Pov: Samanta, como sempre, estava nervosa ao se aproximar do prédio enorme, onde trabalhava, pois, sua cabeça não parava de pensar no que encontraria pela frente. Será que ele estará me esperando? Ela pensou, andando apressadamente, com as mãos suando, mexendo sem parar, com essa esperança em seu coração. Hora ou outra, colocava algumas mexas rebeldes, do seu cabelo, atrás da cabeça, mordendo os lábios, assim como fazia quando estava nervosa, acreditando que estava ficando louca, pois era muito surreal imaginar que estava, mesmo, desejando que aquele estranho, muito bonito, aliais, estivesse na frente do prédio onde ela trabalha, para mais alguns conselhos, sendo que ela só queria o ver, novamente. - Está sendo uma tola, Samanta. – Disse sussurrando, para que ninguém na rua, achasse que ela era louca. – Ele é um estranho que dá opinião sobre a sua vida. Como pode estar pensando nisso? – Bem, mesmo sabendo dos fatos, que sua melhor amiga fez questão de expor bem na sua cara, el
SamantaO mundo parecia passar lentamente enquanto eu atravessava as portas da empresa, os fones de ouvido subidos no volume máximo, mergulhada em uma melodia melancólica. O céu, ainda claro, escondia a verdadeira hora. Manhattan e Nova York, com suas luzes e sons, não pareciam dispostas a descansar tão cedo. E, sinceramente, nem eu.Não queria voltar para casa. Não queria encarar o silêncio das paredes do meu apartamento, a solidão que sempre me esperava lá. Passei pela porta giratória e dei de cara com a calçada, onde os arranha-céus me observavam do alto. Eles pareciam monumentos perfeitos, imponentes, onde milhares de pessoas ganhavam rios de dinheiro. Às custas de pessoas como eu, uma garota com uma aptidão natural para a tecnologia, mas ainda assim, apenas uma engrenagem a mais na grande máquina corporativa.Eu queria ser mais. Mais do que apenas uma garota invisível naquele formigueiro controlado por homens poderosos. Mais do que o idiota do Adam, que parecia fazer questão d
PovA semana foi bem corrida para ele. Mal teve tempo de comer e dormir. Se desdobrava entre ler a maior parte dos documentos, digitais, contratos, projetos, situação atual das informações, como estava fluindo as coisas, e estar a par das coisas dentro daquele prédio e seus pais.Não importava o quanto era cansativo, Harvey faria o possível, e o impossível para tomar a liderança e deixar seu pai despreocupado.Porém, em meio a tudo isso ele se viu em uma armadilha da sua cabeça. Sabendo que Samanta estava ali, bem perto dele, o deixava desconcentrado, algumas vezes. Isso o irritava. Começou a pensar que a mulher era a culpada da sua distração, e evitou ler suas mensagens, ou ligar para ela, como fazia, só para ouvir a sua voz.Harvey quase pensou que estava ficando obcecado por ela, o que lhe causava grande estranheza e motivo para risos desacreditados. Como ele poderia estar obcecado por uma pessoa que ele mal conhecia?Bem, mesmo achando isso um absurdo, Harvey fez algo no mínimo pr
HarveyEu estava sentado na minha poltrona favorita, no último andar deste prédio que é todo meu, cercado por luxo, mas sentindo um cansaço que nem todas essas paredes poderiam esconder. Tirei os óculos, largando-os sobre a mesa. Cocei o olho com a mão, buscando algum alívio, e deixei a cabeça descansar no braço que ainda estava apoiado na madeira fria. Mantive os olhos fechados, talvez na esperança de encontrar um pouco de paz ali, mas tudo o que encontrei foi o vazio de uma mente exausta.Os dias se arrastavam, um mais pesado que o outro. O sono, se é que eu ainda sabia o que era, me escapava como água entre os dedos. Comida? Mal lembrava o sabor da última refeição que realmente me saciou. A única coisa que parecia ter alguma cor nesse mar de cansaço era o som da voz de Samanta ou as poucas mensagens que ela me enviava, que, ultimamente, eram tão raras quanto meu descanso. Meu celular estava tão distante quanto minha cabeça. Ficava ali, jogado no canto da mesa, como se não tivesse m
Sentei-me na cadeira, soltando um suspiro longo e confortável. Esse era o meu lugar. Em frente aos meus quatro monitores, onde cada número, cada linha de código, fazia sentido de uma forma que o mundo ao redor raramente conseguia. Com um sorriso que eu não podia conter, liguei o monitor e deixei os olhos se perderem naquele emaranhado de dados. Para muitos, parecia um labirinto sem saída, mas para mim, era uma conversa entre velhos amigos. Eram mais próximos de mim do que qualquer ser humano, compreendendo-me de uma forma que ninguém mais conseguia.Mas, ultimamente, minha mente não estava tão alinhada como de costume. Desde que esbarrei em Harvey, parecia que algo se desprendia dentro de mim, um pedaço que começava a flutuar, me distraindo mais do que eu gostaria de admitir. Não hoje. Hoje, eu precisava de foco. Belisquei meus braços algumas vezes, uma tentativa quase desesperada de me ancorar à realidade, de me prender aos mundos que eu entendia tão bem.Eu nunca tive medo de errar.
