Despertei sentindo uma pequena pressão no braço. A voz de Lee ao lado de fora tinha a mesma potência de raiva de quando ele discutia com algum patrocinador no escritório e isso me fez revirar os olhos. Observei o local onde estava e me vi em um quarto de hospital bem diferente dos que eu geralmente ia. A pressão no meu braço continuava e algo percorria minhas veias parecendo me dar mais vitamina. Olhei em direção ao meu braço direito para saber o que seria e vi o acesso ligado ao meu organismo. Acompanhei o longo caminho que a mangueira fazia, até meus olhos encontrarem o soro próximo da minha cabeça. Isso me fez suspirar. Eu realmente havia passado mal por ver uma cena besta de um traste qualquer. Sentei-me na cama para me certificar de que eu já estava melhor e não me senti tonta ou enjoada naquele momento, então ousei tocar meus pés no chão para tentar encontrar minhas coisas. Porém, não vi minha bolsa em lugar algum. Dei outro suspiro pensando que o estúpido pai da minha bebê
Depois de duas semanas, eu estava na frente do computador da empresa em busca de apartamentos para morar. Eu queria algo simples com um bom valor e que pudesse ser confortável para duas mulheres. Ou para uma mulher e uma bebê. Muitas vezes durante os dias, eu pensei em voltar para a casa de Lee. Porém, depois de de tanto tempo distantes um do outro, ele parecia ter se esquecido da promessa de não desistir de mim. Mas estava tudo bem, afinal eu sempre soube que o amor avassalador o qual ele dizia sentir por mim, não era verdadeiro. Ao menos agora, isso era evidente. Estávamos entrando em um período agitado do ano. A emissora tinha que correr para elaborar os comercias de fim de ano junto as mensagens de agradecimentos aos telespectadores e isso tinha sempre um estresse gigantesco, pois precisávamos integrar toda essa correria com as programações dos eventos que aconteciam pelo país. Os festivais e principais shows, que por exemplo, aconteciam entre agosto e fim de novembro. Es
Estava se tornando desafiador ficar na casa de Ana. Embora tivéssemos tido muitos anos de convivência, a chegada de um bebê mudou as coisas. Antes, Ana saia e volta com seus parceiros, sem me incomodar. No entanto, a gravidez despertava o dom da queixa em mim. Já o tinha antes, mas agora me via chorona, cansada, inchada e irritada.Além dos gemidos noturnos, passei a enfrentar o barulho da obra no apartamento acima, inclusive aos sábados, pois alguém comprara os últimos andares na intuição de unificar os apartamentos. Para mim, parecia exagero, dado que o prédio originalmente tinha apartamentos únicos por andar, espaçosos o suficiente para uma família.Naquela manhã, os trabalhadores começaram cedo, às 7h30, interrompendo meu sono. A preguiça de levantar era tanta que recorri aos fones, abafando o barulho com música alta.Com a segunda-feira sendo feriado, teria três dias em casa para refletir antes de voltar à rotina de trabalho, sem a presença do senhor Jung-suk, uma boa notícia. Le
— Gosta mesmo dele —Ana disse assim que entrei. Meus pés foram acariciados pela pequena quantidade de água que já invadia nosso apartamento e eu pensei em como iríamos tirar aquela bagunça dali. — Acho que sim — confessei. — Então porque está tentando mantê-lo distante? — questionou-me ela e tudo o que fiz foi dar de ombros. — Lana, você sabe que aquela palhaça armou aquele beijo. Sabe que ele está louco por você e tem certeza que ele não sente mais nada pela ex. Então pra que lutar?— Nada disso importa, Ana — joguei as mãos no ar em um pedido para que ela parasse de falar naquilo e peguei o rodo para começar a tirar a água que tentava criar uma piscina em nosso apartamento. — Por que não?— Porque o beijo aconteceu mesmo com todas essas coisas e ver ele beijando outra doeu como se fosse extremamente importante para mim. Ana suspirou, me observando enquanto eu tentava lidar com a água que se infiltrava pelo nosso espaço. O silêncio entre nós foi interrompido apenas pelo som da á
