— Eu não vou! — Ela tentou fechar a porta, mas Brandon bloqueou com o corpo.
Usando as mãos, ele abriu e então, atravessou.
— Você precisa sair de casa e socializar com outras pessoas — Brandon proferiu rudemente.
— Eu não quero — rebateu ela.
Brandon sentou no sofá, sorrindo e pegando pipoca, antes de tomar o controle remoto da mão de Emma e apertar o Play.
— Me dê isso! — Ela pegou sua tigela e sentou para continuar assistindo ao programa. — Volte para a sua festa — Emma pediu, azeda.
— Não vou sair até você estar pronta. — A voz de barítono replicou.
— Eu não vou. — Ela murmurou pausadamente, olhando nos olhos azuis de Brandon.
— Ótimo! — Ele articulou, direcionando-lhe um olhar estranho. — Podemos aproveitar o tempo para ficar mais à vontade, se é que você me entende, — Inclinando-se, Brandon tocou em seu queixo só para ter uma boa visão dos lábios de cereja.
— Pare com isso, Brandon! — Ela se levantou do sofá antes que o amigo tivesse a chance de tentar beijá-la. — Me dê alguns minutos. — Emma deixou a vasilha de pipoca sobre a mesinha de centro. — Vou trocar de roupa, e nós vamos para sua festa.
— Não demore muito! — disse num tom de desdém enquanto Emma se afastava.
Brandon Zucconi era um homem sedutor. Ele mantinha uma postura confiante e sempre atraia a atenção das mulheres com apenas um olhar.
Na faculdade, ele era o cara mais atraente e mulherengo. Emma sabia como o seu amigo havia magoado algumas garotas, por isso, ela sempre tentou se abster da sedução que emanava daquele homem.
Meia hora depois, ela soltou os cabelos quando voltou à sala. Emma estava usando um suéter rosa sobre uma calça jeans preta.
— Vamos! — Ela chamou.
— Você vai desse jeito? — Ele examinou-a minuciosamente ao perguntar.
— Vou! — Abrindo a porta de sua modesta casa, Emma saiu. — Aliás, vou no meu carro. — Ela foi direto para a garagem. — Não quero que nos vejam juntos.
— Por que não? — O olhar inquisidor se deteve sobre ela.
— Você é o meu chefe, senhor Zucconi, — Emma entrou no automóvel e fechou a porta.
— Está noite, sou seu amigo, — inclinou-se na janela, estreitando o olhar para Emma, — posso ser uma ótima companhia se você quiser… — a voz rouca e sensual fez a uma proposta tentadora para qualquer mulher, menos para Emma.
— Não quero! — Após rejeitá-lo, ela apertou o botão para fechar o vidro.
________________________________Emma se sentia deslocada na boate cheia de estranhos. Ocasionalmente, ela via Brandon levar uma garota para a pista de dança. Após dispensar dois caras que falavam sobre seus Mustang e iates, Emma caminhou até a pista de dança lotada, onde as pessoas estavam dançando ao som de música eletrônica.
— Eu não deveria ter vindo aqui. — ela murmurou para si mesma.
Por alguns segundos, ela ficou parada igual a uma estátua quando viu Brandon colocando a mão na parede enquanto conversava com uma bela loira. No momento em que o amigo a notou, ela virou-se e, acidentalmente, esbarrou em alguém, derrubando uma bebida em seu suéter.
— Você não olha para onde anda? — Ela perguntou ao homem alto, revelando as tatuagens em seus braços.
— Espere um minuto, por favor! — O homem tocou em seu braço. — Você é a garota da livraria. — David sorriu.
— O que você quer comigo? — Emma perguntou, estreitando os olhos.
— Que tal eu te comprar outra bebida como pedido de desculpas? — David indagou num tom mais suave.
Emma olhou na direção onde Brandon estava beijando a garota loira do outro lado, e então, ela decidiu aceitar o convite.
— O que você quer beber? — David questionou, tocando em seu ombro para chamar sua atenção.
— Quero um Dry Martini! — Ela respondeu um pouco desconfortável ao se aproximar do balcão do bar.
— É a segunda vez que você esbarra em mim. — David disse, dando um gole em sua própria bebida. — Isso só pode ser coisa do destino.
— Eu apenas estava dispersa quando esbarrei com você. — ela argumentou.