PovSamanta atravessava os corredores da TEC Corporation com passos firmes e olhos ardentes, sua mente fervilhando de raiva. Cada passo era como um tamborilar, acompanhando o ritmo acelerado de seu coração. A empresa, que antes era um lugar de orgulho e satisfação, agora parecia sufocante, como uma jaula dourada que a aprisionava sob as novas regras e atitudes que o recém-nomeado CEO havia imposto.Ela ainda lembrava claramente do ex-chefe, um homem exigente, sim, mas justo e respeitoso. Agora, o herdeiro parecia ter chegado apenas para espalhar o caos. Metas absurdas para a equipe de TI, pressão desnecessária, e um clima que estava rapidamente se deteriorando. Samanta não conseguia entender como um único homem poderia causar tanto estrago em tão pouco tempo.Ao entrar no elevador, Samanta apertou o botão do último andar com uma força que denotava sua frustração. As portas se fecharam suavemente, isolando-a do mundo exterior, e ela se viu sozinha com seus pensamentos. Tentou organizar
SamantaMeu dia foi um caos completo. Acordei já atrasada, o alarme não tocou, e quando finalmente cheguei à empresa, parecia que tudo conspirava contra mim. Adam, como de costume, fez questão de me lembrar que a vaga dele deveria ter sido minha. Cada comentário dele, cada provocação... eu podia jurar que ele tirava prazer em ver minha frustração. E, ultimamente, essa frustração estava me consumindo.A TEC Corporation sempre foi meu lugar seguro. Quando comecei a trabalhar aqui, me sentia especial, parte de algo maior. Mas agora, a sensação de segurança estava escapando por entre meus dedos, e eu mal conseguia respirar. O azar parecia me perseguir, e tudo que eu fazia tinha o potencial de desmoronar minha carreira. Ser racional era o meu forte. Sempre fui do tipo que pensa mil vezes antes de agir. Mas agora, cada passo parecia perigoso, como se um movimento em falso fosse destruir tudo o que construí.Mas ainda assim, eu tinha que ser grata. Tinha um bom emprego, um bom salário. E min
SamantaEu só podia estar louca. Nunca quis sair de casa com um psicopata, mas... este, em particular, me tratava com tanto carinho que eu até deixaria ele me matar. É brincadeira, claro. Mas o fato dele ter descoberto o endereço da minha casa e ainda assim pedir permissão para aparecer na minha porta não tornava Harvey menos suspeito. Se ele quisesse me fazer mal, já teria feito. Ainda assim, a influência dele não era exatamente positiva. Nem mesmo a minha melhor amiga conseguia me convencer a sair de casa para caminhar — e olha que ela sempre foi persuasiva, conseguindo praticamente tudo de mim. Mas correr no parque com Harvey? Isso era outra história.O céu começava a se tingir de laranja, mesclando-se com o azul escuro da noite que avançava. Nova York, com suas luzes excessivas, tornava impossível ver as estrelas. Tive que pedir emprestada uma roupa de corrida da minha amiga, que, obviamente, não estava em casa. Sempre ocupada com o trabalho. Quando contei a ela pelo telefone que