Lee esperou que eu terminasse de comer e ele até tentou disfarçar sua impaciência, mas seus olhos o traíam constantemente me mostrando sua ansiedade. Enquanto eu saboreava cada mordida, ele agitava as pernas, tornando-se vítima de minha pequena provocação. A tensão no ar era palpável, e eu não pude deixar de sorrir, prolongando ainda mais seu tormento.— Eu sei o que está fazendo — disse ele enquanto eu ria. — Não sei do que está falando. Estou apenas aproveitando minha refeição — respondi, mantendo o sorriso, mas meus olhos entregavam a travessura. Lee franziu a testa, tentando decifrar meu jogo enquanto eu mastigava. — Lana, por tudo o que é mais sagrado… — iniciou ele com um ar desesperado na voz.— Tá bom. Tá bom. — o interrompi. — Vamos então, eu nem estava com tanta fome mesmo. Cedi, divertida com a rendição repentina de Lee, e ambos rimos de forma aliviada, deixando a tensão desaparecer.Saímos do restaurante, e a alegria de Lee era evidente. Enquanto caminhávamos pela calçad
Enquanto minha barriga crescia, a ansiedade e a emoção se misturavam em meu coração. Cada pontapé da bebê me lembrava da maravilha e da responsabilidade que estava por vir. No entanto, junto com a excitação, surgiam também algumas preocupações.À medida que a data de chegada se aproximava, eu me enchia de curiosidade para saber como seria o rostinho da minha pequena. Admirava as roupinhas que comprava, e fazia uma enorme lista de nomes em minha cabeça. Eu pensava constantemente em todos os momentos especiais que estavam por vir.Enquanto isso, as mudanças em meu corpo eram evidentes. As noites se tornaram batalhas para encontrar posições confortáveis para dormir e não importava o quanto eu comesse ao decorrer do dia, minha barriga parecia nunca estar satisfeita.A gravidez avançava rapidamente e eu sentia a minha conexão com meu bebê se fortalecendo. Eu sentia seu movimento, suas cambalhotas e descobri que os bebês acabam soluçando diversas vezes dentro do nosso ventre enquanto seu d
A porta do quarto abriu abruptamente, fazendo-me dar um pulo na cama e olhar na direção da invasora. Ana tinha uma expressão exausta e os olhos cheios de raiva estavam prontos para invadirem o quarto junto de sua energia furiosa. Eu poderia dizer que aquilo era minha culpa, se ela não fosse rápida o suficiente para me gritar.— Lana! — Sua voz saiu estridente, levando meus ombros a se encolherem. — Você não tem esse direito!Eu não tinha ideia do que ela poderia estar falando, mas deveria ser algo de muito ruim, mesmo que eu tentasse não errar em nada para que não precisasse ver aquele tipo de reação. Pensar nisso me levou a apenas suspirar.— Você pode usar mais as palavras e me explicar — falei por fim, desistindo de descobrir o que aquela doida estava querendo.— Eu te convidei para ir à balada e você me disse que não poderia, pois voltaria para à casa dos seus pais essa semana. — Ela caminhou pelo quarto falando de maneira nervosa enquanto suas mãos se agitavam no ar. — Eu super e
Depois de muito tempo, eu finalmente entendi o motivo da minha mãe ter pequenos ataques cardíacos em todas as vezes que alguém da nossa família vinha com a frase “e os namoradinhos, Lana?”. Para ser franca eu havia entendido todos os ataques dela, pois todos se resumiam a mim, acordando seminua ao lado de um desconhecido e posso dizer que isso é algo desesperador para qualquer um que pense nas suas filhas nessa situação.Mas ao menos eu havia entendido finalmente os surtos dela e os conselhos me implorando para jamais deixar que aquilo ocorresse comigo. Eu deveria ter ouvido ela.No entanto, já era tarde demais e enquanto eu abria os meus olhos para me deparar com um homem de peito exposto e olhos pesados de sono, eu também pensava em como aquilo ocorreu. Cheguei à conclusão quando a minha própria mente resolveu mostrar-me os fatos da noite anterior e tudo o que fiz foi deixar um gemido curto de culpa escapar.— Mas que… — antes que eu terminasse a frase, os olhos pequenos e escuros a
