As horas custavam passar, o relógio parecia estar quebrado e Beatriz estava angustiada a cada segundo de espera. Algumas horas depois, ja proximo do amanhecer, Antony apareceu rastejando, se encostando nas paredes:— Antony, o que aconteceu? Está bêbado?— Be-a-triz! Ele mal conseguia formular uma palavra de tão bêbado que estava.— Querido, venha . Vou te colocar para dormir.— Não! Ele gritou.— Vamos, você precisa descansar.— Não! Não quero que me to-quee.— O quê?— Tudo isso é cul-cul-pa sua!— O que está dizendo?— Perdi a diretoria da empresa do me-meu pai e tudo porque me apaixonei por você..Por você... Uma… uma…— Uma o que ? Fala!— Eu fui humilhado, fora todos os olhares tortos no escritório. Ele soluçava.— Eu fui expulsa da faculdade, à base de xingamentos. E você está reclamando de olhares?— Onde eu estava com a cabeça, quando resolvi me meter nessa história toda? Meu Deus! Coloquei uma mulher de rua dentro da minha casa, no meio da minha família, amigos e veja t
Os primeiros dias longe de Beatriz foram cruéis. Antony passou de um garanhão safado, para um apaixonado abandonado. A bebida passou a ser sua única companhia na maioria das noites. Sua tia o via cada vez mais deprimido, ele estava infeliz e ela queria muita fazer alguma coisa para ajudar. Decidida, ela contratou um detetive para encontrar o paradeiro da jovem. Dias se passaram e nada, nenhuma pista de onde ela estava, enquanto isso Antony se afogava cada vez mais em um buraco. — Querido, já faz mais de mês que Beatriz foi embora e você ainda está assim. — Eu não consigo sair dessa fossa. A tristeza que habita em mim, decidiu ficar e não vai mais embora. — Meu filho, a vida não acaba só porque se perde um amor. Você precisa reagir, sair, se divertir. — Não vejo mais diversão em nada. E esta garrafa aqui é minha melhor companhia. Disse ele, levantando sua garrafa de whisky ao alto. — Acha que Beatriz ficaria feliz em te ver assim? — Acho que Beatriz está feliz. Eu fui o erro de
Antony não desconfiou de nada e Antonella optou por não contar o que fizera, mais um não vindo de Beatriz e ele se sentiria pior do que já estava se sentindo. Ela sabia que o amor quando se é arrancado do peito a força, demora a passar, mas um dia ele iria superar e a única ajuda que poderia dar era tempo e espaço que ele precisava.Apesar de Beatriz falar que estava bem, Antonella mexeu seus pauzinhos e deu uma forcinha, ela sabia que a jovem não teria muita chance de crescimento, vivendo naquela pequena cidade. Ela pagou uma bolsa de estudos fora do país para Beatriz e pediu para que um dos funcionários da faculdade entrassem em contato com Beatriz, dizendo que eles haviam acompanhado sua história e de Antony, além de lerem algumas de suas matérias que foram publicadas, e que gostariam de investir em sua carreira. Claro que ela aceitou, um de seus sonhos era se formar e se tornar uma boa profissional, para isso ela nem pensou duas vezes. A bolsa foi ofertada em Amsterdam, em uma da
— Ai Beatriz!!! Antony levantou-se de supetão. — Vai ficar aqui até quando? Beatriz mais uma vez ignorou a pergunta. — Até semana que vem, eu acho. — Ah… — E você não pensa em voltar para o Brasil? — Bom, acho que não. Não deixei nada lá, não tenho família, amigos… além de ser lembrada como a meretriz, ex esposa do herdeiro da família Belutti, um título que não tenho muito orgulho. — Foi tão ruim assim ser minha esposa ? — Você entendeu né? — Sim, claro. Mas da forma que fala e que foi embora, parece que foi muito pior.— Passei por mals bocados por assinar aquele contrato.— Só tem coisas ruins a lembrar?— Claro que não! As viagens, as festas, você... me proporcionaram bons momentos, não posso negar.Antony sorriu, um pouco envergonhado, um pouco contente.— Só consigo lembrar todas as coisas boas que vivemos juntos.— Antony, vamos deixar o passado no passado. tudo bem ?—Tem certeza que não quer ir agora até meu quarto no hotel? — O que? Não acredito que está me chamando
