A fumaça negra também chamou a atenção de Ryker, que havia saído logo cedo em busca de alimentos para a mulher e roupas para si. Aquela parte da cidade estava abandonada, não havia sinal de lobisomens e nem humanos nas redondezas, o que era estranho para o Beta. Após se alimentarem, Emília decidiu dar início ao seu plano. A mulher sabia que Ryker jamais faria algo com a intenção de ajudá-la, mas poderia usar a lealdade sega do beta, o fazendo acreditar que estaria ajudando seu alpha.― Preciso ir até a minha antiga casa. ― a mulher disse de forma direta. Ryker a olhou com uma sobrancelha erguida.― Já disse que não. Minha missão é levá-la de volta o mais rápido possível.― Você não está entendendo. O que aconteceu hoje pode se repetir. ― O beta olhou desconfiado para Emília, que ficou satisfeita em chamar a atenção do lobo.― E como ir a sua antiga casa impediria que as bruxas tentassem de capturar mais uma vez? ― Emília mordeu o lábio, tentando fazer uma expressão de culpada e arrep
O quintal, que já foi palco de brincadeiras e diversão em família, estavam completamente destruídos. Não havia mais a cerca branca nem as flores que Karol cuidava com tanto zelo em seus finais de semana. Emília subiu com cuidado as frágeis escadas da frente, seguida de perto por Ryker, que estava desconfiado com um estranho cheiro que a casa emanava. Dentro da casa estava tudo revirado, móveis destruídos, louças e vidros quebrados espalhados por todo o chão. Andando com cuidado, Emília não perdeu tempo olhando ao redor e foi direto para o escritório de seu pai. A porta estava destruída, jogada no chão. Aquele era o lugar mais bagunçado, como se alguém tivesse entrado ali buscando por algo específico. O cheiro daquele lugar fez o beta rosnar, chamando a atenção de Emília. ― Tem alguma coisa errada aqui. ― O lobo farejou mais um pouco, sendo guiado até uma pilha de livros espalhados próximo à mesa virada. Ele empurrou os objetos e notou uma sutil diferença no piso, algo que Emília não
A caixa ficou silenciosa, Emília ouviu um leve clique e a tampa se abriu. Porém, quando a mulher estava prestes a abrir a porta, o Beta colocou sua mão sobre a caixa, a fechando novamente. Emília se assustou e quando se virou para protestar, teve sua boca coberta pela outra mão do beta, que olhava para o teto do abrigo. Sons de passos ecoavam por todo o espaço, como se muitas pessoas estivessem caminhando sobre aquele local, buscando alguma coisa. Demorou um pouco para que o som se afastasse e Ryker soltasse a mulher. Emília o afastou irritada. ― Podia apenas ter avisado. Esse lugar é a prova de sons, ninguém pode nos ouvir la fora. ― Correção, humanos não podem ouvir. Não sei o que está la fora, não podemos arriscar. ― Ryker olhou para a caixa, notando que ela estava aberta. Um cheiro diferente emanava de dentro do recipiente, era doce e agradável, semelhante ao cheiro da mulher ao seu lado. ― Como conseguiu abrir isso? A mulher olhou a tampa, mas as letras haviam desaparecido. E
Confusa e assustada, Ava olhou para o rei alpha, buscando qualquer tipo de explicação sobre o que estava acontecendo. Descobrir daquela maneira que ele era seu pai deixou a jovem surpresa e irritada. Por qual razão sua mãe não tinha lhe dito nada? Todos olhavam para a jovem hibrida, esperando para que ela tropeçasse e assim pudessem passar por cima dela. Virando de costas para todos, Ava respirou fundo e sussurrou o mais baixo que conseguia, para que apenas Kaiser a ouvisse.― Onde está minha mãe? Eu tenho que falar com ela. ― Kaiser rosnou alto, mas Ava não se deixou intimidar.― Você tem que assumir sua posição, ou esses fracos irão devorar você. ― Ava olhou para os membros do conselho e soldados, voltando então a ficar de frente para eles.Sair naquele momento seria mostrar fraqueza e expor sua mãe a mais perigos. Kaiser olhou para sua filha, sentindo certo orgulho da jovem. Um ômega surgiu e se aproximou, sem chamar a atenção dos demais e entregou uma pequena mensagem para o rei,
