[Carol]
Nem dormi direito de ansiedade pra eles chegarem. No dia seguinte andava de um lado para o outro na casa. Estava lavando a louça quando a campainha tocou. Graça foi até lá e depois me gritou. Fui até a porta assustada achando que a velha tinha me achado! Ainda mais que a Graça mexeu nas coisas dela. E como só a Graça que arruma o quartinho dela, não demoraria para me encontrar.
Quando vi o Fabrício e o Erick, senti um alívio no peito e corri até eles. Contei ao Erick das crianças com medo da reação, admito! Mas ele respondeu bem, graças a Deus! Quando estava apresentando eles ao pai, ouvi a voz da vaca velha do lado de fora.
Coloquei a Kelsey no quarto, era o nome da minha filha. Ela era idêntica ao Erick. Loirinha dos olhos azuis. Graça colocou o Kevin na cama, ele já parecia mais comigo
[Carol]— É sério isso? — falei meio alto e a mãe dele olhou para a gente.— Que foi? — perguntou ao ver minha cara.— Seu filho está me pedindo em casamento!Ela abriu um enorme sorriso e Erick ficou com as bochechas rosadas.— E o que você tem a dizer? — perguntou ainda sorrindo.Os dois ficaram me olhando e eu senti meu rosto queimar.— É claro que eu quero!Erick me abraçou forte e depois me deu um beijo. O melhor de todos que me lembro. — Me pede em casamento todo dia? — perguntei o puxando para outro beijo. Ele riu quando nos separamos.Uns dias se passaram depois desse pedido. Ele me deu um anel de brilhante lindo! Eu comprei um apartamento e dei outro para a mãe dele. Ela ficou toda boba, afinal de contas, morava de aluguel naquele.Claro que todos nós mor
[Carol]Se passaram três anos depois de tudo o que aconteceu. Eu e o Erick nos casamos depois de um tempinho. Mesmo cheia da grana, não quis muita coisa. Odeio esses casamentos cheio de frufru. Fabrício e Sophie também. Eu sei, não acredito nisso até hoje!Todos estavam na minha casa, estávamos jogando vídeo game e eu ganhava de todo mundo.— Não é possível! — Edgar estava nervoso com as perdas.— Eu sou demais!— Carol vem cá. — Sara me chamou.Entreguei o controle ao Fabrício e fui com ela para o quarto.— Que foi, Sara?— É que... — Ela estava nervosa.— O que?— Eu acho que estou grávida.— Já fez o teste?— Já.— Deu negativo?— Não, deu po
[Cinco anos depois][Carol]Depois de toda aquela tribulação, agora estamos vivendo normalmente. As crianças estão crescidas e a Kelsey cada vez se parece mais comigo, incrível! Todo dia arruma um machucado diferente!A filha da Sara é a coisinha mais linda que eu já vi! Tão meiga e fofinha. E diferente da Kelsey…— Carol tem certeza que é só isso? — Sara estava na minha casa me perturbando. Mentira ela se preocupa comigo. As crianças brincavam no quarto e a gente estava na cozinha.— Tenho, Sara! Eu acho que o presunto que eu comi ontem esta
[Carol]Os meses foram passando, Kelsey tinha aceitado a nova irmãzinha que ela ia ganhar. Sim, era uma menina. Acho que por isso que ela aceitou, se fosse outro menino manhoso igual o Kevin, ela surtava. Digo isso porque se eu tivesse dois irmãos assim eu surtaria.Estava com nove meses já, quase ganhando. Erick ficou a gravidez inteira ao meu lado, sendo nas horas que passava no banheiro colocando as tripas para fora, ou nas horas que sentia os desejos mais obscuros existentes. Era tão fofo comigo que eu queria ficar grávida pra sempre!Estava deitada na cama e a bebe estava se mexendo bastante nesse dia.— Que foi? — Colocou a mão na minha barriga também, na hora que ela mexeu eu coloquei a mão.— Ela está se mexendo bastante.— Estou sentindo. — disse sorrindo.— Erick... — falei assustada.
