As mãos de Antony tocaram a bela cintura de Beatriz, esse simples toque fez os jovens se arrepiarem. E ao som de uma melodia calma, eles começaram a dançar. Antony encostou seu rosto no dela, fazendo carícias com sua barba recém crescida, e Beatriz reagia a suas carícias, entrelaçando seus dedos nos sedosos cabelos do rapaz.— Eu quero te pedir desculpas. Não só pela última vez que nós vimos no Rio, mas também por tudo, por ter te colocado no meio daquele contrato idiota.— Não foi idiota, foi ... foi um aprendizado. E sim, eu te desculpo, na verdade, já te desculpei há muito tempo, nem se eu quisesse, conseguiria guardar rancor de você, Antony!— Você ainda continua sendo a única mulher que amei em toda minha vida. Os olhos do rapaz estavam fixados no rosto da jovem.— Mesmo depois de tanto tempo ? Ela perguntou soltando um sorriso de canto.— O tempo nunca foi a cura. Vez em outra, me encontro lembrando dos seus lábios, dos seus beijos e me vejo preso em um passado, um passado que a
— Alô? — Antony! Seu pai sofreu um acidente, venha para o hospital agora. Estamos com receio que algo ruim aconteça com ele, o estado dele é grave! Se apresse, por favor! Disse Lucia, a governanta que cuidava de tudo na gigantesca mansão dos Bellucci. Enquanto dirigia, Antony pensava em como se afastou de seu pai no último ano, como as coisas estavam estranhas entre eles, apesar de ser um homem de negócios, com muitas coisas para resolver, ele sempre encontrava tempo nas datas comemorativas para ficar próximo dele. Os flashbacks dos seus aniversários, do natal, dos presentes e dos inúmeros abraços, foram sendo substituídos pelas brigas e pelo desentendimento que o fez sair de casa. Assim que chegou no hospital, a pior notícia que ele podia ouvir foi dada. A morte de seu pai foi confirmada, antes mesmo que ele conseguisse expressar todo arrependimento e amor que sentia. A senhora Lucia organizou todo cortejo e enterro, e alguns dias depois de seu sepultamento, os possíveis herdeir
— Sinto muito pelo seu pai. Disse Tiffany já se vestindo. — Obrigado. Meu coroa era teimoso, mas vai fazer muita falta. — E agora? Será que o novo manda chuva de tudo ? — Quase. — Como assim quase ? Você não é o único herdeiro? Perguntou à mulher sem entender nada. — Sou sim. Mas meu pai, armou uma cilada para mim. Só vou ter direito a herança se me casar. — É o quê? Gritou ela. — Isso mesmo. Estou vendo o que vou fazer. Disse o rapaz colocando as calças e já se levantando. — E se por acaso você se casar vai me abandonar? — Se por infelicidade eu casar, vai ser só por causa dessa herança. Sabe que não nasci para isso. — Menos mal. Não posso ficar sem meu cliente favorito. Murmurou ela, já beijando o pescoço do rapaz. — Sabe que eu não resisto a seus beijos, né? Acho que vamos ficar mais um pouco no quarto. Falou Antony, tirando novamente a roupa da mulher que acabara de se vestir. Algum tempo depois, os dois saíram do quarto aos risos, como sempre. Antony se sentia feliz
As fofocas começaram a tomar conta da boate, era nítido o quanto a presença da jovem intimidava as outras. Talvez porque ela era maravilhosa, ou talvez, porque ela era a protegida de Carmen. Antony, era um ótimo observador, e esperou alguns minutos até que Carmem a mandou lhe chamar. — Estou entrando. Disse o rapaz, já praticamente dentro da sala, e fechando a porta logo em seguida, evitando assim os olhares dos curiosos. Quando entrou na sala e avistou a bela jovem de perto, percebeu que ela era mais linda ainda pessoalmente. A beleza real superava a beleza que ele tinha visto mais cedo nas fotos. Era uma mistura de mulherão com menininha. Aparentemente transmitia a imagem de uma pessoa tímida. — Esta é a jovem. Já expliquei tudo para ela. Agora só esperamos saber se ela se encaixa no perfil desejado, e o quanto estar disposto a pagar por este trabalho. — Qual seu nome? Perguntou Antony, se dirigindo a menina, que estava sempre de cabeça baixa. — Beatriz. Falou a jovem, bem bai
Antony, depois de fechar o contrato com a bela Beatriz, ligou para Leonardo, seu melhor amigo e cúmplice fiel de muitas aventuras. A amizade dos dois era desde a infância, e apesar de Antony ser mulherengo e festeiro, Leonardo era totalmente seu oposto. Ele era mais caseiro, gostava de estudar, e já gerenciava a empresa da sua família desde que se formou em administração. Era um homem muito culto. — Oi Antony! Como vai meu amigão? — Oi Léo, estou bem e você meu companheiro? — Companheiro? Hum.... diz logo o que você quer. Só me chama assim, quando apronta uma cagada e precisa de minha ajuda. Fala logo. — Que isso irmão! Riu o rapaz. Talvez seja um pouco de verdade... preciso de sua ajuda em algo e juro que não é uma enrascada, na verdade é uma solução... meio incomum, mas me ajudará muito. — Quê? Diz logo. — Não posso falar por telefone. Juro que amanhã te conto. Vou lhe enviar um endereço e quero que você traga uma moça chamada Beatriz e a deixe em um outro local. Pode ser ?
