HarveyEu não fazia ideia de que isso poderia acontecer. Essa história estava se tornando uma bola de neve no qual eu não faço ideia de como parar. Eu deveria, bem agora, contar tudo, toda a verdade. Não é como se eu fosse, simplesmente, a pessoa mais perigosa do mundo, mas sinto que omitir quem sou, onde trabalho pode afetar a minha relação com Samanta, que no momento eu não faço ideia de como estar.Como se já não bastasse o que aconteceu quando eu estava com o Melanie, agora, bem agora, parado, com ela me olhando confusa. Sinto o meu coração pegar fogo. Seus batimentos estão tão acelerados que acredito que vou morrer a qualquer momento. Toda vez que estou perto dela, é um misto de sensações no qual eu não sei explicar. Não é só uma amizade. Não é só uma simples mulher que encontrei por acaso. É também a mulher por quem estou sentindo coisas que eu não deveria sentir. Samantha é muito diferente das outras mulheres. Ela teve uma vida sofrida. É batalhadora e conquistou muitas cois
SamantaEu não sei onde estava com a cabeça quando aceitei o convite inusitado de Harvey. O homem tinha atitudes meio estranhas. Eu ainda me questionava sobre a amizade que ele queria ter comigo. Então, do nada, ele aparece em minha porta, sem que eu tivesse o convidado ou dito onde morava. Minha melhor amiga poderia ter completa razão. Além de eu estar ficando maluca, estava também cometendo vários erros. E os sinais estavam bem na minha frente. Só eu que não queria ver.Talvez fosse a incrível beleza e aquele olhar de que, a qualquer minuto, vai me colocar contra a parede e me beijar, sendo que eu quase aposto que isso nunca vai acontecer. Bem, é mais uma das minhas fantasias. Mas admito que me convidar para a sua casa de veraneio, longe da caótica Nova York, foi muito surpreendente. E mais surpreendente ainda foi a minha aceitação.Não sei, acho que eu queria passar mais tempo ao lado de Harvey. Toda vez que nos encontramos, parece que sou alguém diferente de quem sou. Parece que e
SamantaEu sabia que ninguém iria me responder. Provavelmente era um e-mail no qual só existe para descarte. Sim, eu estava muito irritada. Mas o convite inusitado de Harvey consumia todo o meu tempo e meus pensamentos.Deitada com os olhos fixos no teto, eu repassava todas as vezes em que nos encontramos. E na conversa de hoje, na verdade, quando meu corpo se chocou contra o dele, o fazendo segurar em minha cintura, senti como se estávamos prestes a dar um beijo um ao outro. Eu estava tão perto daqueles seus lábios sedutores, com aquele sorrisinho pervertido no canto dos seus olhos azuis que pareciam iguais ao de um lobo prestes a me atacar. E eu deixaria que ele me atacasse.Só Deus sabe o quanto eu desejei que ele o fizesse, que me beijasse. Mas não aconteceu. Óbvio que não. Sou uma tola por desejar e por pensar que algum dia ele faria isso. Estava distraída, presa nos momentos bons em que eu estive ao lado de Harvey. E só fui despertada para a realidade quando o som de notificaç
HarveyNão sei o que me deu quando simplesmente convidei a mulher que vinha habitando minhas fantasias, acreditando estar apaixonado, para a minha casa. Meu refúgio. Sempre que estou estressado ou esgotado, física e mentalmente, é para lá que corro. Um lugar de fuga, onde posso me desligar do mundo. Mas, de repente, sem que eu percebesse, a ideia surgiu e escapou da minha boca. Não que eu não possa levar alguém até lá, mas o ponto é que o propósito da minha ida era justamente pensar no que realmente sinto por ela. E então, do nada, a convido. Sem nem sequer explicar que eu sabia onde ela morava, sem perguntar, sem pedir permissão. Surpreendentemente, ela aceitou. Acho que nós dois temos essa tendência de agir sem pensar. E, honestamente, fiquei feliz. Significa que vou passar um tempo com ela. Mas o que isso significa? O que significa estar perto dela? O que significa estar com ela, quando o meu objetivo era refletir sobre os meus sentimentos?Bem, eu não sei.Agora, estou andando de
