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Três dias após o trauma do banheiro. Acredito que esse é o prédio mais alto que Tate, já viu na vida. Já faz três horas que ela está no elevador... Bom não exatamente três horas, mas sim dois minutos de espera. Seu estômago embrulha só em pensar que foi a uma entrevista de emprego na tarde anterior, seus pensamentos se acalmaria se o entrevistador não falasse: Entraremos em contato em breve. Já faz quase um dia e nada e nenhuma ligação sequer. - Respira, inspira e não surta.- Ela diz a si mesma dentro do elevador. Ignorando o velhinho de cabeça branca que se assusta com uma jovem falando sozinha. Sem graça por parecer louca Tate, se vira constrangida e lhe dá um dos seus melhores sorrisos simpático. O mesmo não corresponde a simpática. Cruzando os dedos, enrolando o seu cabelo castanho caído em seu ombro, fechando e abrindo sua jaqueta jeans, roendo a unha do seu dedão... Tate, já não vira a hora do elevador se abrir. - Até que fim! - O elevador para no saguão abrindo a porta deixando a brisa fria encontrar com seu rosto. O inverno começou mais cedo desta vez, fazendo todos ao seu redor se aconchegar em seus casacos. Do lado de fora do prédio as ruas calmas nem parece ser uma tarde em Boston. A barra de seu vestido vermelho voa com sopro frio que a envolve. Ah, esse tempo. - Poderíamos estarmos nos casando agora. - Sussurra pra si. Só de pensar na cena de seu noivo em cima da sua chefe, dá um nó em seu estômago. - Com licença, Senhor. Poderia me informar onde fica a livraria mas próximo daqui? - O homem grisalho não queria ser interrompido em sua ligação, e Tate sabia disso, só que não ligava. Em todos os seus anos de experiência em sua fase adulta o seu dilema seria que: "Se uma pessoa nao pode ser educada entao force a ser!" Com muito relutância o senhor lhe diz a trajetória que ficava a menos de duas quadras do prédio que estava. como uma jovem pode desabafar suas mágoas? Alguns se afogariam em álcool, outros em drogas, mas Elizabeth se lançaria em uma pilha de livros para tentar afugentar quaisquer pensamentos ruins. Álcool seria mais rápido. ‐ Ela pensa. Porém, Tate qnão ousaria beber novamente, pois na última vez foi para superar seu chifre e acabou resultando uma foto no seu I*******m com a legenda: olha o quê você perdeu - não seria vergonha por postar uma foto de seus pés na meia de urso, mas sim as ligações, mensagens... Lives... Desse dia em diante jurou não beber uma gota sequer de álcool. Porém se for tequila dois dedinhos serviria. ••• É linda!! a livraria de seus sonhos. Paredes rústicas, porta de vidro negro e um jardim simples e delicado cercando a loja. Um suspiro. A dentro, outro suspiro. Livros novos e velhos preenchendo as paredes até em cima, balcão, mesas e almofadas espalhadas pelo grande espaço. A iluminação perfeita como se fosse um amanhecer no paraíso. Uma coisa a chama sua antenção, não era só uma livraria mas, sim uma biblioteca também, para aqueles que não teria dinheiro para comprar livros. Esse sempre foi seu sonho, e continua sendo. Aquele era o lugar perfeito em realidades distantes. O sino da porta soa quando alguém entra e logo um senhor com dois cachecóis pendurados em seu pescoço que vem sua direção com um sorriso de orelha a orelha. - posso te ajudar ? - pergunta o Senhor. Ao perceber que era consigo Tate responde. - Oh. Eu gostaria de dar uma olhada nos livros. - Fique a vontade e aproveite minha filha, não terá outro dia para voltar nessa loja. Um calafrio a toma instantâneamente. - Por quê? - ela passa seus dedos em alguns livros. - Não querendo ser curiosa demais... - A loja está a venda, meu filho está muito doente e terei que voltar para o Canadá e o dinheiro da loja será para pagar seu tratamento. - O senhor respira por pura frustração. - Quanto o senhor está querendo pela loja? Seu olhar se arregala com a pergunta. Tate, sabe que não teria tanto dinheiro para algo tão grande, mas, se for preciso até se humilhar para seus pais valeria a pena. - 250 mil com tudo está dentro. - diz ele baixo quase mudo. Ela entenderia a sua dor, aquela livraria deveria ser sua casa e agora está vendendo por um preço que nem os livros naquela parede valeria esse valor. Eu preciso disso... - Ela pensa, não seria ruim ter alguma realização em sua vida. Só bastava um sinal e, Tate precisava disso. Só um empurrão para dá seus primeiros passos. O quê ela tinha a perder? Teria que arriscar e terminar essa tradição de fracasso que lhe havia vivido nos últimos anos. - Eu compro! •••🥀 Tate🥀 Mais uma cavada em meu próprio túmulo. Eu compro. Essas palavras deveria ter sido pensadas e repensadas ante de minha boca falar. A livraria, com certeza seria a melhor forma de me erguer novamente. 