- Onde estou? – É a primeira coisa que consigo pensar ao recobrar a consciência.
Há mais pessoas acordando recentemente, parecem confusas. Olho ao redor, é um lugar a qual jamais estive antes, uma espécie de estufa, abandonada. Cipós, arvores, madeiras velhas e quebradas, bancadas e algumas mesas sem condições de uso, além de enormes plantações e vegetações.
É um lugar grande, eu consegui contar 13 pessoas comigo, mas onde estamos? Por que não me recordo de nada?
Vejo algumas pessoas cochichando, então decido me aproximar.
- Olá pessoal? Por acaso, vocês sabem que lugar é este? Acho que bebi demais noite passada, não lembro de absolutamente nada – Pergunto, gentilmente
- Estamos na mesma situação que você, não sabemos que lugar é este nem como viemos parar aqui – Responde um rapaz, preocupado
- Qual o nome de vocês? – Perguntei aos três jovens
- Me chamo Luna –
- Sou o Derick –
- Kuristian – Fazendo sinal de paz e amor com a mão
- Eu sou o Son! Será que estamos todos na mesma situação? – Me apresentei, e logo pergunto sobre os demais
- Não sabemos, isso tudo é muito estranho – Respondeu Derick
- Vocês já se conhecem? – Perguntei, intrigado
- Não, nos conhecemos agora, nunca vi nenhuma pessoa dessa sala – Respondeu Kuristian
- É Kristian certo? – Perguntei, com receio
- Não, é Kuristian, mas pode me chamar de Kuri – Respondeu simpaticamente
- Derick, Luna e Kuri – Repeti apontando, e acrescentei – Sou péssimo para decorar nomes de primeira, mas agora não esqueço mais – Com risadas.
Aos poucos vamos conhecendo as demais pessoas que também estão confusas sobre a situação atual.
Derick analisa a sala e logo menciona haver um elevador no final da sala, uma porta de metal, porém fica no alto, sendo impossível de subir.
- Parece que estamos presos aqui, alguém nos dopou e nos largou neste lugar, por algum motivo – Analisou o jovem negativo, Abner.
- Você é alto, será que consegue me dar um pesinho para subir naquela porta? – Questionou Kuri
- É muito alto, e você é muito baixo, mesmo que houvesse dois de mim, não alcançaríamos – Respondeu Abner, negativamente
- Você não sabe do que está falando – Se intrometeu Matt, autoritário
- Vamos manter a calma, logo alguém irá chegar e nos explicar o que está havendo – Argumenta Luna
- Não acho que isso irá acontecer – Respondi, preocupado com a situação
- O que você quer dizer com isso? – Questionou Derick, intrigado
- Todos nós estamos aqui por algum motivo, e não lembramos de nada do que aconteceu, quem nos trouxe ou como viemos para aqui?
Vamos juntar os pontos, onde você estava na noite passada Luna? – Analisando a situação, respondo Derick e questiono o grupo.
- Eu não lembro – Respondeu Luna
- Qual sua última lembrança? – Insisti na pergunta
- Por que você não responde? - Se intromete Matt, autoritário
- Por que eu não falei com você – Respondo de volta, o encarando
Matt se aproxima e nossos olhares se cruzam, quem é esse sujeito? Mas que sujeito chato, não vou dar para trás agora, quem ele está pensando que é?
- Vamos manter a calma, acho que é certo afirmar que não conseguimos lembrar de nada, apenas quem somos. – Disse Derick, se intrometendo no nosso meio e nos separando.
Derick conseguiu acalmar a situação por hora, e assim conseguimos manter um diálogo decente.
Matt reuniu algumas pessoas e caminharam até um canto da sala para pensar no que fazer, e discutir sobre a situação atual, como um líder frio e autoritário, querendo fazer as coisas do seu próprio jeito. Sendo assim, Drew, Larissa, Louis, Shayane e Rodrigues, seguiram Matt até o outro canto da sala. Dessa forma Derick, Abner, Luna, Thayse, Kuri e eu, conseguimos nos conhecer melhor, conversando sobre nossos passados, sobre nossos pais, sobre nossas infâncias, e até mesmo sobre relacionamentos. De alguma forma as histórias que a Luna contou sobre si mesma, me deixou curioso sobre ela, sem contar que ela é muito bonita, e em primeiro momento, nos demos muito bem. Algumas coisas que contei, ela se identificou e deu risadas com minhas histórias, mas não é hora para pensar em alguma coisa a mais, o tempo está passando e agora estamos divididos, seis pessoas para cada lado.
