A
s fofocas começaram a tomar conta da boate, era nítido o quanto a presença da jovem intimidava as outras. Talvez porque ela era maravilhosa, ou talvez, porque ela era a protegida de Carmen. Antony, era um ótimo observador, e esperou alguns minutos até que Carmem a mandou lhe chamar.
— Estou entrando. Disse o rapaz, já praticamente dentro da sala, e fechando a porta logo em seguida, evitando assim os olhares dos curiosos. Quando entrou na sala e avistou a bela jovem de perto, percebeu que ela era mais linda ainda pessoalmente. A beleza real superava a beleza que ele tinha visto mais cedo nas fotos. Era uma mistura de mulherão com menininha. Aparentemente transmitia a imagem de uma pessoa tímida.
— Esta é a jovem. Já expliquei tudo para ela. Agora só esperamos saber se ela se encaixa no perfil desejado, e o quanto estar disposto a pagar por este trabalho.
— Qual seu nome? Perguntou Antony, se dirigindo a menina, que estava sempre de cabeça baixa.
— Beatriz. Falou a jovem, bem baixinho.
— Consegue falar mais alto? Não conseguir entender.
— Beatriz! Disse a moça em um tom mais alto e olhando diretamente em seus olhos.
— Beatriz... que nome bonito, tão bonito quanto a dona.
— Obrigada. Agradeceu ela.
— Então, você estuda jornalismo certo? Irei fazer perguntas sobre sua vida, tudo bem?
— Fique à vontade. Respondeu a jovem.
Com perguntas aleatórias, ele começou a investigar a jovem, que respondia tudo com um tom sereno e calmo. Fazendo assim que ele acreditasse em todas suas respostas.
— Sabe dançar?
— Dançar normal ou strip-tease?
— Hehe... Os dois...
— Sim, sou uma ótima dançarina.
— Que bom saber. Como conseguiu grana para estudar?
— Na verdade ganhei uma bolsa de estudo, totalmente grátis.
— Já prova que é inteligente. Bom, muito bom. Deseja fazer alguma pergunta a mim?
— Ah.... acho que não.
— Certeza? Não tem medo que eu seja um psicopata, serial killer, viciado?
— Acho que a Senhora Carmen, jamais me chamaria para esse trabalho se você fosse assim.
— Viciado só se for em mulher! Disse Carmen sorrindo.
— Olha que sou mesmo.
— O contrato... vai ter sexo? Perguntou a jovem envergonhada.
— Ora, que pergunta tola Bia! Um homem viciado em mulher, e você uma mulher linda...
— Na verdade não. Não misturo negócios com sexo, isso foi uma das lições que meu pai me ensinou e eu sempre sigo. Continuarei a visitar as meninas, claro de forma sigilosa, e se minha esposa permitir, claro.
— Ah. Respirou a jovem parecendo estar aliviada.
— Você não quer transar com um homem maravilhoso desses, querida? Perguntou Carmen, sem entender o motivo do suspiro.
— Não é isso...
— Suponho que então não é apta para trabalhar aqui. É cada tipo de homem que você vomitaria só de imaginar.
— Não é isso. Só queria saber, para ficar preparada tia Carmen.
— Você tem algum namorado, ex namorado, namorada, ficante, algo do tipo? Perguntou Antony saindo do foco do assunto.
— Não. Na verdade, nunca namorei de verdade.
— Só não me diga que ainda é virgem. Disse ele, com um sorriso meia boca.
— Não é para tanto. Riu a jovem, já se soltando um pouco mais.
— Só não acho os homens confiáveis para me relacionar. Então, antes só que mal acompanhada.
— Eita, não julgo. As mulheres também não ficam atrás. No mundo em que vivemos atualmente, as mulheres são tão desleais quanto os homens, não acha?
— Justo.
Os dois riram, e ele continuou fazendo perguntas aleatórias e até testes de comportamento social, os quais ela se saiu muito bem. Já finalizando as dezenas de perguntas feita a jovem, ele decretou:
— Ela parece ser a candidata perfeita! A Beatriz será minha futura noiva e esposa por um ano.
— Ah que bom! Disse Carmen batendo palmas — Batido o martelo que ela será sua esposa temporariamente, vamos prosseguir para as partes burocráticas de todo negócio.
— Vamos lá. Me diga Beatriz, o que você topa fazer? Perguntou o belo homem olhando sedutoramente para Beatriz.
— Se você está pagando. Acho que tudo. Respondeu ela com um tom desafiador, e levantando uma de suas sobrancelhas.
— Haha... Corajosa ou louca demais para fazer tudo que eu pedir. Irei mandar meu advogado elaborar o contrato. Pagarei 500 mil, e mais 500 mil quando já estiver de porte de toda minha herança. E 10% deste valor mandarei para Carmen. Tudo bem?
As duas concordaram. E ele continuou:
— No contrato haverá apenas uma cláusula.
— E qual seria? Perguntou Beatriz curiosa.
