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Capítulo 03- O contrato

A

s fofocas começaram a tomar conta da boate, era nítido o quanto a presença da jovem intimidava as outras. Talvez porque ela era maravilhosa, ou talvez, porque ela era a protegida de Carmen. Antony, era um ótimo observador, e esperou alguns minutos até que Carmem a mandou lhe chamar.

— Estou entrando. Disse o rapaz, já praticamente dentro da sala, e fechando a porta logo em seguida, evitando assim os olhares dos curiosos. Quando entrou na sala e avistou a bela jovem de perto, percebeu que ela era mais linda ainda pessoalmente. A beleza real superava a beleza que ele tinha visto mais cedo nas fotos. Era uma mistura de mulherão com menininha. Aparentemente transmitia a imagem de uma pessoa tímida.

— Esta é a jovem. Já expliquei tudo para ela. Agora só esperamos saber se ela se encaixa no perfil desejado, e o quanto estar disposto a pagar por este trabalho. 

— Qual seu nome? Perguntou Antony, se dirigindo a menina, que estava sempre de cabeça baixa.

— Beatriz. Falou a jovem, bem baixinho.

— Consegue falar mais alto? Não conseguir entender. 

— Beatriz! Disse a moça em um tom mais alto e olhando diretamente em seus olhos. 

— Beatriz... que nome bonito, tão bonito quanto a dona. 

— Obrigada. Agradeceu ela.

— Então, você estuda jornalismo certo? Irei fazer perguntas sobre sua vida, tudo bem?

— Fique à vontade. Respondeu a jovem.

Com perguntas aleatórias, ele começou a investigar a jovem, que respondia tudo com um tom sereno e calmo. Fazendo assim que ele acreditasse em todas suas respostas. 

—  Sabe dançar?

—  Dançar normal ou strip-tease?

—  Hehe... Os dois...

—  Sim, sou uma ótima dançarina.

—  Que bom saber. Como conseguiu grana para estudar?

—  Na verdade ganhei uma bolsa de estudo, totalmente grátis.

—  Já prova que é inteligente. Bom, muito bom. Deseja fazer alguma pergunta a mim?

— Ah.... acho que não.

— Certeza? Não tem medo que eu seja um psicopata, serial killer, viciado?

— Acho que a Senhora Carmen, jamais me chamaria para esse trabalho se você fosse assim. 

— Viciado só se for em mulher! Disse Carmen sorrindo. 

— Olha que sou mesmo. 

—  O contrato... vai ter sexo? Perguntou a jovem envergonhada.

— Ora, que pergunta tola Bia! Um homem viciado em mulher, e você uma mulher linda...

— Na verdade não. Não misturo negócios com sexo, isso foi uma das lições que meu pai me ensinou e eu sempre sigo. Continuarei a visitar as meninas, claro de forma sigilosa, e se minha esposa permitir, claro.

— Ah. Respirou a jovem parecendo estar aliviada.

—  Você não quer transar com um homem maravilhoso desses, querida? Perguntou Carmen, sem entender o motivo do suspiro.

— Não é isso...

— Suponho que então não é apta para trabalhar aqui. É cada tipo de homem que você vomitaria só de imaginar.

— Não é isso. Só queria saber, para ficar preparada tia Carmen. 

— Você tem algum namorado, ex namorado, namorada, ficante, algo do tipo? Perguntou Antony saindo do foco do assunto.

— Não. Na verdade, nunca namorei de verdade.

— Só não me diga que ainda é virgem. Disse ele, com um sorriso meia boca.

— Não é para tanto. Riu a jovem, já se soltando um pouco mais.

— Só não acho os homens confiáveis para me relacionar. Então, antes só que mal acompanhada.

— Eita, não julgo. As mulheres também não ficam atrás. No mundo em que vivemos atualmente, as mulheres são tão desleais quanto os homens, não acha? 

— Justo. 

Os dois riram, e ele continuou fazendo perguntas aleatórias e até testes de comportamento social, os quais ela se saiu muito bem. Já finalizando as dezenas de perguntas feita a jovem, ele decretou:

— Ela parece ser a candidata perfeita! A Beatriz será minha futura noiva e esposa por um ano.

— Ah que bom! Disse Carmen batendo palmas — Batido o martelo que ela será sua esposa temporariamente, vamos prosseguir para as partes burocráticas de todo negócio.

—  Vamos lá. Me diga Beatriz, o que você topa fazer? Perguntou o belo homem olhando sedutoramente para Beatriz.

—  Se você está pagando. Acho que tudo. Respondeu ela com um tom desafiador, e levantando uma de suas sobrancelhas.

—  Haha... Corajosa ou louca demais para fazer tudo que eu pedir. Irei mandar meu advogado elaborar o contrato. Pagarei 500 mil, e mais 500 mil quando já estiver de porte de toda minha herança. E 10% deste valor mandarei para Carmen. Tudo bem?

As duas concordaram. E ele continuou:

—  No contrato haverá apenas uma cláusula.

—  E qual seria? Perguntou Beatriz curiosa.

—  Que deve fazer tudo que eu mandar. Este ano de sua vida, será dedicado a mim. Irei elaborar uma história mirabolante de como nos conhecemos. Espero que seja uma boa atriz. 

—  Mas, não vai interferir na minha faculdade né?

—  Jamais. Fique tranquila sobre isso.

— Obrigada.

— E mais uma coisa.

—  O quê?

—  Não poderá pensar em se aproximar daqui ou do alojamento. Não podemos correr o risco de ser vista por alguém que me conheça em um desses lugares.

—  Mas, onde eu vou ficar? Moro lá, desde que sair do orfa....

—  Não se preocupe, mandarei um amigo buscá-la ainda hoje e ele te levará para seu novo lar. Irei escolher um apartamento mobiliado, em um bairro bom. Não vou levar para um dos meus apartamentos para não dá muita bandeira. Sabe dirigir?

—  Não.

—  Que pena. Alugaria um carro para você. Mas, como não sabe, deixarei um dos meus cartões de crédito para sempre andar de Uber, nada de ônibus! Entendeu?

— Pode deixar!

— Ah, e amanhã, mandarei uma amiga minha que é consultora de moda te levar para fazer compras, dá um grau em você. Já é linda, mas, sei que com um bom trato ficará ainda mais. Digna de ser minha esposa. Então, contrato fechado?

— Contrato fechado! 

Todos riram, os dois apertarão as mãos e firmaram o negócio. A assinatura do contrato seria na manhã seguinte, e dona Carmem seria uma das testemunhas.

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