- E então, conseguiram? – Perguntou Matt - Não, está emperrada, precisávamos de um pé de cabra ou algo parecido – Respondeu Derick - Vocês são inúteis, onde vamos achar um pé de cabra? – Questionou Matt, enfurecido - Com mais gente lá em cima, talvez consigamos abrir – Sugeriu Thayse - Louis, você acha que consegue subir até lá da mesma maneira que eles subiram? – Perguntou Matt - Não, não vou conseguir, vou acabar caindo – Disse Louis, com medo - Vamos desamarrar os cipós e jogar para eles lá em cima, assim poderemos subir escalando – Disse Kuri, mas foi tarde demais. Drew decidiu se pendurar, e os cipós não aguentaram, na metade do caminho, se arrebentam ao meio, o fazendo cair. - Drew o que está
Por fim, Drew adormeceu, assim pudemos nos focar novamente em preparar uma refeição, enquanto Abner e eu preparamos uma fogueira, Kuri e Larissa procuram pela volta alguma coisa útil, e Rodrigues, Luna e Thayse exploram a estufa procurando por água. Louis vai atrás de Shay e Matt, que ainda não voltaram, que assim seja. Está anoitecendo rápido? Isso é normal? Enquanto Abner e eu tentamos acender a fogueira, conversamos sobre alguns assuntos. - Você é bem habilidoso em preparar uma fogueira, fazia muito disso antes de...bom, parar aqui? – Pergunto, curioso - Eu sempre fui muito pobre, quando criança, a maneira que meus pais cozinhavam era assim, então eu aprendi muito com eles, em volta da fogueira esperando pela comida. – Conta Abner - Parece ser uma lembrança bonita – Comento - A
Por fim adormeci, se é que posso dizer, pois tive pesadelos e sonhos confusos ao longo da noite, tomado por sentimentos estranhos e situações desconfortáveis, sem mencionar a sede e o frio que fazia, mas por fim, pela manhã, todos acordamos aos sustos. Irrigadores por todos os lados, despertam do chão e jorram água por toda vegetação. O que posso dizer, por um lado foi bom, assim pudemos tomar água e acabar com a sede. Ao mesmo tempo me vem a mente, pensamentos que alguém cuidaste dessa estufa, então logo, cedo ou tarde, aparecerá alguém para colher os frutos. É com isso que conto. Luna se aproximou de mim pela manhã, de uma forma intima, puxou assunto, ficava ao meu lado, mesmo quando eu me afastava a mesma vinha em minha direção, me tocava, posso dizer que estamos mais próximos, mas ainda sinto algo estranho em relação a noite passada, pois ela me ignorou completamente, achei que dormiríamos juntos, ou perto, mas nã
No caminho de volta, amarrei tudo que encontrei de galhos mais resistentes com cipó, junto a alguns morangos e tomates que coletei junto a Luna, e joguei para o Derick. - Não é água, mas dá para enganar a sede – Comentei - Obrigado Son, é o bastante por hoje, sei que as coisas não estão fáceis aí embaixo também – Agradeceu Derick, compreensivo. Assim quando Luna e eu retornamos para o acampamento onde estão os demais, ouço piadas vindo de Thayse, como “Hum, onde estavam todo esse tempo? Ah precisam nem responder” e alguns olhares maliciosos, mas não me importei, nem mesmo Luna, ao contrário, demos risadas, mas não confirmamos nada. E voltando aqui, vejo que está tudo ruim, a situação de Drew está piorando. - Son preciso do seu isqueiro, irei derreter esses remédios e aplicar na veia da perna de Drew, com a seringa
Durante a refeição percebo que ninguém separa algo para levar para o Derick, pego minha parte, e coloco em um pedaço de madeira, cara estou faminto, todos estamos, mas eu não poderia deixar meu amigo sem nada. Me retiro do círculo em volta a fogueira, e ninguém parece perceber. Escondo a comida que separei em um canto e volto ao círculo, me sentando ao lado de Abner. Por fim todos terminam de comer, parece ser hora de aliviar o que tem para aliviar das necessidades, e dormir. Realmente, ninguém separou nada para o Derick, o que está acontecendo? Dessa forma me retiro novamente, pego a bandeja de madeira de comida que separei, e levo para Derick. - Derick! – Grito, o chamando - Eae Son, você por aqui?! – Acena Derick, do alto. - Pois é, hoje fiquei encarregado de lhe trazer comida – Respondo, simpático - Que ótimo, estou
Drew faleceu, amanheceu duro, vá em paz meu amigo, vá em paz. Larissa, assim como Matt, parecem abatidos com a situação. - O que faremos? – Ouço Abner questionar Eu particularmente não gosto de ver tais cenas, pois não sei se consigo demonstrar sentimentos, e não sei o que fazer, como reagir ou agir nessas horas. Assim decido procurar por Luna. Caminhando as espreitas finalmente a encontro, e ao meu lado, um tomate, o único tomate restante. Eu estou faminto, poderia devorar esse tomate agora mesmo, mas a cena a minha frente, eu não poderia deixar acontecer, Rodrigues está prestes a beijar a Luna, talvez já tenham feito isso antes, talvez seja a primeira vez, mas por impulso, pego o tomate e arremesso em direção a ele, o acertando precisamente em seu rosto, isso o deixou furioso. Ele grita, grita de raiva, sujo de tom
Eu acordo pela manhã, e não foi pelos irrigadores, por algum motivo, eles não despertaram hoje. Estou um pouco zonzo, e confuso sobre o que aconteceu. Recobrando a consciência, aos poucos lembro do acontecido, e dos fatos. Analiso o lugar em que estou, uma espécie de porão, está mais para uma Adega, porém sem vinhos nas prateleiras, mas como vim parar aqui dentro? Ao sair, empurro o alçapão, com ar de esperança e para meu desânimo eu continuo na estufa. Então havia uma passagem secreta aqui, mas por quê? E para me distrair novamente, encontro os legumes que estava a procurar com Abner, os mesmos que me fizeram cair. Assim os recolho, e próximo ao acampamento, os escondo. Os demais estão sentados em volta da fogueira com fogo baixo, se secando dos irrigadores. E nem parecem se importar ou sequer lembrar do acontecido da noite passada. Noto que o corpo de Drew sumiste. - H