— Que deve fazer tudo que eu mandar. Este ano de sua vida, será dedicado a mim. Irei elaborar uma história mirabolante de como nos conhecemos. Espero que seja uma boa atriz.
— Mas, não vai interferir na minha faculdade né?
— Jamais. Fique tranquila sobre isso.
— Obrigada.
— E mais uma coisa.
— O quê?
— Não poderá pensar em se aproximar daqui ou do alojamento. Não podemos correr o risco de ser vista por alguém que me conheça em um desses lugares.
— Mas, onde eu vou ficar? Moro lá, desde que sair do orfa....
— Não se preocupe, mandarei um amigo buscá-la ainda hoje e ele te levará para seu novo lar. Irei escolher um apartamento mobiliado, em um bairro bom. Não vou levar para um dos meus apartamentos para não dá muita bandeira. Sabe dirigir?
— Não.
— Que pena. Alugaria um carro para você. Mas, como não sabe, deixarei um dos meus cartões de crédito para sempre andar de Uber, nada de ônibus! Entendeu?
— Pode deixar!
— Ah, e amanhã, mandarei uma amiga minha que é consultora de moda te levar para fazer compras, dá um grau em você. Já é linda, mas, sei que com um bom trato ficará ainda mais. Digna de ser minha esposa. Então, contrato fechado?
— Contrato fechado!
Todos riram, os dois apertarão as mãos e firmaram o negócio. A assinatura do contrato seria na manhã seguinte, e dona Carmem seria uma das testemunhas.
Antony, depois de fechar o contrato com a bela Beatriz, ligou para Leonardo, seu melhor amigo e cúmplice fiel de muitas aventuras. A amizade dos dois era desde a infância, e apesar de Antony ser mulherengo e festeiro, Leonardo era totalmente seu oposto. Ele era mais caseiro, gostava de estudar, e já gerenciava a empresa da sua família desde que se formou em administração. Era um homem muito culto. — Oi Antony! Como vai meu amigão? — Oi Léo, estou bem e você meu companheiro? — Companheiro? Hum.... diz logo o que você quer. Só me chama assim, quando apronta uma cagada e precisa de minha ajuda. Fala logo. — Que isso irmão! Riu o rapaz. Talvez seja um pouco de verdade... preciso de sua ajuda em algo e juro que não é uma enrascada, na verdade é uma solução... meio incomum, mas me ajudará muito. — Quê? Diz logo. — Não posso falar por telefone. Juro que amanhã te conto. Vou lhe enviar um endereço e quero que você traga uma moça chamada Beatriz e a deixe em um outro local. Pode ser ?
Com o contrato em mãos, Antony foi bem cedinho até o apartamento que Beatriz estava. Na recepção já estava a sua espera, sua amiga Lisandra. — Oi Lisandra. Como vai? Me acompanhe por favor. — Oi... Respondeu a jovem, que teve que correr para acompanhar o amigo, que andava a passos rápidos. Quando chegaram no apartamento, Antony começou a bater na porta. Alguns minutos depois, uma voz feminina respondeu que já iria abrir. Quando Beatriz abriu a porta, ficou surpresa com as visitas inesperadas. — Bom dia Bianca! Esta é a Lisandra, ela vai te ajudar com uma consultoria de moda e etiqueta. — Me chamo Beatriz... Bom dia! Muito prazer! Corrigiu a jovem. — Ah, Beatriz. Foi mal. Se desculpou o jovem. — Igualmente. Bom, Antony ainda não me explicou exatamente o que deseja de mim hoje. Pode me explicar? — Ah, é verdade. Bom, olhe bem para esta mulher, linda né? Com certeza. Mas quero ela elegante e sofisticada também, digna de ser minha esposa. — Esposa? Perguntou a mulher s
Beatriz se arrumou para ir até a boate, pegar seus livros, aliás, esta foi a desculpa que as duas inventaram para se ver. Carmen e Beatriz precisavam conversar sobre como a vida da jovem iria mudar, Beatriz queria mostrar seu visual novo, suas roupas, agora de grife, feitas de tecidos tão macios que ela jamais imaginava existir. Quando a jovem chegou na porta da boate, nem os seguranças e nenhuma de suas colegas de quarto a reconheceram, ela foi com um óculos escuros como Carmen pediu, fez um coque nas madeixas e colocou uma calça de linho e uma camisa branca de seda. Quando entrou no salão, todos pararam para vê-la, não igual da última vez, o olhar era de incômodo, de surpresa e até de vergonha por alguns homens. Na verdade, Beatriz agora passava o ar de uma mulher rica e poderosa, e quando uma mulher desse nível se encontra em um local deste, é só por um motivo. — Eita, quem é o homem que vai dormir na casa do cachorro hoje hein? Gritou um dos homens, enquanto os demais riam.
