O sábado passou arrastado.
Babi tentou não pensar muito no encontro, mas era impossível. Desde o momento em que acordou, sentia uma ansiedade esquisita no estômago. Às vezes se perguntava o que estava fazendo. Outras vezes tentava se convencer de que era só um jantar, uma conversa. Não significava nada além disso. Recebeu mais algumas mensagens no site, mas decidiu não responder. Primeiro, precisava ver no que aquilo ia dar. Mandou uma mensagem para Zoe: Babi: O encontro é às 8. Se eu não te mandar nada depois das 11, me liga, tá? Zoe: Relaxa, amiga. Você vai se sair bem. Mas se precisar, já sabe: código vermelho e eu invado esse hotel de salto e spray de pimenta! Babi sorriu, mas a tensão no peito não diminuiu. Para se distrair, passou boa parte do dia organizando o pequeno apartamento. Limpou a pia da cozinha, arrumou o armário, dobrou as roupas que sempre deixava jogadas. A cada hora que passava, sentia o tempo se esgotando. Às sete da noite, foi até o espelho e começou a se arrumar. Escolheu um vestido preto curto que valorizava seu corpo magro, deixando suas pernas à mostra e marcando seus seios de um jeito sutil, sem exageros. Colocou um salto médio, porque não queria parecer muito arrumada. Observou-se no reflexo. Seu corpo esguio e exageradamente pálido contrastava com a roupa escura. Nunca puxou muita coisa de sua mãe espanhola—parecia bem mais com o pai americano. Os olhos expressivos e os cabelos escuros eram o único traço herdado da mãe. Gostava do que via. Pelo menos, o suficiente para se sentir confiante. Por fim, vestiu um casaco trench verde escuro para se proteger do frio da noite e chamou um Uber. --- O carro parou em frente ao La Royale. Babi respirou fundo antes de sair. O hotel era ainda mais impressionante de perto, com sua fachada de vidro iluminada e um saguão luxuoso que fazia qualquer um se sentir insignificante. Ela atravessou as portas de entrada, tentando ignorar a sensação de que não pertencia àquele lugar. Foi até a recepção, onde um funcionário de terno impecável sorriu para ela. — Boa noite, senhorita. Em que posso ajudá-la? — Tem uma reserva para… Baby Baby. O recepcionista não demonstrou nenhuma reação ao nome incomum. Apenas digitou algo no computador e depois pegou um cartão-chave. — Quarto 1205. Elevadores à sua direita. Babi pegou a chave com dedos ligeiramente trêmulos. Seguiu para os elevadores, subiu até o 12º andar e parou diante da porta numerada. Respirou fundo uma última vez. Girou a maçaneta e entrou. O quarto era algo saído de um sonho. Um espaço enorme, iluminado por luzes suaves embutidas no teto. O chão de mármore brilhava sob seus pés, e o tapete felpudo no centro parecia tão macio que ela teve vontade de se deitar ali mesmo. Uma cama king size, impecavelmente arrumada com lençóis brancos e travesseiros fofos, dominava a parede principal. As cortinas de um azul profundo estavam entreabertas, revelando uma vista impressionante da cidade, com suas luzes piscando como estrelas artificiais. O sofá de couro creme combinava perfeitamente com a mesa de vidro, onde repousava uma garrafa de uisque ao lado de dois copos vazios. Havia até uma varanda. Babi retirou o casaco devagar, ainda absorvendo cada detalhe. Aquele lugar parecia de outro mundo—tão diferente de seu apartamento pequeno e gasto, onde cada móvel era de segunda mão e as paredes tinham rachaduras que seu senhorio se recusava a consertar. Ela passou a ponta dos dedos pelo encosto do sofá, sentindo a textura suave do couro. Será que algum dia teria acesso a esse tipo de vida sem precisar… se vender? Um som repentino quebrou seus pensamentos. TOC, TOC, TOC. Babi congelou. A batida na porta a trouxe de volta à realidade. Seus músculos se retesaram. E se ele tivesse mentido? E se fosse um velho barrigudo e suado, como os que Zoe já encontrou? Ela nunca confiou totalmente nesse site. Mas agora não podia simplesmente sair correndo. Respirando fundo, virou a maçaneta e abriu a porta. Seu coração quase parou. Diante dela, estava um homem maravilhoso. Alto, de ombros largos e corpo bem definido, vestido em um terno escuro perfeitamente ajustado. O tecido delineava sua silhueta musculosa de um jeito quase irritante. O cabelo loiro e liso caía levemente sobre o rosto, os fios bagunçados de um jeito que parecia ao mesmo tempo natural e