Harvey A conversa com minha mãe ficou martelando na minha cabeça por um bom tempo. Depois de um banho e de colocar uma roupa decente, voltei ao escritório. Minha mente estava a mil, dividida entre várias preocupações. Pensei no trabalho na minha empresa, que construí junto com um grande amigo que acreditou em mim. Foram sete anos. Longos sete anos de crescimento no mercado. E agora, quando estamos no nosso melhor momento, preciso me dividir entre essa empresa e a empresa do meu pai. Claro, a empresa que um dia será minha. Desde pequeno, eu sabia que era o sucessor dele. Sempre o admirei muito, um homem que conseguia equilibrar família e trabalho. Meu pai nunca nos faltou nos momentos importantes. Ele estava lá em aniversários, jantares, passeios. Sempre que minha mãe planejava algo em família, ele largava tudo e vinha correndo para nós. Por isso, tenho tantas memórias bonitas. Amo meu pai e me preocupo muito com sua saúde. Deveria ter pensado nisso antes de me envolver em outro traba
Samanta Aquela conversa na noite passada realmente deixou uma impressão estranha. Não imaginava que aquele estranho tivesse conseguido meu número e decidido iniciar uma conversa por mensagem. Nós mal havíamos nos esbarrado uma única vez. No elevador. Aquele dia desastroso que arruinou meus planos. Detesto lembrar, mas uma coisa boa saiu daquele momento. Mesmo que eu não saiba se algum dia vamos nos encontrar pessoalmente novamente, agora podemos trocar mensagens. Mas não posso me iludir pensando que isso é algo romântico. Seria ridículo. Ainda assim, as palavras de ontem me fizeram refletir e perceber o quão idiota eu sou, sempre aceitando o que os outros dizem sobre mim, permitindo que me controlem. Preciso parar com isso. Parar de tentar agradar a todos, até aqueles que me desprezam. É o que Hopper sempre me diz, mas é tão difícil para mim seguir esse conselho. Quando me sinto pressionada ou nervosa, acabo colocando os interesses dos outros acima dos meus, tornando-me submissa. Exce
SamantaEu ainda estava zonza com o que me acabou de acontecer. Minha mente ficou em transe, tentando refleti, o que aquele homem fez, a forma como me puxou, as mãos em mim, o seu olhar e respiração, tão perto.Quase suspirei ao me sentir atraída pelo idiota, no qual eu ainda pensava na motivação dele estar ali, me esperando, e desejando ajudar.Ele me acha mediana? Um caso perdido, que precisa de ajuda?Bem, não sei, porém, seus conselhos foram validos e até legais. Eu sempre me via como uma mulher que sempre tinha que fazer o que os outros queria, só para se encaixar.Muitas vezes, deixava os meus gostos de lados, para focar em algo sem sentido, só porque o outro pediu. Até mesmo com Adam. Eu me odiava por deixar que aquele idiota me provocar e humilhar, na frente de todos.Eu deveria dar um soco no meio das suas fuças, entretanto, isso me faria ser demitida. Entrando e passando pela segurança, ao mostrar o meu cartão, sigo para as escadas. Desde que me ocorreu aquele fatídico dia e
HarveyAquela mulher não sai da minha cabeça de forma alguma, e eu não sei como parar. Desde o dia em que ficamos presos naquele elevador, a minha mente parecia não ser minha. Eram milhares de problemas ao mesmo tempo e só um escape. Ela, Samanta. Seu nome parece uma música em miúdo latim. Quando a encontrei mais cedo, foi como um remédio para toda a minha loucura. Meu pai estava doente e tinha duas empresas para comandar e nenhum momento para mim. Nem mesmo quando dormia. Mas todas as vezes em que nos encontrávamos, era como se eu não fosse a mesma pessoa que sou agora. Não existia problema, sobrenome, dinheiro, empresa. Eu era apenas o Harvey. E eu gostava disso. Gostava de ser eu e não outro. Aquele outro que carregava tanto problema. Sentado em minha cadeira, em alto, de um enorme edifício, em manjada, eu perdia meus próprios pensamentos sobre ela. Acredite, eu tento muitas vezes esquecê-la. Só para voltar ao trabalho, só para me concentrar e seguir meu caminho. Entretanto,
