Caminhando pela biblioteca, Emília conseguiu encontrar uma caixa de primeiros socorros e a levou até onde Ryker ainda estava desacordado. Com cuidado, a mulher limpou o ferimento e fez um curativo improvisado, apenas para que não infeccionasse. Deixando o beta o mais confortável possível, Emília começou a andar pelo lugar. Livros e estantes estavam espalhados pelo chão, cadeiras e mesas destruídos, assim como os computadores e demais aparelhos eletrônicos. A poeira e as teias de aranhas dominavam o lugar, porém havia um lugar que chamou a atenção da mulher.Uma estante mais afastada, de madeira escura e com todos os livros intactos. Não havia teias de aranhas e nem poeira, indicando que alguém estava frequentemente naquela biblioteca e cuidando apenas daqueles livros. Emília se aproximou com cuidado, pois não sabia se a pessoa misteriosa poderia estar por perto. Seus pés tocavam suavemente o chão, evitando os livros, vidros e outros objetos espalhados. Confirmando que estava sozinha n
Tanto Emília quento Ryker ficaram em choque. A mulher não compreendia o comportamento do Beta, que sempre pareceu indiferente a ela. Se levantando com o livro nos braços, Emília apenas olhou de forma fria para o lobisomem, que tentava avaliar sua ação.― Nunca mais chegue perto de mim. ― a mulher deu as costas para o beta, mas parou e olhou sobre seu ombro. ― Vamos fingir que isso nunca aconteceu e você volta a apenas ignorar que eu existo. Assim que ficou sozinho, Ryker desferiu um golpe contra a parede usando seu punho. O beta não conseguia entender os sentimentos confusos dentro dele com relação à mulher, mas sabia que seus atos poderiam custar a sua vida. Ele sabia que o melhor a se fazer era apenas fingir que nada havia acontecido. Após se sentir mais calmo, Ryker foi procurar a mulher, que estava sentada em uma das poucas mesas que ainda estavam inteiras, próxima à janela. Apenas a fraca luz da lua cheia iluminava seu rosto, seus olhos concentrados no livro aberto diante dela.
Os lobos percorreram o perímetro da mansão, confirmando a quantidade de guardas e rotas que poderiam usar para entrar e buscar por Ava. Kaiser estava inquieto, desejando terminar logo com tudo e voltar para procurar Emília. O lobo do alpha estava inquieto em saber que Ryker estaria com a humana, mesmo sendo seu beta. Kaiser já havia notado que Emília chamava a atenção dos lobos, algo que ele precisaria lidar depois.― Meu alpha. ― Otto chamou, farejando o ar e notando a aproximação de alguém.Leon se adiantou e viu uma loba de pelos alaranjados se aproximando. Nora corria na direção de Kaiser e dos demais. Ao ver que havia sido notada, a loba diminuiu o ritmo de sua corrida e se aproximou com cautela. Os olhos vermelhos do grande lobo negro queimavam sobre ela, a loba caiu no chão em submissão ao seu alpha.― Meu alpha. ― Kaiser rosnou dando um passo na direção de Nora. ― Eun imploro por sua ajuda.― Minha ajuda? ― Kaiser mordeu a lateral da loba, que chorou em resposta e se afastou u
A fumaça negra também chamou a atenção de Ryker, que havia saído logo cedo em busca de alimentos para a mulher e roupas para si. Aquela parte da cidade estava abandonada, não havia sinal de lobisomens e nem humanos nas redondezas, o que era estranho para o Beta. Após se alimentarem, Emília decidiu dar início ao seu plano. A mulher sabia que Ryker jamais faria algo com a intenção de ajudá-la, mas poderia usar a lealdade sega do beta, o fazendo acreditar que estaria ajudando seu alpha.― Preciso ir até a minha antiga casa. ― a mulher disse de forma direta. Ryker a olhou com uma sobrancelha erguida.― Já disse que não. Minha missão é levá-la de volta o mais rápido possível.― Você não está entendendo. O que aconteceu hoje pode se repetir. ― O beta olhou desconfiado para Emília, que ficou satisfeita em chamar a atenção do lobo.― E como ir a sua antiga casa impediria que as bruxas tentassem de capturar mais uma vez? ― Emília mordeu o lábio, tentando fazer uma expressão de culpada e arrep
