~~ CAPÍTULO 21~~ KATHERINE Eu ainda estava do outro lado da janela, ainda olhando para o chuveiro, ainda removida das gotas tentando penetrar nas paredes invisíveis e tocar-me. Desta vez, porém, eu não estava intocada. Eu já fui beijada por elas, devastada por elas, fez amor por elas. Desta vez, eu estava encharcada, molhada e tremendo com a força da memória daquelas gotas de chuva acariciando minha pele por um momento congelado em meu coração. Desta vez, como tinha sido naquela noite na cobertura, eu não estava sozinha. Eu ainda não tinha virado o pescoço para olhá-lo no carro. Ele também não estava intocado. Mais cedo, eu assisti com fascinação extasiada quando ele silenciosamente entrou no veículo depois de se afastar de mim. As nuvens rolaram. O raio havia se partido. Os ventos haviam chicoteado. E eu fiquei do lado de fora, exposta por um longo tempo enquanto ele passava por trás de minhas paredes. Mas não completamente. Embora ele tivesse ligado a ig
Um pequeno gemido saiu de meus lábios e eu virei o rosto para o travesseiro ao meu lado, então no limite, eu sabia que não demoraria muito para enviar-me para aquele abismo de êxtase. Eu deslizei um dedo dentro de me, facilmente. Empurrou outro. A fome em minhas paredes me mordia, girando fora de controle. Eu lembrei como era senti-lo dentro de me, grande, pesado, poderoso. Lembrei-me de como ele espatifou minhas paredes com foco, ferocidade e fogo que me deixaram em chamas. Eu lembrei como cada golpe atingi aquele ponto dentro de me, como cada impulso fazia minha coluna se curvar, como cada tapa de carne contra carne me encharcava ainda mais. Ofegando, eu esfreguei o clitóris com o polegar, apenas uma vez. E explodiu. Gloriosamente. Minhas costas arqueando quando eu mordi o travesseiro para abafar meus gritos. Meu corpo inteiro sai da cama por uma fração de segundo enquanto o fogo corria por minhas veias e enrolava em meu núcleo, explodindo na mais deslumbrante das explos
~~CAPÍTULO 22~~KATHERINE chuva finalmente parou, deixando aparecer o céu azul-claro e a luz do sol que se derramavam na sala da cobertura pelas enormes janelas. Banhada pelo sol brilhante da manhã, toda a cidade estava esparramada além das janelas, parecendo fresca, limpa, a sujeira manchada coletada ao longo dos dias havia sido lavada da existência, a cidade tendo acabado de acordar de seu sono. Naquele momento, quase parecia puro. Eu apreciava a vista de tirar o fôlego, sentada no banquinho ao lado da ilha da cozinha, bebendo café acabado de fazer, desfrutando da calma, já que o proprietário do apartamento ainda estava no andar de cima em seu quarto. Tinha sido um dia difícil para nós ontem e noite para combinar. Eu não o invejei pelo resto, se era isso que ele estava fazendo. Eu exalei suavemente quando o elevador apitou, atraindo os olhos para Dante quando ele entrou, parecendo tão organizado como eu sempre o via. Vestido com um terno cinza carvão com uma gravata cinza ma
~~CAPÍTULO 23~~KATHERINEuando desci do carro, o primeiro rosto familiar na qual me recebeu foi a Mona, com seu sorriso encantador em seus belos lábios, ela parecia mais jovem do que aparentava ser quando trabalhava na casa do Francesco.— Menina Katherine.— Mona.Guiei meus pés até seu encontro, seus braços enrolaram minhas costas fortemente, cheiro familiar inalou minhas narinas, eu não estava sozinha em outra cidade. Eu tinha alguém familiar para aquecer meus dias.— Seja bem-vinda de volta a casa.Assenti afastando-me dela, olhei para grande mansão, eu não tinha lembranças daqui, nem uma sequer, a casa que um dia eu cresci e fui feliz aqui.— Eu sinto muito.— Tudo bem menina, não precisa lembrar, venha, eu vou fazer chocolate quente para você, os meninos, tem muita coisa a fazer.Mona foi até a porta com os pés silenciosos. Tomando isso como sugestão, eu me virei para os dois homens Dante dando-me um olhar tranquilizador, Pablo ainda estoico e assenti com eles. Querend
Não foi a noite mais pacífica que eu tive, mas também não foi a pior. A noite mais tranquila, para minha surpresa, foi na cobertura do homem que jurara matar-me. Foi a noite em que Francesco quebrou minhas esperanças no pé da escada, a noite em que eu procurei, sem saber, conforto e segurança no território daquele homem que deveria ter-me aterrorizado, mas não o fez. Foi a noite em que Dante entrou um pouco em seu coração e Pablo me fez sentir segurança como nunca experimentara em minha vida. Eu dormi naquela noite vulnerável, exposta, magoada e sem armas com o conhecimento absoluto de que não sofreria nenhum dano, não nas mãos de alguém, não enquanto Pablo estivesse lá. Eu sorri um pouco, a sensação quente em meu peito ainda persistia da noite passada. Ele pediu que eu o chamasse assim, e eu o fiz. Não apenas verbalmente, mas em minha própria mente. Mas ele abordou a questão ontem à noite em termos claros, quebrou uma barreira que eu criara intelectualmente entre nós. A barreira es
~~CAPÍTULO 24~~ KATHERINE Eu peguei o telefone para verificar a mensagem que chegara e viu o nome do meu pai. Pai: Você está realmente em Brooklyn? Eu olhei para a mensagem por um longo tempo, imaginando se deveria responder, e decidiu não o fazer. Foda-se ele e foda-se seu plano. Eu não lhe devia nada. Pela primeira vez em minha vida, eu tive algo bom, mesmo no meio do caos. Eu não o deixaria manchar isso. Nunca mais. Desgostosa, eu joguei o telefone na almofada para o lado e coloquei os pés em cima da mesa, cruzando os tornozelos. Puxando o laptop no colo, eu minimizei os programas que iniciei e abri outra janela. Ver o nome do pai me lembrou de algo que eu pretendia procurar depois de escutar a conversa que tive com Dante no jatinho, como eu gostava de pensar nisso. Sim, com um grande E. Dante mencionou algo sobre Pablo entrando no território do Francesco quando eu estava desaparecida. E eu fiquei louca, curiosa para saber o que havia acontecido. Foi por isso que eu esta
~~ CAPÍTULO 25~~KATHERINElgo me acordou. Eu fiquei relaxada, mantendo os olhos fechados enquanto deixava meus sentidos se expandirem pelo quarto. Os cabelos da nuca se arrepiaram. Havia luz no quarto luz que eu podia sentir de olhos fechados. Nervos tensos, um nó baixo na barriga, eu abri os olhos apenas uma fenda. A porta do meu quarto estava aberta. Meu coração começou a bater forte. Sem outro pensamento, eu estendi a mão para a luminária de cabeceira, qualquer coisa para me defender, assim como uma grande silhueta se moveu para mim. Eu abri a boca para gritar. E o barulho se afogou atrás do travesseiro enfiado em meu rosto. O que dizem sobre a vida piscando diante dos olhos durante aquele momento de acerto de contas? Eles mentiram. Eu não tive nenhum flash, nenhum momento do passado invadiu minha mente naquele segundo, nada, exceto a necessidade mais primitiva de sobrevivência, abrindo caminho até a frente quando o travesseiro me sufocou. Com os pulmões queima
Ele perguntou, sua voz pedindo que eu falasse. Eu engoli em seco. Focalizando a pulsação ao lado do meu nariz, expandindo o peito enquanto ele inspirava e esvaziava enquanto exalava, eu tentei combinar minhas próprias respirações em sincronia com as dele, assim como eu fiz na cobertura quando eu tive o ataque de pânico. Eu me concentrei na vida nele e abri a boca, descolando a língua. Parecia pesada. Eu me senti pesada. — Havia.. Eu comecei, com a voz rouca, — Alguém no meu quarto. — Como assim, alguém estava no quarto? Dante perguntou, a raiva em sua voz rompendo minha análise do homem em que eu estava sentada. Olhando de soslaio para Dante, eu falei, minha voz ainda não normal por algum motivo insano. — Alguém estava no quarto quando eu acordei. Eu disse, minha voz quase um sussurro, mas alta o suficiente para os dois homens ouvirem na sala silenciosa. — Ele atacou. Eu escapei e cheguei aqui. Eu vi Dante olhar sobre mim, seus olhos brilhando de raiva e piscando a