Nicolas entrou em sua sala naquela manhã, sendo seguido pela sua renomada assistente e secretária.
— Senhor Santinelli, você terá uma reunião em 40 minutos com seu pai e dois advogados de sua família.
— Hm – Murmurou, sentando-se em sua cadeira confortável acolchoada de couro marrom.
— E em menos de 2 horas terá outra com os Farias.
— Ah essa, eu tenho uma surpresa para essa reunião – Sussurrou ele quase inaudível, mas o suportável para ela escutar. — Quero que Rafael vá em meu lugar.
— O quê, senhor? Mas é uma reunião extremamente importante – Ruborizou ela, mas de raiva e medo de algo dar errado.
— Eu sei.
— Por isso espero que o senhor vá.
— Rafael é competente, sabe o que faz. – Ele disse dando um sorriso de canto capaz de encharcar a calcinha da secretaria e induzindo-a ao pecado profundo.
— Perdão, senhor Santinelli... – Ela se recompôs ajeitando o decote. — Mas ele é um idiota.
— Não completamente – A voz bonita e adorada de Emy preencheu o lugar, Nicolas a encarou com certo desejo e reverência, afinal era sua amiga e sócia há muito tempo.
Emy tinha seus certos encantos, mas Nicolas não a via como mulher o suficiente para levá-la a algo mais profundo do que uma amizade.
— Nós deixe a sós. Preciso falar com ele – Ordenou à mulher que deu uma última olhada para Nicolas balançando-se em sua cadeira de couro, e saiu rapidamente.
— Não vou repetir – Ele a observou fechar a porta, seu olhar era sério desejando poder enforcá-la, odiava seu jeito de tratar seus subordinados — Não gosto que a trate assim.
— Pouco me importa – Ela apoiou-se sobre a mesa deixando Nicolas admirar seu decote explícito. – Não mande Rafael àquela reunião, precisamos dos Farias como sócios.
— Tenho dois Farias trabalhando para mim, é apenas para dizer sim à questão.
— Eu não trabalho para você, eu trabalho com você. É diferente – Ela sentou sobre a mesa deixando sua saia levantar um pouco. — Precisamos sair Nicolas, juntos. – Ofereceu-se como fazia todas as manhãs.
— Eu sei... – Ele sorriu. – Por isso tenho Rafael, que está atrasado. Filho da mãe! – Disse o moreno empurrando a ruiva da mesa e começando a mexer nos papéis ali — Você tem algo para fazer não tem? – Perguntou-lhe.
— Sim. – Respondeu ela com raiva, mas saiu sem dizer uma única palavra a mais.
Mais uma vez sozinho naquela sala, as lembranças e a bela imagem da garota da noite passada veio com força em sua mente. Era bonita demais para ter sido deixada naquele lugar.
O mais incrível ainda, era ainda está pensando nela. — Impossível. Eu não sou assim – Sorriu ele e tornou a batucar o lápis na mesa de madeira preta da melhor qualidade. Ele sorriu de canto, seus olhos brilhosos e cativantes insistiam em ser olhados mais uma vez, de ser adorados e venerados por mais uma delicada e amada vez.
Ele iria voltar a aquele lugar.
— NICOLAS, MEU AMIGO. – Rafael arreganhou a porta assustando o moreno, tirando-os de seus devaneios cheios de desejo e malícia. —PORQUE VOCÊ JOGOU ESSA REUNIÃO PARA CIMA DE MIM? EU ODEIO DISCUTIR COM MEUS PAIS SOBRE NEGÓCIOS, EU TENHO MEDO DELES, EU VOU CEDER.
— Se fizer isso eu vou te demitir. Aí você vai trabalhar para eles – Disse simplesmente, ainda brincando com o lápis na mão.
— Nicolas... – Rafael massageou as têmporas e olhou o amigo. — Como eu odeio você.
— Esse é o castigo por você ter me levado àquele lugar asqueroso.