SamantaEu sempre quis ser diferente, ser como as outras pessoas. Desde o momento em que nasci, fui tratada como lixo, descartada sem cerimônia. A mulher que me colocou no mundo não se deu ao trabalho de me entregar nos braços de alguém; ela simplesmente me deixou na frente de um orfanato, na escuridão fria. Quando me encontraram, meu corpo estava tão gelado que eu poderia ter me transformado em uma estátua de gelo. Não sei como não morri, sendo um recém-nascido tão frágil. Bebês são sensíveis, não são? Mas o destino, parece, decidiu que eu viveria... e que eu sofreria dores inimagináveis.Sempre digo que nasci com azar, e acredito nisso com cada fibra do meu ser. Mas, às vezes, coisas boas acontecem, como quando conheci Alisson, e minha melhor amiga, a irmã que nunca tive. Ela está sempre ao meu lado, mesmo agora que está viajando a trabalho. Moramos juntas, não apenas para dividir o aluguel, o qual eu realmente poderia pagar sozinha, mas porque é reconfortante estar perto de algué
- Nisso eu fiz coisas na qual não me orgulho, quando voltou ao normal, eu corri para a sala, como se, por algum milagre eles fossem me entender, mas acabou tudo com aquelas expressões de decepção.- Ok, volta a falar sobre o bonitão do elevador. – Dessa vez eu virei o rosto, vendo minha amiga encostada ao estofada, com aquele sorriso irônico e olhos curiosos, que me faz desejar matá-la. Porém, ignoro.- O nome dele é Harvey, e... basicamente, agora, quer ser meu amigo.- Amigo? – Franziu o cenho, achando estranho. – Um homem que te conheceu no elevador, depois do surto?- É exatamente o que pensei. – Concordei, me perdendo em meus pensamentos, e lembrando do nosso encontro, onde ele me encorajou. Ainda era estranho, no entanto, gostei. – Mas... parece que é verdade. Mesmo que eu ainda não o conheça, me sinto livre para dizer tudo o que penso, a ele. E isso não acontece com frequência.- Samanta – Hoper chama a minha atenção, com aquele tom preocupado. – Ele não é um estranho que vai m
Harvey - A partir de amanhã, serei responsável pela presidência, e.... - Você e sua mãe estão enchendo o meu saco. – Meu pai, ultimamente, está agindo como um menino teimoso. Sei que para Ian Novack, assumir que está ficando velho, e que não pode mais fazer tudo isso sozinho, pode ser difícil, entretanto, ele tinha que entender que estamos fazendo isso pelo bem dele. – Eu já sei. Quer ficar me lembrando a cada minuto? A noite era densa, silenciosa, cortada apenas pelo som suave do vento lá fora. A luz amarelada do abajur no canto do escritório lançava sombras longas nas paredes de madeira escura. Eu observava meu pai enquanto ele caminhava lentamente pelo ambiente, suas mãos cruzadas nas costas, o rosto sério, mas controlado. Ele evitava me olhar, preferindo se concentrar em cada detalhe ao redor, como se tentasse se reconectar com os anos de dedicação e esforço que ele havia colocado ali. - Pai, eu… - comecei, mas as palavras se perderam na garganta quando ele parou perto da e
Pov: Samanta, como sempre, estava nervosa ao se aproximar do prédio enorme, onde trabalhava, pois, sua cabeça não parava de pensar no que encontraria pela frente. Será que ele estará me esperando? Ela pensou, andando apressadamente, com as mãos suando, mexendo sem parar, com essa esperança em seu coração. Hora ou outra, colocava algumas mexas rebeldes, do seu cabelo, atrás da cabeça, mordendo os lábios, assim como fazia quando estava nervosa, acreditando que estava ficando louca, pois era muito surreal imaginar que estava, mesmo, desejando que aquele estranho, muito bonito, aliais, estivesse na frente do prédio onde ela trabalha, para mais alguns conselhos, sendo que ela só queria o ver, novamente. - Está sendo uma tola, Samanta. – Disse sussurrando, para que ninguém na rua, achasse que ela era louca. – Ele é um estranho que dá opinião sobre a sua vida. Como pode estar pensando nisso? – Bem, mesmo sabendo dos fatos, que sua melhor amiga fez questão de expor bem na sua cara, el