Um dia especial se iniciava, Emília estava rodeada por seus amigos e familiares comemorando seu décimo nono aniversário. Sua mãe havia encomendado seu bolo favorito e seu namorado Lucas estava prestes a chegar. Tudo estava perfeito e Emília não poderia estar mais feliz.De repente, uma sirene tocou longe, mas logo o som foi ficando mais alto. O pai de Emília ficou em estado de alerta, enquanto sua mãe corria para o outro lado do quintal e abria a grande porta no chão. Emília ficou confusa com toda aquela situação. Gritos podiam ser ouvidos vindos da rua, mas antes que Emília pudesse ir até eles e entender o que estava acontecendo, seu pai a puxou pelo braço, a levando até o abrigo.―Pai, o que está acontecendo?― Emília perguntou enquanto era arrastada. Atrás dela, seus amigos pegavam seus aparelhos celulares para buscar informações. ―Pai!― Emília gritou e seu pai olhou para ela, seu rosto pálido a assustou.―Eu explico lá dentro, agora entrem.― Roberto, o pai de Emília, disse apressad
Cansada, com fome, o corpo dolorido pelo transporte precário fornecido, Emília estava sozinha. Suas amigas haviam sido mandadas para outros lugares, enquanto Emília foi direcionada para uma grande e bela mansão junto a outras jovens com as idades aproximadas das dela. Todas estavam assustadas, ninguém ainda entendia completamente o que estava acontecendo e nem qual seria o futuro a partir daquele momento.Os dias passaram, Emília já havia se adaptado a rotina daquele estranho lugar. Todos os seus pertences haviam sido levados, inclusive seu celular, a deixando completamente no escuro com relação a notícias. As roupas fornecidas eram simples, camisetas brancas e calças jeans. As mulheres trabalhavam como empregadas, arrumando a mansão e limpando tudo. Algumas tentaram escapar, tentando usar a noite como cobertor, mas era inútil. Emília aprendeu muito rápido com essas jovens que fugir era se condenar a morte. Tudo o que ela precisava fazer era manter a calma e trabalhar em silêncio. Os
A personalidade de Emília era diferente de tudo com o que Kaiser estava acostumado. Uma mulher humana não lhe devia respeito e nem submissão, diferente das lobas que o cercavam. Nenhuma loba podia rejeitá-lo, se ele escolhesse uma para ser a sua companheira, ela não poderia dizer que não, bem diferente do que acontecia com Emília.Os constantes encontros com Kaiser já estavam deixando Emília irritada, ela sabia que não eram coincidências e sempre o ignorava em suas investidas. Kaiser gostava daquela jogo, de precisar cercar sua presa até que ela ficasse cansada e finalmente ele pudesse atacar. Emília não se deixava intimidar por sua presença e poder, também não se deslumbrava com seus status e força, mas Kaiser sentia que sua aparência física a atraia. Sempre que percebia uma brecha, Kaiser se aproximava sorrateiro, pegando Emília com sua guarda baixa e tirando delas as reações mais diversas. Quando Kaiser chegava muito perto, Emília conseguia sentir seu cheiro tão natural e limpo, co
No caminho para a casa de Kaiser, Emília pode ver os efeitos daquela terrível guerra, e nada era como havia imaginado. Por passar tanto tempo trancada na mansão, sem acesso a qualquer aparelho eletrônico, ninguém tinha acesso à informação. Emília olhou admirada como as ruas estavam limpas, prédios sendo reconstruídos com uma velocidade inimaginável para os humanos. Todos trabalhavam de forma igual, homens e mulheres, para reconstruir tudo. Ao contrário do que Emília havia imaginado, Kaiser não se estabeleceu em uma mansão luxuosa ou em um prédio de alto luxo. A enorme fazenda, com todos os tipos de animais, se estendia por um vasto campo. Depois de mais alguns minutos, o carro parou diante de uma mansão rústica. Emília saiu do carro e olhou ao redor, as grandes árvores que ladeavam a fazenda a faziam sentir observada e oprimida, pois ela havia lido nos romances que os lobisomens viviam nessas florestas.Ao entrar na casa, Emília suspirou ao ver o caos e a bagunça. Roupas estavam espa