— Você que é abusado. Eu peguei o número que duas gatinhas se quiser um é só dizer. Vamos sair hoje à noite. Eu a convidei...
— Você não vai a lugar algum. – Nicolas disse levantando-se de sua cadeira e virou as costas olhando além dos prédios e pessoas trafegando pelas ruas de Seant. — Tenho planos hoje à noite.
— É mesmo? Com quem? – Cruzou os braços, curioso.
— Com você.
— Hã?
— Vamos voltar à boate hoje à noite.
— O QUÊ? - Respirou fundo sem acreditar — Isso tem alguma coisa haver com aquela garota de ontem? - Nicolas ergueu o olhar — Ah sim, Emelly era seu nome.
Nicolas não soube o que sentiu naquele momento, mas uma tristeza invadiu seu coração de uma hora para outra. Um sentimento de angústia, uma escuridão tão intensa e uma dor aguda devastadora apossaram de seu peito, que chegou a doer. Bufou com aquilo, ele se aproximou rapidamente da mesa para buscar um lápis e tacar em Rafael, que desviou facilmente.
Rafael olhou o amigo e depois encarou seus olhos, logo percebeu um brilho diferente, era do jeito que ele via seu pai olhar sua mãe, quando se olhavam discretamente, era como seus tios se olhavam, o mesmo brilho estava nos olhos de Nicolas. Era como se seu amigo mais velho tivesse completamente... Apaixonado?
— Não... – Ele começou. — Não é possível. Você ficou afim de alguém.
— Vai para sua sala Rafael – Ordenou.
— Não acredito Nicolas – Rafael levantou-se animado, porém dessa vez foi acertado pelo segundo lápis lançado em sua cara. — Eu vou voltar lá, e sim eu vou encontrar aquela mulher e vou trazer ela para seus braços. Entenda, você tem que namorar, tem que se divertir, já vai fazer trinta anos e nada de ter uma namorada, uma esposa, alguém para dizer “ei, estou ficando com aquela garota”. Como alguém consegue viver assim?
— Vai logo para sua sala e para de falar asneiras. – Gritou duramente e Rafael assentiu dando um sorriso malicioso para o amigo que bufou virando o rosto.
Rafael caminhou com um sorriso safado nos lábios até a porta e quando abriu ele respirou fundo. Voltou-se para Nicolas que se acomodava em sua cadeira que lhe dava tanto poder.
— Você gostou da garota e tem que admitir. Você pega ela, ou quem vai pegar sou eu. – Inflamou Rafael e correu batendo a porta.
— Mas é um idiota mesmo – Murmurou emburrado. Mas não poderia negar que seu amigo estava certo, ele havia gostado mesmo da rosada delicada e frágil que tinha visto na noite anterior.
Podia até negar o interesse repentino que sentiu por ela assim, como se ela apenas tivesse aparecido e seu coração acelerado e pedido por um abraço, um olhar, ao menos uma conversa mais duradoura? Riu de novo revirando os olhos. Demorou tanto tempo para encontrar uma pessoa interessante e agora não tira ela da cabeça? É para se sentir assim mesmo?
Tá tudo bem?
