capítulo 2

🥀 Tate 🥀

– Ok, mãe! Já entendi, eu tenho que colocar as meias antes de dormir.

Já era tarte da noite é tudo o que queria era um banho para raciocinar direito.

Não acredito que já estou há meia hora com minha mãe no celular… De novo!

A razão pela qual ela sempre me liga às onze da noite é a mesma: ou eu não consegui um emprego, ou fui demitida.

E dessa vez fui demitida, pela segunda vez no mês.

Não aguento mais essa instabilidade. Minha geladeira já está vazia e meu aluguel está com três meses de atraso.

Eu poderia me humilhar para os meus pais e pedir um cheque gordo a eles, tipo uns 50 mil, que provavelmente nem chegaria perto do que eles gastam com a Fifi em um mês. Cadela de sorte.

Talvez, se eu tivesse me vendido e aceitado fazer a faculdade de Direito que meus pais tanto sonhava, eu poderia estar trabalhando no escritório dele e nadando em grana agora, sem precisar roubar sachês de molho do Burger King e comprar um molho decente.

Por que eu fui querer trabalhar com artes?

"Não siga sua mente, siga o seu coração", eles disseram.

"Faça o que você ama", eles disseram.

Por que eu fui confiar em mim mesma? Quem é que contrata uma professora de Artes? Ou, pior ainda, quem compra quadros de uma artista que surgiu do nada?

Burra! Burra! Burra! Burra! Eu fui burra.

Se burrice tivesse nome com certeza seria: Elizabeth!!!

Deveria ter feito como o Ben, o infeliz irmão mais velho que tenho e amo. Ele sim foi esperto! Gastou uma fortuna com faculdade, que papai pagou, e hoje é um desempregado com um ou dois cartões Black de papai.

Talvez eu não devesse ter saído de casa com o nariz empinado. Meu orgulho não me deixa voltar para aquela casa como se nada tivesse acontecido… Mas tem o Ben.

Papai nunca me reconheceu como filha. Na minha infância mamãe que sempre fazia os dois papéis, nos aniversários Ben ganhava presentes e festas, e eu? nem mesmo um aperto de mão.

Já tinha me acostumado por de fato ele querer dois filhos homens ao invés de mim.

– Alô? Tate? Você ainda está na linha? — Sua voz suave me tira dos meus pensamentos.

– Hã? Sim, mamãe, estou!

– Lembrou de colocar as meias na mala? Quando chegar na casa do seu irmão, me liga. — pego o voo amanhã, as malas já estavam todas preparadas.

– Tá bom, mãe.

Desligo o telefone.

Esse é o fim. Voltar para minha cidade e ainda ter que morar com meu irmão mais velho.

Não aguentaria nem sequer um minuto se minha vida continuar assim.

Precisava mudar, ter algum plano.

não aguentaria ser vista como uma fracassada que era.

No entanto tenho que me conformar o fracasso e entregar a chave o meu apartamento ao dono.

Oh, céus… será que isso pode piorar?

Ainda não sei, no entanto que eu não faça nenhum besteira, seria ótimo!

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