Com o contrato em mãos, Antony foi bem cedinho até o apartamento que Beatriz estava. Na recepção já estava a sua espera, sua amiga Lisandra. — Oi Lisandra. Como vai? Me acompanhe por favor. — Oi... Respondeu a jovem, que teve que correr para acompanhar o amigo, que andava a passos rápidos. Quando chegaram no apartamento, Antony começou a bater na porta. Alguns minutos depois, uma voz feminina respondeu que já iria abrir. Quando Beatriz abriu a porta, ficou surpresa com as visitas inesperadas. — Bom dia Bianca! Esta é a Lisandra, ela vai te ajudar com uma consultoria de moda e etiqueta. — Me chamo Beatriz... Bom dia! Muito prazer! Corrigiu a jovem. — Ah, Beatriz. Foi mal. Se desculpou o jovem. — Igualmente. Bom, Antony ainda não me explicou exatamente o que deseja de mim hoje. Pode me explicar? — Ah, é verdade. Bom, olhe bem para esta mulher, linda né? Com certeza. Mas quero ela elegante e sofisticada também, digna de ser minha esposa. — Esposa? Perguntou a mulher s
Beatriz se arrumou para ir até a boate, pegar seus livros, aliás, esta foi a desculpa que as duas inventaram para se ver. Carmen e Beatriz precisavam conversar sobre como a vida da jovem iria mudar, Beatriz queria mostrar seu visual novo, suas roupas, agora de grife, feitas de tecidos tão macios que ela jamais imaginava existir. Quando a jovem chegou na porta da boate, nem os seguranças e nenhuma de suas colegas de quarto a reconheceram, ela foi com um óculos escuros como Carmen pediu, fez um coque nas madeixas e colocou uma calça de linho e uma camisa branca de seda. Quando entrou no salão, todos pararam para vê-la, não igual da última vez, o olhar era de incômodo, de surpresa e até de vergonha por alguns homens. Na verdade, Beatriz agora passava o ar de uma mulher rica e poderosa, e quando uma mulher desse nível se encontra em um local deste, é só por um motivo. — Eita, quem é o homem que vai dormir na casa do cachorro hoje hein? Gritou um dos homens, enquanto os demais riam.
Após o telefonema, Beatriz apressou-se para pedir um Uber e voltar para o apartamento. Mas, enquanto esperava na porta da boate, uma bela BMW preta parou em sua frente, abriu a porta de trás, e ela conseguiu ouvir, mesmo que muito baixinho: — Entre agora! No volante havia um senhor com um belo terno, e do lado em que se sentou, estava Antony fumando um cigarro, com sobrancelhas cerradas, com uma expressão de raiva. Beatriz entrou calada e assim se manteve, até que o rapaz disse: — Então será uma esposa mentirosa? — Claro que não. Ela respondeu baixinho. — Quando eu dizer não vá, não faça isso, você não fará! Entendeu? Gritou o homem, com olhos arregalados. Beatriz ficou sem ação e apenas consentiu a ameaça. Depois disso, se espremeu o tanto que pode para próximo da janela do carro, em uma tentativa de se manter o mais longe possível daquele homem. Talvez o que ela pensava ser fácil, não seria tão fácil assim, aquele comportamento de Antony a fez ficar apreensiva. Quando perceb