250 mil .... Tenho apenas vinte e cinco mil em minha conta, como que vou pedir a papai esse valor tão alto e tão de repente. Grr. No corredor, com a cabeça encostada no batente da porta cor de um céu nublado. Como falar com ele que é só eu assinar umas papeladas e ter uma dívida que vale mais que minha própria vida ? Choramingo mais um pouco. Preciso beber. Só. Dessa. Vez. De novo... Escuto risadas, não risadas de um grupo, mas sim um dueto de vozes. Vozes masculinas. Oh não. Sinto horripilação tomar contar do meu corpo. Seria aquele cara? Do banheiro... Ah Deus me leva. Abro a porta, ninguém na sala, porém os risos cessaram e uma onda de constrangimento toma o ambiente. - Tate, estamos aqui na cozinha. - A voz de Benjamin soa na direção. Largo minha
Sem pensar muito sento minha mão em sua cara.O estalo é tão alto que se podia ouvir até do outro lado da cozinha.Não precisaria ser uma tola para saber o quê ele queria. Assim como todos os homens, ele apenas queria sexo e, de um jeito facil. Como não? Uma mulher endividada que toparia um valor em troca de uma transa. A maneira perfeita para garantir não ir sozinho pra cama.- Quem você acha que é? - Sacudo a mão ao sentir a dormencia da dor. - E o pior, quem você acha que sou.Uma sombra toma em seus olhos. O que antes havia desejo, agora, havia algo como frieza.- Querido anjo... - A arrogância deixa tudo em cores diferentes. O jeito como irôniza dando a entender um leve elogio como um insulto.com uma certa delicadeza impecável ele se aproxima tão perto que consigo sentir o cheiro de uísque caro vindo de sua boca.O timbre de sua voz faz meu corpo se acender, como se alguém coloca-se a peça certa no lugar certo.Adam, baixa sua cabeça até deixar seus labios de frente ao meu ouvid
Duzentos e cinquenta mil...Ainda não consigo parar de pensar nessa quantia; parece surreal a loucura que cometi.Sinceramente, não entendo por que dei minha palavra quando disse que compraria a livraria. Uma parte de mim ansiava por algo novo, e outra parte sabia o quanto eu ainda sou jovem, mas não tive iniciativa para começar a viver do jeito certo.E ainda não encontrei o motivo.Não seria uma livraria que preencheria o vazio no meu peito. Cinquenta por cento de mim ama a ideia, mas a outra metade sempre me leva ao limite, me fazendo querer desistir...Para minha família, todos acham que levo uma vida boa e digna, mas nem imaginam que estou a ponto de ter um colapso.Eu me sentia sozinha na maior parte do tempo. Solitária.A vida sem Alice me tornava assim...Éramos amigas desde a quinta série, quando a professora de biologia nos colocou juntas para fazer um trabalho. Foi amizade à primeira vista.No início, eu amava quando ela ia lá para casa fazer as lições. Bem... eu fazia, enq
Duzentos e cinquenta mil...Ainda não consigo parar de pensar nessa quantia; parece surreal a loucura que cometi.Sinceramente, não entendo por que dei minha palavra quando disse que compraria a livraria. Uma parte de mim ansiava por algo novo, e outra parte sabia o quanto eu ainda sou jovem, mas não tive iniciativa para começar a viver do jeito certo.E ainda não encontrei o motivo.Não seria uma livraria que preencheria o vazio no meu peito. Cinquenta por cento de mim ama a ideia, mas a outra metade sempre me leva ao limite, me fazendo querer desistir...Para minha família, todos acham que levo uma vida boa e digna, mas nem imaginam que estou a ponto de ter um colapso.Eu me sentia sozinha na maior parte do tempo. Solitária.A vida sem Alice me tornava assim...Éramos amigas desde a quinta série, quando a professora de biologia nos colocou juntas para fazer um trabalho. Foi amizade à primeira vista.No início, eu amava quando ela ia lá para casa fazer as lições. Bem... eu fazia, enq