— Tia, hoje quero te levar a um restaurante maravilhoso que vi hoje, enquanto caminhava por aí. Disse Antony, assim que chegou no quarto onde sua tia estava hospedada. — Até que enfim apareceu,não te vejo desde ontem. Já arrumou um rabo de saia? — Sempre tia. Ele sorriu com malícia. — Antony,quando penso que se aquietou.. — Vá se arrumar,daqui a uma hora passo aqui para te buscar. — Hum… Tá bem. — Então tá bom, daqui a pouco volto. — Espera! — O que foi? — Você está diferente, parece,hum… muito contente. Esse sorrisão de orelha a orelha tem algum motivo especial ? A noite de ontem foi boa assim foi? — A noite não, mas o dia… Tia, foi mais que perfeito. — Eita,não vai vim com jantarzinho para impressionar suas ficantes não, que eu nem vou. — A senhora não começa não. Beijos,vai lá se arrumar e fique mais linda ainda. Te encontro mais tarde. Ela desconfiava que ele a usaria para impressionar alguma menina boba que havia conhecido na noite anterior, a decepção de não ter enc
As mãos de Antony tocaram a bela cintura de Beatriz, esse simples toque fez os jovens se arrepiarem. E ao som de uma melodia calma, eles começaram a dançar. Antony encostou seu rosto no dela, fazendo carícias com sua barba recém crescida, e Beatriz reagia a suas carícias, entrelaçando seus dedos nos sedosos cabelos do rapaz.— Eu quero te pedir desculpas. Não só pela última vez que nós vimos no Rio, mas também por tudo, por ter te colocado no meio daquele contrato idiota.— Não foi idiota, foi ... foi um aprendizado. E sim, eu te desculpo, na verdade, já te desculpei há muito tempo, nem se eu quisesse, conseguiria guardar rancor de você, Antony!— Você ainda continua sendo a única mulher que amei em toda minha vida. Os olhos do rapaz estavam fixados no rosto da jovem.— Mesmo depois de tanto tempo ? Ela perguntou soltando um sorriso de canto.— O tempo nunca foi a cura. Vez em outra, me encontro lembrando dos seus lábios, dos seus beijos e me vejo preso em um passado, um passado que a
— Alô? — Antony! Seu pai sofreu um acidente, venha para o hospital agora. Estamos com receio que algo ruim aconteça com ele, o estado dele é grave! Se apresse, por favor! Disse Lucia, a governanta que cuidava de tudo na gigantesca mansão dos Bellucci. Enquanto dirigia, Antony pensava em como se afastou de seu pai no último ano, como as coisas estavam estranhas entre eles, apesar de ser um homem de negócios, com muitas coisas para resolver, ele sempre encontrava tempo nas datas comemorativas para ficar próximo dele. Os flashbacks dos seus aniversários, do natal, dos presentes e dos inúmeros abraços, foram sendo substituídos pelas brigas e pelo desentendimento que o fez sair de casa. Assim que chegou no hospital, a pior notícia que ele podia ouvir foi dada. A morte de seu pai foi confirmada, antes mesmo que ele conseguisse expressar todo arrependimento e amor que sentia. A senhora Lucia organizou todo cortejo e enterro, e alguns dias depois de seu sepultamento, os possíveis herdeir
— Sinto muito pelo seu pai. Disse Tiffany já se vestindo. — Obrigado. Meu coroa era teimoso, mas vai fazer muita falta. — E agora? Será que o novo manda chuva de tudo ? — Quase. — Como assim quase ? Você não é o único herdeiro? Perguntou à mulher sem entender nada. — Sou sim. Mas meu pai, armou uma cilada para mim. Só vou ter direito a herança se me casar. — É o quê? Gritou ela. — Isso mesmo. Estou vendo o que vou fazer. Disse o rapaz colocando as calças e já se levantando. — E se por acaso você se casar vai me abandonar? — Se por infelicidade eu casar, vai ser só por causa dessa herança. Sabe que não nasci para isso. — Menos mal. Não posso ficar sem meu cliente favorito. Murmurou ela, já beijando o pescoço do rapaz. — Sabe que eu não resisto a seus beijos, né? Acho que vamos ficar mais um pouco no quarto. Falou Antony, tirando novamente a roupa da mulher que acabara de se vestir. Algum tempo depois, os dois saíram do quarto aos risos, como sempre. Antony se sentia feliz