Fique comigo esta noite

Emma suspirou discretamente, e logo, interrompeu o contato visual. Ela pegou o copo e tomou a bebida de uma vez.

— Quero outro Dry Martini. — Ela pediu ao barman.

Não demorou muito até Emma reparar que a mão esquerda do homem misterioso estava enfiada no bolso. Será que ele estava escondendo a aliança de casamento? A questão martelou em seus pensamentos. Ela terminou a bebida e colocou o copo no balcão antes de pedir outro drink para o funcionário do outro lado do balcão. No quinto drink, Emma se sentia leve. Era como se todos os seus problemas tivessem desaparecido um passe de mágica. O relaxamento momentâneo proporcionado pela bebida a fez sorrir.

— Isso, querida, relaxe! — aconselhou David, esboçando um sorriso no canto dos lábios.

Engolindo em seco, Emma pegou outra taça que o barman da boate lhe serviu.

— Se quiser, nós podemos conversar em um lugar mais tranquilo — sussurrou David perto de seu ouvido.

— Não — A resposta de Emma foi firme.

— Por que não? — inquiriu David, franzindo o cenho. — Tenho uma grande biblioteca na minha casa! 

Emma olhou por cima do ombro e deu outro gole em sua bebida, perguntando-se se ele realmente tinha uma biblioteca. A visão dela já estava turva. No momento em que se virou, ela quase caiu. Por sorte, apoiou a mão no balcão enquanto ria de si mesma.

— Você não parece bem, — mencionou o David conforme a segurava pelo braço. — Vou te levar para casa, — ele a conduzia pela boate.

— Não! — A voz de Emma soou mais alta quando negou com veemência.

Só naquele momento, David notou o anel de noivado no dedo de Emma e perguntou: 

— Você está comprometida?

— Eu estava! — respondeu ela brevemente. — Meu noivo me traiu! 

— Você saiu com outro homem depois do seu noivo? — indagou David. — O seu noivo ainda mora com você?

— Não e não! — Ela virou o rosto para ele. — Está ficando tarde e eu…

Antes que ela pudesse dispensá-lo, David a puxou para si e a beijou arduamente. Ele acariciou seus cabelos, inclinando a sua cabeça para trás enquanto suas línguas se encontravam em um beijo sôfrego. Por alguns segundos, ela sentiu vontade de se render completamente às carícias de David, mas tinha medo de se apaixonar novamente.

— Eu não posso! — Emma pôs a mão no peitoral forte daquele homem, afastando-se daquele charme sedutor.

Cambaleando, ela se esquivou das pessoas que dançavam e de algumas mãos que, algumas vezes, puxavam-na. A música estava bastante alta e ela via tudo rodando ao seu redor. Ao tentar encontrar a saída, ela colidiu acidentalmente com um casal que se beijava. De repente, Emma sentiu um firme aperto em seu braço antes do puxão.

— Você não precisa me levar para casa! — Exasperada, ela gritou.

— Calma! — pediu Brandon, arqueando as sobrancelhas castanhas.

— Você terminou de prestar atenção a sua nova amiga? — A pergunta na voz de Emma estava repleta de zombaria.

— Posso dedicar mais atenção à nossa amizade, se você quiser… — Brandon redarguiu, sorrindo.

— Não! — A voz estava embargada pela bebida quando ela proferiu: — Você não vai me seduzir.

Ao tentar sair, Emma tropeçou nos próprios pés, mas os braços musculosos de Brandon seguraram-na antes que ela tombasse no chão.

— O que você bebeu? — A voz rouca do senhor Zucconi vociferou enquanto a auxiliava a se recompor.

Eles se entreolharam por alguns segundos até que David apareceu de repente e os interrompeu.

— Feliz aniversário! — David felicitou o senhor Zucconi com um sorriso forçado. 

Afastando-se de Emma, Brandon se aproximou do outro homem, que era um pouco mais baixo que ele.

— Estava procurando por você, — desta vez, o olhar de David se fixou em Emma. — Vou te levar para casa.

— Não, você não vai! — Empertigando-se, Brandon impediu que ele se aproximasse de sua amiga.   — A Emma está comigo! — O CEO enfatizou, aprofundando sua voz.

— Sério? — Franzindo a testa, David encarou-o. — Pensei que ela fosse solteira.

— Não, ela não está. — Enciumado, Brandon entrelaçou os dedos aos da amiga. Ele deu um passo para trás olhando para Emma e disse: — Espere-me aqui! Pagarei a conta e já volto para te levar para casa. — Brandon avisou antes de desaparecer na multidão.

David deu alguns passos até a mulher parada perto da parede e logo, reclamou:

— Você não me disse que era namorada de Brandon Zucconi.

A garota desnorteada começou a rir como se tivesse ouvido uma piada.

— Me deixe em paz! — Emma se afastou, ajustando seu suéter sobre suas calças jeans.

Dando as costas para aquele homem, ela lutou para andar mais rápido até chegar à saída.

O celular vibrava em seu bolso enquanto Emma caminhava pela rua. As pessoas a olhavam estranhamente quando passavam por ela. Com certa dificuldade, Emma tirou o celular do bolso e atendeu:

— O que você quer Matteo? — A voz arrastada devido à bebida inquiriu. — Eu não estou em casa, — ela soluçou ao falar. — Não vou dizer onde estou, — rindo, ela replicou. — Arrivederci!

Após encerrar a chamada, Emma caminhou pela calçada, pensando se deveria voltar e esperar a carona Brandon. Ela negou com a cabeça, pensando que ele devia estar ocupado com alguma mulher que encontrou na boate.

Finalmente, Emma entrou em seu carro e se sentiu confortável. Ela apertou os olhos, mas foi incapaz de ver as pessoas andando pela rua devido à visão embaçada. As pálpebras pesavam quando ela colocou os braços no volante e apoiou a cabeça para descansar um pouco.

Em certo momento, ela abriu os olhos quando sentiu os braços fortes a levantarem e a carregarem. Não tinha ideia de como ela chegou em casa tão rápido. Ao cerrar as pálpebras novamente, Emma abraçou o pescoço do homem e inspirou o perfume amadeirado. Seus olhos oscilavam entre escuridão e a visão das coisas confusas.

O estranho a levou para o quarto escuro e a deitou sobre a cama, mas antes que ele pudesse sair, Emma o puxou pela gravata, acreditando ser o seu ex-noivo, e então implorou: 

— Por favor, fique comigo esta noite!

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