Com o contrato em mãos, Antony foi bem cedinho até o apartamento que Beatriz estava. Na recepção já estava a sua espera, sua amiga Lisandra.
— Oi Lisandra. Como vai? Me acompanhe por favor.
— Oi... Respondeu a jovem, que teve que correr para acompanhar o amigo, que andava a passos rápidos.
Quando chegaram no apartamento, Antony começou a bater na porta. Alguns minutos depois, uma voz feminina respondeu que já iria abrir. Quando Beatriz abriu a porta, ficou surpresa com as visitas inesperadas.
— Bom dia Bianca! Esta é a Lisandra, ela vai te ajudar com uma consultoria de moda e etiqueta.
— Me chamo Beatriz... Bom dia! Muito prazer! Corrigiu a jovem.
— Ah, Beatriz. Foi mal. Se desculpou o jovem.
— Igualmente. Bom, Antony ainda não me explicou exatamente o que deseja de mim hoje. Pode me explicar?
— Ah, é verdade. Bom, olhe bem para esta mulher, linda né? Com certeza. Mas quero ela elegante e sofisticada também, digna de ser minha esposa.
— Esposa? Perguntou a mulher sem entender nada.
— Sim, você acaba de conhecer minha futura esposa. Vai ser temporária, mas, até que tudo se resolva precisamos manter as aparências, e por isso preciso de sua ajuda. Quero que leve ela para fazer compras, e no salão, além disso quero que venha todos os dias aqui, ensinar dicas de etiqueta e comportamento para ela para quando formos sair para eventos. Topa?
— Você tá brincando né?
— Jamais brincaria com uma coisa dessas. Meu pai só me passa a herança, quando neste dedinho aqui-Disse ele apontando o dedo- estiver com uma aliança.
— Antony, isso é loucura. Repreendeu a amiga, já sacando todo o contexto.
— Não é não Lisandra! Olhe, ela é uma jovem inteligente e bonita, que não tem muitas oportunidades na vida e que precisa de dinheiro. Eu, sou um jovem que precisa de uma esposa para ter direito a minha própria herança. Não é um casamento perfeito? Brincou ele, que falava tudo tão calmo, que ouvindo assim, realmente parecia ser algo simples.
— Certo, se você quer fazer isso, quem sou eu para te impedir.
— Maravilhosa essa minha amiga. Disse o rapaz abraçando a jovem.
Após isso, sentou-se na mesa da cozinha, colocou um documento sob a mesa e chamou as duas mulheres:
— Venha Bi... Bet... Beatriz. Juro que vou aprender o seu nome.
— Tem que aprender né.
— Aqui está o contrato, leia e assine na última página. E Lisandra você será minha testemunha que estamos fechando um negócio.
Beatriz pegou o documento, leu tudo, e em seguida assinou, Lisandra também assinou.
— Ótimo. Agora tenho que ir. Beatriz está com meu cartão, fiquem a vontade para gastar com tudo que for necessário para que esta moça, fique a minha altura. Inclusive um celular novo, por favor. Esse seu é super ultrapassado. Divirtam-se. Até logo.
E assim Antony saiu, em sequência Lisandra e Beatriz foram as compras. Durante o caminho, as duas permaneceram em silêncio até que Lisandra puxou assunto:
— Você não tem medo disso tudo?
— Medo não. Mas, é claro que sei que não é uma coisa comum.
— Com certeza não é. Precisa tanto de grana a chegar a se vender para um estranho?
Beatriz respirou fundo, e perguntou:
— Você também é rica?
— É, sou filhos de um grande empresário.
— Então você não entenderá, o que é o desespero de não saber como vai ser seu dia amanhã. O que vai comer, ou como vai pagar as contas. Eu quase vendi realmente meu corpo, no maior pico de desespero que me encontrei. Não tem vergonha disso.
— Me desculpe, não quiz ofendê-la. Sei que diferente da minha vida, da vida de Antony, muitas pessoas passam por necessidades extremas. Vamos deixar seu passado para lá, e focar no seu futuro. Vamos primeiro no salão, vamos mudar esse seu visual.
As duas riram, e seguiram para o salão de beleza, lá Beatriz fez as unhas, sobrancelhas, limpeza de pele, depilação e por fim o cabelo. Ela não quiz mexer muito no comprimento, apenas fez um corte repicado, deixando suas madeixas onduladas, e clareou um pouco mais seus fios. O que a deixou com uma cara de menina rica, como disse Lisandra. Ela conseguiu ficar mais sexy ainda. Após isso, seguiram para as compras, e lá a mágica começou, de vestidos apertados e curtos, fez nascer vestidos longos, calças de alfaiataria, shorts de linhos, blusas de seda, sapatos e bolsas de grife. E em cada peça de roupa comprada, Lisandra explicava onde usar, como combinar cores, tecidos e texturas. Quando terminaram já era noite, e as duas se despediram, marcando de se encontrar no dia seguinte.
