Matt reuniu algumas pessoas e caminharam até um canto da sala para pensar no que fazer, e discutir sobre a situação atual, como um líder frio e autoritário, querendo fazer as coisas do seu próprio jeito.
Sendo assim, Drew, Larissa, Louis, Shayane e Rodrigues, seguiram Matt até o outro canto da sala.
Dessa forma Derick, Abner, Luna, Thayse, Kuri e eu, conseguimos nos conhecer melhor, conversando sobre nossos passados, sobre nossos pais, sobre nossas infâncias, e até mesmo sobre relacionamentos.
De alguma forma as histórias que a Luna contou sobre si mesma, me deixou curioso sobre ela, sem contar que ela é muito bonita, e em primeiro momento, nos demos muito bem. Algumas coisas que contei, ela se identificou e deu risadas com minhas histórias, mas não é hora para pensar em alguma coisa a mais, o tempo está passando e agora estamos divididos, seis pessoas para cada lado.
Mas eu tinha certeza de que havia uma pessoa a mais, porém não há.
Derick e eu decidimos tentar alcançar a porta de alguma maneira, e Matt vendo a situação, não quis ficar de fora. Logo ele e Rodrigues se aproximam, questionando nossos planos e o que descobrimos.
- Não há o que descobrir, a situação está muito obvia – Respondo aos dois, friamente.
Abner, um negro alto, cerca de 1.90, se aproxima e diz ter uma solução.
- Vamos usar esses cipós para conseguirmos alcançar a porta de metal – Disse Abner, esperançoso e convicto
- Como iremos fazer isso? – Questionou Matt, arrogante
- Vamos subir nas arvores e esticar os cipós de uma ponta a outra, dessa forma um de nós conseguirá se pendurar ao estilo braquiação e se movimentar até a porta de metal – Sugeriu Abner analisando a posição das arvores
Matt dá risada, e questiona – E quem será essa pessoa? Você? Depois de chegar lá em cima fará o que? Fugirá e nos deixará presos aqui?! – Brabo e autoritário
- Não acredito que Abner faria isso – Disse Derick
- Concordo com Derick – Respondo
- Fique quieto Son – Disse Matt
- Vamos jogar os cipós para ele quando estiver lá em cima, assim poderemos subir – Argumenta Rodrigues
- Apesar de ser minha ideia, acho que o mais leve entre nós é o Kuri, se eu me pendurar nesses cipós, por mais grossos que eles sejam, irei cair, é a lei da gravidade, sou muito alto e pesado – Argumenta Abner, de forma inteligente
- Kuri não parece saber se pendurar, eu mesmo posso fazer – Sugere Matt
- Pense na sua ideia, aqui quem decide somos nós, se der certo, não se preocupa, iremos tirar todos daqui, mas deixe nos tentar dessa forma – Argumentei, enfurecendo o Matt
- O que você disse? Está achando que sou idiota? – Rebate Matt, enfurecido
- Está agindo como um – Respondo, friamente
Derick novamente se intromete ao nosso meio, nos afastando um do outro com seus braços, pedindo calma.
- Vamos tentar dessa forma, deixe que Matt se pendure, se não der certo, façamos do seu jeito Son – Argumentou Derick, passivamente
- Eu não sei subir em arvores, então é com vocês, ficarei aqui embaixo analisando – Respondi, calmo.
Abner sobe a arvore da esquerda, enquanto Derick sobe na arvore pela direita, os demais se aproximam de mim e de Rodrigues.
Abner, sobe a arvore, e Rodrigues alcança o cipó para Abner, já no alto. Ao pegar o cipó, o estica, assim consigo levar a outra ponta até o Derick, enquanto Drew sobe junto ao Derick e o alcança o cipó, ele o estica e ambos amarram bem firme, deixando o mais alto e esticado possível.- Isso não me parece seguro, é muito arriscado, deve haver outro jeito – Comentou Larissa, preocupada
- Não temos outro jeito, vai dar certo – Disse Louis, a confortando.
- Estica bem isso dai Derick – Gritou Matt, subindo na arvore junto ao Abner, e se preparando para a braquiação.
- Quando chegar à frente da porta, iremos balançar para um lado e para o outro, dessa forma ganhará impulso e conseguirá pular até a plataforma de metal – Explicou Abner
- Vamos logo com isso! – Respondeu Matt
Matt então se pendura no cipó, e começa andar para frente com seus braços, porém o peso o fez descer abaixo da plataforma.
- Não vai dar, não insiste, ficou muito abaixo – Grito, alertando
- Fique quieto Son, ninguém te perguntou – Gritou Matt.
Por fim, o cipó arrebentou, derrubando Matt ao chão.
- Minha nossa! – Exclama Larissa preocupada, correndo em direção ao Matt, junto ao Louis e Thayse.
- Você está bem? Isso foi muito arriscado, olha a altura que caíste – Disse Larissa, o ajudando levantar-se
- Calma, acho que cai de mal jeito, devo ter torcido alguma parte – Respondeu Matt, com cara de dor e se escorando na Larissa e no Louis.
