Duas semanas haviam se passado desde que Emma parou de responder às mensagens ou atender as ligações de Brandon. Na sala de conferências, a sócia de uma das empresas de Brandon continuava a falar sobre como a implementação de novas tecnologias aumentava os lucros e acelerava o crescimento organizacional. Disperso, ele olhou da tela do iPhone para a TV LED pendurada na parede no fundo da sala, examinando o gráfico. — O mundo está sempre evoluindo! — disse a senhora Gambino. — Todos sabemos que novos sistemas e equipamentos sofisticados deixam os funcionários exasperados em muitos setores empresariais. O barulho do celular furtou a atenção dele. Brandon pensou que poderia ser uma mensagem de Emma, mas desta vez, era apenas a garota com quem saiu algumas vezes após a festa de seu aniversário na boate. — O que você acha, Brandon? — A Sra. Gambino olhou para Brandon ao perguntar.Ele sorriu ao encontrar o olhar da mulher de meia-idade que vestia um terninho de um tom bordô. — Treinem
— Desculpe, esqueci de enviar por e-mail ontem — respondeu ela, em tom contido. — Eu estava muito atarefada… — Você perde muito tempo coletando informações! — Brandon a interrompeu. O rosto dele ficou ainda mais sombrio quando a questionou: — Onde está sua assistente? — Olhou em volta do escritório. — Paola não está. — Ela argumentou, olhando para o chefe.Houve um breve minuto de silêncio. Brandon espremeu os olhos como fendas, lançando-lhe um olhar frio, enquanto esperava por uma explicação plausível para a falta de um dos funcionários. — A livraria está sempre cheia à tarde, eu pedi para ela vir trabalhar neste turno. — Emma tentou amenizar a situação. — O técnico de informática virá esta semana e implementará novos sistemas e equipamentos mais sofisticados na loja —, ele avisou num tom tirânico. Emma detestou o modo autoritário como ele a tratou. Tinha certeza que Brandon ainda estava zangado porque ela não atendia ou respondia às ligações que não tinham a ver com o trabalho
Assim que saiu da livraria, Brandon foi direto para casa. O lugar onde ele morava tinha uma vista deslumbrante sobre a extensão de vinhedos, com pores do sol vermelhos atrás da vila característica com sua torre medieval.A casa foi construída em terras com a bela coloração do Chianti Clássico, estrategicamente posicionada entre Florença e Siena, e a apenas há poucos metros da vila medieval de Barberino Tavarnelle. Brandon caminhou pela casa com móveis brancos e jogou sua pasta no sofá da sala. Subiu as escadas enquanto digitava uma mensagem para Emma. Entrou na suíte principal, onde havia uma banheira de hidromassagem bem ao lado da enorme janela de seu quarto. Ele estava ansioso para que Emma se mudasse para lá. Aquela casa era muito vazia e solitária. Na maioria das vezes, Brandon preferia dormir em um de seus hotéis a voltar para casa.Após colocar a banheira da hidro para encher, ele tirou a camisa e fez alguns exercícios abdominais. Precisava dedicar mais tempo ao exercício,
O rosto do homem ao lado da cama ficou ainda mais sombrio. Emma poderia omitir, mas resolveu contar a verdade:— Eu saí da livraria durante meu intervalo para o almoço e vi o David na entrada do restaurante! — Quebrou o gelo do silêncio. — E quanto ao nosso acordo, Emma? — ele perguntou rudemente. Seu rosto queimava de raiva. — Eu te pedi para não procurá-lo! — Eu não falei com ele! — Emma negou veementemente. — Pensei em contar ao David sobre a gravidez, mas desisti. — Por favor, não faça isso de novo! — Ele se levantou da poltrona e virou as costas para ela, indo até a janela do quarto. O céu estava escuro, e a neblina obscureceu as estrelas. — Voltei para a livraria após ver a esposa e o filho do David.Brandon coçou o pescoço e se virou para ela. Ele cogitou contar a verdade, mas decidiu contra. Ele havia passado tantos anos amando Emma; ele não queria perdê-la novamente. Acomodando-se no estofado confortável da poltrona de couro preta, ele a encarou novamente. — Honre nos