SamantaA tensão no ar era palpável. Estar no carro com Harvey me fez lembrar daquele momento no elevador, quando estávamos tão próximos, mas ainda assim distantes. Mesmo com o desconforto pairando entre nós, eu não podia negar que havia algo reconfortante em estar ao lado dele, como se sua presença, por mais silenciosa que fosse, me acalmasse. Mas algo estava errado. Harvey não era assim, tão quieto, tão introspectivo. Ele sempre tinha um comentário irônico, uma piada pronta, ou uma provocação sobre o meu passado que me deixava na defensiva. Agora, ele estava focado no caminho à frente, quase como se estivesse em outro mundo.Tentei puxar conversa, quebrar o silêncio sufocante, mas ele continuava distante, fixo na estrada. Pela primeira vez, comecei a pensar que talvez ele estivesse arrependido do convite. Talvez tenha mudado de ideia e só estava ali por obrigação, por achar que eu ficaria chateada se ele cancelasse de última hora. Eu entenderia se ele quisesse desistir. Quem, afinal
PovSamanta entrou no quarto de Harvey como se estivesse entrando em um lugar místico. O espaço enorme à sua frente parecia desafiar a lógica de qualquer quarto que ela já tivesse visto antes. O chão aquecido a acolheu com uma sensação de conforto imediato, mas o que realmente capturou sua atenção foi o contraste entre o rústico e o moderno. Uma cama imensa dominava o centro do ambiente, e um grande tapete macio estava espalhado como um convite para ficar descalça e sentir cada fibra sob seus pés.As cortinas pesadas, emoldurando a enorme janela de vidro que dava para a varanda, pareciam guardar segredos, e Samanta se viu absorvendo cada detalhe, como se estivesse em um parque de diversões para adultos, onde cada peça exótica escondia uma nova descoberta. Os toques modernos, cuidadosamente mesclados ao rústico, criavam uma harmonia que refletia o próprio mistério que era Harvey.Ela se perguntou, enquanto observava o closet e o banheiro adjacentes, o que ele realmente fazia. Nada daqu
SamantaEu não sabia o que dizer, pois jamais imaginei que estaria em uma casa como essa, com um homem como Harvey. Meu coração estava na boca, e minha cabeça a mil, pois não faço ideia do que poderia acontecer no meu dia.Montar em um cavalo? Eu nunca nem cheguei perto de um. Acredito que vou pagar o maior mico. Sou desastrada, e aposto que esse passeio será um caos.Não consigo parar de pensar em quem realmente é Harvey e como ele tem tudo isso. Não sou tão ingênua. Acredito que seja alguém com um poder aquisitivo muito maior do que o meu. Sou bem paga pelo que faço, tenho um ótimo emprego e dinheiro suficiente guardado para me garantir por um bom tempo. Mas, dentro dessa casa, com um quarto enorme como este, eu me sinto pequena, insignificante. Como se todo o meu sucesso não fosse nada comparado ao que ele tem. As dúvidas sobre esse homem só aumentam.Deveria ser mais firme, confrontá-lo de uma vez. Se ele não me contar quem realmente é ou me dar alguma explicação que me tranquiliz
PovHarvey caminhava à frente, sua silhueta firme contrastando com o celeiro imenso de madeira. O lugar tinha um ar de tranquilidade rústica, mas o luxo estava presente em cada detalhe, desde as cabines espaçosas dos cavalos até o feno perfeitamente empilhado. Samanta seguia logo atrás, seus olhos arregalados, deslumbrada com o que via. Desde o momento em que pisara naquela propriedade, estava surpresa, mas o celeiro superava todas as suas expectativas. Era sua primeira vez perto de cavalos, e o medo começava a crescer, misturado com uma ansiedade que ela mal conseguia explicar.As baias abrigavam quatro cavalos imponentes, suas pelagens brilhando sob a luz suave que entrava pelas amplas janelas. As cabines eram maiores do que Samanta esperava, cada uma mais parecendo uma suíte para os animais. Ela se sentia pequena e deslocada naquele cenário, mas também fascinada. Nunca havia pensado que um celeiro poderia ser tão grandioso. O cheiro de feno fresco misturado ao ar puro do campo a en