A proximidade de Kaiser fez Emília sentir calafrios por todo seu corpo, arrepiando seus pelos enquanto o Alpha e devorava com seus olhos. Kaiser ansiava em tomar a mulher humana, reivindicar cada centímetro de sua pele, mas sabia que não era daquela forma que funcionava para as mulheres humanas. Ele havia presenciado situações desagradáveis envolvendo lobisomens e humanas, por isso não desejava que fosse daquela forma com Emília. Eles permaneceram em silêncio por mais alguns momentos, então Kaiser decidiu se afastar um pouco, dar espaço para que sua presa se sentisse confortável perto dele, o que funcionou. Emília respirou profundamente, relaxando seus ombros tensos enquanto admirava a maneira que Kaiser se movia, predatório, sem nunca lhe dar as costas.A curiosidade havia tomado o lugar da raiva e da frustração dentro de Emília. A jovem desejava saber mais sobre aquela criatura que lhe causava medo e, ao mesmo tempo, acendia sentimentos diferentes dentro dela. Emília se pegou compar
13 anos depoisUm lobo jovem corria pela floresta, suas patas batiam com força contra a terra molhada. Os gritos de seus perseguidores ecoando através das árvores. Os jovens humanos criaram um sistema eficiente que os permitia saltar pelas árvores e compensar a agilidade superior dos lobisomens, mas um deles se destacava. O mais jovem do grupo humano, pequeno e magro, cobria sua cabeça e rostos do vento cortante que soprava naquele inverno. “Ele vai escapar!” gritou um dos humanos quando o pequeno lobo saltou de uma grande pedra, atravessando um rio e aterrizando do outro lado. “Merda!” ele disse quando todo o grupo se reuniu e viu o lobisomem se afastando.“Melhor deixarmos esse para lá.” Ramon, um dos mais velhos do grupo, disse desanimado. “Tenho certeza de que vamos encontrar outros vagando pela floresta.”“Aquele maldito nos viu perto do acampamento, não podemos deixar que ele vá contar aos outros da sua espécie.” Marion, o filho de um dos líderes do grupo, se adiantou e olhou a
O ar daquela manhã estava estranho, Emília sentiu que havia algo de errado quando não conseguiu ouvir as típicas brigas dos jovens. Sua filha Ava era aquela quem mais se destacava, com uma personalidade forte e sempre com uma resposta precisa para aqueles que a desafiavam. A jovem era vista por todos como um espírito livre, selvagem e indomável. Não ouvir nada era um claro sinal de alerta para Emília.Ao caminhar pelo acampamento, Emília notou que outros jovens também não estavam presentes. Ela caminhou cada vez mais rápido, o desespero começando a crescer dentro de seu peito. Outros membros do acampamento se juntaram a busca pelo grupo, mas não encontraram nenhum rastro. Um dos homens encontrou indícios de que as crianças haviam saído dos limites impostos. Os humanos conseguiram criar um sistema de segurança, que escondia seu cheiro dos lobisomens. De tempos em tempos, grupos de lobisomens rondavam as florestas em busca de humanos fugitivos. O acampamento em que Emília havia se refu
Após ser separa dos outros jovens, Ava foi levada até um quarto separado. Ela olhou ao redor, pensando em uma forma de escapar e voltar para o acampamento. Ava ainda não sabia que sua mãe já estava a caminho para resgatá-la. A jovem notou que aquele cômodo era muito confortável para uma prisioneira, mas não reclamou. Ao confirmar que não teria como escapar, a menos que alguém abrisse a porta, ela decidiu relaxar por alguns minutos.Ao lado, em seu escritório, Kaiser monitorava todos os movimentos daquela jovem que tanto o lembrava de Emília. Seu beta estava inquieto e confuso com a decisão do alpha de manter aquela jovem por perto. Todos os lobos haviam notado que Ava não era uma humana comum, seu cheiro era estranho e, ao mesmo tempo, familiar.― Meu Alpha, ― Ryker chamou a atenção de Kaiser, que não ficou nada feliz, pois já sabia qual era o assunto que o beta desejava abordar. ― Existe alguma razão para manter essa filhote humana? Todos notaram que ela tem algo estranho.― Isso é a