Beatriz chegou em casa com inúmeras sacolas, e arrumou cada roupa no closet que havia no quarto. Ela estava extremamente cansada, mas, incrivelmente feliz. Jamais ela havia se imaginado comprando tantas coisas em um mesmo dia, e quando parou para se olhar no espelho, ficou muito contente com o resultado. Realmente aquele corte de cabelo e tintura lhe deram um ar de nobreza. Além disso trocou o celular como Antony mandou. O celular tocou, era Carmen.
— Oi, minha querida. Como você está?
— Oi tia, estou bem, hoje tive um dia maravilhoso. Um dia de princesa.
— Eu imagino. Liguei para dizer que você esqueceu seus livros da faculdade.
— Eita, acabei esquecendo mesmo.
— Eu trouxe aqui para a boate. Soube que Tiffanny lhe perturbou na hora que estava de saída.
— Sim, aliás, ela já sabe do que está acontecendo?
— Não, não. Capaz dela infartar quando souber. Sabemos que ela é a gata preferida do seu futuro esposo. Riu a senhora.
— Hahaha. Ela vai pirar quando souber mesmo.
— Não irei contar. Deixamos que ela descubra por si só.
— Está bem. Vou aí daqui a pouco. A senhora vai amar minha transformação.
— Estou ansiosa. Mas, não esqueça de vir disfarçada. Coloque um óculos escuro, um xale, ou até mesmo uma peruca. Lembre-se que Antony não quer que venha aqui.
— Ah, ninguém sabe de nós ainda. Não precisa de tudo isso.
— Te espero aqui.
— Ta bom, até logo.
Beatriz se arrumou para ir até a boate, pegar seus livros, aliás, esta foi a desculpa que as duas inventaram para se ver. Carmen e Beatriz precisavam conversar sobre como a vida da jovem iria mudar, Beatriz queria mostrar seu visual novo, suas roupas, agora de grife, feitas de tecidos tão macios que ela jamais imaginava existir. Quando a jovem chegou na porta da boate, nem os seguranças e nenhuma de suas colegas de quarto a reconheceram, ela foi com um óculos escuros como Carmen pediu, fez um coque nas madeixas e colocou uma calça de linho e uma camisa branca de seda. Quando entrou no salão, todos pararam para vê-la, não igual da última vez, o olhar era de incômodo, de surpresa e até de vergonha por alguns homens. Na verdade, Beatriz agora passava o ar de uma mulher rica e poderosa, e quando uma mulher desse nível se encontra em um local deste, é só por um motivo. — Eita, quem é o homem que vai dormir na casa do cachorro hoje hein? Gritou um dos homens, enquanto os demais riam.
Após o telefonema, Beatriz apressou-se para pedir um Uber e voltar para o apartamento. Mas, enquanto esperava na porta da boate, uma bela BMW preta parou em sua frente, abriu a porta de trás, e ela conseguiu ouvir, mesmo que muito baixinho: — Entre agora! No volante havia um senhor com um belo terno, e do lado em que se sentou, estava Antony fumando um cigarro, com sobrancelhas cerradas, com uma expressão de raiva. Beatriz entrou calada e assim se manteve, até que o rapaz disse: — Então será uma esposa mentirosa? — Claro que não. Ela respondeu baixinho. — Quando eu dizer não vá, não faça isso, você não fará! Entendeu? Gritou o homem, com olhos arregalados. Beatriz ficou sem ação e apenas consentiu a ameaça. Depois disso, se espremeu o tanto que pode para próximo da janela do carro, em uma tentativa de se manter o mais longe possível daquele homem. Talvez o que ela pensava ser fácil, não seria tão fácil assim, aquele comportamento de Antony a fez ficar apreensiva. Quando perceb
Depois de comerem, Antony parou em frente a tv e disse que escolheria uma música para ele dois, todo casal tinha uma música e eles também deveriam ter. A música que ele escolheu foi Too Good at Goodbyes. A melodia era conhecida por Beatriz, apesar dela não entender uma frase retratada na música. Ele então traduziu para ela, seguindo o ritmo da melodia: — " Você deve pensar que sou um tolo, que sou novo nisso... Eu nunca vou te deixar perto de mim, mesmo que você signifique tudo para mim... Então eu nunca vou ficar muito perto de você, mesmo que eu signifique tudo para você... " Ela então deu pause na música e interrompeu: — A música é linda, mas, a tradução se encaixa na nossa relação? No que você quer representar para as pessoas ao redor? Achei muito conturbada. — Eu acho que ela se encaixa perfeitamente. — Mas, o quê? Seremos um relacionamento em crise? — A música fala de um casal que tem medo de se magoar. Nós seremos a continuação da música, a vitória do amor sobre o med
No meio da noite, Antony acordou assustado. Talvez era o efeito do álcool passando, quando se virou, lá estava Beatriz, dormindo feito um anjo. Sua camisola preta de seda, havia subido um pouco, deixando a mostra partes do bumbum da mulher, e que bumbum, pensou ele. Sua testoterona estava no ápice, era a primeira vez que ele estaria deitado ao lado de uma mulher tão bonita, com um único e singelo objetivo de dormir. Ele então a cobriu com o cobertor e virou-se novamente de costas para ela. Quando se espantou ela virou-se para ele, e jogou um dos braços por cima de suas costas. As mãos macias e frias de Beatriz tocando seu corpo, o fizeram arrepiar, o cheiro da pele, do cabelo, soava como um convite para que ele se aproximasse. Quando se deu conta ja estava excitado. Que tentação era essa? Pensou ele. Sua melhor saída era levantar-se e tomar uma ducha geladinha, e assim o fez. Quando passou pelo quarto, deu uma bela olhada na jovem, sorriu e saiu do apartamento no meio da madrugada.
