O lobo inclinou-se, seu rosnado transformando-se em um som baixo e gutural. Ele passou a língua devagar, começando na parte mais baixa e subindo com cuidado. Meu corpo estremeceu, um misto de nervosismo e algo que eu não queria admitir. A sensação era quente, quase reconfortante, mas ainda assim, meu coração batia acelerado.— Está tudo bem. — A voz de Krampus veio como um eco suave em minha mente. — Só relaxe.O som do lobo era algo que nunca imaginei ouvir. Não um rosnado ou uivo, mas um choro suave, quase como o de um pequeno cachorro. Era como se ele expressasse alegria, uma felicidade crua enquanto me lambia. A língua dele explorava minha pele com devoção, pressionando minha carne com cuidado, mas ainda assim profundamente intensa.Quando a ponta da língua entrou em mim completamente, soltei um grito que parecia escapar sem meu controle. Era uma sensação avassaladora, algo que incendiava cada célula do meu corpo. E então, quando ele subiu novamente, passando a língua em meu clitó
Eu ouvi os gritos vindo do lado de fora. A voz de Wolfgang chamava Krampus com urgência, carregada de tensão. Krampus se levantou imediatamente, vestindo-se às pressas. Antes de sair, ele me olhou, a expressão grave.— Fique aqui, Analia. — Ordenou, mas eu sabia que não conseguiria ficar parada.Levantei-me e corri atrás dele, ignorando seus protestos enquanto puxava meu vestido longo. O frio do lado de fora parecia cortar minha pele, mas nada poderia me preparar para o que vi ao chegar ao pátio. Meu coração quase parou.Uma mulher estava deitada no tapete de pele que ficava no centro do espaço. Ela era bonita, ou pelo menos tinha sido. Agora, estava definhando. Sua pele pálida parecia translúcida, seus olhos fundos estavam cheios de uma dor que eu não conseguia descrever. Um suspiro preso escapou dos meus lábios.— Krampus, quem é ela? — Perguntei, sentindo meu coração apertar.Krampus hesitou, seus olhos fixos na figura frágil à nossa frente. Sua voz saiu baixa, quase como se ele nã
Minha mãe estava deitada na cama, pálida e frágil como uma porcelana prestes a se quebrar. Eu não conseguia tirar os olhos dela, minha respiração presa no peito, enquanto Krampus se movia ao redor, ajustando os suprimentos que Wolfgang trouxera. Eu sabia que aquele momento seria crucial.— Prepare tudo, Wolfgang. Não temos muito tempo. Era por mim.. eu sabia, não tinha a ilusão da bondade de Krampus, mas para mim, aquilo bastava.Wolfgang assentiu rapidamente, abrindo uma pequena maleta com tubos e seringas. Ele parecia calmo, mas eu podia ver a tensão em seus movimentos, se ela errase, seria punido pelo alfa, o lobo de Krampus não perdoava niguém.— Vai dar certo? — Minha voz saiu como um sussurro.Krampus me olhou por cima do ombro, os olhos cheios de algo que parecia uma mistura de confiança e preocupação. — Sim. Mas precisamos ser rápidos.Eu segurei minha respiração enquanto ele fazia um pequeno corte no braço. O sangue dele era diferente. Não era só vermelho; tinha um brilho q
AnáliaEu percebi a movimentação na casa e, sem pensar, fui em direção à porta. Estava prestes a sair quando Krampus me parou, sua figura bloqueando o caminho como uma muralha.— O que houve? — Perguntei, tentando passar por ele.Ele cruzou os braços, os olhos prateados brilhando com seriedade. — Seu pai vai fazer a transformação.Meu coração deu um salto. — Eu quero ver, Krampus. Preciso estar lá.Ele balançou a cabeça, firme. — Não pode, Analia. Não pode porque ele não quer que você veja. Ele vai ficar irracional por algumas horas, e depois disso, precisará alimentar sua mãe. Mais tarde, minha pequena alce assustada, eu a levo para vê-los. Mas agora, você precisa ficar aqui. EStou mandando você ficar aqui.— Não pode me proibir. — Respondi, quase indignada.Ele inclinou a cabeça, um sorriso provocador surgindo em seus lábios. — Posso, Analia. Sou o seu alfa, sou seu mais do que de qualquer outro mem.bro da minha matilha. Quando tudo se acalmar, eu a levo para ver seu pai e sua mãe.
