Essa voz tomou conta de meus sentidos, tão baixa que me fez querer revirar os olhos para dentro de minha cabeça e repentinamente me deitar no balcão. Suas palavras afundaram. Eu endireitei a coluna, o movimento aproximando infinitamente o rosto dele, os nossos corpos pressionados para fechar, eu podia sentir cada entalhe de seu abdômen em seu próprio corpo, sentir o corte dos músculos que ele estava usando para intimidar-me. Olhei para ele, estreitando os olhos, meu sangue esquentando de raiva e excitação. — Você quer me tocar? Eu falei em uma voz igualmente baixa. — Você me diz a verdade. Seu rosto se fechou tão rápido que eu teria perdido em um piscar de olhos. Toda a raiva, tudo de tudo o que esteve em seu rosto? Foi-se. Bem desse jeito. Os olhos dele permaneceram nos meus, o fogo contido, mas não se foi, enquanto os dedos dele se apertaram em minha mandíbula, puxando-me para cima até que eu tive que ficar na ponta dos pés para acomodar. Eu me inclinei, meus lábio
~~CAPÍTULO 19~~KATHERINEEu fui dormir mais tarde naquela noite, depois de cuidar do ferimento, deitei-me em silêncio, tentando entender o que havia acontecido, quando o telefone tocou. Era uma chamada do meu pai, eu olhei para tela por alguns segundos antes de segurar o telefone e clicar para atender. — Pai.Respirando fundo, incerta do que iria ouvir em seguida, apertando os olhos, eu aguardei esperando ouvir notícias ruim. — Antes de casar com o Francesco, você estava comprometida com Pablo Romano, ele esperou que realizasse todos os seus desejos, incluindo a faculdade para oficializar a união, ele esperou muito, longos anos.A minha respiração ficou presa. Com as mãos trêmulas, eu cliquei no ícone em desligar e descobri por que ele estava sangrando. Eu não conseguia parar de tremer. Algo me moveu dentro de me novamente, mudou, foi substituído, despertado e amortecido. Turbulência enrolou em minha barriga como uma fera faminta salivando por comida. Eu fechei a porta
O ar pesado entre nós, como se tivesse sido irritado demais, esfregou cru e tinha inchado de dor. Fechei a distância entre nós com as pernas trêmulas, até que eu fiquei ao lado dele, e olhei para o rosto dele, colocando uma mão no queixo desalinhado como ele segurou o meu apenas momentos atrás. Ele virou o rosto para me, uma lousa limpa de toda expressão, os olhos vazios, mortos, apenas olhando para mim. — É por isso que você me odeia, não é? Eu sussurrei no ar entre nós, minha voz tremendo levemente. — Porque eu me casei com seu melhor amigo.Seus lábios tremeram por uma fração de segundo antes de serem franzidos novamente, um movimento tão minúsculo, tão rápido, tão real que eu teria perdido se não estivesse tão perto dele. Sua mandíbula apertou. Eu soltei o queixo e olhei para baixo. — Como você consegue olhar para mim? Deus, como você pode me deixar ficar aqui quando você me odeia por...— Eu nunca te odiei por isso. Quase um sussurro, mas as palavras me alcançar
~~CAPÍTULO 20~~KATHERINEra um dia nubloso, o céu estava coberto de nuvens negras e luzes que rachavam o céu, aquele dia deveria ser normal como qualquer outro dia comum em uma bela mansão vivendo homens poderosos de ternos. Não. Aquela noite deveria ter sido como outro qualquer, silenciosa e alegre, crianças correndo pelos corredores enquanto almejavam alcançar um ao outro para que a brincadeira ficasse mais divertida.Katherine, que não aguentava mais correr e seguir os meninos pelos cantos da casa, freia seus pés descalços segurando uma parede com uma mão enquanto enchia de ar seus pequenos pulmões, bolas, ela precisava de mais ar para desacelerar os batimentos do seu coração.— Kati?Questionou feroz o menino dos cabelos negros e olhos azuis de paraíso, seus olhos se voltaram para atrás, notando que sua melhor amiga estava fora do seu alcance ocular. Recuando em passos apressados, ele a encontrou apoiada na parede com a mão no coração.— Kati?Ele questionou novamente, sem
