CAPÍTULO 2
Wesley Taylor — Quem é Louise? — Pergunta Douglas. — Você ainda não foi? O que tanto faz aqui? — Questiono impaciente. — Estou vendo que essa tal Louise te deixou mexido. Vai te fazer bem sair um pouco hoje. A caça é reconfortante — diz Douglas, com aquele sorriso maroto. — Quem disse que preciso caçar? Eu sou o caçado, cara — solto uma risada provocativa. — Não respondeu minha pergunta. — Douglas se j**a na cadeira do meu escritório, rodando como um adolescente impaciente. — Meu primo, Ricardo, arrumou uma assistente pra me ajudar. Eu fiquei até animado, achei que resolveria meus problemas, mas... — Mais...? — Douglas arqueia as sobrancelhas, gesticulando para que eu continue. — A assistente é a Louise! A Lou, aliás! — Bonito nome — debocha ele. — Tapado... Sabe muito bem quem ela é. E também sabe de tudo o que aquela diaba aprontou comigo! — sinto o estresse subir só de lembrar. — Você continua com uma queda por ela, hein? Aposto! — Douglas me provoca descaradamente. — Queda? Claro que não! Só não aceito que me façam de idiota, e ela fez. Foi só eu baixar a guarda, e pronto, aproveitou da situação. — Sei... Então o melhor é esquecer, né? — diz, enquanto continua a girar na cadeira, divertido. — Já esqueci! Agora, vou trabalhar e mais tarde a gente se diverte — falo, tentando encerrar o assunto. — Também vou. Até mais! — ele se levanta e sai. Douglas foi embora, e eu tento focar no trabalho. Se eu não acelerar, não vou conseguir sair daqui hoje. Tem muita coisa pra resolver, e minha secretária fútil só atrapalha. Passo pela mesa da Gilmara, e ela quase se j**a em cima de mim. Que mulher atrevida! Pego o elevador, sentindo os olhares das mulheres queimando em mim. Sou mesmo, irresistível. Chego em casa e vou direto para o banho. Depois de me arrumar e passar meu perfume favorito, ouço: Toc-toc! — Quem é? — Pergunto. — Sou eu, filho! — responde minha mãe. — Pode entrar! Hoje me arrumei rapidinho — brinco. — Se duas horas é rápido, precisa mesmo rever seus conceitos de tempo, filho. — ela sorri.— Vai sair de novo? — pergunta, já sabendo a resposta. — Vou! Combinei de encontrar o Douglas no "Sex Club" — digo casualmente. — Aquele lugar não é bom, filho. Você deveria encontrar uma moça decente... — Mãe, por favor! Já sei onde quer chegar, e estou atrasado. Não me espere pra dormir — falo, dando um beijo rápido e saindo. Minha mãe ainda sonha que eu vá encontrar uma mulher para casar, como meu primo Ricardo fez. Mas, sinceramente, acho que esse dia nunca vai chegar. As duas mulheres com quem cheguei perto de me envolver me traíram, e não posso passar por isso de novo. Chego à boate e logo avisto Douglas, já sentado e bebendo. Me aproximo e me sento ao lado dele. Logo aparece a garçonete gata, a Jennifer. — Boa noite! O de sempre, senhor? — pergunta ela, com um sorriso provocante. — O de sempre, Jennifer. E nada de formalidades, já nos conhecemos bem — digo, devolvendo o sorriso malicioso. — Ok, volto já! — diz ela, piscando antes de se retirar. Douglas me olha curioso, e eu já sei o que vem: — O que aconteceu aí? Não tô entendendo nada — ele ri. — Comi ela algumas vezes. Aí aconteceu o de sempre: ficou no meu pé. E você sabe o que eu faço quando isso acontece, né? — digo, rindo debochado. — Chamou a Lúcia? Você ainda sai com ela? Podia me emprestar de vez em quando — ele ri, sarcástico. — Pode pegar a Lúcia! Eu não ligo. Mas digamos que a garota do balcão ficou meio assustada com o que viu, e me deixou em paz. — Espera... Você transou com a Lúcia na frente dela? Cara, você tá pior que eu! — Douglas me olha incrédulo. — Claro! Algemei a garota, e ela achou que eu ficaria com ela, mas chamei a Lúcia, que já estava esperando, transei com ela na frente