A amiga do CEO está grávida! Um herdeiro Inesperado
A amiga do CEO está grávida! Um herdeiro Inesperado
Por: Yana Shadow
Um traidor

Emma estava bastante ansiosa para o casamento que aconteceria no fim de semana em Florença. Tudo seria perfeito se não fosse pela visita repentina de seu chefe no escritório da livraria.

— Precisamos conversar — disse a voz estrondosa do senhor Zucconi no instante em que cruzou a porta. — Você não pode se casar.

— Brandon, por favor, não comece com isso outra vez… — ela ergueu a mão.

— Eu te falei inúmeras vezes que o Matteo não presta.

— Já te pedi para não se meter na minha vida pessoal — ela respondeu em um tom polido, olhando nos olhos azuis do homem com a mandíbula quadrada. — Você é meu chefe aqui dentro e, se quiser continuar com a nossa amizade fora desta livraria, então sugiro que não tente me convencer a terminar meu noivado com Matteo outra vez.

Aos 23 anos, Emma Prado gerenciava um dos empreendimentos da corporação Zucconi. Anos antes, a empresa não pertencia a Brandon, mas ele comprou a livraria Dell'Arte um mês depois que soube que sua melhor amiga ficou noiva de um de seus advogados.

— Quer mesmo se casar com aquele traidor?

— Meu expediente acabou e eu não sou obrigada a ouvir suas mentiras.

Levantando-se da cadeira, ela pegou a bolsa e tentou passar por ele, mas o senhor Zucconi entrou na frente, mantendo sua postura intimidadora diante da mulher mais baixa, de cabelos castanhos.

— Emma, somos amigos há anos e eu quero o melhor para você.

— Não, você não quer — ela ergueu o queixo numa atitude desafiadora. — Você está zangado porque vou me casar com outro e está fazendo de tudo para me separar do Matteo — disse, encarando o semblante sombrio.

— Sabe que eu nunca trairia você — a mão máscula pousou firme em sua cintura, mas ela se esquivou.

— Quantas vezes terei que repetir que não sinto nada por você? — Emma o questionou, exasperada. — Somos apenas amigos, Brandon. Você não pode me forçar a te amar!

Brandon fechou a mão com força, segurando o celular como se fosse esmagá-lo com todo o seu furor. O imponente CEO italiano estava habituado a obter tudo o que almejava nos negócios, mas era desprezado pela única mulher que amou.

— O seu noivo está te traindo. — Movido pelo ódio, o senhor Zucconi contou.

— Não acredito em você!

— Você quer ver para crer? — Brandon tocou na tela do iPhone para acessar as imagens do escritório de seu advogado. — Então, veja! — Deu o celular para Emma.

Cobrindo a boca com a mão, ela se recusava a acreditar no vídeo que assistia. O seu rosto queimava e as lágrimas ardiam em seus olhos. 

A câmera mostrava o escritório de um dos advogados da corporação Zucconi. Ela ficou sem palavras enquanto via a cena do noivo beijando a assistente, que estava sentada sobre a mesa dele. A jovem de olhos castanhos devolveu o celular do chefe e, em silêncio, saiu.

— Emma, espere! — Brandon a seguiu.

Sem lhe dar ouvidos, ela andou até sair da livraria Dell'Arte.

Apressada, a mulher de estatura mediana caminhou até o carro onde entrou e sentou-se atrás do volante. Ao ver Brandon correndo na direção do veículo, ela ligou o motor, deu a partida e, mais que depressa, pisou no acelerador.

Enquanto dirigia, os olhos castanhos se concentravam na tela do celular. Ela abriu a nova mensagem onde Matteo informava que não chegaria a tempo para o ensaio do casamento, pois ele ainda tinha alguns documentos para avaliar.

Sentindo o sangue percorrendo quente e ágil pelas veias, ela socou a buzina para apressar o automóvel que estava à frente. Foi obrigada a parar no sinal vermelho de um semáforo no cruzamento e então tentou ligar para o noivo, mas Matteo não atendeu.

No momento em que parou na vaga do estacionamento, ela saltou do Citroën vermelho e bateu a porta do carro com força.