- Não tem jeito, irei tentar – Comento com Kuri e Luna
- É arriscado, você não viu o que aconteceu?! – Comenta Luna, preocupada
- Kuri me ajuda, vamos esticar todos esses cipós para o Abner e para o Derick. – Sugiro, sem alternativa
- O que aconteceu? Essa ideia não foi muito boa Abner – Gritou Derick da arvore
- A ideia foi boa, mas a executamos errados – Respondi, aos gritos
- O que quer dizer? – Perguntou Rodrigues
- Precisamos esticar e juntar mais cipós, e formar uma espécie de cabo de aço, dessa forma iremos regular o peso – Expliquei, ao me aproximar e alcançar uma ponta dos cipós para Rodrigues, para ele alcançar para o Abner. Kuri fez o mesmo, entregando a outra ponta dos cipós para Drew, que repassou para Derick.
Finalmente chegou minha hora.
- Quem irá subir? Eu não irei me arriscar, se Matt não conseguiu... – Diz Rodrigues, mas eu o interrompo e digo - Irei me arriscar, me ajuda a subir na arvore -
Finalmente no topo, com medo, e com as pernas bambas por causa da altura, enfrento o medo e me penduro aos cipós esticados e amarrados.
- Parece estar funcionando, o cipó não desceu – Apontou Luna, esperançosa.
Por fim consigo chegar ao centro, estou de frente para a plataforma, mas o salto parece impossível.
- Balança Derick! – Gritou Abner
O medo toma conta de meus pensamentos os bloqueando, não consigo pensar em nada, ter ideia alguma, mas sei o que precisa ser feito, após algumas balançadas, com impulso certo, me jogo para a plataforma, e por pouco, muito pouco, eu não caio, consigo me segurar, e escalar até o topo.
- Ele conseguiu! – Disse Luna aliviada
- O que tem aí em cima? – Grita Matt, impaciente
- Calma, deixa eu me recuperar um pouco – Digo, com risadas
- Vamos logo – Respondeu Matt
Na plataforma, uma espécie de sacada, porém muito pequena, a frente a porta de metal de um elevador.
Não há botões para abrir, e a porta está emperrada.
- Está emperrada, não abre! – Digo ao grupo
- Tente forçá-la com alguma coisa – Respondeu Louis
- Não há nada aqui em cima, e sozinho não consigo abrir pela fresta da porta – Respondi, decepcionado, mas tentando
- Drew, fique pronto para balançar os cipós – Disse Derick e se pendurou aos cipós
- Cuidado Derick – Gritou Luna
Derick é ágil e um tanto habilidoso, ao chegar ao centro, em frente a plataforma, Abner e Drew começam a balançar, e com o mesmo impulso na hora certa, Derick salta em direção a plataforma, consegue se agarrar e eu o ajudo a subir.
- Ufa, essa foi por pouco – Disse Derick, agradecendo
Analisamos a situação, e tentamos abrir com as próprias mãos, cada um puxando a porta para um lado, mas está emperrada, como se não fosse aberta há muito tempo.
- E então, conseguiram? – Perguntou Matt - Não, está emperrada, precisávamos de um pé de cabra ou algo parecido – Respondeu Derick - Vocês são inúteis, onde vamos achar um pé de cabra? – Questionou Matt, enfurecido - Com mais gente lá em cima, talvez consigamos abrir – Sugeriu Thayse - Louis, você acha que consegue subir até lá da mesma maneira que eles subiram? – Perguntou Matt - Não, não vou conseguir, vou acabar caindo – Disse Louis, com medo - Vamos desamarrar os cipós e jogar para eles lá em cima, assim poderemos subir escalando – Disse Kuri, mas foi tarde demais. Drew decidiu se pendurar, e os cipós não aguentaram, na metade do caminho, se arrebentam ao meio, o fazendo cair. - Drew o que está
Por fim, Drew adormeceu, assim pudemos nos focar novamente em preparar uma refeição, enquanto Abner e eu preparamos uma fogueira, Kuri e Larissa procuram pela volta alguma coisa útil, e Rodrigues, Luna e Thayse exploram a estufa procurando por água. Louis vai atrás de Shay e Matt, que ainda não voltaram, que assim seja. Está anoitecendo rápido? Isso é normal? Enquanto Abner e eu tentamos acender a fogueira, conversamos sobre alguns assuntos. - Você é bem habilidoso em preparar uma fogueira, fazia muito disso antes de...bom, parar aqui? – Pergunto, curioso - Eu sempre fui muito pobre, quando criança, a maneira que meus pais cozinhavam era assim, então eu aprendi muito com eles, em volta da fogueira esperando pela comida. – Conta Abner - Parece ser uma lembrança bonita – Comento - A
Por fim adormeci, se é que posso dizer, pois tive pesadelos e sonhos confusos ao longo da noite, tomado por sentimentos estranhos e situações desconfortáveis, sem mencionar a sede e o frio que fazia, mas por fim, pela manhã, todos acordamos aos sustos. Irrigadores por todos os lados, despertam do chão e jorram água por toda vegetação. O que posso dizer, por um lado foi bom, assim pudemos tomar água e acabar com a sede. Ao mesmo tempo me vem a mente, pensamentos que alguém cuidaste dessa estufa, então logo, cedo ou tarde, aparecerá alguém para colher os frutos. É com isso que conto. Luna se aproximou de mim pela manhã, de uma forma intima, puxou assunto, ficava ao meu lado, mesmo quando eu me afastava a mesma vinha em minha direção, me tocava, posso dizer que estamos mais próximos, mas ainda sinto algo estranho em relação a noite passada, pois ela me ignorou completamente, achei que dormiríamos juntos, ou perto, mas nã