Os gestos de Júlia durante sua conversa com Lee, eram capturados pela transparência da janela de vidro que formavam uma discussão silenciosa. A curiosidade me impelia a decifrar o que estava sendo dito naquele escritório, enquanto a tensão no ar sugeria que a reunião não era apenas uma formalidade rotineira.Cada movimento, cada expressão, traçava linhas invisíveis de qualquer coisa que escapavam à minha audição, mas que, de alguma forma, ecoavam em minha percepção. O escritório, antes um espaço familiar, transformava-se em um palco de intriga, com a conversa entre eles evocando questionamentos que se multiplicavam em minha mente.Enquanto a situação ia além, a sensação de estar à margem de algo crucial me envolvia. E tudo o que eu tinha era uma janela de vidro, em seu papel de silenciosa, como minha a única fronteira entre o que era dito naquele escritório e minha necessidade incessante de saber.A troca de olhares entre Lee e eu através do vidro da sala dele criava uma briga silenci
Quando nosso contato acabou e abri meus olhos, vi os orbes de Lee se deliciarem com cada detalhe do meu rosto e isso me enfureceu. Abri a mão direita em um enorme leque que se chocou contra a bochecha dele enquanto eu cobria minha boca com a mão livre. A tensão no ar era palpável enquanto nossos olhares se encontravam novamente. O impacto do meu tapa contra a bochecha de Lee ecoou no silêncio, mostrando-lhe a intensidade da minha fúria contida.— Lana...— Não, Lee! — o interrompi. Respirei fundo para poder ter meu ar de volta mesmo que a raiva quisesse me sufocar. — Você não pode achar que vai resolver todos os nossos problemas com um simples beijo. A firmeza em minha voz cortou o ar tenso entre nós. As palavras ecoaram pelo pequeno espaço, carregadas de frustração e desapontamento. Lee se colocou em silêncio constante, enquanto seu olhar parecia buscar respostas nas linhas do meu rosto.A respiração dele estava irregular, e eu via que seus olhos buscavam as palavras certas para q
Lee esperou que eu terminasse de comer e ele até tentou disfarçar sua impaciência, mas seus olhos o traíam constantemente me mostrando sua ansiedade. Enquanto eu saboreava cada mordida, ele agitava as pernas, tornando-se vítima de minha pequena provocação. A tensão no ar era palpável, e eu não pude deixar de sorrir, prolongando ainda mais seu tormento.— Eu sei o que está fazendo — disse ele enquanto eu ria. — Não sei do que está falando. Estou apenas aproveitando minha refeição — respondi, mantendo o sorriso, mas meus olhos entregavam a travessura. Lee franziu a testa, tentando decifrar meu jogo enquanto eu mastigava. — Lana, por tudo o que é mais sagrado… — iniciou ele com um ar desesperado na voz.— Tá bom. Tá bom. — o interrompi. — Vamos então, eu nem estava com tanta fome mesmo. Cedi, divertida com a rendição repentina de Lee, e ambos rimos de forma aliviada, deixando a tensão desaparecer.Saímos do restaurante, e a alegria de Lee era evidente. Enquanto caminhávamos pela calçad
Enquanto minha barriga crescia, a ansiedade e a emoção se misturavam em meu coração. Cada pontapé da bebê me lembrava da maravilha e da responsabilidade que estava por vir. No entanto, junto com a excitação, surgiam também algumas preocupações.À medida que a data de chegada se aproximava, eu me enchia de curiosidade para saber como seria o rostinho da minha pequena. Admirava as roupinhas que comprava, e fazia uma enorme lista de nomes em minha cabeça. Eu pensava constantemente em todos os momentos especiais que estavam por vir.Enquanto isso, as mudanças em meu corpo eram evidentes. As noites se tornaram batalhas para encontrar posições confortáveis para dormir e não importava o quanto eu comesse ao decorrer do dia, minha barriga parecia nunca estar satisfeita.A gravidez avançava rapidamente e eu sentia a minha conexão com meu bebê se fortalecendo. Eu sentia seu movimento, suas cambalhotas e descobri que os bebês acabam soluçando diversas vezes dentro do nosso ventre enquanto seu d