AnáliaAs coisas estavam se acalmando... ou melhor, dentro de mim, parecia que as coisas estavam finalmente encontrando algum equilíbrio, mas para Frieda não, Frieda estava de mudança para a casa de Wolfgang, meu pai tinha sumido por alguns dias e, segundo Krampus, ele e minha mãe estavam se entendendo. Krampus garantia que, em alguns meses, minha mãe estaria andando de bem com a vida novamente. Eu acreditei, porque queria acreditar. Mas isso não diminuía minha vontade de vê-los. Apesar dos pedidos para que eu não interferisse, minha curiosidade crescia a cada dia. Meu pai tinha me proibido de ir na casa dele.Enquanto tentava distrair meus pensamentos, peguei um pedaço de torta para comer, mas no momento em que dei a primeira mordida, meu estômago revirou. A tontura veio tão rápido que mal tive tempo de me segurar. Por sorte, fui amparada pelo pai de Krampus, que apareceu do nada, sempre atento.— Sente-se, minha filha. — Disse ele, me ajudando a alcançar a cadeira mais próxima. Antes
AnáliaEu me sentei na varanda da casa grande, o sol tímido da manhã iluminando meu rosto. Minhas mãos repousavam sobre a barriga, mesmo que não houvesse sinais visíveis de gravidez. Era surreal pensar que eu estava carregando um bebê completamente formado. E não apenas qualquer bebê — o filho de Krampus.O médico havia confirmado tudo naquela manhã. Era um menino. Um menino forte, saudável, e que podia nascer a qualquer momento. A gestação de um lobo-alfa em uma companheira sucubus era rápida, intensa, mas, segundo o médico, natural. O que para humanos levaria meses, para mim acontecia em questão de semanas. Agora, cada segundo parecia uma eternidade de expectativa e medo.Krampus estava sentado ao meu lado, observando-me com aquele olhar penetrante que sempre fazia meu coração acelerar.— O que está pensando, pequena alce? — Ele perguntou, sua voz grave e carinhosa ao mesmo tempo.Eu suspirei, tentando organizar meus pensamentos. — Sobre o parto. Sobre ele. Krampus, ele pode nascer
Analia narrandoAcordei no meio da noite com uma sensação estranha na barriga. Não era dor, mas um desconforto que parecia pulsar de dentro para fora, como se algo estivesse... se preparando.— Krampus? — Minha voz saiu trêmula, baixa, mas o suficiente para acordá-lo.Ele abriu os olhos rapidamente, sempre alerta, e acendeu a luz do abajur ao nosso lado. O brilho suave iluminou seu rosto preocupado.— Krampus, tem algo errado. — Sussurrei, com o coração disparado.Ele se aproximou de mim, a mão quente pousando em minha barriga com delicadeza. Seus olhos, prateados e intensos, me analisaram com atenção, mas logo relaxaram.— Não tem nada errado, minha pequena alce. — A voz dele soou calma e reconfortante. — Nosso bebê está chegando.Senti um frio percorrer minha espinha. — Devemos ir ao hospital? — Minha voz estava embargada, o medo me consumindo por dentro.Krampus balançou a cabeça devagar, um sorriso sereno nos lábios. — Não, Analia. Lobos não vão a hospitais quando recebem seus fil
Krampus narrandoEu sabia quem eu era. Um demônio, uma fera de sombras e instintos primitivos. Mas ter meu filhote nos braços... isso quase me transformava em um cordeiro dócil. Ele era pequeno, quente e tão inocente que parecia impossível que carregasse dentro de si qualquer traço da escuridão que corria em minhas veias, mas eu sabia que estava lá, claro que sabia, era a minha cria.Eu o segurei com cuidado, o corpo pequeno contra meu peito. Aquele era o momento em que eu percebia o verdadeiro peso do que significava ser pai. Eu seria bom para ele. Como meu próprio pai havia sido comigo. Ele me ensinou que mesmo as criaturas mais sombrias têm espaço para o amor verdadeiro.E, como se o destino estivesse ouvindo meus pensamentos, foi ele quem encontrei na porta. O cheiro do seu neto havia o chamado até mim — forte, inegável. Quando nos encaramos, havia algo em seus olhos que não via há muito tempo: orgulho.— Se saiu melhor do que eu esperava. — Meu pai disse, com uma voz grave e baix