meticulosamente calculado. Seus olhos eram de um azul escuro intenso, penetrantes e avaliadores. Ele parecia mais jovem que 32 anos, mas sua postura e expressão séria exalavam uma maturidade inquestionável. — Boa noite — disse ele, com uma voz grave e firme. Sem esperar resposta, passou por ela, entrando no quarto como se já fosse seu dono. Babi piscou, surpresa com a atitude. — Feche a porta — ele acrescentou sem olhar para trás. Ela crispou os lábios. O tom autoritário não lhe agradou, mas manteve-se em silêncio. Afinal, ele estava pagando por isso. 200 dólares apenas para um encontro. Apenas para conversar, segundo ele. Babi fechou a porta devagar, o estômago revirando. Algo lhe dizia que aquela noite seria diferente de qualquer outra em sua vida.O olhar dele era afiado, intenso. Babi tentou fingir que não percebia, mas ele não se dava ao trabalho de disfarçar. Seus olhos azuis escuros a percorriam dos pés à cabeça, analisando-a como se estivesse avaliando uma compra. Depois de um longo silêncio, ele suspirou. Não era um suspiro de aprovação. Era… de decepção? Um desconforto se instalou no peito de Babi. Seus dedos se apertaram discretamente contra o tecido do vestido. O que ele esperava? Uma modelo de revista? Sem dizer nada, o homem se afastou, caminhando até o minibar no canto do quarto. Com movimentos calculados, pegou uma garrafa de uísque e serviu duas doses em copos baixos de cristal. Voltou até ela e estendeu um dos copos. Babi aceitou, mas sem intenção de beber. Seu estômago já estava revirado o suficiente, e ela nunca lidou bem com álcool. Uma dose pequena já era o suficiente para deixá-la tonta, e ficar vulnerável ali dentro não parecia uma ideia inteligente. Levou o copo aos lábios, fingindo beb
Babi encarou a mensagem por um longo momento antes de finalmente decidir responder. Babi: Hoje não posso. Trabalho até as 11 da noite. Ela esperou, mas não houve resposta. A tela do celular continuou imóvel, sem notificações. Nenhuma confirmação, nenhum "ok", nada. Babi sentiu um incômodo crescer dentro dela. Como alguém podia ser tão arrogante a ponto de nem se dar ao trabalho de responder? Ele achava que ela simplesmente largaria tudo para ir ao encontro dele? Bufou, irritada, e guardou o celular de volta no bolso do avental. Mais tarde, contou a Zoe o que aconteceu. — Sério, ele nem se deu ao trabalho de responder? — Zoe balançou a cabeça, incrédula. — Esses caras ricos são todos assim, amiga. Acham que o mundo gira ao redor deles. — Pois é. Como se eu não tivesse uma vida — resmungou Babi. Zoe fez um biquinho. — Mas, sinceramente? Eu já sabia que ele ia querer te ver de novo. Você é demais. Babi revirou os olhos, mas sorriu um pouco. — É, claro. O cara ma
Babi sentiu o olhar intenso de Yanek queimando sua pele. Ele a observava com calma, como se estivesse esperando alguma reação. Seu rosto era impenetrável, mas seus olhos azul-escuros tinham um brilho enigmático, como se divertissem com a confusão dela. Ela cruzou os braços, tentando disfarçar o incômodo. — Vai me explicar o que acabou de acontecer? — Sua voz era firme, mas por dentro ela estava em choque. Yanek deslizou para a cadeira que Michael havia desocupado e recostou-se com a elegância natural de alguém acostumado a dominar qualquer ambiente. — Você deveria me agradecer — disse ele, casualmente. — Acabei de te salvar de uma grande encrenca. Babi franziu a testa. — Me salvar? Eu estava apenas jantando. — Jantando com um grande babaca — ele rebateu, levantando a mão para chamar o garçom. Babi abriu a boca para retrucar, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Yanek já estava pedindo um vinho caro, mencionando uma safra que ela jamais teria dinheiro para pagar. O garço
Babi passou a noite rolando na cama, incapaz de pegar no sono. Seus pensamentos estavam inquietos, girando em torno de Yanek, do encontro inesperado no restaurante e do que aquilo significava. O fato de ele ter “interrompido” seu jantar com Michael era algo que ela ainda não entendia completamente.Mas, no fundo, sentia-se estranhamente agradecida. Mesmo sem conhecê-lo direito, alguma coisa lhe dizia que Yanek não estava exagerando.Por volta das duas da manhã, pegou o celular e mandou uma mensagem para Zoe:Babi: "Ei, estou em casa. Você não vai acreditar no que aconteceu."Zoe: "O quê? Me conta!!!"Babi resumiu tudo — o encontro com Michael, Yanek aparecendo do nada, a conversa tensa e o convite para um novo encontro pela manhã. Zoe surtou.Zoe: "MENINA!!! Você TEM que aproveitar isso! Você tem ideia de quantas garotas dariam tudo pra estar no seu lugar??"Babi: "Sei lá, Zoe. Ele é tão... complicado."Zoe: "Complicado e rico! Se joga!"Elas conversaram mais um pouco, e Babi menciono
