Sob o olhar de vigilante dos abetos, um clã se erguia para as montanhas, apreciando os últimos raios de sol, que mergulhavam no horizonte ao entardecer.
Ella estava esparramada sobre a grama da clareira e ainda não havia sido treinada o suficiente para conjurar as energias da natureza em prol do subconsciente de suas irmãs de batismo ou sua mãe e avó, que dançavam gesticulando. Os corpos pintados de tinta vermelha, buscando trazer prosperidade para o grupo de bruxas de Salém.
Ella mal havia completado 19 anos. Estava longe de ser tão sábia como sua avó Ellis ou tão destemida quanto sua mãe Amélie. Mas, de uma coisa sabia, com certeza. Amava com todo coração sua família de alma. Compartilhava a ânsia em aprender todos os feitiços, ervas, trabalhos espirituais, canções e os ensinamentos mais profundos, sobre tudo que sua herança familiar trazia. E não era só a parte boa, ela adorava a parte ruim também. As coisas ocultas que ficavam por trás de toda a beleza da natureza. A parte sombria e demoníaca que corriam por suas veias.
O anoitecer caiu à dentro e elas continuaram, agora através de tochas e fogueiras.
Enquanto ela ainda apreciava a roda, sua mãe caiu entre as mulheres - que pararam de se mover e encararam a líder de seu clã rolando de um lado para outro - e um grito bestial se tornou intenso, com um grave profano.
Duas de seu clã correram pegar a mãe caída, sabendo que o que se erguia naquela mulher não era humana ou bruxa, mas o demônio regente, líder soberano e dono delas para o que bem quisesse.
- Vocês, minhas crianças, ouvem? Ouvem a canção que entoam no horizonte? Há uma caçadora que nasce sobre a escuridão de um abeto. Precisamos nos preparar. Ah, minhas doces consortes! - a voz grossa cantava, mas parecia irritada demais com o que dizia. E Ella, tinha certeza que sua mãe estava bem enterrada enquanto o demônio brincava com seu corpo.
O INÍCIO - 1693 "Durante séculos, sua imortalidade transformou você no maior soldado do machado e da cruz." (Frases do Filme - O Último Caçador de Bruxas) O sepulcro. O padre. O caixão descendo sobre um buraco estranho, vazio e frio. Aquilo jamais representaria tudo que o pai de Artemísia Braham havia sido para ela. Ele fora jovem para sua idade, sorridente, charmoso, brincalhão e mostrara todo o mundo de histórias que ela amava. Desde as múmias mais surpreendentes aos insetos, que eles dissecavam no quintal dos fundos da propriedade deles, em um dos bairros nobres de Londres. Agora ele não passava de um corpo pesado, inchado e cheio de tábuas ao seu redor. Abri meus olhos e, sobressaltada, tombei meu corpo para frente, gritando. O ar entrava e saía pelos lábios de uma forma descontrolada. Mas, por algum motivo, meu coração não estava disparado, coloquei a mão no peito e vi que ela estava coberta de ataduras. Olhei ao meu redor agitada e com medo, pela primeira vez em meus 35 anos. Dessa vez não estava mais na floresta. Fechei meus olhos e antes que pudesse controlar um soluço subiu pela minha garganta, saltando meu peitoral para frente e chorei. Estava deitada em uma cama velha e simples, agarrei meus joelhos para cima, que estavam cobertos por uma manta fina e me mantive na escuridão de minhas pálpebras, enquanto minha alma se destroçou. Pouco a pouco. Diante de minha mente vi os monstros saltaCAPÍTULO DOIS
Encolhida, com os joelhos sendo apertados por meus braços, observei a garrafa de sangue e senti meu âmago salivar, assim como minhas presas com aquele líquido vermelho. Mas, eu me recusava a ser como aqueles monstros. Eu não queria me entregar aquela fome horrível e me tornar vítima de todos aquele caos, do ser demoníaco em meu interior que necessitava daquilo. Eu queria acreditar que poderia ser melhor do que toda aquela situação.Olhei pela lua que entrava pelos vitrais coloridos. Ironicamente, percebi que estávamos em um forte construído como Igreja de base. Meu quarto agora era mais espaçoso, se estendendo por alguns metros, as paredes de um papel de parede vermelho florido, a cama macia com colchas e almofadas confort&aacu
