Os olhos treinados de Cassius analisavam o jovem diante dele com cuidado. Não havia motivos para confiar de imediato em Otto, especialmente por ele passar tanto tempo junto aos lobos de Kaiser sem nunca ter saído para buscar os seus. Aquela missão não se resumia apenas a uma simples vingança, mas constatar se o híbrido desgarrado havia se tornado fiel ao rei alpha ou não. O momento era delicado para ambos, uma batalha silenciosa, onde em um simples piscar de olhos, Otto poderia ter sua cabeça arrancada pelo lobo traidor. Seria arriscado fazer qualquer movimento naquele momento, a confiança que Cassius um dia teve nele já não existia e precisava ser reconquistada, para que o plano de Kaiser fosse bem-sucedido. Se inclinando para frente, o copo já vazio em suas mãos, Cassius sorriu de maneira amistosa, mas não obteve a mesma resposta de Otto, que manteve sua expressão neutra.― Isso vai ser muito fácil para você, já que esteve vivendo com aquele cachorro usurpador por mais de dois ano
Percebendo a movimentação frenética, Emília se uniu aos demais em frente ao grande prédio. Kaiser, sentindo a presença de sua Luna, se virou e foi até ela, que ainda ostentava os curativos do ataque que havia sofrido, mas os arrancava rapidamente enquanto descia os degraus e se juntava as outras lobas, mas Kaiser a deteve em seu caminho, parando diante dela.― Onde pensa que vai? ― Emília revirou seus olhos, arrancando o último curativo de seu rosto, revelando uma pequena cicatriz que fez Kaiser rosnas de raiva. ― Você fica.― Nem ferrando. Eu vou com as lobas.― Emília cruzou seus braços, desafiadora, enquanto Kaiser tentava se conter e não a carregar até o quarto e a trancar lá. ― Eu me recuso a ficar escondida enquanto todos estão lutando.― Você está ferida, mulher estúpida! ― Kaiser rugiu, fazendo todos que estavam próximos darem um passo para trás, menos Emília, que o olhava diretamente nos olhos.― Eu já estou recuperada, lobo idiota! ― A loba gritou de volta. ― Sou a sua Luna,
O corpo de Nora é levado, os lobos comemoram a vitória e o retorno de sua princesa. Ava assume a forma humana e Emília a cobre com um casaco. Os últimos dois anos mudaram a jovem híbrida. Seus cabelos dourados estavam longos, caindo sobre seus ombros, seu corpo também havia amadurecido, ganhando curvas e ficando mais alta. Os olhos de sua mãe se encheram de lágrimas ao abraçar sua filha após aquele longo período. Kaiser observava a distância, orgulhoso pelo crescimento de sua filha como uma loba, porém nada satisfeito com os olhares desejosos que recaiam sobre ela.Um choro baixinho brotou no peito de Ava ao ver o braço ferido de sua mãe, enquanto sua loba se encolhia por não impedir Nora a tempo. Emília tocou o rosto de sua filha, feliz em vê-la bem e forte, Ava havia se tornado uma loba completa naquele momento.― Ava. ― A jovem se virou bem a tempo de pegar um pequeno receptor auditivo, preso ao que parecia ser uma gargantilha. ― Coloque isso e proteja a Luna. ― Kaiser apontou para
Na tentativa de conseguir uma vantagem, Cassius atacou Kaiser, mirando em sua garganta enquanto seus seguidores atacavam o grupo liderado por Leon. Aquela atitude não teve qualquer efeito sobre Kaiser, que desviou com facilidade do ataque desajeitado do lobo e agarrou sua nuca, lançando o traidor para longe. Cassius atingiu várias árvores até que parou com vários ferimentos internos. Kaiser se aproximou, expandindo seu poder e assumindo sua forma Lycan. Cassius se levantou e tentou fugir, mas seus ferimentos eram muito mais extensos, o que o fez cair poucos melhor depois.― É só isso? Todo esse circo, e vai fugir com o rabo entre as pernas? ― Com um movimento de seu punho, Kaiser derrubou a árvore que estava a sua direita. ― Eu te dei dois anos, ao menos me dê um momento de divertimento, traidor.Ao tentar se levantar, as feridas internas de Cassius o fizeram cuspir uma grande quantidade de sangue. Seu lobo se negava a curá-lo, tornando toda a quela situação ainda mais difícil. O pode
