Início / Romance / A descoberta do amor / 4º capítulo — Tentação
4º capítulo — Tentação

[Carol]

Que loucura! Quando acordei, estava no hospital? Uau! Consegui me superar dessa vez. O médico ficou me perguntando várias coisas e eu querendo que ele calasse a boca, porque estava com dor de cabeça. E contei isso a ele, que saiu de perto de mim, demorou e voltou falando que eu teria que fazer um exame. Ele me levou para uma sala com um aparelho gigantesco.

— Eu vou ter que entrar aí? — perguntei a ele quando vi aquele troço redondo e apertado. Ele concordou. Tirando meu buraco, odeio lugares apertados! Mas entrei nessa porcaria.

Coágulo... Não sei nem o que é isso. O importante é ir pra casa e dormir porque esse tal coágulo está acabando com o resto de neurônio que restou na minha cabeça.  Fomos para casa e eu fui direto para a cama.

No dia seguinte escutei a voz do Erick na sala falando com o Fabrício. Ouvi o barulho da porta e fingi que estava dormindo. Fabrício entrou e para minha infelicidade, me sacudiu. Não vê que eu estou dormindo cara?

— Carol, você tem que tomar o remédio — disse me entregando o remédio e um copo de água, peguei e tomei. Olhei de novo e o Erick estava ali dentro. Que maravilha! 

Fabrício saiu do quarto e ainda fechou a porta. Qual foi? Que irmão que deixa a irmãzinha sozinha no quarto com um garoto?

— Carol... 

Tentei ao máximo olhar para ele, mas não consegui. Ele se aproximou da cama e sentou nela, ficando de frente pra mim, porque eu corri? Ia ser tão mais fácil...

— Me desculpe?

— Por quê?

— Por ter te beijado assim. Foi coisa de momento. Não quero estragar nossa amizade.

Coisa de momento, claro.

— Tudo bem, Erick. Passou.

Ele me abraçou.

 [Fabrício]

Depois que meus pais morreram, fiz de tudo para não me separarem da Carol. Sei que não sou o irmão perfeito, mas acho que ela prefere morar comigo. Sempre faz o que quer. Tento, mas não consigo controlá-la. Tem um gênio difícil demais! Se mete em cada uma que eu fico chocado, como pode? Desde criança, sempre foi perturbadinha, mas a amo assim mesmo.

Como poderia rir depois das fugas e das coisas que ela sempre apronta? Claro que acho graça depois que passa! Porque na hora fico bem irritado! E quando penso que ela não pode mais me surpreender, adivinhem? Ela sai com algo novo. Incrível! 

Estava trabalhando, tenho dois empregos de meio período, entregava pizza à noite e a tarde ajudava na cozinha, era no mesmo restaurante, só que à noite eles também entregavam pizza e eu fui o candidato a entregar.

Quando vi o número da diretora no meu celular, já logo pensei que a Carol tinha se metido em encrenca de novo e respirei fundo antes de atender. Só pode ter brigado com aquele garoto maluco e levado outra suspensão. Mas para a minha surpresa, era pior do que eu imaginava!

Oi Fabrício.

— O que a Carol fez agora? — perguntei nervoso.

Bem, aconteceu uma coisa chata...

— O que?

É que a Carol caiu da escada. E estou com ela no hospital agora. O médico disse que precisa fazer um exame nela e precisa da sua autorização.

Fiquei mudo por um momento.

— Estou indo ai... — Desliguei. Não é possível! Viu? Como eu disse, ela sempre inventa algo novo! Avisei meu chefe e corri para o hospital.

Eu não sei como ela ainda está inteira! Sempre arruma um jeito de ter algum machucado, mas coágulo? Caramba estou ficando preocupado. Qual será a próxima coisa? 

[Erick]

Depois da aula, fui correndo a casa dela ver como estava. Fabrício me disse que ainda estava dormindo. Eu ia voltar depois, mas ele disse que teria que acordá-la para o remédio, então fiquei. Esperei o Fabrício dar o remédio a ela, ele saiu e fechou a porta! Nossa por essa eu não esperava.  Acho que ela também não porque olhou a porta como se pudesse abri-la com a mente...

Cheguei perto e pedi desculpa, não tinha mais o que fazer. Pela reação que teve, não gostou do que eu fiz e como não queria ficar longe dela, disse que foi coisa de momento o que era mentira. Mas é melhor tê-la perto sendo amiga do que ficar sem ela.

Dois dias se passaram. Voltamos a ser o que éramos. Ainda bem! Não queria perdê-la. Ela me chamou para sair. Esperava no corredor olhando a rua. Logo senti uma mão nas minhas costas. Olhei para trás e ela sorria pra mim, estava com um shortinho curto e uma camiseta coladinha, deixando só um pedaço do short aparecendo.

— Vamos? — perguntou sorridente.

— Vamos! — respondi enquanto segui ela em direção ao elevador, que estava demorando, alguém estaria segurando ele? As crianças faziam isso de vez em quando. Olhei para ela que tinha puxado a blusa para cima e olhava alguma coisa na barriga.

— Nossa, como você tem banha... — falei brincando. Ela levantou a cabeça me olhando de um jeito que achei que fosse morrer ali mesmo. Será que falei besteira?

— Como assim?

Tive que rir, ela está desesperada?

— Olha só... — falei colocando a mão na barriga dela tentando puxar o que não tinha. Ela me olhou de lado.

— Grande coisa! Você tem uma pança gigantesca!

Levantei a camisa e olhei minha barriga.

— Sério?

Ela arregalou os olhos olhando minha barriga.