Em alguma parte do KenyonSob um sol escaldante, um grupo de oito bruxas caminhava, tropeçando sempre em seus próprios pés e o suor escorrendo por suas costas, abaixo das roupas pesadas e grandes bolsas que carregavam nos ombros.Uma delas, Katana caiu de joelhos e gemeu, ela não aguentava mais aquele caminho torturante.Ella viu sua irmã ceder e correu pegá-la pelos braços e exigiu que trouxessem água. Ella entregou para Katana, que chorava.- Não posso mais. - ela sussurrou, os lábios cortados e rachados.Sob o capuz de um manto de cor crua, Ella rosnou.- V
1896Ella Quenyon encarou a vasta entrada de seu forte escondido sob rochas avermelhadas. Ali o calor não chegava, a magia mantinha o ambiente em temperatura natural e ela se orgulhava tanto daquilo que jorrava brilho em seus olhos escuros. Depois de duzentos anos naquele lugar, seu mestre finalmente tinha razão. O clã delas havia se propagado tanto que agora uma cidade inteira habitava aquele lugar. As matriarcas residiam no castelo principal, no alto da ponte de rochedos. Mas, embaixo existia uma pequena vila, uma mata que elas pessoalmente conseguiram criar, cultivando ervas e bem no alto apenas uma linha se enxergava o céu de tão afundadas que estavam dentro do solo.Sua mãe e sua avó teriam orgulho do que ela tinha se tornado e construído. Como um império de bruxas poderosas
Entrei no quarto, tirando meu casaco pesado de couro.A fazenda em que estávamos alojados em Oklahoma era grande, espaçosa e tinha pelo menos dez trabalhadores que eram pagos pela Ordem para cuidar daquela unidade - um dos muitos esconderijos que pertenciam a Igreja - assim quando cheguei, já havia uma banheira quente me esperando e sem aguardar Aly, caminhei para os fundos do quarto, era imenso e espaçoso, com um pequeno box de tela fina feita de bambus esculpidos, guardando a pequena banheira de porcelana. Terminei de tirar todas as minhas roupas e alguns cortes profundos marcavam minhas mãos, teria que me alimentar terminando meu banho para que aqueles ferimentos se curassem rapidamente.Entrei na água quente e gemi de prazer sentindo o vapor subir pelo ar. Estava bem quente e eu adorava banhos quentes, &
O sol descia no horizonte e meu capuz escondia meu rosto. Dean trotava com seu cavalo ao lado do meu e parecia que algo cutucava minha mente sem parar, para que eu perguntasse sobre a bruxa. Tinha praticamente certeza que o vi ao lado do padre Maleck. Havia revisto o mesmo sonho várias e várias vezes até decorá-lo.Mas, mesmo inquieta com tudo e tendo ideia de que chegaria com uma Aly puta da vida comigo, não acelerei o ritmo do nosso andar. A carruagem que continha Rodd e Allen estava vagarosa e do meu outro lado, um pouco mais a frente Christopher estava olhando a floresta que nos cercava na estrada.Se você não perguntar, nunca vai saber quem é ela. Minha mente me cutucou de novo.Respirei fund
O sangue quente e denso inundou minha boca com gosto de paraíso. Gemi de prazer e abracei o corpo da mulher em meus braços, como se fôssemos duas amantes apaixonadas. Minha respiração estava acelerada e ouvi os últimos batimentos do coração dela. Sorri, afundando meus dentes em sua garganta, saboreando cada gota com um êxtase que beirava a frenesi. Passei a mão em seu rosto e tirei minhas presas de seu pescoço. Engoli com força o último gole que estava em minha língua e o coração dela não bateu mais.Ouvi passos apressados e levantei meu rosto. Dean estava na entrada do corredor e arregalou os olhos.- Meu Deus! - ele gritou.Meus lábios estavam completamente sujos e uma linha