Parada do outro lado do balcão branco da cozinha, ela apertou mais os punhos, seus olhos presos ao homem que com a toalha enrolada na cintura revelando os músculos definidos do abdômen. As gotas d'água caíam das mechas curtas do cabelo, deslizando pelos músculos do peitoral até o abdômen reto.— Não me julgue, — Ela rompeu o silêncio inquietante, sacudindo a faca no ar. — Os Zucconi roubaram muita coisa de mim.— A Emma não tinha nada a ver com isso, — chiou Matteo.— Disse o homem que a usou para obter vantagens na empresa dos Zucconi, — alfinetou Gustava.Matteo não se manifestou. Em vez disso, deu as costas.— Não aguenta ouvir a verdade, — ela provocou em voz alta, seus olhos observando as costas largas e molhadas do homem que se retirava. — Volte aqui!Segurando a faca, ela foi ao encontro dele. Matteo aumentou as passadas em direção ao quarto. Tinha que acabar com tudo antes que se tornasse a próxima vítima.Quando Gustava entrou no quarto, ele já estava vestindo as calças.— Pen
Emma finalmente recebeu alta do hospital. A recuperação, milagrosa como descreveram os médicos, deixou todos aliviados e esperançosos. Brandon, embora aliviado por tê-la de volta, não pôde deixar de notar como ela estava preocupada com Matteo durante sua convalescença. Isso o perturbou mais do que gostaria de admitir. A tensão entre o casal suavizava aos poucos, especialmente depois de uma visita surpreendente de Giuseppe. Sentados na sala de estar, Giuseppe explicou que Matteo havia sido solto e estava de volta à Itália. — O meu genro alegou legítima defesa e conseguiu provar isso com os áudios da briga com Gustava. — Que bom que ele está bem. — Emma acrescentou, aliviada. — E como está Isabella? Ela está bem com tudo isso? — Isabella está… firme. — Comunicou Giuseppe, balançando a cabeça. — Ela não pretende se divorciar e Matteo está fazendo de tudo para manter o casamento e o estilo de vida que eles têm. Brandon ouvia em silêncio, mas não conseguia esconder completamente o ciúm
No amplo escritório mal iluminado, um ítalo-americano com uma fisionomia austera estava sentado atrás de sua enorme mesa. Após passar as mãos nos cabelos, Kevin Harrison Giordano deu uma última olhada no relógio Le Roy Paris que estava no lado esquerdo da tela plana do computador. Ele sabia que a esposa não foi para casa após sair do ateliê Maison Delacroix onde ela trabalhava como designer de modas. Cansado dos passeios misteriosos de Justine, ele pegou o telefone e ligou para o assistente de confiança. — Rastreie o celular da minha esposa e descubra onde ela está, — a voz profunda deu a ordem de maneira hostil. “Onde ela foi?” Ele murmurava a pergunta em sua mente conforme tocava o pescoço onde as veias saltavam enquanto ligava para a esposa. — Justine, onde você está? Já tem mais de quatro horas que você saiu do trabalho. — Ele reclamou em vão, pois o celular dela estava desligado e a ligação foi parar na caixa de mensagens. Como ele sabia disso? Kevin havia dado um celular
Emma estava bastante ansiosa para o casamento que aconteceria no fim de semana em Florença. Tudo seria perfeito se não fosse pela visita repentina de seu chefe no escritório da livraria.— Precisamos conversar — disse a voz estrondosa do senhor Zucconi no instante em que cruzou a porta. — Você não pode se casar.— Brandon, por favor, não comece com isso outra vez… — ela ergueu a mão.— Eu te falei inúmeras vezes que o Matteo não presta.— Já te pedi para não se meter na minha vida pessoal — ela respondeu em um tom polido, olhando nos olhos azuis do homem com a mandíbula quadrada. — Você é meu chefe aqui dentro e, se quiser continuar com a nossa amizade fora desta livraria, então sugiro que não tente me convencer a terminar meu noivado com Matteo outra vez.Aos 23 anos, Emma Prado gerenciava um dos empreendimentos da corporação Zucconi. Anos antes, a empresa não pertencia a Brandon, mas ele comprou a livraria Dell'Arte um mês depois que soube que sua melhor amiga ficou noiva de um de se