Depois de um dia cansativo as atividades da escola e uma visita obrigatória na casa da sua mãe, finalmente, ela estava de volta em seu quarto. Tirou sua camisa longa e sua calça apertada, terminou de se despir completamente no banheiro e, como de costume, parou em frente ao espelho comprido, que ia do chão ao teto em seu banheiro. Novamente, observou seu corpo deslumbrante em frente a ele.Ela sorriu, assistindo sua pele maravilhosa brilhar com a luz do cômodo, Emelly amava seu corpo de todas as formas. Por um impulso escrupuloso, pensou outra vez naqueles olhos negros e penetrantes, fitando-a com malícia e tocando em seu corpo da cabeça aos pés, venerando-a. Emelly entreabriu os lábios e gemeu com aquele pensamento. Por que desde que o viu não parava de pensar nele? Desejava poder um dia olhá-lo novamente, admirar sua beleza, tocar em seu cabelo longo e negro e descer as mãos pelo seu rosto lindo, esculpido e adorado pelos anjos. Seria ótimo poder tocá-lo e sentir seu toque.Porém, t
Nicolas estava por ali novamente, sua ira ainda estava grudada em seu peito e parecia ter crescido mais quando ela sumiu de sua vista. Ele saiu do bar em busca daquela garota, ele queria poder ver seus olhos novamente de perto, vê-la sorrir, era só isso que ele queria admirar de novo. Seus lábios formaram uma curva, transformando-os em um sorriso encantador e formoso.Emelly chegou ao bar com Raissa no seu pé, ela não dizia nada, apenas vigiava Emelly, porque sabia dos seus problemas, e provavelmente Emelly iria ficar muito mal depois.— Emelly, a diva dos olhos verdes mais lindos da noite... O que deseja? – Perguntou o garçom animado.— Eu quero uma cerveja, pode ser? – Ela perguntou com um de seus sorrisos sedutores e o garçom deu um passo para trás franzindo os olhos.— Vai beber? – Ele a olhou bem nos olhos. — Você nunca bebe. E eu não sei se você tem idade o suficiente para beber, Emelly.— Me dá logo – Ela piscou olhos e sorriu, deixando o garçom hipnotizado pela beleza exótica
Tão tímida e ao mesmo tempo atrevida? Seus olhos brilhavam como diamantes, como o sol ao amanhecer, como as estrelas ao redor da lua, uma obra prima que Nicolas encarava com convicção, afeto e um gosto redobrado.— Vem cá. – Nicolas aproximou-se dela devagar, não queria assustá-la. Afinal, Emelly tinha acabado de ser salva de maluco e possível estuprador. — Você ainda está muito nervosa e precisa se acalmar. – Ele mexia os lábios lentamente para que ela entendesse e Emelly os fitava, mal entendendo o que dizia.Nicolas segurou a mão dela levando-a para fora daquele lugar. Estava barulhento demais para uma conversa a qual ele queria ter com a rosada. Emelly olhou para sua mão e depois para seu peito, o suéter verde quase da cor dos seus olhos, tinha uma mancha grande de maquiagem e ela teve certeza que a culpada daquela sujeira toda era sua.Ela fechou os olhos e tentou respirar o ar puro, o que foi impossível quando os abriram novamente eles brilharam com a determinação, buscou a cora
— Apenas te conhecer melhor. – Avisou, calmamente. Emelly se sentiu tão excitada olhando-o nos olhos. Olhos aqueles que estavam a hipnotizado, loucamente. A garçonete voltou e depositou o copo de Emelly sobre a mesa, olhou de cara feia para a rosada que lhe devolveu o olhar da mesma forma. Depois de uma piscadela para Nicolas, ela se foi.— Não há muito que saber de mim. – Disse simplesmente e deu um gole do seu suco.— Hm... Mora muito longe daqui? – Ele perguntou ainda brincando com o guardanapo.— Não. Moro há quatro quarteirões em um apartamento com duas amigas.— Duas amigas? – Nicolas sorriu — E seus pais?— Você é detetive por acaso? – Emelly fechou a cara e Nicolas levantou uma sobrancelha — Se tiver sido minha mãe que mandou, pode a mandar pastar, eu não devo satisfações a ela. – Completou raivosa.— E por acaso eu tenho cara de detetive? – Ele perguntou um pouco irritado e largou o pedaço de pano com que brincava.Emelly engoliu seco e desviou o olhar, claro que ele não tinh