Após o telefonema, Beatriz apressou-se para pedir um Uber e voltar para o apartamento. Mas, enquanto esperava na porta da boate, uma bela BMW preta parou em sua frente, abriu a porta de trás, e ela conseguiu ouvir, mesmo que muito baixinho: — Entre agora! No volante havia um senhor com um belo terno, e do lado em que se sentou, estava Antony fumando um cigarro, com sobrancelhas cerradas, com uma expressão de raiva. Beatriz entrou calada e assim se manteve, até que o rapaz disse: — Então será uma esposa mentirosa? — Claro que não. Ela respondeu baixinho. — Quando eu dizer não vá, não faça isso, você não fará! Entendeu? Gritou o homem, com olhos arregalados. Beatriz ficou sem ação e apenas consentiu a ameaça. Depois disso, se espremeu o tanto que pode para próximo da janela do carro, em uma tentativa de se manter o mais longe possível daquele homem. Talvez o que ela pensava ser fácil, não seria tão fácil assim, aquele comportamento de Antony a fez ficar apreensiva. Quando perceb
Depois de comerem, Antony parou em frente a tv e disse que escolheria uma música para ele dois, todo casal tinha uma música e eles também deveriam ter. A música que ele escolheu foi Too Good at Goodbyes. A melodia era conhecida por Beatriz, apesar dela não entender uma frase retratada na música. Ele então traduziu para ela, seguindo o ritmo da melodia: — " Você deve pensar que sou um tolo, que sou novo nisso... Eu nunca vou te deixar perto de mim, mesmo que você signifique tudo para mim... Então eu nunca vou ficar muito perto de você, mesmo que eu signifique tudo para você... " Ela então deu pause na música e interrompeu: — A música é linda, mas, a tradução se encaixa na nossa relação? No que você quer representar para as pessoas ao redor? Achei muito conturbada. — Eu acho que ela se encaixa perfeitamente. — Mas, o quê? Seremos um relacionamento em crise? — A música fala de um casal que tem medo de se magoar. Nós seremos a continuação da música, a vitória do amor sobre o med
No meio da noite, Antony acordou assustado. Talvez era o efeito do álcool passando, quando se virou, lá estava Beatriz, dormindo feito um anjo. Sua camisola preta de seda, havia subido um pouco, deixando a mostra partes do bumbum da mulher, e que bumbum, pensou ele. Sua testoterona estava no ápice, era a primeira vez que ele estaria deitado ao lado de uma mulher tão bonita, com um único e singelo objetivo de dormir. Ele então a cobriu com o cobertor e virou-se novamente de costas para ela. Quando se espantou ela virou-se para ele, e jogou um dos braços por cima de suas costas. As mãos macias e frias de Beatriz tocando seu corpo, o fizeram arrepiar, o cheiro da pele, do cabelo, soava como um convite para que ele se aproximasse. Quando se deu conta ja estava excitado. Que tentação era essa? Pensou ele. Sua melhor saída era levantar-se e tomar uma ducha geladinha, e assim o fez. Quando passou pelo quarto, deu uma bela olhada na jovem, sorriu e saiu do apartamento no meio da madrugada.
Que lábios macios, que beijo gostoso, pensou Antony, assim que terminou de quase engolir Beatriz, que por sua vez, ficou extremamente desconcertada, primeiro porque não estava preparada e segundo por ter sido ali, no meio daquele povo todo. Obviamente ela fingiu costume, olhou nos olhos de Antony, sorriu e seguiu para dentro da bela mansão. O desconforto maior veio quando todas as pessoas viraram para olhar o casal, e não foi aquela olhada disfarçada, foi algo bem exlicíto mesmo. Eles olhavam e cochichavam entre si. Como ela se sentiu mal, ficou envergonhada. Ao seguirem para falar com anfitriã da festa, ouviu uma garota falar: " Que vestido lindo, que garota bonita". e outra responder: " lindo mesmo é esse homem, sortuda demais". "Quem é ela?" Envergonhada e se sentindo intimidada, pegou novamente nas mãos de Antony, como se pedisse socorro, ele por sua vez, beijou delicademente suas mãos e olhou como se respondesse, que estava tudo bem. A dona da grife de bolsas viu Antony de lon
A festa estava bem animada. Depois de olharem todas as bolsas da coleção, as duas jovens voltaram para perto dos dois rapazes, que pelo visto já tinham virado alguns drinks.— Vocês já beberam quantas taças? Perguntou Lisandra.— Pouco. respondeu Leonardo.— Está gostando da festa ? Perguntou Antony a Beatriz.— Fora o tititi desse povo comigo, até que está legal. As bolsas são lindas.— Escolha uma.— Não precisa.— Escolha ! Insistiu ele.— Não precisa Antony! Afirmou ela — Lia! Gritou ele, chamando a senhora até eles.— Qual bolsa você indica para está jovem ?Beatriz ficou sem graça, diante da situação.— Hum... Deixe-me ver. Já volto.Já dava para notar que Antony estava um pouco alterado. Ele pareceu não ouvir ou não entender o significado da palavra não. Lia, então chegou com uma carteira belíssima, de couro com detalhes de ouro. Realmente, uma carteira lindíssima e sem dúvidas bem cara.—Esta é linda. Perfeita para eventos mais requintados.— Muito linda mesmo. Avaliou Lisandr