da garçonete. Fiz tudo que podia com a Lúcia, e a outra queria me matar quando soltei — digo, sentindo a adrenalina da lembrança. — Você é muito safado, Wes! — diz ele, balançando a cabeça. — Não mais do que você! — rimos juntos. — E claro, só soltei a garota depois que a Lúcia foi embora. E pra fechar com chave de ouro, toquei a garçonete até ela gozar e comi ela também. Só queria que ela soubesse que quem manda sou eu, sempre! — explico, cinicamente. — E ela não fez nada depois que você soltou? — pergunta Douglas, ainda incrédulo. — Levei uns t***s. Mas quem liga? Valeu a pena. E pode apostar, logo ela me procura de novo. Duvido que me esqueceu! — concluo, me sentindo triunfante. Douglas ri, mas ele é igual eu, gosta é de farra, e mulher gostosa. Penso que é por isso que nos damos tão bem. . Quando cheguei em casa percebi que bebi demais. Fui tomar banho. Porém, a minha mente traiçoeira estava querendo me pregar peças, e eu olhava para o box, e via o reflexo da diaba da Louise, com aqueles cabelos castanhos longos, encostando na bunda, com todos os fios molhados, de quando ficávamos juntos no banheiro... — MERDA! — gritei com ódio quando percebi que estava me lembrando dela. Essa mulher está me tirando do sério. Foi só ouvir falar do nome dela, e eu já comecei a pirar. Preciso de foco! Ela é manipuladora e mentirosa. Não me deixarei levar por suas artimanhas novamente. Fui dormir com a mente bagunçada e demorei para pegar no sono, me virava de um lado para o outro na cama, já estava cansado de contar quantas divisórias tinham no meu criado mudo. Aquilo uma hora teria que me cansar. Ainda bem, que logo isso aconteceu e consegui dormir. De manhã, a mesma sessão de sempre... mais de duas horas para se arrumar para o trabalho. — Filho! Vai se atrasar! — Não vou não, mãe! Coloquei muita coisa em ordem ontem, e amanhã a Louise resolve tudo, nem vou me meter com o financeiro... — Louise? Que Louise? — Pergunta aparentemente confusa. — É, essa mesma que está pensando, mas não se preocupe que será apenas trabalho. Nem se iluda! — Digo para que ela entenda de uma vez, e não crie expectativas, pois sei muito bem que ela acredita que a Louise seja uma boa pessoa. Já que eu nunca contei sobre a humilhante tragédia, de mais uma vez, ter sido traído. — Uau! Vou desvirar o Santo Antônio, então! Pois na Lou, eu boto fé. — Diz sorridente, e eu gostaria de dizer tantas coisas, mas a dona Ema, saiu quase correndo, e até comecei a pensar na possibilidade dela ter realmente deixado o santo de cabeça para baixo. “Era só o que me faltava!“ Eu sempre soube que a minha mãe gostasse desse santo, e acreditasse nele, mas nunca vi, nem muito menos a ouvi, falando sobre virar e desvirar o Santo. Achei melhor sair de uma vez, e ir logo trabalhar, pois serviço não me faltava, e as olheiras, provavelmente estavam feias por culpa da noite tão mal aproveitada que tive, onde aquela mulher, ainda me visitou no sonho. Na empresa, fui logo ligando o notebook, estava cheio de coisas para resolver e o telefone não parava de tocar. Distraído, ouvi a voz da Gilmara discutindo com alguém, e isso me irritou, mas ouvi falar em chamar a segurança, então achei melhor ir até lá. Saí pelo corredor e até que gostei da cena que vi, uma loira muito gata, com um corpo de modelo, num belo salto, e uma minissaia perfeita com um mini blazer combinando... espera! Quem é ela?Capítulo 3 Louise Gomez Nasci e cresci em La Plata, na Argentina. É um lugar bonito, cheio de lembranças, mas muitas delas eu preferiria esquecer. Embora minha família esteja por perto, sempre sonhei em morar em outro país, longe de tudo que me mantém ancorada ao passado. Quero uma vida nova, em uma cidade movimentada, cercada de arranha-céus, onde