onde estava acontecendo a apresentação para a promoção, como se eu fosse uma esportista, e naquele instante eu não podia parar para respirar, ou descansar meu corpo, pois isso era muito importante, e acreditei que o grupo que iria nos assistir, daria uma chance de me explicar e me apresentar, pois eu realmente sentia que era boa e que podia ganhar essa disputa, entretanto, minhas esperanças caíram por terra, quando vi todos saírem da sala.Parei, pois quase esbarrei em um dos homens, que provavelmente era um grã-fino do alto escalão, no qual me olhou estranho, achando que eu era uma louca. Pior era que eu estava prestes a ficar co
Harvey Eu estava em um dos prédios mais importantes de Manhattan, uma das cadeiras de mais poder, a da minha mãe. Óbvio, meu pai senta da cadeira de presidência, mas sem Emma Novack, não chegaríamos onde estamos, e por isso ela é reconhecida pelo seu aperfeiçoamento e crescimento na área de proteção de dados. Eles são conhecidos pelo casal mais bem-sucedido do pais, e eu... sempre me espelhei neles. Tendo os meus trinta anos, vendo meus pais como exemplo, tudo o que eu mais queria era ser como eles, ainda mais agora que devo assumir meu lugar aqui. Por ver meu pai sendo o homem respeitado que era, sendo, muitas vezes, exigentes demais, acabei me tornando igual a ele. Porém, o que era para nos aproximar, acabou nos afastando, um pouco. Minha irmã sempre diz que as aparências com o papai, acabou me transformando nele: exigente, arrogante e sem paciência. Entretanto, meu pai tem algo que o puxa para terra: minha mãe. Ela não se intimida, b**e de frente, e só basta um olhar para que e
Samanta Sou muito desastrada e azarada. É a única explicação para tudo isso estar acontecendo comigo, em um único dia. ou sou muito incompetente, e não mereço nada que venha de Emma Novack. Como posso ter perdido meu telefone em um elevador, e não saber qual, ou onde ele está. Tentei localiza-lo pelo meu computador, e sei que ele ainda está nesse imenso prédio, só não sei onde, ou com quem? Pior é saber que não coloco senha para desbloquear, pois com tanta coisa na minha mente, seria inútil colocar mais uma barreira para acessar algo que deveria ser fácil e prático, e nunca imaginei que o perderia por ai. - Droga! – Falou ao baixar os ombros, de cansaço, pois já tinha rodado quase o prédio inteiro a procura dele. Obvio que sou uma incompetente. Só pode. Além disso, meu horário de intervalo estava acabando, o que significava que eu teria que voltar ao trabalho. – Sou uma idiota mesmo. - Está procurando por isso? – A voz masculina, nenhum pouco desconhecida, soa em meu ouvido, fazen
Samanta As palavras dele me atingiram como um ruído distante, algo que eu me recusei a absorver. Adam podia falar o quanto quisesse, mas para mim, era só um ruído irritante no fundo da minha mente. Cada frase que saía da boca dele parecia carregada de uma importância que ele mesmo inventava. Ele não tinha a menor ideia de como a sala de monitoramento funcionava, e ver alguém tão despreparado no comando era quase uma piada — se não fosse tão trágico. Olhei para o relógio, contando os segundos para poder sair dali. E, quando a hora finalmente chegou, agradeci em silêncio. Peguei minha bolsa, guardei o celular, e saí da sala sem olhar para trás. Aquele prédio já foi uma segunda casa para mim, mas agora, parecia mais um labirinto sem saída. Eu me perguntava como fui parar nessa situação, como alguém como Adam conseguiu a liderança que, por mérito, deveria ter sido minha. O simples esforço de tentar encontrar uma resposta fazia minha cabeça doer. Mas havia um lugar naquele prédio onde eu