[Carol]Mais um dia entediante de aula. Será possível que os dias demorem tanto a passar? Por que o ano não acaba logo para eu poder ser feliz sem escola? Estava em um sonho tão gostoso quando senti a mesa tremer. Acordei assustada e dei de cara com a professora me olhando de braços cruzados. Olhei para a mesa e vi um livro. Ela jogou o livro na mesa? Sério? Nossa, quanta ignorância.— Você não quer ir pra casa ficar mais à vontade? — perguntou me fuzilando com o olhar.— Bem que eu queria né, mas tenho que ficar aqui. — Olhei para ela e estava com o rosto vermelho. Ops! Acho que alguém está na TPM...— Pra secretaria agora!Cara precisa mesmo gritar? Levantei e fui caminhando lentamente para a porta.— Rápido que eu tenho aula pra dar!Nossa quanta fúria. Comecei a andar mais rápido e quando passei pela porta, vi um garoto loiro sentado na carteira perto dela. Nunca vi ele, será que é aluno novo? Nossa, dormi tanto assim que nem vi eles o apresentando? Ai, ai preciso dormir mais ced
[Erick]Acabei de me mudar para a cidade e no dia seguinte tinha que ir à escola. Devo confessar que não gosto muito de escola nova, não sei que pessoas vou encontrar, se são legais, mas tenho que estudar, então... A professora me apresentou e disse para sentar perto da porta, obedeci.Ela seguiu para o fim da turma com um livro na mão, me estiquei um pouco e vi uma garota de cabelos castanhos dormindo com a cabeça apoiada no braço, que estava esticado. A professora chegou perto dela e jogou o livro na mesa com toda força, fazendo a garota dar um pulo. E quando respondeu a professora, jurei que ela fosse agarrar o pescoço da menina, mas apenas a mandou para a secretaria. Quando passou por mim me olhou de um jeito estranho e foi embora.Um tempo depois alguém bateu na porta e como eu estava perto, abri. Que bom, virei porteiro agora. Quando abri a porta, ela sorriu sem graça pra mim. Sorri de volta, era muito bonita e pelo jeito bem divertidaMe surpreendi quando ela me disse que era m
[Carol]Andamos pela rua sem destino, até eu ter a ideia de ir ao parque. Ele concordou e seguimos para lá. Quando chegamos, tinha um degrau da rua para a parte da grama do parque, consegui tropeçar ali e machucar o pé.— Ai! — resmunguei enquanto tirei o sapato. Meu dedo estava sangrando!Que droga! Porque essas porcarias entram na minha frente? Tudo me faz tropeçar, até mesmo o vento... Agora estou sentada na calçada com o dedão do pé cheio de sangue. Ah! Não sei como ele aguenta, quando a pele cresce de novo eu consigo machucar outra vez. Meu corpo tem todo o trabalho de construir tudo ali e eu estrago na primeira oportunidade.Estava reclamando e xingando tudo ao meu redor quando olhei para o lado e vi o Erick pegando alguma coisa com o cara do cachorro-quente. Ele voltou para onde eu estava.— Toma, limpa isso. — Me entregou um guardanapo. Peguei da mão dele e coloquei no dedo.— Vai ter sorte assim na casa do cacete! — falei irritada e ele riu. — Acho melhor você sair de casa de
[Carol]Que loucura! Quando acordei, estava no hospital? Uau! Consegui me superar dessa vez. O médico ficou me perguntando várias coisas e eu querendo que ele calasse a boca, porque estava com dor de cabeça. E contei isso a ele, que saiu de perto de mim, demorou e voltou falando que eu teria que fazer um exame. Ele me levou para uma sala com um aparelho gigantesco.— Eu vou ter que entrar aí? — perguntei a ele quando vi aquele troço redondo e apertado. Ele concordou. Tirando meu buraco, odeio lugares apertados! Mas entrei nessa porcaria.Coágulo... Não sei nem o que é isso. O importante é ir pra casa e dormir porque esse tal coágulo está acabando com o resto de neurônio que restou na minha cabeça. Fomos para casa e eu fui direto para a cama.No dia seguinte escutei a voz do Erick na sala falando com o Fabrício. Ouvi o barulho da porta e fingi que estava dormindo. Fabrício entrou e para minha infelicidade, me sacudiu. Não vê que eu estou dormindo cara?— Carol, você tem que tomar o re