O quintal, que já foi palco de brincadeiras e diversão em família, estavam completamente destruídos. Não havia mais a cerca branca nem as flores que Karol cuidava com tanto zelo em seus finais de semana. Emília subiu com cuidado as frágeis escadas da frente, seguida de perto por Ryker, que estava desconfiado com um estranho cheiro que a casa emanava. Dentro da casa estava tudo revirado, móveis destruídos, louças e vidros quebrados espalhados por todo o chão. Andando com cuidado, Emília não perdeu tempo olhando ao redor e foi direto para o escritório de seu pai. A porta estava destruída, jogada no chão. Aquele era o lugar mais bagunçado, como se alguém tivesse entrado ali buscando por algo específico. O cheiro daquele lugar fez o beta rosnar, chamando a atenção de Emília. ― Tem alguma coisa errada aqui. ― O lobo farejou mais um pouco, sendo guiado até uma pilha de livros espalhados próximo à mesa virada. Ele empurrou os objetos e notou uma sutil diferença no piso, algo que Emília não
A caixa ficou silenciosa, Emília ouviu um leve clique e a tampa se abriu. Porém, quando a mulher estava prestes a abrir a porta, o Beta colocou sua mão sobre a caixa, a fechando novamente. Emília se assustou e quando se virou para protestar, teve sua boca coberta pela outra mão do beta, que olhava para o teto do abrigo. Sons de passos ecoavam por todo o espaço, como se muitas pessoas estivessem caminhando sobre aquele local, buscando alguma coisa. Demorou um pouco para que o som se afastasse e Ryker soltasse a mulher. Emília o afastou irritada. ― Podia apenas ter avisado. Esse lugar é a prova de sons, ninguém pode nos ouvir la fora. ― Correção, humanos não podem ouvir. Não sei o que está la fora, não podemos arriscar. ― Ryker olhou para a caixa, notando que ela estava aberta. Um cheiro diferente emanava de dentro do recipiente, era doce e agradável, semelhante ao cheiro da mulher ao seu lado. ― Como conseguiu abrir isso? A mulher olhou a tampa, mas as letras haviam desaparecido. E
Confusa e assustada, Ava olhou para o rei alpha, buscando qualquer tipo de explicação sobre o que estava acontecendo. Descobrir daquela maneira que ele era seu pai deixou a jovem surpresa e irritada. Por qual razão sua mãe não tinha lhe dito nada? Todos olhavam para a jovem hibrida, esperando para que ela tropeçasse e assim pudessem passar por cima dela. Virando de costas para todos, Ava respirou fundo e sussurrou o mais baixo que conseguia, para que apenas Kaiser a ouvisse.― Onde está minha mãe? Eu tenho que falar com ela. ― Kaiser rosnou alto, mas Ava não se deixou intimidar.― Você tem que assumir sua posição, ou esses fracos irão devorar você. ― Ava olhou para os membros do conselho e soldados, voltando então a ficar de frente para eles.Sair naquele momento seria mostrar fraqueza e expor sua mãe a mais perigos. Kaiser olhou para sua filha, sentindo certo orgulho da jovem. Um ômega surgiu e se aproximou, sem chamar a atenção dos demais e entregou uma pequena mensagem para o rei,
Ainda abraçada ao rei Alpha, um forte vento lança os cabelos de Emília, a fazendo olhar na direção de uma colina. Kaiser a toma em seus braços e todos voltam para dentro do abrigo. O alpha notou o ferimento de Ryker, soltando a mulher e assumindo sua forma humana. O beta está visivelmente nervoso com a presença do rei alpha, o cheiro do medo não passa despercebido por Kaiser, que analisa a situação com cuidado. Ele confiava no seu Beta até certo ponto, porém também estava ciente dos efeitos que o cheiro de Emília provocava nos machos.Aquele pequeno espaço estava carregado de tensão e Emília sabia o motivo. Por mais que tenham decidido manter segredo sobre o ocorrido na biblioteca, Ryker estava visivelmente tenso diante de Kaiser, mesmo que tentasse disfarçar. Com o kit de primeiros socorros em mãos, Emília passou pelos dois homens, ergueu a camisa do beta sem qualquer aviso e tirou o curativo. Imediatamente Kaiser reconheceu que aquele ferimento foi infligido por uma planta extremame