Ele amava, tinha consciência disso. Emma sempre seria mais do que apenas uma amiga. Precisava protegê-la da verdade, mesmo que, um dia, aquele pormenor a chateasse. — Sua casa tem uma decoração horrível. — Subitamente, Emma mudou o assunto, dissipando a tensão que se instalou entre eles. — E os cômodos da sua casa são muito pequenos, e você nem tem uma piscina — ele retrucou. Emma puxou o lençol e se cobriu. Ela olhou para o teto, perguntando-se se poderia desistir de casar com seu amigo. — Eu não farei nada que você não queira, — ele disse, tentando acalmá-la. — Vou te respeitar. — Ótimo, vou dormir no quarto de hóspedes! — A voz de Emma soou determinada. Franzindo o cenho, Brandon passou os dedos na mandíbula. Ele gostava da maneira como ela dizia tudo o que vinha à mente. Queria discordar de sua imposição, no entanto, ele apenas concordou com a cabeça. — Eu realmente tenho que jantar na casa da sua mãe? — Emma se virou para o lado de Mr. Zucconi, e seus olhos se en
— Adele é a governanta da minha casa — Brandon disse a ela.Ele pegou a bagagem e levou até o automóvel estacionado em frente à casa dela. Logo, abriu o porta-malas, onde colocou a bagagem de Emma. — Ela é apenas uma assistente do lar ou é outra amiga especial? — Emma perguntou. — O que você quer dizer com isso? — Brandon retrucou enquanto abria a porta do Audi prata. — A minha governanta tem cinquenta e dois anos. — Ele abriu a porta do carro e ela se acomodou sem fazer mais piadas.Quase uma hora depois, o carro passou pelo portão que se abriu automaticamente. Os olhos de Emma notaram a luxuosa piscina, enquanto o carro de luxo estacionava em frente à mansão. Logo, Brandon abriu a porta e ela saiu do carro.Ao pegar a mala, ele observou a amiga que andava com cautela. Os olhos perspicazes de Emma examinavam cada canto da enorme propriedade. — Não me lembro de ter visto essa piscina antes! — Ela se virou, procurando os olhos dele. — É para se divertir em festas com seus amigos e c
— Me deixe em paz, Brandon! — Ela colocou a mão em seus ombros largos e tentou afastá-lo. — Não, Emma! — Manteve ela presa dentro dos seus braços fortes. — Você precisa descansar. — Eu não sou tão frágil como você pensa —, replicou ela. — Gravidez não é uma doença. — Vamos fazer uma caminhada amanhã. — A voz masculina sugeriu.A mão comprida de Brandon acariciou-lhe as costas enquanto Emma cravava as unhas nos braços dele. — Eu não tenho nada para fazer nesta casa —, ela reclamou. — Só quero sair e dar uma volta. — Pense no bebê! — Ele insistiu. — Você tem que descansar por mais alguns dias. Cerrando os olhos, ela ponderou. Estava ansiosa para passar do primeiro trimestre da gravidez. — Está bem! — Exasperada, respondeu. — Agora, me solte! Por mais que quisesse continuar sentindo o calor daquele abraço, era melhor manter distância. Relutante, ele afrouxou os braços, deixando-a se afastar. — Emma, espere um minuto!Sem dar atenção, ela seguiu em frente. Estava farta do amigo
Os cílios tremeluziam diante da proposta ousada. Estava perto demais e a fragrância dele era inebriante. Sobressaltada, ela se agitou na água ao se dar conta do que estava acontecendo.— Vá embora, Brandon! — ordenou, quebrando o contato visual.Emma levantou a mão, ameaçando jogar água no homem parado ao lado da banheira. Em um movimento rápido, ele levantou e recuou. — Pedi à arrumadeira para deixar seu vestido na cama —, disse Brandon, admirando o próprio reflexo no espelho. — Se você continuar se admirando por tanto tempo, vai morrer de fome e sede! — ela brincou, aludindo a um personagem da mitologia grega que simboliza a vaidade. — Ao contrário de Narciso, geralmente não rejeito a mulher que amo —, disse ele, passando a mão pelo rosto recém-barbeado. — Por favor, não se atrase —, pediu Brandon antes de se dirigir à saída. — Você sabe, minha mãe odeia esperar. — Havia um ligeiro tom de irritação na voz dele.Emma ouviu Brandon bufar quando ele saiu do banheiro. Sabia o quanto