Beatriz se arrumou para ir até a boate, pegar seus livros, aliás, esta foi a desculpa que as duas inventaram para se ver. Carmen e Beatriz precisavam conversar sobre como a vida da jovem iria mudar, Beatriz queria mostrar seu visual novo, suas roupas, agora de grife, feitas de tecidos tão macios que ela jamais imaginava existir.
Quando a jovem chegou na porta da boate, nem os seguranças e nenhuma de suas colegas de quarto a reconheceram, ela foi com um óculos escuros como Carmen pediu, fez um coque nas madeixas e colocou uma calça de linho e uma camisa branca de seda. Quando entrou no salão, todos pararam para vê-la, não igual da última vez, o olhar era de incômodo, de surpresa e até de vergonha por alguns homens. Na verdade, Beatriz agora passava o ar de uma mulher rica e poderosa, e quando uma mulher desse nível se encontra em um local deste, é só por um motivo.
— Eita, quem é o homem que vai dormir na casa do cachorro hoje hein? Gritou um dos homens, enquanto os demais riam.
Beatriz deu um pequeno sorriso e seguiu em direção a sala de Carmen, mas, antes de chegar na porta, sentiu alguém tocar em seu ombro.
— Está perdida grã-fina? Precisa de alguma coisa? Perguntou uma voz familiar. Era Tiffanny. Beatriz então virou-se e respondeu:
— Não se preocupe, eu conheço o caminho!
Quando a jovem respondeu, Tiffanny puxou os óculos de Beatriz e disse bufando:
— O que aconteceu com você? De onde tirou roupas tão finas e caras? Foi aquele homenzinho sem graça que te deu essa repaginada, foi?
— Estou bonita né? Confessa que gostou.
— Bonita, não sei, mas está a cara das esposas desses merdas que vem sentir o que é prazer de verdade aqui. Então não sei se isso é bem um elogio querida.
— Não sabe como o elogio é perfeito para minha situação, obrigada! Agora deixe-me ir, preciso falar coma senhora Carmen, volte para seu trabalho. Algum bêbado carente te espera. Disse Beatriz virando as costas, novamente Tiffanny a cutucou nas costas.
— O que você fez para ganhar isso tudo hein? Sexo não foi, não seria capaz de fazer um sexo tão bom, para receber tudo isso.
— Sexo? Hahaha. Você saberá em breve. Te digo uma coisa, se prepara, você vai ficar de boca aberta.
Beatriz então virou-se novamente e deu alguns passos, quando ouviu passos apressados em sua costa e algo gelado caindo sobre seus cabelos. Tiffany derramou uma taça de vinho em Beatriz.
— Oh me desculpe, manchei sua roupa? Foi sem querer. Debochou a mulher.
Beatriz respirou fundo e respondeu:
— Não se preocupe, meu noivo me dará roupas novas.
— Então você deu o golpe do baú? Aposto que enganou um velho rico, não é? Sabia que de boba você só tinha a cara. Golpe baixo.
— Golpe? Olha bem para mim e grava esse meu rosto, é ele que o seu cliente preferido escolheu para ser sua esposa.
— O quê? O que você está falando?
— Não sabe né? Ele nem se quer te considerou como uma opção.
— Ele quem sua louca?
— O Anto...
— Antony? Você está drogada? Bêbada? Em que mundo meu Antony, casaria com você?
— Não sei.... Pergunta para ele, na sua próxima visita. Se é que ele ainda virá aqui.
— Deve está delirando.
— Tiffanny, Tiffnny. Olhe para você, e olhe para mim, quem de nós duas parece uma louca?
— Quem fala loucuras é você, não eu. Afirmou a meretriz, se negando a acreditar em que Beatriz falava.
— Tudo bem, em breve você saberá de tudo. Não conheço muito SEU Antony, mas, acho que ele será homem o suficiente para te explicar. Enquanto isso, eu serei a mulher que ele apresentará para o mundo como noiva e futuramente, esposa. Até mais!
Tiffanny queimava de ódio por dentro. Ela realmente viu na noite em que Antony entrou na sala de Carmen, e depois via Beatriz rondando pelo salão da boate. Mas, aquela história toda era impossível de se acreditar, até mesmo para ela. Enquanto a meretriz martelava sua cabeça e se negava a acreditar em tudo isso, Beatriz estava radiante, entrou na sala de Carmem, dando gargalhadas.
— Nossa, que felicidade é essa. O que aconteceu? Perguntou a senhora.
— Pelo menos essa história toda me proporcionou uma das melhores sensações do mundo.
— E posso saber, qual sensação é essa?
— Deixar Tiffanny sem palavras. E ver a inveja dela. Nossa, que perfeito!
— Você contou?
— Sim, mas, é claro que ela não acreditou.
— Eita, isso vai dá uma confusão.
— Claro que não. Tiffanny ganha rios de dinheiro com Antony, não seria por causa dessa história que ela se negaria a fornecer seus serviços a ele né? Sabemos que ela é ambiciosa, jamais dispensará dinheiro.
— Espero que sim. Antony é um dos meus melhores clientes e sempre dorme apenas com ela.