[Carol]

Meu Deus! Que barriga é aquela?! Já disse que adoro homens com esse tanquinho delicioso? Puxei a blusa dele de volta, cobrindo aquele monumento perfeito.

— Deixa assim é melhor — respondi tentando não olhá-lo.

— Por quê? — perguntou levantando a blusa de novo. Isso não vai prestar...

— Porque sim — falei puxando a blusa dele para baixo de novo.

O elevador finalmente chegou, já entrei enquanto ele ficou do lado de fora me olhando com um sorriso no rosto.

Entrou no elevador também e que maravilha em vez de descer, subiu. Logo eu vi que as pestinhas só podiam ter apertado o botão. Estava para ir ao último andar, ou seja, o 15°. Enquanto esperava a droga do elevador subir para depois descer tudo de novo, me virei para o espelho e tentei ajeitar meu cabelo. Olhei através dele e vi que o Erick estava levantando a blusa do outro lado. Ele está me testando? Só pode ser isso. Fingi que não vi e continuei mexendo no meu cabelo. O que só piorava a situação dele.

— Já chega!

Ai minha nossa! Perdi o controle de mim mesma! Fui até ele, o empurrei na parede do elevador e o beijei. Passava a mão na sua barriga. 

Pronto conseguiu! Me tirou de mim. Ele logo colocou uma das mãos nos meus cabelos e a outra na minha cintura, me puxando para mais perto.

 A gente se separou quando o elevador parou e ele me olhou com um sorriso no rosto. Droga! Olha o que ele me fez fazer? Segurei o braço dele e fui puxando-o para fora do prédio. Quando a gente chegou lá fora, soltei o braço dele e fui andando na sua frente. Não sei lidar com essas coisas, sou toda atrapalhada, capaz de arrancar algum pedaço dele...

Ele segurou meu braço me fazendo parar e veio para minha frente.

— Foi você que me beijou! — falou levantando as mãos. Tive que rir e ele riu comigo.

— Não mostra essa barriga de novo! — falei decidida a não perder a cabeça. Ele levantou a camisa sorrindo pra mim. — Erick! — falei nervosa olhando ela, ele ria de mim. Me aproximei dele e coloquei a mão em sua barriga olhando nos seus olhos. Depois saí andando na frente dele.

— Só isso?

Acho que ficou decepcionado, tive que rir.

Segurei o braço dele de novo e o puxei para andar mais rápido.

— Aonde vamos?

Eu sei que ele tem que se preocupar porque andar comigo não é seguro!

— Naquela praça que a gente foi aquele dia. Tem uma sorveteria ali bem perto.

Olhei para ele, que sorriu e depois mordeu o lábio inferior. Qual é! Ele está me provocando de novo? Balancei minha cabeça e olhei para frente. A gente comprou o sorvete e foi para a praça. Sentamos debaixo da árvore de novo.

Ele tomou o sorvete dele, enquanto eu demorava uma eternidade. Logo deitou na grama.

— Você é muito lerda!

Eu não sou lerda! Só gosto quando o sorvete está derretido, qual o problema com isso? Olhei para o lado e ele estava com as mãos na barriga.

Ah! Que se dane! Coloquei meu sorvete de lado, apoiei a mão esquerda na barriga dele, o cotovelo direito no chão e o beijei. Ele colocou a mão no meu rosto e me beijou de volta. Tenho que admitir, o beijo dele é muito bom! 

Me separei do Erick e peguei meu sorvete de volta. Ele continuou deitado na grama, agora com uma das mãos segurando a cabeça e a outra apoiada na barriga. Ficou me olhando “beber” meu sorvete.

Enquanto saboreava meu sorvete de água, Wallace apareceu com os dois colegas dele. Não tenho mais paz?

— Olha só os namoradinhos

Ele tem cinco anos?

— Some daqui! — Só de ver ele meu sangue ferve.

— Sabe... Eu entendo você... — falou olhando o Erick, que o olhou confuso. — Ela tem um gostinho saboroso!

Quando ele disse isso, levantei irritada e joguei o sorvete na cabeça dele, amassando o pote. Wallace ficou me olhando de boca aberta. Depois deu uma olhada de leve para os amigos dele, que de repente foram até o Erick e o seguraram sem dar chance dele se mexer.

— Mas o que é isso? — perguntei irritada olhando o Wallace.

— O que você acha? — falou fechando os punhos. Olhei as mãos dele.

— Pode vir!

Quando ele veio, abaixei e o agarrei pela barriga e o derrubei no chão. Sentei em cima e soquei a cara dele.

Ele segurou minhas mãos e virou, ficando por cima de mim e tentou me bater, mas eu dei um chute nas partes dele, que caiu de lado gemendo. Sentei apoiando a mão no chão para me levantar e ele puxou meu cabelo, me fazendo deitar do seu lado, deitei e dei um tapa bem forte em seu rosto. 

Depois levantei e ele levantou também. Respirávamos rápido. Conseguia ouvir o Erick falando para os meninos soltarem ele, mas eles não soltavam.

Wallace veio na minha direção segurando meus braços de novo e eu consegui empurrá-lo, o que o fez se desequilibrar um pouco e soltar meus braços. Ele veio de novo e me deu um tapa, me fazendo cair no chão. Enquanto eu estava de quatro no chão, olhei para o Erick. Os meninos estavam com uma certa dificuldade para segurá-lo agora...

Senti as mãos do Wallace na minha cintura. Logo me levantou e levou pra árvore, me empurrando nela. Bati a cabeça e ele levantou o braço para me dar outro tapa, mas parou e ficou me olhando assustado. O que é agora?

Coloquei a mão no meu nariz e estava sujo de sangue.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo