capítulo 5

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Três dias após o trauma do banheiro.

Acredito que esse é o prédio mais alto que Tate, já viu na vida.

Já faz três horas que ela está no elevador... Bom não exatamente três horas, mas sim dois minutos de espera. Seu estômago embrulha só em pensar que foi a uma entrevista de emprego na tarde anterior, seus pensamentos se acalmaria se o entrevistador não falasse: Entraremos em contato em breve.

Já faz quase um dia e nada e nenhuma ligação sequer.

- Respira, inspira e não surta.- Ela diz a si mesma dentro do elevador. Ignorando o velhinho de cabeça branca que se assusta com uma jovem falando sozinha.

Sem graça por parecer louca Tate, se vira constrangida e lhe dá um dos seus melhores sorrisos simpático.

O mesmo não corresponde a simpática.

Cruzando os dedos, enrolando o seu cabelo castanho caído em seu ombro, fechando e abrindo sua jaqueta jeans, roendo a unha do seu dedão...

Tate, já não vira a hora do elevador se abrir.

- Até que fim! - O elevador para no saguão abrindo a porta deixando a brisa fria encontrar com seu rosto.

O inverno começou mais cedo desta vez, fazendo todos ao seu redor se aconchegar em seus casacos.

Do lado de fora do prédio as ruas calmas nem parece ser uma tarde em Boston. A barra de seu vestido vermelho voa com sopro frio que a envolve.

Ah, esse tempo.

- Poderíamos estarmos nos casando agora. - Sussurra pra si.

Só de pensar na cena de seu noivo em cima da sua chefe, dá um nó em seu estômago.

- Com licença, Senhor. Poderia me informar onde fica a livraria mas próximo daqui? - O homem grisalho não queria ser interrompido em sua ligação, e Tate sabia disso, só que não ligava. Em todos os seus anos de experiência em sua fase adulta o seu dilema seria que:

"Se uma pessoa nao pode ser educada entao force a ser!"

Com muito relutância o senhor lhe diz a trajetória que ficava a menos de duas quadras do prédio que estava.

como uma jovem pode desabafar suas mágoas?

Alguns se afogariam em álcool, outros em drogas, mas Elizabeth se lançaria em uma pilha de livros para tentar afugentar quaisquer pensamentos ruins.

Álcool seria mais rápido. ‐ Ela pensa.

Porém, Tate qnão ousaria beber novamente, pois na última vez foi para superar seu chifre e acabou resultando uma foto no seu I*******m com a legenda: olha o quê você perdeu - não seria vergonha por postar uma foto de seus pés na meia de urso, mas sim as ligações, mensagens... Lives...

Desse dia em diante jurou não beber uma gota sequer de álcool. Porém se for tequila dois dedinhos serviria.

•••

É linda!!

a livraria de seus sonhos.

Paredes rústicas, porta de vidro negro e um jardim simples e delicado cercando a loja.

Um suspiro.

A dentro, outro suspiro.

Livros novos e velhos preenchendo as paredes até em cima, balcão, mesas e almofadas espalhadas pelo grande espaço. A iluminação perfeita como se fosse um amanhecer no paraíso. Uma coisa a chama sua antenção, não era só uma livraria mas, sim uma biblioteca também, para aqueles que não teria dinheiro para comprar livros.

Esse sempre foi seu sonho, e continua sendo. Aquele era o lugar perfeito em realidades distantes.

O sino da porta soa quando alguém entra e logo um senhor com dois cachecóis pendurados em seu pescoço que vem sua direção com um sorriso de orelha a orelha.

- posso te ajudar ? - pergunta o Senhor. Ao perceber que era consigo Tate responde.

- Oh. Eu gostaria de dar uma olhada nos livros.

- Fique a vontade e aproveite minha filha, não terá outro dia para voltar nessa loja.

Um calafrio a toma instantâneamente.

- Por quê? - ela passa seus dedos em alguns livros. - Não querendo ser curiosa demais...

- A loja está a venda, meu filho está muito doente e terei que voltar para o Canadá e o dinheiro da loja será para pagar seu tratamento. - O senhor respira por pura frustração.

- Quanto o senhor está querendo pela loja?

Seu olhar se arregala com a pergunta. Tate, sabe que não teria tanto dinheiro para algo tão grande, mas, se for preciso até se humilhar para seus pais valeria a pena.

- 250 mil com tudo está dentro. - diz ele baixo quase mudo.

Ela entenderia a sua dor, aquela livraria deveria ser sua casa e agora está vendendo por um preço que nem os livros naquela parede valeria esse valor.

Eu preciso disso... - Ela pensa, não seria ruim ter alguma realização em sua vida.

Só bastava um sinal e, Tate precisava disso.

Só um empurrão para dá seus primeiros passos. O quê ela tinha a perder?

Teria que arriscar e terminar essa tradição de fracasso que lhe havia vivido nos últimos anos.

- Eu compro!

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