o ritmo agitado das ruas me faça sentir viva. Aos 24 anos, sou uma mulher com um sonho — e algumas cicatrizes que prefiro não mencionar. Atualmente, moro com minha irmã Mayara e sua família. Comecei a trabalhar como ajudante de limpeza na casa dela, mas, com muito esforço, consegui ingressar na faculdade. Trabalhava na casa e até na roça para pagar metade da mensalidade, pois consegui uma bolsa. Foi uma fase corrida da minha vida, dividir o tempo entre o trabalho e os estudos enquanto ainda ajudava meu pai a cuidar da minha mãe, que enfrentava um câncer. Ricardo, meu cunhado e chefe, foi um grande apoio. Quando soube que
CAPÍTULO 4 Louise Gomez (No dia seguinte) — Bom... eu preciso ir — Digo ao me despedir. — O motorista vai te levar até o aeroporto. Já conversei com a equipe, e lá você terá o seu próprio motorista e funcionários para cuidarem da casa. Um deles irá te buscar no aeroporto de Boston — explica Ricardo. — Tia, você vai voltar? — pergunta Melissa, com seus olhinhos curiosos. — Claro, querida. A tia vai trabalhar lá, mas os passeios ainda serão aqui. Logo eu venho visitar vocês, ou então, seus pais te levam para lá. O que você acha? Ela bate as mãozinhas, feliz. — Eu quero viajar, mamãe! — Claro, lindinha. Logo iremos visitar a tia Lou — May responde com um sorriso. . Conforme o Ricardo havia dito, o motorista veio me buscar; nem precisei esperar muito no aeroporto. Enquanto observava as pessoas e o tráfego, avistei um carro preto, com a placa que o Ricardo havia me enviado. Era um carrão. O motorista desceu para abrir a porta, e parecia já saber quem
CAPÍTULO 5 Wesley Taylor A melhor parte foi ver aquela gostosa a muito pouco de acabar com a raça da Gilmara. Tive que me segurar para não rir, pois como CEO, preciso dar o exemplo, mas eu até gostaria de ver aquela briga. Vi que ela soltou os cabelos da minha secretária, e foi difícil não rir da cara dela de medo ou receio de apanhar. Foi aí que tomei o maior susto da minha vida... se tivessem me contado, eu não acreditaria! Como pode uma mulher ficar tão atraente com o passar do tempo? Era ela ali na minha frente. Mais de quatro anos depois, e muito mais bonita do que antes! Parece uma mulher muito mais segura de si, e muito bem produzida. Com roupas de grife, e acessórios delicados. Com uma maquiagem leve, mas muito bem feita, dá para ver que não é mais aquela garota simples e extrovertida que conheci numa cidade pequena em meio a verdes plantações, e que me ajudou a andar a cavalo. — Puta que pariu! — Deixei escapar. — Como, senhor? — Perguntou a Gilmar
CAPITULO 6 Louise Gomez Eu parei na sua frente com uma excelente postura, e o encarei com os meus belos olhos azuis matadores, bem firme. Quero que ele veja bem, o mulherão que perdeu, e que nunca mais terá. Pois, se tem uma coisa que eu sou, é vingativa. E ele seria o último homem para qual eu olharia. Parada na sua frente, não posso negar que me deu uma balançada, mas dois toques e eu voltei a si, foi apenas coisa de momento, e o fato de não vê-lo a tantos anos, deve ter me confundido. Foi um pouco estranho, pois se eu não soubesse tudo o que ele me fez no passado, poderia jurar que o jeito que ele me olhava, era de quem ainda gostava de mim. Talvez eu tenha mudado um pouco, e ele tenha estranhado as mudanças, mas não me importo nem um pouco com o que ele acha, ou não. Provavelmente foi só o lado cafajeste dele se manifestando, mas eu não caio mais nessa, não. Tenho muitos planos, e o Wesley não está presente em nenhum deles. Gostei dele colocar a cobrinha silicon
