A perdição do CEO
A perdição do CEO
Por: Edi Beckert
Jogos

CAPÍTULO 1

Wesley Taylor

Acordei atrasado novamente. A noite foi curta demais para tudo o que aconteceu, mas o trabalho sempre vem em primeiro lugar. Me arrumei às pressas, pegando a pasta, o celular e a chave do Porsche.

No escritório, Gilmara logo apareceu. Aquela oferecida nem me deixa sentar, já vem se jogando para cima de mim. Não que eu não goste, pelo contrário... adoro! Mas não sou do tipo que sai com funcionárias, ainda mais tendo tanta mulher por aí, que é só estalar os dedos e já estão na minha cama.

Prefiro evitar problemas, e me envolver com alguém da empresa definitivamente me traria muitos. Não preciso de ninguém no meu pé.

— Bom dia, senhor Wesley! — Gilmara diz, com o olhar fixo em mim, ignorando o computador.

— Bom dia! O que temos para hoje?

— Reunião com os acionistas às dez horas. E tem muitos documentos que o senhor precisa revisar e assinar, assim que possível. Ah, também tem uma reunião com o chefe do novo projeto da Velox às treze horas. Vou enviar os detalhes por e-mail.

— Ótimo! O dia já começou agitado.

— Precisa de mais alguma coisa, senhor? — Ela se aproxima da mesa e ajeita os seios, fazendo questão de me mostrar.

— Não, senhorita. Pode se retirar — respondo, tentando não dar corda.

— Ok! — Ela responde, claramente irritada, e sai pisando duro.

Dou aquela olhada de leve enquanto ela sai, e começo a me arrepender de não pegar. A mulher é um espetáculo: morena, cabelo médio todo escovado, minissaia, terninho... “Será que não deveria proibir esse tipo de roupa na Taylor’s?”, penso comigo mesmo, tentando focar.

Me ajeito na cadeira, buscando uma postura mais profissional. É nesse momento que Douglas entra sem bater, como sempre:

— Fala, sua bichona! — Ele ri, zombando da minha cara.

— Qual o seu problema, Douglas? Ainda não aprendeu a bater na porta? E bichona é você! Aqui tem um homem, porra!

— Então me explica! Por que aquela deusa morena, de minissaia, saiu daqui insatisfeita? — Ele ri, provocando.

— Nem começa, cara! Você me conhece há anos. Jamais comeria secretárias, assistentes, ou qualquer uma daqui. Ninguém desse escritório entra na minha lista de “pega e não se apega” — explico, mais uma vez, para o doido do Douglas, que me olha com aquele ar sacana de quem está prestes a aprontar.

— Então, beleza! Vou passar lá e pegar o contato dela pra marcar uma saidinha — diz, descaradamente.

— Você quem sabe. Eu tô fora! Consigo a mulher que eu quero todos os dias, não vou virar brinquedinho de secretária fútil!

— Ótimo! Só não esquece dos nossos planos de hoje — fiz sinal, enquanto ele saía.

Ainda rindo das loucuras dele, eu mergulhei no trabalho. A reunião estava para começar e precisava adiantar o máximo possível.

Peguei o elevador e subi para a cobertura, onde os acionistas já estavam chegando. O problema? A inútil da Gilmara não organizou as coisas como deveria.

A reunião foi produtiva, mas levou mais tempo do que o necessário devido à incompetência dela, e agora, estou com um monte de trabalho acumulado novamente. Senti o estresse subir e não consegui segurar:

— GILMARA! Faz o favor de vir aqui!

— Cheguei, senhor! O que precisa?

— Que me ajude a organizar esses documentos. Estou atrasado com as revisões e você os entregou fora de ordem, sem selecionar as prioridades! — falei irritado, batendo as pastas na mesa e virando o notebook para ela.

— Eu imaginei que estivesse bom assim. Não é o meu trabalho selecionar essas coisas! — respondeu, distraída, enquanto olhava as unhas.

Fiquei perplexo com a ousadia. A encarei com raiva e puxei o celular para ligar no RH. No mesmo instante, ela começou a organizar tudo com uma velocidade impressionante.

— Desculpe, vou fazer agora.

— Preciso que as coisas estejam organizadas! Não consigo achar nada desse jeito, com esses contratos todos misturados. Você só pode estar brincando — falei ríspido, mas sabia que não podia demiti-la antes de encontrar outra assistente.

Ela pegou os documentos e saiu, e eu fiquei ali, indignado por ter que lidar com uma secretária tão inútil. Eu realmente precisava contratar alguém que entendesse do trabalho.

Perdido em pensamentos, fui interrompido pelo toque do meu celular. Olhei na tela: era o Ricardo.

— Bom dia, primo! — ele disse animado.

— Bom dia? — questionei — Bom seria se eu tivesse uma assistente decente, que soubesse o que faz — retruquei, frustrado.

— Acho que liguei na hora certa, então — respondeu ele, descontraído.

— Por quê? Já sabe como resolver meus problemas? Porque estou perdendo a paciência com essa secretária lerda logo cedo.

— Vou te enviar uma excelente assistente. Ela é formada em administração e trabalha comigo, então já está por dentro de como a rede Taylor’s funciona. Vai ser muito útil para você.

Sentei melhor na cadeira, interessado.

— Cara, valeu mesmo! Eu preciso realmente de alguém assim. Mas e você, vai ficar sem assistente?

— Não se preocupe comigo. Tenho o Rodrigo, meu cunhado, me ajudando. Ele vai dar conta — respondeu com tranquilidade.

— E como estão as coisas por aí?

— Tudo ótimo! O Paulinho está quase nascendo e a Mayara é incrível como mãe! — disse ele, cheio de orgulho.

— Fico feliz por você, cara! Que bom que encontrou a mulher certa. Olha, preciso terminar aqui, mas envie logo essa assistente. Me avisa que dia ela pode vir e manda o nome completo dela para fazer o cadastro.

— O nome dela é Louise! — disse ele.

— Ok, e o sobrenome? — perguntei distraído.

— Louise Gomez! A Lou, cara! Vai dizer que esqueceu dela? — falou Ricardo, e eu paralisei. Meu ar sumiu por um momento. A mulher que mexeu tanto comigo, me fez sentir o que nunca pensei que sentiria e depois jogou um balde de água fria, beijando outro nas minhas costas.

— Wes? Tá aí? Tudo bem? — ele perguntou, preocupado.

— Estou... — foi tudo o que consegui responder. Não poderia deixar aquela mulher dominar a minha mente, já haviam passado quatro anos, eu nem me lembrava dela.

— Ah, que bom! Pensei que a ligação tinha caído. Vou avisar a Lou que ela já pode viajar, se quiser. Fica tranquilo, irmão, ela logo estará aí. Bom trabalho!

Nem sei como me despedi do Ricardo. Fiquei ali, apertando os dedos na mesa, paralisado, como sempre acontece quando ouço o nome dela.

Mas desta vez vai ser diferente. Não vou deixá-la se aproximar novamente. Vou manter Louise no seu lugar, sem me deixar cair de novo no feitiço dela.

“Louise Louise... quer jogar? Que comecem os jogos!”, pensei alto e...

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