Babi saiu do hotel sentindo-se uma mistura de emoções. Estava excitada com a nova perspectiva que se abria diante dela, mas também ansiosa. Havia acabado de assinar um contrato com um homem que mal conhecia, e agora estava presa a um acordo que, apesar de vantajoso, ainda parecia nebuloso. Gabe a esperava na entrada do hotel, com o carro já preparado. Assim que ela entrou no veículo, ele deu a partida sem precisar de mais instruções. No caminho de volta para casa, Babi se pegou olhando pela janela, perdida em pensamentos. Ela não precisaria mais voltar à lanchonete. Essa ideia a deixou extasiada por alguns segundos. Trabalhar naquele lugar sempre fora uma tortura para ela, mas até agora não tinha tido escolha. Agora, tudo havia mudado. Ela puxou o celular do bolso e mandou uma mensagem para Zoe. Babi: "Acho que fiz uma loucura, mas também pode ser a melhor coisa que já aconteceu comigo." Zoe: "Você assinou o contrato??" Babi: "Sim. E ele me disse que vai me pagar por
Babi passou a maior parte do dia tentando manter a mente ocupada, mas era impossível não pensar no encontro com Yanek naquela noite. Ela ainda não sabia exatamente o que esperar, mas uma coisa era certa: ele não era um homem comum. Enquanto aguardava o resultado dos exames, decidiu pesquisar sobre ele na internet. Digitou "Yanek Kovalev-Harris" e imediatamente apareceram inúmeras matérias sobre ele. CEO de uma das empresas mais poderosas do país, um magnata jovem e influente. Havia dezenas de fotos dele em eventos sociais, sempre impecavelmente vestido. O que mais chamou sua atenção, no entanto, foram as mulheres ao seu lado. Sempre deslumbrantes. Modelos, atrizes, herdeiras. Todas perfeitas, como se tivessem saído de capas de revistas. Ela se perguntou se eram sugar babies, assim como ela estava prestes a ser. Não parecia. E isso a fez questionar ainda mais o motivo de ele tê-la escolhido. Ela não era feia, mas também não era do tipo de mulher que parecia combin
Babi sentiu seu coração disparar quando Yanek pediu que ela se sentasse no meio da cama. O colchão macio cedeu levemente sob seu peso enquanto ela obedecia, cruzando as pernas instintivamente em um gesto tímido. Os olhos dele percorreram seu corpo com calma, analisando-a sem pressa. Ela tentou se manter firme sob o olhar intenso, mas sentiu um calor subir por sua pele. Ele não disse nada por alguns segundos, apenas a observava. — Tire o vestido — pediu, a voz firme, mas não rude. Babi hesitou. Ela sabia que, mais cedo ou mais tarde, isso aconteceria, mas ouvir o pedido tornava tudo mais real. Engolindo em seco, ela levou as mãos ao zíper na lateral do vestido e o abriu devagar. O tecido deslizou por seu corpo e caiu sobre a cama, revelando sua lingerie preta recém-comprada. Ficou apenas de calcinha e sutiã, sentindo sua pele arrepiar sob o olhar dele. Yanek não esboçou nenhuma reação exagerada, apenas continuou observando-a, os olhos escuros se movendo lentamente
Babi sentiu seu corpo quente, a respiração acelerada, o coração batendo forte contra o peito enquanto estava ali, exposta sob o olhar atento de Yanek. Ele a observava como um predador paciente, degustando cada detalhe dela sem pressa. O brilho nos olhos dele, intenso e carregado de desejo, fez um arrepio subir pela espinha de Babi. Ela se entregava ao momento, os dedos explorando sua própria pele como ele havia pedido, buscando sensações que antes pareciam inatingíveis. O ambiente, iluminado apenas pelas luzes suaves do quarto, tornava tudo mais íntimo e proibido. Então, o inesperado aconteceu. A porta se abriu, e uma mulher loira, de corpo escultural e curvas perfeitamente delineadas pela lingerie rendada, entrou no quarto sem hesitação. Babi congelou. O ar pareceu sumir de seus pulmões quando viu a loira se aproximar de Yanek e capturar os lábios dele em um beijo provocante. Ela sentiu uma onda de confusão e um leve desconforto, mas também havia algo mais ali. Uma faísca de curio