No caminho de volta, amarrei tudo que encontrei de galhos mais resistentes com cipó, junto a alguns morangos e tomates que coletei junto a Luna, e joguei para o Derick. - Não é água, mas dá para enganar a sede – Comentei - Obrigado Son, é o bastante por hoje, sei que as coisas não estão fáceis aí embaixo também – Agradeceu Derick, compreensivo. Assim quando Luna e eu retornamos para o acampamento onde estão os demais, ouço piadas vindo de Thayse, como “Hum, onde estavam todo esse tempo? Ah precisam nem responder” e alguns olhares maliciosos, mas não me importei, nem mesmo Luna, ao contrário, demos risadas, mas não confirmamos nada. E voltando aqui, vejo que está tudo ruim, a situação de Drew está piorando. - Son preciso do seu isqueiro, irei derreter esses remédios e aplicar na veia da perna de Drew, com a seringa
Durante a refeição percebo que ninguém separa algo para levar para o Derick, pego minha parte, e coloco em um pedaço de madeira, cara estou faminto, todos estamos, mas eu não poderia deixar meu amigo sem nada. Me retiro do círculo em volta a fogueira, e ninguém parece perceber. Escondo a comida que separei em um canto e volto ao círculo, me sentando ao lado de Abner. Por fim todos terminam de comer, parece ser hora de aliviar o que tem para aliviar das necessidades, e dormir. Realmente, ninguém separou nada para o Derick, o que está acontecendo? Dessa forma me retiro novamente, pego a bandeja de madeira de comida que separei, e levo para Derick. - Derick! – Grito, o chamando - Eae Son, você por aqui?! – Acena Derick, do alto. - Pois é, hoje fiquei encarregado de lhe trazer comida – Respondo, simpático - Que ótimo, estou
Drew faleceu, amanheceu duro, vá em paz meu amigo, vá em paz. Larissa, assim como Matt, parecem abatidos com a situação. - O que faremos? – Ouço Abner questionar Eu particularmente não gosto de ver tais cenas, pois não sei se consigo demonstrar sentimentos, e não sei o que fazer, como reagir ou agir nessas horas. Assim decido procurar por Luna. Caminhando as espreitas finalmente a encontro, e ao meu lado, um tomate, o único tomate restante. Eu estou faminto, poderia devorar esse tomate agora mesmo, mas a cena a minha frente, eu não poderia deixar acontecer, Rodrigues está prestes a beijar a Luna, talvez já tenham feito isso antes, talvez seja a primeira vez, mas por impulso, pego o tomate e arremesso em direção a ele, o acertando precisamente em seu rosto, isso o deixou furioso. Ele grita, grita de raiva, sujo de tom
Eu acordo pela manhã, e não foi pelos irrigadores, por algum motivo, eles não despertaram hoje. Estou um pouco zonzo, e confuso sobre o que aconteceu. Recobrando a consciência, aos poucos lembro do acontecido, e dos fatos. Analiso o lugar em que estou, uma espécie de porão, está mais para uma Adega, porém sem vinhos nas prateleiras, mas como vim parar aqui dentro? Ao sair, empurro o alçapão, com ar de esperança e para meu desânimo eu continuo na estufa. Então havia uma passagem secreta aqui, mas por quê? E para me distrair novamente, encontro os legumes que estava a procurar com Abner, os mesmos que me fizeram cair. Assim os recolho, e próximo ao acampamento, os escondo. Os demais estão sentados em volta da fogueira com fogo baixo, se secando dos irrigadores. E nem parecem se importar ou sequer lembrar do acontecido da noite passada. Noto que o corpo de Drew sumiste. - H
Aproveitando a luz do dia, caminho sozinho pela vegetação procurando pelo local onde Matt e os outros estão. Me perco, dou voltas, ando em círculos, o tempo passa, a noite vem, e no último momento ouço vozes próximas, e assim finalmente encontro o local onde estão acampados. Escondido no meio das vegetações, analiso o grupo. A maior dificuldade que eles têm é para acender a fogueira, pois ninguém tem fogo, apenas eu possuo o isqueiro e ele nunca se afasta de mim. Porém está tudo preparado, madeiras coletadas, palha seca, faltando somente acender as palhas e fazer o fogo subir. Está frio, e Luna, está tão linda, a luz azul que vem de cima, refletindo nela, a deixa tão encantadora. Eu sei que eu não deveria fazer isso, e é até arriscado, mas vê-la passar necessidades, eu não consigo, é maior que eu. Tento chamar sua atenção, aproveitando um momento a qual ela se distanciou dos demais. Curiosa ela se aproxima dos