Puta que pariu...Salto da cama e corro para a sala.Poxa vida, quem, em plena consciência, fica esmurrando a porta de madrugada? Que droga, são apenas 10h43 da manhã.Caminho apressada até a porta, tentando controlar os fios rebeldes do meu cabelo. Tento prender em um rabo de cavalo, que, por sinal, ficou pior do que deixá-lo bagunçado como antes.Com uma pontada de irritação, abro a porta com cautela.Um homem de óculos, gravata e terno cor de madeira me dá um breve sorriso. Ele parece estar se divertindo com a visão de uma lunática completamente desgrenhada logo pela manhã.— Posso ajudar? — pergunto, tentando entender o motivo da visita.— Aqui é a residência dos Rollis? — Ele dá ênfase ao sobrenome da minha família.— Sim, senhor. — Seu rosto inexpressivo varre a sala, como se procurasse algo ou alguém, observando com o olhar de quem quer entrar. Isso, é claro, está fora de questão. Já vi documentários sobre assassinatos que começaram exatamente assim. Não sou uma lutadora de MMA
🥀Adam🥀—Mande tirarem essa cabeça de porco da minha casa. – Gritei, enfurecido.Não tenho dúvida de quem está me ameaçando e me perseguindo.Ainda não sei como encontraram o endereço do meu apartamento. Eu quase não venho pra cá; fico a maior parte do tempo na boate ou saio sem rumo para espairecer. Tenho vários inimigos, mas esse é novo. Seus atos e bilhetes têm sido bem mais surpreendentes do que eu já tinha visto.Quando disse à Elizabeth que estava sendo ameaçado no fundo, não era mentira, mas essas pessoas não querem dinheiro, como eu havia dito.Estou exausto. Queria descansar, tomar um bom banho gelado e relaxar.Portanto, quem entrou no meu apartamento conseguiu não deixar rastros ou sinais de arrombamento. Ele ou ela simplesmente entrou como uma pessoa comum e deixou uma cabeça de porco em cima da minha cama.Sento no sofá ao lado da cama e encaro meus guardas enquanto eles retiram a cabeça e a colocam em um saco preto.Coço a cabeça, tentando pensar em algo. A cama ainda e
🥀Tate🥀Eu queria me inclinar e colocar a mão na testa dele. Provavelmente, ele está com febre. Não é possível que Adam Woods esteja sendo atencioso comigo. Isso é estranho. De todas as vezes que o vi, ele sempre me dava patadas ou era grosso sem motivo. Mas, neste momento, ele parecia tão diferente...—Obrigada. E me desculpa por dizer ao barman que era a sua noiva – digo, um pouco constrangida.—Tanto faz, de qualquer jeito, todos vão saber. – Ele faz uma pausa e me olha, como se quisesse decifrar um código. Mas não diz nada, apenas fica me encarando, até que, por fim, toma a palavra.—Já tomou café?Foi um susto vê-lo se importando com coisas tão banais, como se eu já tivesse tomado café.Eu não sabia o que responder àquela pergunta: sim? Não? Talvez? O que eu diria? Sabia a resposta, mas não sabia como respondê-la.Por falta de resposta, ele se levanta e pega as chaves do carro.—Foi o que eu pensei. Venha comigo.—O quê? Pra onde?—Ué, tomar café, porra. – E lá estava o Adam que
A dor dilacerante queimou meu rosto. Eu estava tomada por ódio e mágoa.Meu próprio irmão fez um pacto com quem mais me odeia. Isso era surreal. A dor que se espalhou por mim não se comparava às situações que meu pai me fazia passar. Era como se tudo estivesse vindo à tona novamente.Senti-me como quando tinha cinco anos, quando meu pai me desprezava e minha mãe não o repreendia. No final do dia, eles bebiam e riam enquanto eu chorava no meu quarto, desejando a morte ou sonhando em ser adotada por alguém que realmente quisesse cuidar de mim.Pensando agora, é triste imaginar uma criança desejando algo assim.Ben tentava esconder suas emoções, mas era evidente a satisfação estampada em seu rosto contido.— Sua vagabunda! — meu pai gritou.— QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO NA MINHA CASA? — A voz de Adam soou mais irritada do que jamais o ouvi antes.Seus olhos eram um turbilhão de pensamentos. Ao olhar para mim e para meu irmão, ele se ajoelhou e me levantou.Não queria me iludir, mas aquilo
Sou acordada pela doce voz envelhecida de Nanci.Mal percebi a hora em que peguei no sono. Com tantos aritos no dia anterior, passei o resto do dia como um zumbi. Comia apenas para matar a fome e tentava entender até onde isso tudo vai parar.Adam, depois da visita da minha família, saiu e só voltou à noite. Percebi que tinha retornado quando Nanci me apresentou meu quarto e o vi entrando no dele (que, a propósito, é ao lado do meu). Nanci disse que esse seria meu quarto daqui em diante. Tudo o que tento entender é se Adam foi honesto com ela e contou toda a verdade sobre o casamento ou, se não, qual desculpa ele deu para justificar sua esposa dormir em outro quarto.Que seja! Não está no contrato que eu resolva os problemas dele. Bem… pelo fato de estar noiva dele, isso já diz o contrário.Olho para a janela, e uma fresta de luz fere meus olhos.— Foi um dia e tanto ontem — diz Nanci, sua voz doce me tirando do transe.— Sim, foi. — Respondo, me deparando com a senhora segurando um g
O salão mergulha no caos.Pessoas gritam e correm em todas as direções, enquanto seguranças armados invadem o espaço. Tudo parece acontecer em câmera lenta. Adam pressiona o ombro ensanguentado com força, os dentes cerrados pela dor.Eu não sei como reagir. Por que ele fez isso? Por que alguém como Adam arriscaria a própria vida por mim?— Saiam daqui! Protejam a Elizabeth! — ele grita para os seguranças, enquanto tenta conter o sangramento.Minha mente está um turbilhão. Ben, o homem que um dia chamei de irmão, está sendo imobilizado por dois seguranças. Ele grita, mas suas palavras são incompreensíveis para mim. Tudo o que consigo ver é Adam, no chão, lutando para não desmaiar.— Você está bem? — pergunto, ajoelhando-me ao seu lado, minha voz baixa, quase um sussurro.Meu vestido está tomado de vermelho.Adam me olha, os olhos ainda faiscando determinação, apesar da dor evidente.— Isso... é só um arranhão. — Ele tenta sorrir, mas é óbvio que está mentindo.Um médico, que estava ent
🥀 Adam 🥀 Isso não muda nada. Eu acho... – Agora só falta o senhor assinar a papelada, Adam. – O advogado lhe oferece, impassível. Tudo o que Adam queria era pegar o primeiro voo para Ibiza, voltar para sua cobertura de cinco estrelas, com várias modelos usando lingeries mínimas. – Ok. Oh, é só isso? Pensei que ia querer um pouco do meu sangue, sabe? Para selar o pacto. – Um sorriso malicioso brota em seus lábios. – Não brinque com isso, Adam. Seu avô quis assim. Tudo estava indo conforme o esperado até que Adam recebe uma ligação informando que seu avô foi encontrado morto no chão do quarto. Não que isso o abalasse; afinal, sua relação com o avô sempre foi longe do convencional. Adam entenderia essa reação se o próprio avô não tivesse tentado matá-lo inúmeras vezes desde os seus quatorze anos – o mesmo ano em que seus pais faleceram e ele teve que ir morar com seu único parente vivo: o próprio avô. – Mas, então, o que ele me deixou de herança… além da morte, claro? – Doía um
🥀 Tate 🥀 – Ok, mãe! Já entendi, eu tenho que colocar as meias antes de dormir. Já era tarte da noite é tudo o que queria era um banho para raciocinar direito. Não acredito que já estou há meia hora com minha mãe no celular… De novo! A razão pela qual ela sempre me liga às onze da noite é a mesma: ou eu não consegui um emprego, ou fui demitida. E dessa vez fui demitida, pela segunda vez no mês. Não aguento mais essa instabilidade. Minha geladeira já está vazia e meu aluguel está com três meses de atraso. Eu poderia me humilhar para os meus pais e pedir um cheque gordo a eles, tipo uns 50 mil, que provavelmente nem chegaria perto do que eles gastam com a Fifi em um mês. Cadela de sorte. Talvez, se eu tivesse me vendido e aceitado fazer a faculdade de Direito que meus pais tanto sonhava, eu poderia estar trabalhando no escritório dele e nadando em grana agora, sem precisar roubar sachês de molho do Burger King e comprar um molho decente. Por que eu fui querer trabalhar com arte