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Capítulo 02- Uma alternativa

— Sinto muito pelo seu pai. Disse Tiffany já se vestindo.

— Obrigado. Meu coroa era teimoso, mas vai fazer muita falta.

— E agora? Será que o novo manda chuva de tudo ? 

— Quase.

— Como assim quase ? Você não é o único herdeiro? Perguntou à mulher sem entender nada.

— Sou sim. Mas meu pai, armou uma cilada para mim. Só vou ter direito a herança se me casar.

— É o quê? Gritou ela.

— Isso mesmo. Estou vendo o que vou fazer. Disse o rapaz colocando as calças e já se levantando.

— E se por acaso você se casar vai me abandonar?

— Se por infelicidade eu casar, vai ser só por causa dessa herança. Sabe que não nasci para isso.

— Menos mal. Não posso ficar sem meu cliente favorito. Murmurou ela, já beijando o pescoço do rapaz.

— Sabe que eu não resisto a seus beijos, né? Acho que vamos ficar mais um pouco no quarto. Falou Antony, tirando novamente a roupa da mulher que acabara de se vestir.

Algum tempo depois, os dois saíram do quarto aos risos, como sempre. Antony se sentia feliz naquele ambiente. A senhora Carmen o chamou para sua sala  e lhe disse:

— Bom Antony, eu já vivi muito, vi de tudo nessa vida. E o seu caso, é fácil de se resolver.

— Fácil? Me conte o que pensou.

— Você precisa de uma esposa, uma mulher. E bom, eu tenho várias mulheres a sua disposição. É só você escolher uma, qualquer mulher daqui toparia até de graça ser sua esposa, não é verdade?

— Uma prostituta como minha esposa? Acho que não é uma boa ideia. Acho que uma prostituta não se encaixa no meu mundo, nem que seja de mentira.

— Não seja tolo, não seria essas que você já conhece. Tenho uma jovem perfeita para você. Ah, não ser,  é claro que você escolha Tiffany. Ela é minha melhor prostituta, faria um desfalque enorme para boate, mas, como somos amigos, eu lhe emprestaria ela por um período, sem problemas.

— Tiffany? Não, não. Ela transparece seu modo de vida até dormindo. Não sabe se comportar, é cabeça quente... ela não.

— Muito bem, então deixa eu te mostrar o Book de fotos de uma jovem, ela ainda não fez nenhum programa. É meiga, inteligente e claro, muito linda.

— É nova no ramo?

— Na verdade, vou te contar um segredo. Ela é meio que minha protegida. É filha de uma vizinha minha, que morreu a muitos anos atrás.  Quando a mãe morreu, ela foi jogada para os orfanatos da  cidade, eu sempre ajudei de longe, devido a meu ganha pão, jamais poderia adotá-la . Quando ela fez 18 anos eu a trouxe para o alojamento, de início não quis que ela trabalhasse aqui, a deixava em casa, faxinando, essas coisas.

— Então é tipo uma filha para você?

— Quase, ela estuda ainda. Cursa jornalismo. Tentou arranjar um emprego mais comum, mas, o fato de ter sido criada em um orfanato pesa, e todos acabam fechando as portas para ela. Um dia, uma das minhas meninas disse para ela quanto faturava por noite aqui, e desde então ela me atormenta para vir trabalhar aqui. Eu não desejo esse futuro para ela. 

— Hum... estudante de jornalismo. Gostei.

— Ela é meio retraída, pois já sofreu muito. Mas, aos poucos vai se acostumando com as coisas, e é super obediente.

— Muito bom, preciso de uma mulher que mal fale. 

— Você pode fazer um contrato.

— Um contrato?

— Sim, um contrato de casamento provisório. Coloque as cláusulas que desejar, ela e você assinam, autenticam em um cartório e será literalmente um negócio.

— Adorei. Quero ver as fotos. Me mostre.

Carmem então levantou-se e tirou da gaveta um book com as fotos da jovem. Ela era realmente muito linda, cabelos ondulados bem pretos, uma pele bronzeada, um corpo cheio de curvas e um sorriso lindo. Antony apreciou as fotos e aparentemente aprovou a beleza física da menina.

— O que acha ?

— Realmente ela é muito linda. Disse o rapaz, admirando cada detalhe das fotos.

— Que bom, talvez ela fechando esse negócio com você, ela nem precise trabalhar aqui. 

— Uma mulher tão linda assim, não faria  sucesso com os homens?  A impedindo de vir para cá, você meio que está perdendo dinheiro, não é mesmo ? 

— Não. A mãe dela foi uma grande amiga minha. Não quero essa vida para ela. Ela é jovem, inteligente e bonita, tem um grande potencial para ser alguém na vida. Aqui é a última alternativa de qualquer garota, e dela também. 

— Bom. Eu quero entrevistá-la.

— Entrevistar?

— Sim, preciso ver seu porte, seu modo de falar, de sentar.  Se ela for a escolhida, preciso ter certeza que não me fará passar vergonha mais na frente. Onde ela está agora?

— Agora? Bom...

— O que foi?

— É que eu não falei nada disso para ela ainda, acabei de pensar nisso tudo tem poucos minutos.

— Oras, Carmem, acabou de dizer que qualquer mulher daqui aceitaria este serviço. Acha que ela não ?

— Eu vou pedir, para que ela venha até aqui. Pode aguardar ?

— Posso sim, mas, vou aguardar no salão, bebendo e me divertindo com as garotas. 

— Tudo bem, assim que ela chegar , mando  lhe chamar.

Antony voltou para o salão e seguiu o ritmo de festa, enquanto isso,  Carmen mandava buscar a tal jovem. Aquilo tudo poderia ser uma grande oportunidade para a moça, era um trabalho aparentemente fácil, ela estava bem confiante, que ele aceitaria ela,  e que a jovem aceitaria o serviço. O resto os dois combinariam e seguiriam em frente. Quando a moça chegou, todos pararam para olhar, os homens assobiavam e gritavam "Quem é essa Gostosa?" "Vem cá gatona" "Que tchutchuca linda hein". Tais frases fizeram a moça ficar envergonhada, fazendo ela cruzar o salão em disparada em direção a sala de Carmen, ela foi tão rápida que nem Antony conseguiu vê-la.

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