Ele tinha um sorriso sutil nos olhos enquanto eu passava as informações que meu chefe havia pedido. Precisei reunir todos os detalhes da empresa nos últimos meses e consegui resumir muita coisa em gráficos que improvisei no CorelDraw. Por sorte eu decorava muita coisa e foi possível deixar tudo preparado para o homem que não tirava seus olhos de mim durante aquela explicação.Ele acariciava minha mão de forma tão discreta que eu só percebia quando sentia o calor dela passando pela minha pele para pegar o papel que eu lhe entregava. Era uma situação constrangedora e obviamente ele fazia aquilo de propósito, pois seus olhos vibrantes sorrindo para mim não me deixavam suspeitar de outra coisa.— Acho que isso é tudo. — Coloquei os papéis que antes tínhamos espalhado pela mesa em uma pasta de papel pardo e deslizei o objeto sobre a mesa em direção ao homem.— Mas já acabou? — Ele falou e eu revirei os olhos.— Pode parar com isso? — Disse assim que o senhor Almeida cruzou à porta para fal
Ana correu para a sala do seu pai. Ele havia emitido um comunicado pelo auto-falante da empresa que percorreu todo o prédio até nos encontrar às escondidas no armário do zelador. Não falamos mais nada depois disso, pois cada uma foi para o seu lado terminar os afazeres do dia e tínhamos muito a ser feito.Durante o dia eu tentei evitar o senhor Lee Jung-suk e toda vez que o via passar por algum lugar que levaria até mim, fiz questão de me encolher em alguma mesa, me abaixar até sumir da sua vista ou virar o corredor entrando em uma sala aleatória. Em alguns momentos acabei surgindo em locais os quais precisei me desculpar pelo inconveniente até que minhas atitudes estranhas chegassem em quem eu não queria que soubesse de nada. — Lana. — A voz feminina aguda e autoritária chegou até meus ouvidos. Eu estava tentando me esconder entre o bebedouro e o banheiro masculino enquanto via ao longe o meu alvo conversando com alguns funcionários em meio ao corredor. Ele ouviu meu nome também, p
Posso jurar que estava ficando doente. Depois de duas longas semanas correndo atrás do senhor Jung-suk pelos corredores da empresa Almeida, eu finalmente tive um descanso. Meu chefe secundário iria voltar para a Coreia, pois tinha que cuidar de alguns negócios à parte. Isso me deixaria livre das suas ordens e nervosismos até que ele retornasse. O que não duraria muito, pois o senhor Almeida já havia nos dito que Lee Jung-suk estava se mudando permanentemente para o Brasil.Ao menos eu poderia respirar por uma semana até que ele voltasse com seus gritos.Lee se mostrou muito autoritário durante o trabalho. Gostava de tudo perfeito e se não estivesse como ele queria, tínhamos que refazer todo o serviço. No entanto, nada me incomodou, pois nosso acordo era realmente que ele me tratasse como tratava todos os demais fingindo que nunca tínhamos dormido juntos. Então ele seguiu seu roteiro e eu o meu.Porém, quando ele finalmente partiu me dando ar, eu senti meu corpo inteiro doer depois de
Eu havia chegado no consultório um pouco antes do meu horário marcado. Havia recebido os exames dois dias antes e não tive coragem de abri-lo.Por mais que Ana insistisse, eu havia enfiado o documento no fundo da bolsa enquanto assumia a postura de roedora de unhas.Resolvi marcar uma consulta para abrir o exame junto a um médico e se as nossas suspeitas estivessem certas eu já seguiria todo o processo. Ana fez questão de pagar para que eu passasse com a médica da sua família e lá estávamos nós duas esperando que o meu nome fosse chamado.Após convencermos o senhor Almeida que eu estava com uma virose forte, o que não foi difícil considerando a minha temperatura corporal subindo diversas vezes durante o dia de forma repentina e o meu rosto amarelado enquanto eu ficava tonta. Nesse momento eu fingia uma queda de pressão para mascarar os enjoos, cruzando os dedos para que ele nunca desconfiasse de nada.Eu não queria alarmar ninguém sem antes ter certeza do que acontecia com o meu corpo