🥀 Adam 🥀Ferrado por uma garota. Isso ainda me soa familiar.Sempre deixo meus impulsos momentâneos tomarem conta da minha razão.Não podia ter feito isso com Benjamin. Ele é meu melhor amigo, o único em quem confiei para contar toda a verdade sobre os negócios da minha família. Não dá para sair por aí revelando quem é sua família ou o que você realmente faz. Isso seria como engatilhar uma arma na sua própria nuca — e na de quem você mais ama.Por isso, não tive medo de contar a ele. Benjamin nunca me faria mal, e, mesmo que fizesse, quem ele machucaria? Família? Só tenho meu avô, e ninguém ousaria tocar nele. Esse é o poder que admiro nele, embora, fora isso, eu o considere um bastardo.— Você só pode estar brincando. — Ben riu, mas sem humor.Ele havia me visto aos beijos com a irmã dele. Seu semblante mudou completamente. Era como se eu o tivesse traído ou apunhalado pelas costas.Mal consegui convencê-lo a vir ao meu escritório.A boate, inaugurada há menos de três meses, era pa
🥀 Tate 🥀Meu coração gelou.Não consegui reagir desde que ouvi “A Proposta” que Adam me fez.Um casamento falso por seis meses, para que ele pudesse assumir o controle da empresa da família. Em troca, ele me daria a livraria. Só de pensar em casamento, meu corpo inteiro tremia.Desde que Leonardo e eu terminamos, fiquei com um certo trauma. Decidi me manter afastada de relacionamentos até encontrar a pessoa certa. Só que, a essa altura da minha vida, já tinha desistido de encontrar meu par perfeito. Me conformei com a solidão.Então, essa proposta caiu no meu colo como se tivesse vindo do céu. Ou do inferno.Aceitar seria o mesmo que me vender. E Ben tinha razão quando disse isso. Ele sempre estava certo, mesmo quando eu não queria admitir.Depois daquele beijo inesperado, Adam convocou Ben e eu para o escritório dele. Fiquei surpresa, claro. Como poderia imaginar que aquela boate pertencia a Adam? Muito menos ao meu irmão!Mas naquela noite, parecia que o universo tinha mais surpre
🥀 Adam 🥀Três semanas se passaram e ainda não recebi nenhuma resposta de Tate. Nem com Benjamin eu conseguia conversar direito. Tudo o que ele tinha a me dizer vinha em e-mails curtos e evasivos.Por sorte, hoje haveria uma oportunidade de falar com ele. Graças ao sistema de ar-condicionado que havia quebrado por causa de uma fiação solta, Benjamin teria que aparecer. Nunca me interessei por esses problemas técnicos, mas desta vez não me importaria em lidar com algo entediante, só para ter a chance de conversar com aquele teimoso.14:09Vejo-o entrar como se esperasse que algo estivesse prestes a explodir. Sem muita escolha, dou-lhe um ultimato e o chamo para a minha sala.— Precisamos conversar. — digo diretamente.— Pra ser sincero, eu não quero falar nada com você. — Ele responde, olhando para o relógio e depois para mim. — Uma hora você diz que não quer se casar, e na outra quer se casar com a minha irmã.— Ela não sairá prejudicada, eu garanto!— DINHEIRO NÃO ME IMPORTA! — Ele
🥀 Adam 🥀 Isso não muda nada. Eu acho... – Agora só falta o senhor assinar a papelada, Adam. – O advogado lhe oferece, impassível. Tudo o que Adam queria era pegar o primeiro voo para Ibiza, voltar para sua cobertura de cinco estrelas, com várias modelos usando lingeries mínimas. – Ok. Oh, é só isso? Pensei que ia querer um pouco do meu sangue, sabe? Para selar o pacto. – Um sorriso malicioso brota em seus lábios. – Não brinque com isso, Adam. Seu avô quis assim. Tudo estava indo conforme o esperado até que Adam recebe uma ligação informando que seu avô foi encontrado morto no chão do quarto. Não que isso o abalasse; afinal, sua relação com o avô sempre foi longe do convencional. Adam entenderia essa reação se o próprio avô não tivesse tentado matá-lo inúmeras vezes desde os seus quatorze anos – o mesmo ano em que seus pais faleceram e ele teve que ir morar com seu único parente vivo: o próprio avô. – Mas, então, o que ele me deixou de herança… além da morte, claro? – Doía um