Seus olhos insones, a intensidade de sua pergunta, a quietude em seu corpo. A raiva nele quando eu o machuquei. O calor em seus olhos quando ele me fodeu em sua mente. As maldições no chuveiro quando ele se abriu, sangrando de dor. Elena estava errada, ele não sentia nada. Ele sentia. Ele sentia tão profundamente que não se deixava sentir. Ele sentia tão profundamente que temia suas próprias reações a isso. Ou tudo foi um truque para manipulá-la? Para torná-la compatível com a vingança dele? Um trovão alto ecoou pelo céu, assustando-me. — O que aconteceu com Francesco?Perguntei.— Sr. Romano o colocou em um internato, tentando recompensar o sofrimento que foi-lhe causado, quando ele crescesse, ele assumiria as responsabilidades do pai, cuidar das finanças da máfia.Olhei para cima, surpresa ao ver que o sol estava baixo no horizonte, escondido atrás de grossas nuvens escuras que se agitavam. O vento soprava através do cemitério, chicoteando as folhas das árvores em
~~ CAPÍTULO 21~~ KATHERINE Eu ainda estava do outro lado da janela, ainda olhando para o chuveiro, ainda removida das gotas tentando penetrar nas paredes invisíveis e tocar-me. Desta vez, porém, eu não estava intocada. Eu já fui beijada por elas, devastada por elas, fez amor por elas. Desta vez, eu estava encharcada, molhada e tremendo com a força da memória daquelas gotas de chuva acariciando minha pele por um momento congelado em meu coração. Desta vez, como tinha sido naquela noite na cobertura, eu não estava sozinha. Eu ainda não tinha virado o pescoço para olhá-lo no carro. Ele também não estava intocado. Mais cedo, eu assisti com fascinação extasiada quando ele silenciosamente entrou no veículo depois de se afastar de mim. As nuvens rolaram. O raio havia se partido. Os ventos haviam chicoteado. E eu fiquei do lado de fora, exposta por um longo tempo enquanto ele passava por trás de minhas paredes. Mas não completamente. Embora ele tivesse ligado a ig
Um pequeno gemido saiu de meus lábios e eu virei o rosto para o travesseiro ao meu lado, então no limite, eu sabia que não demoraria muito para enviar-me para aquele abismo de êxtase. Eu deslizei um dedo dentro de me, facilmente. Empurrou outro. A fome em minhas paredes me mordia, girando fora de controle. Eu lembrei como era senti-lo dentro de me, grande, pesado, poderoso. Lembrei-me de como ele espatifou minhas paredes com foco, ferocidade e fogo que me deixaram em chamas. Eu lembrei como cada golpe atingi aquele ponto dentro de me, como cada impulso fazia minha coluna se curvar, como cada tapa de carne contra carne me encharcava ainda mais. Ofegando, eu esfreguei o clitóris com o polegar, apenas uma vez. E explodiu. Gloriosamente. Minhas costas arqueando quando eu mordi o travesseiro para abafar meus gritos. Meu corpo inteiro sai da cama por uma fração de segundo enquanto o fogo corria por minhas veias e enrolava em meu núcleo, explodindo na mais deslumbrante das explos
~~CAPÍTULO 22~~KATHERINE chuva finalmente parou, deixando aparecer o céu azul-claro e a luz do sol que se derramavam na sala da cobertura pelas enormes janelas. Banhada pelo sol brilhante da manhã, toda a cidade estava esparramada além das janelas, parecendo fresca, limpa, a sujeira manchada coletada ao longo dos dias havia sido lavada da existência, a cidade tendo acabado de acordar de seu sono. Naquele momento, quase parecia puro. Eu apreciava a vista de tirar o fôlego, sentada no banquinho ao lado da ilha da cozinha, bebendo café acabado de fazer, desfrutando da calma, já que o proprietário do apartamento ainda estava no andar de cima em seu quarto. Tinha sido um dia difícil para nós ontem e noite para combinar. Eu não o invejei pelo resto, se era isso que ele estava fazendo. Eu exalei suavemente quando o elevador apitou, atraindo os olhos para Dante quando ele entrou, parecendo tão organizado como eu sempre o via. Vestido com um terno cinza carvão com uma gravata cinza ma