Babi ainda sentia a água quente escorrendo pelo corpo quando desligou o chuveiro e pegou a toalha. Dessa vez, algo estava diferente. Normalmente, quando saía do banho, Yanek já tinha ido embora. Mas quando abriu a porta do banheiro, encontrou-o ali, sentado na poltrona, vestindo apenas o roupão do hotel, os olhos fixos nela. Ela parou, surpresa. — Você ainda está aqui? Yanek inclinou a cabeça para o lado, avaliando-a. — Sim. — Sua voz era calma, mas carregava um tom de inquietação. — O que está acontecendo com você? Babi franziu a testa. — Como assim? — Por que você não goza mais? Ela desviou o olhar, sentindo o rosto esquentar. — Isso não é importante. O que importa é que você chegue lá. Yanek se ajeitou na poltrona, parecendo ainda mais confuso. — Isso é para os dois. Sempre foi. Ela riu sem humor. — Não. — Encarou-o, sentindo a garganta apertar. — Você nunca me toca. Você me beijou uma única vez e disse que nunca faria de novo. Como espera que eu me sinta
No silêncio do quarto, Babi observou Yanek sentado na beira da cama, de costas para ela. Seu corpo ainda estava quente do que tinham acabado de fazer, mas sua mente estava longe dali. Ele parecia perdido em pensamentos, e ela não sabia se deveria falar algo ou simplesmente deixar que ele processasse tudo sozinho. Ela queria dizer que gostou, que nunca tinha sentido algo tão intenso com ele antes. Mas o receio de uma resposta fria a fez hesitar. E hesitou tempo demais. Yanek se levantou antes que ela pudesse quebrar o silêncio. Quando se virou para encará-la, seu olhar estava distante, quase frio. Sem dizer nada, ele foi até o banheiro e fechou a porta atrás de si. Babi suspirou, sentindo um nó na garganta. Será que ele estava arrependido? Será que ela o forçou a isso, mesmo sem querer? Quando Yanek saiu do banheiro, sua expressão continuava fechada. Apenas olhou para ela e disse, seco: — Vá tomar um banho. Ela não questionou. Levantou-se e foi. A água quente ajudou a relax
Babi estava furiosa. Como Yanek podia simplesmente dispensá-la daquele jeito, como se nada entre eles tivesse acontecido? Como se a última noite juntos não tivesse significado nada? Sem pensar muito, pegou o celular e ligou para o médico. — Doutor Mason Carter? — Sua voz saiu mais doce do que pretendia. — Olá, Babi. Achei que nunca fosse me ligar. — A voz dele era amigável, com um leve tom de provocação. — Digamos que achei seu número novamente. Ele riu. — Então, já que me ligou, que tal um jantar? Babi hesitou por um instante, mas logo respondeu: — Pode ser. — Ótimo. Que tal hoje à noite? Conheço um restaurante incrível. Ela aceitou e combinaram os detalhes. Só quando ele mencionou o nome do restaurante, seu estômago revirou. Era o mesmo onde havia se encontrado com Yanek. Torceu para que ele não estivesse lá. --- Mason foi buscá-la em casa. Ele estava elegante em um terno bem cortado e sorriu quando ela entrou no carro. — Você está linda. Babi sorriu de v
Yanek tomou sua boca em um beijo intenso novamente, quente, dominador. As mãos deslizaram pela sua pele, segurando sua nuca, descendo pelas suas costas. Seu corpo reagiu no mesmo instante, o desejo tomando conta dela. Ela queria aquilo. Queria tanto que doía. Então decidiu, por um instante, esquecer. Esquecer a outra mulher, esquecer os dias que ele passou longe, esquecer a raiva. Só sentir. O calor das mãos dele. O gosto da boca dele. Yanek a puxou ainda mais contra si e seus corpos se encontraram, pele contra pele, desejo contra desejo. Ele a tocava, a explorava como se tivesse sentido sua falta tanto quanto ela sentiu a dele. Mas, em alguns momentos, olhava para a outra mulher. E isso a machucava. Babi tentou ignorar. Tentou se perder nas sensações, no prazer que ele a fazia sentir, na maneira como seu corpo reagia ao toque dele. Mas algo dentro dela gritava. Não era o suficiente. Não queria ser só isso. Ainda assim, naquela noite, naquele momento, ela o