— Pelo visto, você não acredita no destino. — David falou, fitando os olhos castanhos da mulher mais baixa.
Emma suspirou discretamente, e logo, interrompeu o contato visual. Ela pegou o copo e tomou a bebida de uma vez.— Quero outro Dry Martini. — Ela pediu ao barman.Não demorou muito até Emma reparar que a mão esquerda do homem misterioso estava enfiada no bolso. Será que ele estava escondendo a aliança de casamento? A questão martelou em seus pensamentos. Ela terminou a bebida e colocou o copo no balcão antes de pedir outro drink para o funcionário do outro lado do balcão. No quinto drink, Emma se sentia leve. Era como se todos os seus problemas tivessem desaparecido um passe de mágica. O relaxamento momentâneo proporcionado pela bebida a fez sorrir.— Isso, querida, relaxe! — aconselhou David, esboçando um sorriso no canto dos lábios.Engolindo em seco, Emma pegou outra taça que o barman da boate lhe serviu.— Se quiser, nós podemos conversar em um lugar mais tranquilo — sussurrou David perto de seu ouvido.— Não — A resposta de Emma foi firme.— Por que não? — inquiriu David, franzin
Um mês depois... — Estou grávida! — Emma repetiu para si mesma enquanto olhava para o resultado positivo do teste. — O que vou fazer agora? — Murmurou, olhando a imagem da mulher com os cabelos desgrenhados no espelho enquanto tentava lembrar da noite em que ficou bêbada na festa de aniversário de seu amigo. Ela pegou o celular, os dedos tocaram freneticamente na tela ao digitar a mensagem para o ex-noivo e então, apagou. — E se não fosse o Matteo? — Continuou perguntando-se durante o monólogo. Emma engoliu em seco enquanto a mente fervilhava com mais questões. — Será que foi o David quem me trouxe para casa? — ponderou ela em seus pensamentos inquietos. — Talvez o Brandon saiba como cheguei em casa. Logo, ela tocou no ecrã do celular procurando pelo contato do chefe. Emma esperava que seu amigo soubesse quem a levou para casa depois que saiu da boate. De repente, ela encerrou a ligação. A mente tentava organizar as palavras para contar a Brandon que estava grávida e que não
No fim de semana, Emma estava em pé na frente de sua casa quando um Audi buzinou. Ela entrou e sentou-se no banco com estofamento confortável. Brandon Zucconi gostava de ostentar, possivelmente para impressionar as mulheres. Os olhos dele se concentraram na feição abatida de Emma.— O que houve? — A voz estava mais branda quando ele indagou.— Nada! — Exclamou, ela, exasperada.Acomodando-se ao assento macio do carro. Ele suspirou pesado e apertou o botão para ligar o carro de luxo. — Você não precisa ir se não quiser! — Emma olhou para a bolsa de mão bege, que combinava com suas sandálias.— Eu vou! — Brandon tocou o dorso da mão dela. — Continuo processando o fato de você estar grávida. — Ele olhou para frente enquanto dirigia o carro. — Você sabe o que vai dizer para a sua mãe?Em silêncio, ela negou com a cabeça. O maior orgulho de sua mãe eram suas irmãs, Sophia e Giovanna. Ambas eram casadas. Sophia era a mais velha e estava grávida do terceiro filho. Giovanna era recém casada
Tensa, ela derrubou o copo de água sobre a mesa quando sua mãe estreitou o olhar em sua direção. Era como se Noemi soubesse o que estava acontecendo. — Emma, sirva um pouco de comida para o Brandon. — Noemi falou.— Ele tem duas mãos! — Ela retrucou enquanto afastava a mão dele de seu joelho.— Você já se reconciliou com Matteo, Emma? — A mulher robusta olhou para filha.— Não, mãe! — Ela respondeu e discretamente, levou a mão ao nariz afilado.O cheiro do tempero embrulhou o estômago de Emma.— Daqui a pouco, você fará vinte e quatro anos, querida! — Noemi ralhou. Ela estendeu a mão, entregou o prato para um de seus netos e se sentou na cadeira. — Até a sua irmã mais nova se casou e vai me dar uma neta.Para aumentar o desconforto, os cunhados de Emma começaram a falar sobre os homens solteiros que eles conheciam.— A maioria dos homens que conheço são divorciados ou viúvos, — mencionou o marido de Sophia. — Se você não se reconciliar com Matteo, eu posso apresentar um dos meus amig
