Eu estava sentada na cozinha ao lado de Frieda, ocupadas com pequenos afazeres e trocando confidências. Havia algo reconfortante em ter alguém com quem conversar. Alguém que, apesar de tudo, parecia querer se a miha amiga , eu gostava da senhora Edith e confiava nela, confiava muito, mas Frieda era como uma amiga confidente, e nossa amizade estava se tornando sólida e forte. — É verdade que você pode transformar alguém em... alguém como você? — perguntei, minha voz baixa, quase um sussurro, porque que não queria que as outras pessoas que trabalhava na casa ouvissem..Frieda parou o que estava fazendo, seus olhos claros encontrando os meus com certa hesitação. — É verdade, senhora.— Não me chame de senhora. Somos... amigas. — Disse com um pequeno sorriso, tentando fazê-la relaxar.— É sim. — Ela respondeu, ainda formal, mas com um pequeno brilho de gratidão no olhar.— E... se eu pedisse, você transformaria meu pai? — As palavras saíram antes que eu pudesse pensar melhor.Ela ficou
Entrei no quarto e fui direto para o banheiro. O vapor quente da água parecia aliviar o peso dos pensamentos, mas, ao mesmo tempo, as palavras de Krampus ecoavam em minha mente, como um sussurro persistente. Era como se ele estivesse comigo, mesmo à distância, invadindo o espaço mais íntimo da minha mente."Sei que está fugindo. Sei que está evitando."Fechei os olhos com força, tentando afastar a voz. Esforcei-me para manter a mente em branco, para que ele não percebesse a confusão que me consumia. Depois do banho, enrolei-me em uma toalha e fui para o armário, buscando algo para vestir. Estava colocando uma peça íntima quando ouvi a porta se abrir.Antes que eu pudesse reagir, Krampus já estava ao meu lado. Ele me puxou para perto, sua força inescapável, e me deitou na cama. Seu olhar, ardente e intenso, era quase impossível de encarar, mas, mesmo assim, tentei empurrá-lo, sabendo que minha força era insignificante. Ainda assim, o fiz.— Não faça isso comigo, Analia. — Sua voz era g
O lobo inclinou-se, seu rosnado transformando-se em um som baixo e gutural. Ele passou a língua devagar, começando na parte mais baixa e subindo com cuidado. Meu corpo estremeceu, um misto de nervosismo e algo que eu não queria admitir. A sensação era quente, quase reconfortante, mas ainda assim, meu coração batia acelerado.— Está tudo bem. — A voz de Krampus veio como um eco suave em minha mente. — Só relaxe.O som do lobo era algo que nunca imaginei ouvir. Não um rosnado ou uivo, mas um choro suave, quase como o de um pequeno cachorro. Era como se ele expressasse alegria, uma felicidade crua enquanto me lambia. A língua dele explorava minha pele com devoção, pressionando minha carne com cuidado, mas ainda assim profundamente intensa.Quando a ponta da língua entrou em mim completamente, soltei um grito que parecia escapar sem meu controle. Era uma sensação avassaladora, algo que incendiava cada célula do meu corpo. E então, quando ele subiu novamente, passando a língua em meu clitó
Eu ouvi os gritos vindo do lado de fora. A voz de Wolfgang chamava Krampus com urgência, carregada de tensão. Krampus se levantou imediatamente, vestindo-se às pressas. Antes de sair, ele me olhou, a expressão grave.— Fique aqui, Analia. — Ordenou, mas eu sabia que não conseguiria ficar parada.Levantei-me e corri atrás dele, ignorando seus protestos enquanto puxava meu vestido longo. O frio do lado de fora parecia cortar minha pele, mas nada poderia me preparar para o que vi ao chegar ao pátio. Meu coração quase parou.Uma mulher estava deitada no tapete de pele que ficava no centro do espaço. Ela era bonita, ou pelo menos tinha sido. Agora, estava definhando. Sua pele pálida parecia translúcida, seus olhos fundos estavam cheios de uma dor que eu não conseguia descrever. Um suspiro preso escapou dos meus lábios.— Krampus, quem é ela? — Perguntei, sentindo meu coração apertar.Krampus hesitou, seus olhos fixos na figura frágil à nossa frente. Sua voz saiu baixa, quase como se ele nã