Babi ainda estava deitada, tentando organizar seus pensamentos, quando Yanek saiu do banheiro. Ele vestia apenas uma calça de moletom escura, o cabelo úmido e bagunçado, e a olhou de um jeito que fez seu estômago se revirar. — Toma um banho e fica comigo para o jantar — ele disse, como se não tivesse dúvidas de que ela aceitaria. Ela piscou algumas vezes, surpresa. Não esperava que ele quisesse que ela ficasse. Depois do que aconteceu, acreditou que ele apenas fosse embora como sempre fazia. Mas, mesmo se sentindo um pouco machucada por dentro, ela gostou do convite. — Tudo bem — respondeu, sentando-se na cama e ajeitando os cabelos antes de ir até o banheiro. Enquanto a água quente caía sobre seu corpo, tentou afastar da mente a lembrança da outra mulher, o modo como Yanek parecia entretido com ela. Precisava parar de se importar tanto. Se fosse continuar com ele, teria que aceitar as regras do jogo. Quando saiu, já vestida, ele a esperava perto da porta. Yanek sorriu e pegou
Babi respirou fundo e engoliu qualquer traço de emoção que pudesse transparecer. Não queria que Yanek percebesse o que sentia sobre aquilo. Não tinha o direito de exigir nada. Não podia ter ciúmes. Não podia querer exclusividade. Então, seguiu em frente. Yanek a puxou para si novamente, seu corpo quente e firme contra o dela. Ele a penetrou com a mesma intensidade de sempre, cada movimento profundo e certeiro, mas seus olhos… não estavam nela. Ele olhava para a mulher nua na poltrona à frente. Babi tentou ignorar. Tentou focar no prazer, no calor, no modo como o corpo dele fazia o dela reagir. Mas a cada segundo que passava, algo dentro dela se quebrava um pouco mais. Ela chegou ao clímax, seu corpo se rendendo às sensações que ele lhe proporcionava, mas quando seus olhos se fecharam, lágrimas se acumularam em seus cílios. Ninguém percebeu. Ou pelo menos, Yanek não percebeu. Quando tudo terminou, ele saiu da cama e foi para o banho, como sempre. A outra mulher se ves
Babi permaneceu parada na porta, observando Yanek enquanto ele se afastava. Sentia o coração disparado, a respiração um pouco acelerada, mas sabia que estava fazendo o certo. Ou pelo menos, achava que sabia. Mas então, quando ele já estava prestes a se virar para ir embora, ele parou. — Reconsidere. Babi piscou, surpresa com as palavras. — O quê? Yanek deu um passo à frente, seu olhar intenso fixo no dela. — Não rescinda o contrato. Ela abriu a boca para responder, mas fechou logo em seguida. Não era isso que esperava ouvir. — Yanek… — começou, mas ele a interrompeu. — Eu gosto de estar com você. Babi sentiu o coração apertar. Por um segundo, queria acreditar que aquilo significava mais do que apenas o físico, mas sabia que não podia se iludir. — Eu também gosto de estar com você, mas… isso não muda nada — ela disse, cruzando os braços, tentando parecer firme. Yanek passou a língua pelos lábios e inclinou a cabeça de leve, estudando-a. — Por que você quer aca
A caneca de café quase escorregou da mão de Babi quando o cliente ranzinza da mesa 4 resmungou outra reclamação. — Moça, eu pedi esse café com menos açúcar! Quer me matar de diabetes? Babi forçou um sorriso enquanto pegava a xícara de volta. — Claro, senhor. Vou trazer outro pra você. Virou-se com um suspiro exasperado, caminhando até o balcão, onde sua amiga Zoe terminava um pedido. Quando os olhares se encontraram, Babi revirou os olhos, e Zoe teve que morder o lábio para não rir. — Mais um reclamão? — Zoe perguntou, balançando a cabeça. — O de sempre — Babi respondeu, despejando o café na pia com um pouco mais de agressividade do que o necessário. O celular vibrou no bolso do avental. Ela o puxou com um pressentimento ruim e, quando viu o nome do senhor Vasquez, seu senhorio, um frio percorreu sua espinha. Com um suspiro, abriu a mensagem. Vasquez: Babi, aluguel tá atrasado. Preciso desse dinheiro até sexta, senão vou ter que procurar outro inquilino. Nada pessoal