Todos gritavam nas ruas, clamando o Alpha e sua luna por salvarem suas vidas, lobos e humanos. Os prisioneiros foram levados e separados, evitando assim qualquer tentativa de plano para uma fuga. Os híbridos pareciam confusos, pois sempre lhe foi dito o quão cruel eles seriam tratados e que jamais seriam aceitos. O aparecimento de Otto no acampamento, antes do grande ataque, mexeu com a confiança que alguns dos híbridos tinham em Cassius. Por ordem da Luna, todos os prisioneiros não hostis foram tratados e alimentados. Ava foi encarregada de manter a vigilância sobre eles com um grupo de lobos, onde Leon também fazia parte deles.A jovem fazia sua ronda, observando os olhares curiosos dos prisioneiros da ala médica sobre ela. Uma jovem tentou se levantar, mas a contenção em sua mão a impediu, então ela chamou por Ava de seu leito.― Espere, por favor. ― Ava parou e se virou para a jovem que parecia ter a sua idade. ― Você também é uma híbrida. Por que se uniu ao rei alpha e nos deu a
Diante de toda a alcateia, Alphonse foi colocado de joelho no chão, fraco e ferido, já não tinha mais forças ou desejo de lutar por sua vida. Não houve últimas palavras quando o grande Lycan negro se aproximou, segurou seus cabelos e arrancou sua cabeça diante de todos. O silêncio foi absoluto. Não havia o que comemorar ou lamentar. Aquele que já foi o alpha mais poderoso e que poderia ter se tornado o rei alpha no lugar de Kaiser, se tornou um traidor, sedento por poder e que deu as costas para a sua alcateia, sacrificando seu povo por puro egoísmo, até mesmo sua única filha.Junto a Alphonse, os últimos prisioneiros foram executados. A vida seguiu, as caladas aos humanos parou e aqueles que eram prisioneiros receberam a mesma proposta que os híbridos. Emília foi a grande causadora de grande parte daquelas mudanças, por já ter sido humana, ela tinha plena noção de que eles não poderiam simplesmente ficar soltou sem supervisão. Emília também fez questão de voltar aquela biblioteca e r
Um dia especial se iniciava, Emília estava rodeada por seus amigos e familiares comemorando seu décimo nono aniversário. Sua mãe havia encomendado seu bolo favorito e seu namorado Lucas estava prestes a chegar. Tudo estava perfeito e Emília não poderia estar mais feliz.De repente, uma sirene tocou longe, mas logo o som foi ficando mais alto. O pai de Emília ficou em estado de alerta, enquanto sua mãe corria para o outro lado do quintal e abria a grande porta no chão. Emília ficou confusa com toda aquela situação. Gritos podiam ser ouvidos vindos da rua, mas antes que Emília pudesse ir até eles e entender o que estava acontecendo, seu pai a puxou pelo braço, a levando até o abrigo.―Pai, o que está acontecendo?― Emília perguntou enquanto era arrastada. Atrás dela, seus amigos pegavam seus aparelhos celulares para buscar informações. ―Pai!― Emília gritou e seu pai olhou para ela, seu rosto pálido a assustou.―Eu explico lá dentro, agora entrem.― Roberto, o pai de Emília, disse apressad
Cansada, com fome, o corpo dolorido pelo transporte precário fornecido, Emília estava sozinha. Suas amigas haviam sido mandadas para outros lugares, enquanto Emília foi direcionada para uma grande e bela mansão junto a outras jovens com as idades aproximadas das dela. Todas estavam assustadas, ninguém ainda entendia completamente o que estava acontecendo e nem qual seria o futuro a partir daquele momento.Os dias passaram, Emília já havia se adaptado a rotina daquele estranho lugar. Todos os seus pertences haviam sido levados, inclusive seu celular, a deixando completamente no escuro com relação a notícias. As roupas fornecidas eram simples, camisetas brancas e calças jeans. As mulheres trabalhavam como empregadas, arrumando a mansão e limpando tudo. Algumas tentaram escapar, tentando usar a noite como cobertor, mas era inútil. Emília aprendeu muito rápido com essas jovens que fugir era se condenar a morte. Tudo o que ela precisava fazer era manter a calma e trabalhar em silêncio. Os