Que lábios macios, que beijo gostoso, pensou Antony, assim que terminou de quase engolir Beatriz, que por sua vez, ficou extremamente desconcertada, primeiro porque não estava preparada e segundo por ter sido ali, no meio daquele povo todo. Obviamente ela fingiu costume, olhou nos olhos de Antony, sorriu e seguiu para dentro da bela mansão. O desconforto maior veio quando todas as pessoas viraram para olhar o casal, e não foi aquela olhada disfarçada, foi algo bem exlicíto mesmo. Eles olhavam e cochichavam entre si. Como ela se sentiu mal, ficou envergonhada. Ao seguirem para falar com anfitriã da festa, ouviu uma garota falar: " Que vestido lindo, que garota bonita". e outra responder: " lindo mesmo é esse homem, sortuda demais". "Quem é ela?" Envergonhada e se sentindo intimidada, pegou novamente nas mãos de Antony, como se pedisse socorro, ele por sua vez, beijou delicademente suas mãos e olhou como se respondesse, que estava tudo bem. A dona da grife de bolsas viu Antony de lon
A festa estava bem animada. Depois de olharem todas as bolsas da coleção, as duas jovens voltaram para perto dos dois rapazes, que pelo visto já tinham virado alguns drinks.— Vocês já beberam quantas taças? Perguntou Lisandra.— Pouco. respondeu Leonardo.— Está gostando da festa ? Perguntou Antony a Beatriz.— Fora o tititi desse povo comigo, até que está legal. As bolsas são lindas.— Escolha uma.— Não precisa.— Escolha ! Insistiu ele.— Não precisa Antony! Afirmou ela — Lia! Gritou ele, chamando a senhora até eles.— Qual bolsa você indica para está jovem ?Beatriz ficou sem graça, diante da situação.— Hum... Deixe-me ver. Já volto.Já dava para notar que Antony estava um pouco alterado. Ele pareceu não ouvir ou não entender o significado da palavra não. Lia, então chegou com uma carteira belíssima, de couro com detalhes de ouro. Realmente, uma carteira lindíssima e sem dúvidas bem cara.—Esta é linda. Perfeita para eventos mais requintados.— Muito linda mesmo. Avaliou Lisandr
Beatriz acordou pouco mais do meio dia. Na noite anterior havia dormido tarde, pois a insônia e a raiva foram companheiras fiéis da jovem. O resto do dia, a jovem esperou uma ligação, uma mensagem, qualquer coisa, onde Antony desse sinal de vida. Ela queria muito de falar com ele, mas, não iria se dá o trabalho de lhe enviar qualquer mensagem, mesmo que fosse de reclamação. Passou o dia, a noite, um dia, dois, três dias. Uma semana, nada do rapaz aparecer no apartamento e nem lhe mandar uma mensagem. Bem ela sabia que ele estava, pois em seus stories eram fotos e vídeos de bebidas e mulheres. Cansada de esperar, e com um nó preso na garganta ela mandou uma mensagem para ele. "Oi. Precisamos conversar." Na mesma hora que a mensagem foi enviada, foi também visualizada, porém, não foi respondida. O rapaz lhe deu um belo vácuo. Como ela ficou chateada, já estava começando a se arrepender de ter aceitado aquele contrato sem uma cláusula que lhe garantisse respeito, ou coisa do tipo
Lisandra chegou entusiasmada ao apartamento de Beatriz. Batendo euforicamente em sua porta.— Vamos Beatriz, abra essa porta!— Calma, estou indo. Você nem me avisou que viria tão cedo.Beatriz abriu a porta, ainda de camisola.— Não acredito que ainda esteja desse jeito, de pijamas! E que pijama feio. Me lembra de comprar umas coisas mais bonitas para você dormir, hein.— Oras, você não avisou.— Ta, ta! Se troque rápido! — E qual o motivo de tanta euforia?— Adoro casamentos. Os vestidos, as cores, acho tudo tão lindo. Sabia que desenho vestidos de festa?— Sério? Poderia desenhar o meu vestido de noiva?— Tem certeza? Não sei se Antony irá gostar dessa ideia. As mulheres da linhagem dele, só casam com vestidos de estilistas famosas. Lamentou ela.— Deixe comigo!Lisandra ficou mais eufórica ainda com o pedido. Seria um sonho desenhar um vestido de noiva, mesmo que fosse para um casamento falso. As compras do dia foram rápidas. De cara Beatriz se encantou por um vestido com mangas