— Deixamos essa criatura para lá. Apesar de estar toda molhada, porque a vaca da Tiffanny me derramou uma taça de vinho, olhe para meu look, meu cabelo. O que acha? Gostou? Perguntou Beatriz dando uma volta para Carmen.
— Está belíssima. Parece aquelas dondocas, grã-finas dos bairros chiques.
— Por falar em bairro chique, estou morando no apartamento na beira do mar. Acredita?
— Que bom minha filha. Estou tão feliz por você. Aproveite essa oportunidade, garanta que não seja apenas passageiro, mas duradouro.
— Como assim?
— Não seja boba Beatriz. Antony é um homem compulsivo, que adora um rabo de saia. E você, é uma mulher linda, charmosa. Aproveite esse ano a seu favor.
— Quer que eu o seduza? Para ele ficar comigo de verdade? Impossível. Ele me olha com desprezo, pena, sei lá.
— Não estou falando nesse sentido, mas... um filho te garantiria uma bela pensão.
— Não tia, não consigo fazer uma coisa dessas.
— Veremos. Daqui uns dias você se acostumará com essa boa vida, e ficará com medo de perder tudo isso que ganhou de mãos beijadas.
— Não, eu não quero ser milionária, nem nada. Apenas quero conseguir um meio de me sustentar.
— Se você diz querida.... A frase de Carmem foi interrompida pelo toque de celular de Beatriz. Era Antonny.
— Atenda, mas, não diga que está aqui.
— Alô?
— Onde você está?
— Vim dá uma volta na praia.
— É mesmo? E porque seu gps diz que você está na boate?
— Quê? GPS?
— Estou indo te buscar. Me espere aí. Desligou Antony.
Após o telefonema, Beatriz apressou-se para pedir um Uber e voltar para o apartamento. Mas, enquanto esperava na porta da boate, uma bela BMW preta parou em sua frente, abriu a porta de trás, e ela conseguiu ouvir, mesmo que muito baixinho: — Entre agora! No volante havia um senhor com um belo terno, e do lado em que se sentou, estava Antony fumando um cigarro, com sobrancelhas cerradas, com uma expressão de raiva. Beatriz entrou calada e assim se manteve, até que o rapaz disse: — Então será uma esposa mentirosa? — Claro que não. Ela respondeu baixinho. — Quando eu dizer não vá, não faça isso, você não fará! Entendeu? Gritou o homem, com olhos arregalados. Beatriz ficou sem ação e apenas consentiu a ameaça. Depois disso, se espremeu o tanto que pode para próximo da janela do carro, em uma tentativa de se manter o mais longe possível daquele homem. Talvez o que ela pensava ser fácil, não seria tão fácil assim, aquele comportamento de Antony a fez ficar apreensiva. Quando perceb
Depois de comerem, Antony parou em frente a tv e disse que escolheria uma música para ele dois, todo casal tinha uma música e eles também deveriam ter. A música que ele escolheu foi Too Good at Goodbyes. A melodia era conhecida por Beatriz, apesar dela não entender uma frase retratada na música. Ele então traduziu para ela, seguindo o ritmo da melodia: — " Você deve pensar que sou um tolo, que sou novo nisso... Eu nunca vou te deixar perto de mim, mesmo que você signifique tudo para mim... Então eu nunca vou ficar muito perto de você, mesmo que eu signifique tudo para você... " Ela então deu pause na música e interrompeu: — A música é linda, mas, a tradução se encaixa na nossa relação? No que você quer representar para as pessoas ao redor? Achei muito conturbada. — Eu acho que ela se encaixa perfeitamente. — Mas, o quê? Seremos um relacionamento em crise? — A música fala de um casal que tem medo de se magoar. Nós seremos a continuação da música, a vitória do amor sobre o med
No meio da noite, Antony acordou assustado. Talvez era o efeito do álcool passando, quando se virou, lá estava Beatriz, dormindo feito um anjo. Sua camisola preta de seda, havia subido um pouco, deixando a mostra partes do bumbum da mulher, e que bumbum, pensou ele. Sua testoterona estava no ápice, era a primeira vez que ele estaria deitado ao lado de uma mulher tão bonita, com um único e singelo objetivo de dormir. Ele então a cobriu com o cobertor e virou-se novamente de costas para ela. Quando se espantou ela virou-se para ele, e jogou um dos braços por cima de suas costas. As mãos macias e frias de Beatriz tocando seu corpo, o fizeram arrepiar, o cheiro da pele, do cabelo, soava como um convite para que ele se aproximasse. Quando se deu conta ja estava excitado. Que tentação era essa? Pensou ele. Sua melhor saída era levantar-se e tomar uma ducha geladinha, e assim o fez. Quando passou pelo quarto, deu uma bela olhada na jovem, sorriu e saiu do apartamento no meio da madrugada.