Minha mãe estava deitada na cama, pálida e frágil como uma porcelana prestes a se quebrar. Eu não conseguia tirar os olhos dela, minha respiração presa no peito, enquanto Krampus se movia ao redor, ajustando os suprimentos que Wolfgang trouxera. Eu sabia que aquele momento seria crucial.— Prepare tudo, Wolfgang. Não temos muito tempo. Era por mim.. eu sabia, não tinha a ilusão da bondade de Krampus, mas para mim, aquilo bastava.Wolfgang assentiu rapidamente, abrindo uma pequena maleta com tubos e seringas. Ele parecia calmo, mas eu podia ver a tensão em seus movimentos, se ela errase, seria punido pelo alfa, o lobo de Krampus não perdoava niguém.— Vai dar certo? — Minha voz saiu como um sussurro.Krampus me olhou por cima do ombro, os olhos cheios de algo que parecia uma mistura de confiança e preocupação. — Sim. Mas precisamos ser rápidos.Eu segurei minha respiração enquanto ele fazia um pequeno corte no braço. O sangue dele era diferente. Não era só vermelho; tinha um brilho q
AnáliaEu percebi a movimentação na casa e, sem pensar, fui em direção à porta. Estava prestes a sair quando Krampus me parou, sua figura bloqueando o caminho como uma muralha.— O que houve? — Perguntei, tentando passar por ele.Ele cruzou os braços, os olhos prateados brilhando com seriedade. — Seu pai vai fazer a transformação.Meu coração deu um salto. — Eu quero ver, Krampus. Preciso estar lá.Ele balançou a cabeça, firme. — Não pode, Analia. Não pode porque ele não quer que você veja. Ele vai ficar irracional por algumas horas, e depois disso, precisará alimentar sua mãe. Mais tarde, minha pequena alce assustada, eu a levo para vê-los. Mas agora, você precisa ficar aqui. EStou mandando você ficar aqui.— Não pode me proibir. — Respondi, quase indignada.Ele inclinou a cabeça, um sorriso provocador surgindo em seus lábios. — Posso, Analia. Sou o seu alfa, sou seu mais do que de qualquer outro mem.bro da minha matilha. Quando tudo se acalmar, eu a levo para ver seu pai e sua mãe.
AnáliaAs coisas estavam se acalmando... ou melhor, dentro de mim, parecia que as coisas estavam finalmente encontrando algum equilíbrio, mas para Frieda não, Frieda estava de mudança para a casa de Wolfgang, meu pai tinha sumido por alguns dias e, segundo Krampus, ele e minha mãe estavam se entendendo. Krampus garantia que, em alguns meses, minha mãe estaria andando de bem com a vida novamente. Eu acreditei, porque queria acreditar. Mas isso não diminuía minha vontade de vê-los. Apesar dos pedidos para que eu não interferisse, minha curiosidade crescia a cada dia. Meu pai tinha me proibido de ir na casa dele.Enquanto tentava distrair meus pensamentos, peguei um pedaço de torta para comer, mas no momento em que dei a primeira mordida, meu estômago revirou. A tontura veio tão rápido que mal tive tempo de me segurar. Por sorte, fui amparada pelo pai de Krampus, que apareceu do nada, sempre atento.— Sente-se, minha filha. — Disse ele, me ajudando a alcançar a cadeira mais próxima. Antes
AnáliaEu me sentei na varanda da casa grande, o sol tímido da manhã iluminando meu rosto. Minhas mãos repousavam sobre a barriga, mesmo que não houvesse sinais visíveis de gravidez. Era surreal pensar que eu estava carregando um bebê completamente formado. E não apenas qualquer bebê — o filho de Krampus.O médico havia confirmado tudo naquela manhã. Era um menino. Um menino forte, saudável, e que podia nascer a qualquer momento. A gestação de um lobo-alfa em uma companheira sucubus era rápida, intensa, mas, segundo o médico, natural. O que para humanos levaria meses, para mim acontecia em questão de semanas. Agora, cada segundo parecia uma eternidade de expectativa e medo.Krampus estava sentado ao meu lado, observando-me com aquele olhar penetrante que sempre fazia meu coração acelerar.— O que está pensando, pequena alce? — Ele perguntou, sua voz grave e carinhosa ao mesmo tempo.Eu suspirei, tentando organizar meus pensamentos. — Sobre o parto. Sobre ele. Krampus, ele pode nascer