Ainda abraçada ao rei Alpha, um forte vento lança os cabelos de Emília, a fazendo olhar na direção de uma colina. Kaiser a toma em seus braços e todos voltam para dentro do abrigo. O alpha notou o ferimento de Ryker, soltando a mulher e assumindo sua forma humana. O beta está visivelmente nervoso com a presença do rei alpha, o cheiro do medo não passa despercebido por Kaiser, que analisa a situação com cuidado. Ele confiava no seu Beta até certo ponto, porém também estava ciente dos efeitos que o cheiro de Emília provocava nos machos.Aquele pequeno espaço estava carregado de tensão e Emília sabia o motivo. Por mais que tenham decidido manter segredo sobre o ocorrido na biblioteca, Ryker estava visivelmente tenso diante de Kaiser, mesmo que tentasse disfarçar. Com o kit de primeiros socorros em mãos, Emília passou pelos dois homens, ergueu a camisa do beta sem qualquer aviso e tirou o curativo. Imediatamente Kaiser reconheceu que aquele ferimento foi infligido por uma planta extremame
Com os braços ao redor do pescoço de Kaiser, Emília o puxa para mais perto, colando seus corpos. O calor e o cheiro de Emília invadem os sentidos do alpha, seu lobo ruge agitado, desejando a humana, o desejo de marcá-la ficando cada vez mais forte. As mãos de Emília se arrastam pelos ombros de Kaiser, sentindo as cicatrizes espalhadas pelo corpo forte e quente do homem. Em seu ouvido, o alpha rosnou, pressionando o quadril contra o dela e mostrando o quanto desejava aquela pequena humana.Por mais que a mulher desejasse aquele homem, ela sabia que existia algo muito importante que precisava resolver com ele antes de dar qualquer passo. Kaiser não fazia ideia de quem Emília realmente era, nem suas origens ou seus antepassados, algo que, quando ele tomasse ciência de tudo, poderia mudar a dinâmica do relacionamento do lobo e da mulher.Com as mãos sobre o peito de Kaiser, Emília o empurrou, surpreendendo o lobo com sua atitude, já que ela estava se mostrando tão interessada quanto ele.
O rosnado de frustração do alpha fez Emília ficar um pouco tensa, mas o lobo puxou a mulher, que caiu sentada em seu colo.― Já que está tão interessada, vou dizer. Tudo o que está acontecendo é culpa das bruxas. ― O sorriso de Kaiser carregava uma fúria contida. ― As malditas nos venderam para os humanos como gado.― Venderam? ― Kaiser suspirou. Não estava com paciência para explicar os detalhes para Emília, mas depois do que ela havia lhe revelado, sentia que era apenas justo que ela soubesse o tipo de criaturas que as bruxas eram.― Sim. As bruxas e os lobisomens tinham um acordo. Ninguém se metia na vida de ninguém e cada um ficava no seu território. Muito simples. Então, uma sacerdotisa das bruxas foi marcada por um alpha. Em sua defesa, o lobo disse que a deusa havia lhe mostrado que a bruxa era sua predestinada, mas as irmãs dela não gostaram nada daquilo. ― Tanto Kaiser quanto Emília tiveram uma estranha sensação de déjà vu. ― A bruxa foi usada de sacrifício, para se purificar
Em choque, todo o corpo de Emília trava. A culpa começa a consumi-la por acreditar que a morde de milhares de pessoas foi simplesmente devido a sua existência. Karol levou seu egoísmo tão longe que não se importou com as vidas ao seu redor. Os olhos da mulher se encheram com lágrimas que Kaiser beijou e lambeu. Ele entendia o cheiro da mulher, o medo de ser uma decepção, um perigo para aqueles que estavam ao seu redor e com isso continuava os afastando, mesmo que de forma inconsciente. O alpha soltou os pulsos da mulher e a ergueu, de forma que ela ficou montada sobre seu quadril.― Eu proíbo você, mulher tola, de pensar que tem alguma culpa. ― Emília soltou uma risada fraca, apoiando sua testa no ombro de Kaiser.― Eu sei que a culpa é daquela mulher, mas eu simplesmente continuo me sentindo culpada por toda essa merda. ― O alpha ergueu a cabeça da mulher e tomou seus lábios com violência.Suas línguas se abraçavam enquanto seus corpos se colavam ainda mais. As mãos do alpha deslizav