Que lábios macios, que beijo gostoso, pensou Antony, assim que terminou de quase engolir Beatriz, que por sua vez, ficou extremamente desconcertada, primeiro porque não estava preparada e segundo por ter sido ali, no meio daquele povo todo. Obviamente ela fingiu costume, olhou nos olhos de Antony, sorriu e seguiu para dentro da bela mansão. O desconforto maior veio quando todas as pessoas viraram para olhar o casal, e não foi aquela olhada disfarçada, foi algo bem exlicíto mesmo. Eles olhavam e cochichavam entre si. Como ela se sentiu mal, ficou envergonhada. Ao seguirem para falar com anfitriã da festa, ouviu uma garota falar: " Que vestido lindo, que garota bonita". e outra responder: " lindo mesmo é esse homem, sortuda demais". "Quem é ela?" Envergonhada e se sentindo intimidada, pegou novamente nas mãos de Antony, como se pedisse socorro, ele por sua vez, beijou delicademente suas mãos e olhou como se respondesse, que estava tudo bem. A dona da grife de bolsas viu Antony de lon
A festa estava bem animada. Depois de olharem todas as bolsas da coleção, as duas jovens voltaram para perto dos dois rapazes, que pelo visto já tinham virado alguns drinks.— Vocês já beberam quantas taças? Perguntou Lisandra.— Pouco. respondeu Leonardo.— Está gostando da festa ? Perguntou Antony a Beatriz.— Fora o tititi desse povo comigo, até que está legal. As bolsas são lindas.— Escolha uma.— Não precisa.— Escolha ! Insistiu ele.— Não precisa Antony! Afirmou ela — Lia! Gritou ele, chamando a senhora até eles.— Qual bolsa você indica para está jovem ?Beatriz ficou sem graça, diante da situação.— Hum... Deixe-me ver. Já volto.Já dava para notar que Antony estava um pouco alterado. Ele pareceu não ouvir ou não entender o significado da palavra não. Lia, então chegou com uma carteira belíssima, de couro com detalhes de ouro. Realmente, uma carteira lindíssima e sem dúvidas bem cara.—Esta é linda. Perfeita para eventos mais requintados.— Muito linda mesmo. Avaliou Lisandr
Beatriz acordou pouco mais do meio dia. Na noite anterior havia dormido tarde, pois a insônia e a raiva foram companheiras fiéis da jovem. O resto do dia, a jovem esperou uma ligação, uma mensagem, qualquer coisa, onde Antony desse sinal de vida. Ela queria muito de falar com ele, mas, não iria se dá o trabalho de lhe enviar qualquer mensagem, mesmo que fosse de reclamação. Passou o dia, a noite, um dia, dois, três dias. Uma semana, nada do rapaz aparecer no apartamento e nem lhe mandar uma mensagem. Bem ela sabia que ele estava, pois em seus stories eram fotos e vídeos de bebidas e mulheres. Cansada de esperar, e com um nó preso na garganta ela mandou uma mensagem para ele. "Oi. Precisamos conversar." Na mesma hora que a mensagem foi enviada, foi também visualizada, porém, não foi respondida. O rapaz lhe deu um belo vácuo. Como ela ficou chateada, já estava começando a se arrepender de ter aceitado aquele contrato sem uma cláusula que lhe garantisse respeito, ou coisa do tipo
Lisandra chegou entusiasmada ao apartamento de Beatriz. Batendo euforicamente em sua porta.— Vamos Beatriz, abra essa porta!— Calma, estou indo. Você nem me avisou que viria tão cedo.Beatriz abriu a porta, ainda de camisola.— Não acredito que ainda esteja desse jeito, de pijamas! E que pijama feio. Me lembra de comprar umas coisas mais bonitas para você dormir, hein.— Oras, você não avisou.— Ta, ta! Se troque rápido! — E qual o motivo de tanta euforia?— Adoro casamentos. Os vestidos, as cores, acho tudo tão lindo. Sabia que desenho vestidos de festa?— Sério? Poderia desenhar o meu vestido de noiva?— Tem certeza? Não sei se Antony irá gostar dessa ideia. As mulheres da linhagem dele, só casam com vestidos de estilistas famosas. Lamentou ela.— Deixe comigo!Lisandra ficou mais eufórica ainda com o pedido. Seria um sonho desenhar um vestido de noiva, mesmo que fosse para um casamento falso. As compras do dia foram rápidas. De cara Beatriz se encantou por um vestido com mangas
Beatriz cheirava o pescoço de Antony, que por mais que tentasse se afastar da jovem, não conseguia. Quando ela o tocou com seus lábios macios em sua pele, cravando as unhas em suas costas, ele respirou fundo. O desejo consumia cada parte de seu corpo, era insano, forte e incontrolável. Ela estava à beira da loucura, totalmente inconsequente e com muito desejo refletido em seus olhos. Seria tudo isso verdadeiro ou era só o álcool misturado com a carência, tomando posse de seus corpos? Ela continuou a beijar seu pescoço. Ele começou a tocá-la, cuidadosamente. Os dois exalavam toxinas sexuais. Antony tentou negar, se afastar, enquanto ela o segurava com mais força, forçando para uma proximidade maior. Antony não se segurava mais, seu juízo já estava dando adeus, abrindo mais espaço para o fogo que o consumia. Toda essa situação, o deixou muito excitado, fazendo com que ele tivesse uma ereção. Beatriz percebeu e não se conteve: — Hahaha. Sinto algo crescendo em você... Disse ela, mor