Emma entrou no edifício da Corporação Zucconi e foi até o elevador. Passando as mãos nos cabelos, ajeitou os fios castanhos sobre os ombros.

Quando as portas do elevador se abriram, ela vislumbrou o ambiente banhado pela luz branda do lustre pendurado no teto. Subitamente, seus ouvidos captaram o som dos gemidos que vinham do escritório de seu noivo.

Com passos cautelosos, ela cruzou a sala. Seu coração acelerou no instante em que abriu a porta e avistou Matteo em um momento íntimo com a secretária. De costas para a noiva, ele continuava se movendo de maneira agitada no meio das pernas da bela assistente, emitindo grunhidos. Enojada com a cena, ela quebrou o silêncio.

— É por isso que você não vai ao ensaio de casamento? — A voz saiu trêmula quando Emma o questionou.

— O que faz aqui? — Matteo ofegou, afastando-se da secretária enquanto arrumava a braguilha da calça.

— Vim ver o porquê do meu noivo trabalhar tanto. — Emma titubeou ao responder.

— Não é o que você está pensando, querida. — Matteo retrucou enquanto fechava os botões da camisa.

— O que eu deveria pensar? — O salto batia pesadamente contra o piso vinílico ao entrar na sala do noivo. — É por isso que você sempre chega exausto em casa? — Emma inquiriu, olhando para a secretária com longos cabelos pretos, que ajeitava a blusa após abaixar a saia.

Em passos ligeiros, Emma avançou para cima da mulher que estava do outro lado da mesa. Antes mesmo que ela pudesse tocar em sua secretária, Matteo segurou-a e levou-a para a porta.

O som da campainha do elevador tocou e o senhor Zucconi saiu bem a tempo de ver Matteo colocando Emma para fora.

— Solte-a agora! — A voz imponente do CEO deu a ordem.

— O ciúme de Emma passou dos limites, ela tentou agredir minha assistente — Matteo declarou. — Vá para casa, depois falaremos sobre isso.

— Não haverá mais casamento — Emma virou as costas e saiu em direção ao elevador. — Acabou, Matteo! — Tirou a aliança do dedo e lançou na lixeira.

— Querida, você está me constrangendo na frente do senhor Zucconi.

— Cala a boca! — Revoltado, Brandon fechou o punho e acertou o lado direito do rosto de Matteo. — Nunca mais toque na Emma.

— Ela está inventando tudo isso para me prejudicar, senhor Zucconi! — Matteo falou, tocando a face dolorida e inchada.

— Não se preocupe! — Emma retorquiu ao entrar no elevador. — Brandon já tinha me avisado, mas tive que ver para ter certeza — em meio à dor, ela comprimiu os lábios e, em seguida, proferiu as palavras que estavam entaladas na garganta: — Você é um traidor!

Brandon agigantou-se diante do homem um pouco mais baixo.

— Arrume sua mesa, pegue as suas coisas e dê um fora daqui com sua assistente — o CEO deu a ordem ao advogado.

— Vou te processar! — Matteo ameaçou.

Brandon deu um sorriso torto e, num súbito movimento, agarrou as lapelas do blazer preto do advogado e o encostou bruscamente contra a parede.

— Fique longe da Emma! — Os olhos estavam arregalados quando o senhor Zucconi vociferou.

Brandon olhou para as portas do elevador, que se fechavam, e teve um rápido vislumbre das lágrimas que corriam pelo rosto anguloso de Emma. Ele soltou Matteo e foi direto para o acesso às escadas, onde correu pelos degraus.

Saindo no saguão, ela deslocou-se para o estacionamento frio e mal iluminado e entrou no carro. O punho cerrado se chocou contra a buzina uma, duas, três vezes…

— Emma, abre essa porta! — Brandon bateu no vidro do veículo ao se aproximar.

Levantando o rosto, ela observou o vidro embaçado pela respiração entrecortada de seu amigo.

— Me deixa em paz! — Ligando o motor, ela pisou no acelerador.

Lágrimas continuavam brotando de seus olhos e banhavam seu rosto aturdido. Dirigindo sem rumo, ela saiu do estacionamento e seguiu pelas ruas da cidade. Só queria encontrar um lugar onde pudesse se esconder e deixar as lágrimas transbordarem de seus olhos.

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