O motor da Ford Ranger cessou quando Guilherme estacionou na garagem. Tábata desceu cuidadosamente, Lean aninhada em seus braços, enquanto ele seguia logo atrás, carregando a malinha da bebê. Rapidamente, ele abriu a porta de acesso, deixando-a passar na frente, olhando para ambas com carinho após trancar a casa.
— Bem-vindas ao lar, meu amores — disse ele, a voz cheia de ternura e baixa para não acordar a bebê, que dormiu durante o caminho.
Tábata sorriu, o coração aquecido pelas palavras dele. Caminhou lentamente pela sala, embalando Lean, que soltava sons suaves em seu sono.
Ele se aproximou, colocando a mão livre nas costas dela, acompanhando-a pelo corredor até o quartinho preparado para a bebê. Ao chegar à porta, ajeitou a malinha em uma mão e, com a outra abriu o quarto para as duas.
Caminharam até o berço, ond
A luz suave da manhã entrava pelas cortinas semiabertas do quarto da bebê, iluminando o rosto sereno de Tábata sentada na poltrona embalando Lean. Guilherme apareceu na porta com um sorriso tranquilo.— Hora do revezamento, amor — disse ele, aproximando-se e estendendo os braços.Tábata sorriu, aliviada. Entregar a bebê para Guilherme tinha se tornado uma parte natural de sua rotina. Ele sempre soube o momento certo de intervir, fosse para ela descansar ou apenas respirar.— Troquei a fralda e amamentei — informou ela, entregando Lean com delicadeza. — Ela está quase cochilando — contou encantada pela filha.— Vá tomar seu café da manhã — ele comandou baixinho, aconchegando a bebê. — E nada de reclamar. Já deixei a mesa pronta — declarou ele lhe dando um beijo breve e suave que a fez sorrir.Ela balanço
O som característico do elevador atraiu o interesse parcial das recepcionistas do escritório Ramos Advogados Associados, acostumadas ao abrir e fechar das portas metálicas, mas, assim que perceberam quem chegou, ambas se ergueram como se movidas por molas. Depois de quase dois meses sem aparecer no escritório, Guilherme estava ali, lançando um cumprimento rápido as duas e caminhando com passos largos para dentro do escritório.Sua presença inesperada despertou imediata curiosidade conforme andava em direção as salas de reunião, recebendo cumprimentos cordiais dos colegas.— Olha quem decidiu dar o ar da graça! — exclamou Julian Carelli provocador, lançando um braço em volta de seus ombros, com isso parando-o antes que chegasse ao destino. — Achei que tinha se esquecido como era trabalhar com esses humildes colegas.— Tenho uma reunião marcada com um cliente — Guilherme disse se desfazendo do abraço, mas não seguindo para dentro da sala que reservou dias antes.— Ora, ora, o nosso pai
Levando todos para dentro, Tábata ofereceu bebidas e foi para a cozinha buscar suco e alguns biscoitos para os visitantes.As amigas seguiram direto para Lean, encantadas com os pequenos movimentos da bebê e seu olhar curioso.— Nossa sobrinha é a coisa mais fofucha do mundo — soltou Maya, buscando um chocalho colorido da bolsa que comprou para a bebê. — Olha o que a titia comprou pra bebê mais linda do mundo!Balançou o brinquedo na frente de Lean, que soltava sons babados que arrancaram suspiros e risadinhas fascinadas das amigas de sua mãe.Depois de uma olhadinha na bebê, Tomás foi atrás da irmã, que abria e fechava armários atrás de potes para colocar os biscoitos amanteigados que pegou no armário.— Finalmente conseguiu escapar da mãe pra vir me ver — Taby comemorou olhando sorridente para o tenso irmão.— Mais ou menos... — ele murmurou lançando um olhar para as amigas da irmã.— Como assim? — Taby questionou, parando de arrumar a bandeja que levaria para a sala, para encarar o
Era como um pequeno pedaço do céu, Tábata concluiu abraçando cuidadosa o embrulho com a sua filha para oferecer o peito. Lean abocanhou com gosto, dando sugadas vigorosas, levando um sorriso doce aos lábios de sua mãe.Guilherme escolheu esse momento para entrar no quarto. Parou no vão da porta por um segundo, os olhos claros observando-as.Tábata sentiu as bochechas esquentarem, por estar com o seio à mostra, porém logo a vergonha sumiu, pois, além daquele momento ser especial entre ela e sua bebê, Guilherme as olhava com nada além de admiração e encantamento.Ele se aproximou carregando uma caixa de bombons e um ursinho. Depois de colocar os objetos na cômoda perto do berço, limpou a garganta e apontou para o doce e a pelúcia com laço amarelo no pescoço.— Comprei para vocês.— Lean vai amar.