Duas semanas haviam se passado desde que Emma parou de responder às mensagens ou atender as ligações de Brandon. Na sala de conferências, a sócia de uma das empresas de Brandon continuava a falar sobre como a implementação de novas tecnologias aumentava os lucros e acelerava o crescimento organizacional. Disperso, ele olhou da tela do iPhone para a TV LED pendurada na parede no fundo da sala, examinando o gráfico. — O mundo está sempre evoluindo! — disse a senhora Gambino. — Todos sabemos que novos sistemas e equipamentos sofisticados deixam os funcionários exasperados em muitos setores empresariais. O barulho do celular furtou a atenção dele. Brandon pensou que poderia ser uma mensagem de Emma, mas desta vez, era apenas a garota com quem saiu algumas vezes após a festa de seu aniversário na boate. — O que você acha, Brandon? — A Sra. Gambino olhou para Brandon ao perguntar.Ele sorriu ao encontrar o olhar da mulher de meia-idade que vestia um terninho de um tom bordô. — Treinem
— Desculpe, esqueci de enviar por e-mail ontem — respondeu ela, em tom contido. — Eu estava muito atarefada… — Você perde muito tempo coletando informações! — Brandon a interrompeu. O rosto dele ficou ainda mais sombrio quando a questionou: — Onde está sua assistente? — Olhou em volta do escritório. — Paola não está. — Ela argumentou, olhando para o chefe.Houve um breve minuto de silêncio. Brandon espremeu os olhos como fendas, lançando-lhe um olhar frio, enquanto esperava por uma explicação plausível para a falta de um dos funcionários. — A livraria está sempre cheia à tarde, eu pedi para ela vir trabalhar neste turno. — Emma tentou amenizar a situação. — O técnico de informática virá esta semana e implementará novos sistemas e equipamentos mais sofisticados na loja —, ele avisou num tom tirânico. Emma detestou o modo autoritário como ele a tratou. Tinha certeza que Brandon ainda estava zangado porque ela não atendia ou respondia às ligações que não tinham a ver com o trabalho
Assim que saiu da livraria, Brandon foi direto para casa. O lugar onde ele morava tinha uma vista deslumbrante sobre a extensão de vinhedos, com pores do sol vermelhos atrás da vila característica com sua torre medieval.A casa foi construída em terras com a bela coloração do Chianti Clássico, estrategicamente posicionada entre Florença e Siena, e a apenas há poucos metros da vila medieval de Barberino Tavarnelle. Brandon caminhou pela casa com móveis brancos e jogou sua pasta no sofá da sala. Subiu as escadas enquanto digitava uma mensagem para Emma. Entrou na suíte principal, onde havia uma banheira de hidromassagem bem ao lado da enorme janela de seu quarto. Ele estava ansioso para que Emma se mudasse para lá. Aquela casa era muito vazia e solitária. Na maioria das vezes, Brandon preferia dormir em um de seus hotéis a voltar para casa.Após colocar a banheira da hidro para encher, ele tirou a camisa e fez alguns exercícios abdominais. Precisava dedicar mais tempo ao exercício,
O rosto do homem ao lado da cama ficou ainda mais sombrio. Emma poderia omitir, mas resolveu contar a verdade:— Eu saí da livraria durante meu intervalo para o almoço e vi o David na entrada do restaurante! — Quebrou o gelo do silêncio. — E quanto ao nosso acordo, Emma? — ele perguntou rudemente. Seu rosto queimava de raiva. — Eu te pedi para não procurá-lo! — Eu não falei com ele! — Emma negou veementemente. — Pensei em contar ao David sobre a gravidez, mas desisti. — Por favor, não faça isso de novo! — Ele se levantou da poltrona e virou as costas para ela, indo até a janela do quarto. O céu estava escuro, e a neblina obscureceu as estrelas. — Voltei para a livraria após ver a esposa e o filho do David.Brandon coçou o pescoço e se virou para ela. Ele cogitou contar a verdade, mas decidiu contra. Ele havia passado tantos anos amando Emma; ele não queria perdê-la novamente. Acomodando-se no estofado confortável da poltrona de couro preta, ele a encarou novamente. — Honre nos