Emelly acordou feliz naquela manhã de sábado. Um novo brilho no olhar surgia naquela íris esverdeada. Sentou-se sobre o colchão da cama lembrando-se do maravilhoso sorriso daquele homem. Por que ele tinha que ser tão lindo? Ela olhou para a janela, as cortinas balançavam para dentro e fora do quarto, deixando um espaço em aberto para a luz de o sol entrar. A rosada passou as mãos pelo rosto, o olhar dele não saia da sua cabeça, não saia da sua mente.A voz rouca dizendo-a que ela era linda. E o que era melhor, a chamou para sair. Emelly não era o tipo de menina que saía para encontros a dois. Gostava de sair com amigos em uma multidão, só que com aquele ser humano ela queria estar sozinha. Queria poder observar sua beleza, queria estar a sós para vê-lo sorrir somente para ela. Ela riu com aquilo, o sorriso dele era o mais encantador que ela já tinha visto na vida. Um rostinho perfeito como o daquele homem não se via, e muito menos se achava em qualquer lugar.De repente a porta de seu
— Você vai jantar com ela? – Rafael comentou enquanto caminhavam pelas ruas. — Ela é gata.— Quer parar de falar? – Nicolas se viu enciumado só por mencionar Emelly no meio da conversa que estavam tento.— Só isso? Vai levá-la para comer e depois para o seu apartamento, para você ter a sobremesa? – Levantou a mão para baterem em um comprimento. Nicolas ficou apenas olhando para ele. — Aff...— Não, eu não pensei em levá-la para meu apartamento. Apenas... – Suspirou — Apenas quero conhecê-la melhor.— Hm. Claro que eu já deveria saber que você não iria simplesmente levar uma garota para sair e depois para motel. Você é uma pessoa especial. Conhece ali, conhece assim. Muito cuidado com quem fica, que qualquer mulher que ter um herdeiro da sua família. – Rafael sorriu malicioso. Passando os olhos pelas mulheres que estavam à sua volta.— Claro que não, babaca. O sorriso dela é diferente, é tão infantil, chega a se parecer como de uma adolescente.— Você de fato se apaixonou. – Confirmou
Ainda no prédio de Emelly, Nicolas conduzia a mulher ao seu lado para fora. Estava tenso e ao mesmo tempo impressionado com a beleza que a rosada tinha. O vestido vermelho colado ao seu corpo a deixava sexy mesmo que não percebesse. Estava esbelta e Nicolas não conseguia deixar de olhá-la. Seu sorriso bobo nos lábios, o riso que ele tanto queria ver; puro e inocente que chegava a se tornar infantil. Quando chegaram à portaria, Nicolas pediu para que fossem buscar seu carro, depois voltou a olhar Emelly, que o olhava da mesma forma. Nicolas estava muito bonito, estava vestido adequadamente para um encontro, para o seu primeiro encontro.Seus cabelos estavam arrepiados, Emelly apertou suas mãos que segurava a bolsa, queria tanto mexer naqueles cabelos e puxá-los, trazê-los para perto de si e beijá-lo. Não que ela fosse o tipo de menina que faria isso com qualquer homem bonito que via por aí. Mas Nicolas a deixava fora de órbita e, pensava ela, em fazer coisas arrebatadoras.— Tudo bem?
Quando ele levantou, Emelly o olhava um tanto quanto surpresa. Admirou para seus pés, relutante, e tornou a olhá-lo espantada com tamanha gentileza que ele estava mostrando. Novamente, ele estendeu sua mão, demasiadamente trêmula, e Emelly aceitou com um sorriso no rosto. Começaram a caminhar na praia bem devagar, conversavam sobre coisas animadas, como bandas, músicas favoritas e outras coisas. A conversa chegou até o carro do moreno que explicou ser seu bem mais precioso, ninguém o tocaria sem sua permissão.Chegaram ao um ponto da praia onde ficaram bem à frente da luminosidade da lua sob a água. Emelly soltou as mãos dele, dando pulinhos de alegria sobre a areia. A vista estava deslumbrante, completamente maravilhosa. Logo em sua mente veio uma ideia absurdamente louca. Ela voltou-se para Nicolas e deu um de seus sorrisos infantis.— Vamos dar um mergulho? – Perguntou. Nicolas franziu a testa e olhou para o mar, estava de noite e ele tinha certeza que aquelas águas estavam muito g