Depois de tomar um banho e se preparar mentalmente, Tábata foi para a sala com Lean, deixando a bebê dormindo tranquilamente no moisés ao lado do sofá. O som de panelas na cozinha ecoava enquanto Guilherme preparava o jantar, de tempos em tempos lançando olhares zelosos na direção de Tábata. Sentada no sofá, com o celular nas mãos, seus dedos pairavam hesitantes sobre a tela antes de enviar a mensagem ao irmão. "Não posso ir. Lean ainda é muito pequena, mas vocês podem me visitar ou ligar quando quiserem.”Pronto! Respirou fundo, pressionou enviar e pousou o celular sobre a almofada ao lado. Mal teve tempo de relaxar antes de o aparelho começar a vibrar. O nome "Mãe" piscava na tela.— Ai, não, não... — murmurou fechando os olhos por um instante antes de atender com relutância. — Alô? Do outro lado da linha, a voz de Agnes soou afiada como uma faca. — Que história é essa, Tábata? Seu pai está doente, estamos falindo e você se recusa a nos ver? — Lean tem só dois meses e precisa d
Tendo deixado a filha dormindo no quarto, Tábata se juntou a Guilherme para tomarem o café da manhã. No entanto, segurando a xícara de café entre as mãos, os olhos fixos no líquido escuro, acompanhava distraída o vapor subir em espirais, estava alheia ao cheiro e calor que emanava, sem beber ou tocar no que tinha a sua disposição.— Você tá quieta hoje — Guilherme comentou, sentando do outro lado da mesa sem tirar os olhos da faca que deslizava pela manteiga. Tábata suspirou, apertando a xícara entre as mãos. — Conversei com meu irmão ontem à noite. Tom disse que o clima lá em casa está péssimo. Mas, sinceramente, não sei o motivo. — A amargura tingiu seu tom ao comentar: — Desde que sai de casa não recebi nenhuma mensagem, telefonema, nada vindo dos meus pais e dos meus irmãos mais velhos. Então não entendo o motivo deles, em especial minha mãe, reclamarem de não visitá-los.— Se estão tendo problemas em administrar o antiquário faz sentido ela te procurar — ele disse passando a m
Tábata se remexeu incomodada, tendo a velha sensação de ser uma peça que só tinha valor quando servia a um propósito definido por sua mãe. — E por que agora? — perguntou, tentando esconder o tremor na voz. — Tábata, não fiz um pedido complicado. — A voz de Agnes era cortante, mas ainda mantinha uma aparência de civilidade. — Sua família precisa de você. Seu pai está doente, e o antiquário... Não posso confiar nos seus irmãos para gerenciar aquilo. Só sabem gastar e se aproveitar do que têm. A atmosfera na sala pareceu esfriar a cada palavra que Agnes proferia. Não queriam sua presença por amor, mas por conveniência, por, como Guilherme tinha apontado, não precisarem lhe dar nada em troca, nem mesmo carinho e consideração.— Mãe, entendo sua preocupação com o bem estar da família — iniciou apertando as mãos sobre o colo. —, mas minha prioridade agora é a Lean. Ela é minha responsabilidade, e aqui tenho o suporte que preciso para cuidar dela — finalizou o mais delicada que conseguia.
O sol poente tingia o quintal da casa de Lee Mamoru com tons dourados, criando uma atmosfera acolhedora e tranquila. Sentada em um banquinho junto à parede, sua prima Tábata Mamoru sentia-se nervosa enquanto observava Guilherme Perez treinar kung fu com Lee. Seu coração batia descompassado, ansioso pelo momento de coragem, aquele que a faria chegar no rapaz e fazer o pedido que martelava em sua mente desde que acordou naquela manhã. Sendo sincera consigo, aquele pedido dominava seus sonhos desde que conheceu Guilherme.O vento suave brincava com os fios soltos dos coques duplos prendendo seu cabelo, quando, enfim, o treino acabou e Taby ergueu-se para colocar em ação seu desejo.Graças aos céus seu tio chamou seu primo, que correu para dentro da residência sem perceber as intenções dela. A presença dele inibiria sua intenção.Concentrado em tirar o suor do corpo, lavando o tórax fortificado e o rosto no tanque, Guilherme não reparou em sua aproximação, ou não se importou. Taby temia p