CAPITULO 7 Wesley Taylor Douglas continuava tentando consertar a situação: — Cara... agora fiquei com pena de você! Ela é outro nível de mulher, e duvido que vá conseguir manter o seu amigo dentro das calças. Até considero a Gilmara feia perto dela... — Tá, pode parar! Aqui não tem nenhum coitadinho, não! Eu já estou melhor. Só preciso estabelecer as mesmas regras de segurança que estabeleço com as demais, e estará tudo certo. Desta vez, essa mulher vai ficar chupando dedo se veio com a intenção de me atrair. Estou muito bem do jeito que estou, e ela não vai me fazer mudar nada — passei a mão no rosto. — Olha, achei ela muita areia para o seu caminhãozinho. Não sei não, quem é que vai ficar chupando dedo nessa história. Desculpa, aí cara! Mas ela é top demais, quando o resto da empresa conhecer, vai ter muita concorrência, e terá que trabalhar muito, para chegar aos pés dela — o maldito riu da minha cara. — Eu não vou falar mais nada, vou ficar na minha. E tem mais,
CAPITULO 8 Louise Gomez Fui com a cara e a coragem na sala do “chef”. Logo que entrei na sala, ele veio querendo me ensinar o que eu deveria fazer, mas eu nem permiti que continuasse. Fiquei muito puta com isto, pois ele deve estar com amnésia, só pode. Esqueceu, que me abandonou como se eu não fosse nada na vida dele, e como se eu tivesse cometido um crime, para me bloquear até mesmo, no WhatsApp. Pelo menos, ele já entendeu algumas coisas, e principalmente que precisa colocar a lambisgoia no lugar dela, e já é algo a menos para eu resolver. Voltei para a minha sala, e continuei a organizar algumas coisas até o horário de almoço, mas agora preciso encontrar um lugar para almoçar, que já estou varada de fome. Saí da minha sala com a minha bolsa, dei aquela arrumada básica nos cabelos, e retoquei o batom. Fui até o elevador, e o cara bonitão que vi mais cedo, chegou também. — Nos encontramos novamente. Acho que isso significa que deveríamos ir almoçar juntos
CAPÍTULO 9 Wesley Taylor Decidi pedir o meu almoço aqui na empresa mesmo, preciso adiantar o meu trabalho, e arrumar algumas merdas Que a Gilmara faz. Eu até posso demiti-la, mas foi um favor que fiz a um amigo, colocando a irmã dele para trabalhar aqui, então vou evitar enquanto der, mas paciência tem limite, e confesso que já estou muito cansado dela. Vi que o Douglas estava me ligando, mas resolvi ignorar, ele está difícil hoje, e com certeza quer falar sobre a Louise, e eu não quero ouvir nada, então vou deixar ele em off hoje, sem contar o tanto de coisas que eu posso adiantar aqui, enquanto evito a chatice dele no meu ouvido. Mas não adiantou nada, pois vinte minutos depois, ele já estava como um furacão dentro da minha sala, falando coisa, com coisa. — Cara, respira! Fala uma coisa de cada vez, não entendi nada! — falei para ele. — Tá, vamos por partes! Levei a Louise para almoçar... — Mas, você não perdeu tempo, né? Tá certo que falei para ir fundo, mas pelo jeito s
CAPITULO 10 Louise Gomez Cheguei na minha sala, e logo fiz a ligação para o meu cunhado Ricardo: No celular: — Alô? — Oi Lou! Como está? Se adaptou bem, na casa? E aí na empresa? — Perguntou o Ricardo. — Bom! Não foi aquelas coisas, mas estou indo! Já a sua casa, é maravilhosa! Estou amando ficar lá, o ruim é a falta que tenho de vocês, principalmente das crianças! — Respondo. — Logo tudo se encaixa, você vai ver! A Mayara, sente muita falta sua, também para cuidar dos gêmeos, e as crianças perguntam o tempo todo, quando a tia Lou, vem passear aqui? Mas... ligou para saber da vaga né? Eu consegui uma vaga boa para o Lourenzo no departamento de recursos humanos, já liguei para ele, agora mesmo, ficou combinado dele vim aqui, provavelmente amanhã ele já embarca para Boston. — Obrigada Ricardo! Fico feliz! Vou encontrar um lugar para ele ficar, não quero ele na sua casa, pois ainda não estou casada, né? — Brinco. — Mas, eu não me importo Lou. Você é