Dias depois, Emma ainda sentia a dor da traição enquanto enviava mensagens para informar aos convidados que o casamento com Matteo foi cancelado. Por um momento, ela colocou a mão na testa quando sentiu uma terrível enxaqueca ao recordar o que viu no escritório naquela noite. A lembrança do noivo agarrado com a secretária a atormentou por semanas.Os seus olhos focaram a hora no celular, e infelizmente, ela estava dez minutos atrasada para o trabalho. Emma rapidamente tomou um banho, vestiu um blazer preto combinando com sua saia e em seguida, ela calçou o salto alto e pegou sua bolsa.Meia hora mais tarde, as gotas de chuva batiam contra o vidro do carro quando ela estacionou o Citroën vermelho na vaga disponível. Após tirar o cinto de segurança, Emma saiu apressadamente do automóvel e se equilibrou no salto enquanto corria até a livraria. Ela estava tão dispersa que, acidentalmente, esbarrou em um cliente.— Cuidado! — O estranho exclamou com uma seriedade hostil. O homem tinha um
— Você não vai para a minha festa com essa roupa, vai? — Brandon olhava para o casaco branco e as meias cinzas combinando com a calça de moletom que ela costumava usar em casa. — Vista-se e vamos comemorar.— Eu não vou! — Ela tentou fechar a porta, mas Brandon bloqueou com o corpo.Usando as mãos, ele abriu e então, atravessou. — Você precisa sair de casa e socializar com outras pessoas — Brandon proferiu rudemente. — Eu não quero — rebateu ela.Brandon sentou no sofá, sorrindo e pegando pipoca, antes de tomar o controle remoto da mão de Emma e apertar o Play.— Me dê isso! — Ela pegou sua tigela e sentou para continuar assistindo ao programa. — Volte para a sua festa — Emma pediu, azeda.— Não vou sair até você estar pronta. — A voz de barítono replicou.— Eu não vou. — Ela murmurou pausadamente, olhando nos olhos azuis de Brandon.— Ótimo! — Ele articulou, direcionando-lhe um olhar estranho. — Podemos aproveitar o tempo para ficar mais à vontade, se é que você me entende, — Incli
Emma suspirou discretamente, e logo, interrompeu o contato visual. Ela pegou o copo e tomou a bebida de uma vez.— Quero outro Dry Martini. — Ela pediu ao barman.Não demorou muito até Emma reparar que a mão esquerda do homem misterioso estava enfiada no bolso. Será que ele estava escondendo a aliança de casamento? A questão martelou em seus pensamentos. Ela terminou a bebida e colocou o copo no balcão antes de pedir outro drink para o funcionário do outro lado do balcão. No quinto drink, Emma se sentia leve. Era como se todos os seus problemas tivessem desaparecido um passe de mágica. O relaxamento momentâneo proporcionado pela bebida a fez sorrir.— Isso, querida, relaxe! — aconselhou David, esboçando um sorriso no canto dos lábios.Engolindo em seco, Emma pegou outra taça que o barman da boate lhe serviu.— Se quiser, nós podemos conversar em um lugar mais tranquilo — sussurrou David perto de seu ouvido.— Não — A resposta de Emma foi firme.— Por que não? — inquiriu David, franzin
Um mês depois... — Estou grávida! — Emma repetiu para si mesma enquanto olhava para o resultado positivo do teste. — O que vou fazer agora? — Murmurou, olhando a imagem da mulher com os cabelos desgrenhados no espelho enquanto tentava lembrar da noite em que ficou bêbada na festa de aniversário de seu amigo. Ela pegou o celular, os dedos tocaram freneticamente na tela ao digitar a mensagem para o ex-noivo e então, apagou. — E se não fosse o Matteo? — Continuou perguntando-se durante o monólogo. Emma engoliu em seco enquanto a mente fervilhava com mais questões. — Será que foi o David quem me trouxe para casa? — ponderou ela em seus pensamentos inquietos. — Talvez o Brandon saiba como cheguei em casa. Logo, ela tocou no ecrã do celular procurando pelo contato do chefe. Emma esperava que seu amigo soubesse quem a levou para casa depois que saiu da boate. De repente, ela encerrou a ligação. A mente tentava organizar as palavras para contar a Brandon que estava grávida e que não