O homem ficou surpreso por um momento, e depois sorriu.— Que interessante.A resposta de Isabela foi totalmente inesperada.— De fato, você é da área de Direito, conhece bem as leis. Mesmo sem atuar na área, ainda lembra de tudo, não é?— Você não é o tipo que eu gosto. — Isabela foi direta.O homem ficou surpreso novamente, não esperava que ela fosse tão direta.— Eu tenho uma boa impressão de você. — O homem sorriu, sem parecer irritado com a sinceridade de Isabela.Sua expressão permaneceu calma e gentil.Isabela disse:— Sério? Mas, desculpe, eu não sinto nada por você e sou contra esse tipo de encontro arranjado. Se não fosse por pressão dos meus pais, eu não estaria aqui. Acho que você também está só fazendo isso para agradar sua família, então, não precisamos perder tempo.— Embora eu também tenha sido pressionado pela minha família, depois de conhecê-la, fico feliz por ter aceitado esse encontro.Isabela ficou sem palavras.O que ele queria dizer com aquilo?O homem fez um con
— Na minha opinião, acho que a Milena não vai te deixar tão fácil assim. — Gabriel comentou, tentando adivinhar.Isabela viu os dois e, sem querer qualquer tipo de contato, foi direto em direção ao carro.Mesmo assim, Sandro a viu.Ele parou.Gabriel continuava de cabeça baixa, falando:— Você disse que ela se jogou contra a parede na sua frente... Para mim, ela foi de propósito. Queria te deixar com pena dela, né? Sandro, sinceramente, esse tipo de mulher... Melhor manter distância. Pensa bem, ela armou para a Isabela naquela época, com certeza queria subir na vida e tomar o lugar dela. Ela inventou aquele plano todo e enganou todo mundo. Olha o nível de manipulação dela. Comparada a ela, a Srta. Clara da família Neves parece até fofa. Tá, ela tem aquele jeitinho mimado de rica, mas na sua frente, ela fica toda meiga. Se fosse para escolher entre as duas, acho que a Srta. Clara é a melhor opção.Gabriel tagarelou um monte, mas Sandro não ouviu sequer uma palavra.— Sandro... — Gabriel
— Sandro, eu te amo. — Milena se deitou suavemente no peito de Sandro, acariciando seu corpo com desejo, sentindo seu cheiro.Naquele momento, ele pertencia apenas a ela.— Só eu sou digna de ser sua esposa, sabia? — Os olhos dela estavam cheios de loucura. — Sua noiva, sua ex-esposa, nenhuma delas é boa o suficiente para você. Elas não te amam de verdade, só eu te amo de verdade e com todo meu coração.O rosto dela roçou no peito de Sandro.— Eu queria tanto que o tempo parasse nesse momento. Você e eu ficamos só assim, quietos, abraçados, sem ninguém para nos interromper ou nos impedir.Sandro havia bebido demais, seu estômago já estava mal e ainda tinha o peso dela no peito, não conseguia respirar direito, e seu estômago estava se revirando de náusea...— Ugh... — De repente, Sandro virou de lado e vomitou com força.O chão ficou sujo.Milena tapou o nariz, enojada, e reclamou:— Por que beber tanto?A casa estava cheia de um cheiro de fermentação, muito desagradável.Milena estava
Naquele dia, quando Isabela Lopes foi levada ao tribunal pelo próprio marido, Sandro Marques, uma nevasca intensa tomava conta da cidade.Ela ainda se lembrava de como acreditava em seu amor. Durante sete anos, desde que se apaixonaram até o casamento, sempre teve certeza de que ele amava ela e que viviam um casamento feliz.Tudo mudou, porém, quando ele entregou ela às autoridades, sem hesitar, por causa de uma palavra dita por Milena.O juiz começou a leitura do caso de Isabela, acusada de porte de substâncias proibidas.— No dia 23 deste mês, durante uma blitz na Rua Oeste, agentes encontraram substâncias ilícitas no veículo conduzido pela Sra. Isabela. — Declarou o juiz. — Esta audiência é para examinar os detalhes da acusação. Solicito que o autor leia suas alegações.Sandro se levantou, o corpo alto e imponente vestido com um terno preto impecável, que só aumentava seu ar sério e afiado. Seus olhos, que um dia transbordavam de amor por sua esposa, agora mostravam apenas desaponta
Isabela se virou para olhar Sandro. Era curioso como palavras tão decisivas agora pareciam deslizar com facilidade.Sandro, com uma expressão gélida, retrucou sem titubear:— Não vou me divorciar de você. Você sabe disso muito bem.— Você é advogado, deveria entender o que está em jogo. Se eu for condenada, vou parar na cadeia...— Com as provas contra você, Isabela, não posso fazer nada além de seguir o que a lei manda...— Não, Sandro. Não é sobre provas. É sobre você acreditar na Milena e não em mim.Isabela sentia cada palavra pesando no ar. Era mais do que simplesmente uma questão de confiança: ele estava disposto a vê-la presa para defender Milena.Ele baixou os olhos e, evitando a intensidade do olhar dela, depois caminhou para as escadas, sem oferecer qualquer explicação:— Vamos para casa.Isabela ajustou o casaco grosso ao corpo e seguiu até o carro. Aquele dia estava frio e o vento cortava o rosto dela como pequenas lâminas geladas. Ela entrou no carro e o silêncio entre ele
Na cozinha, não havia sinal dela, nada do costumeiro movimento enquanto ela preparava o jantar. No quarto, o vazio reinava. A casa parecia outra sem a presença dela. Ele pegou o celular, já impaciente para ligar e perguntar onde ela estava, mas foi surpreendido ao ver a tela cheia de notificações de gastos no cartão. Como estava incomodado com as ligações constantes, havia deixado o celular no silencioso, sem imaginar que as notificações de consumo o tomariam de surpresa.A tela do celular estava cheia de registros de gastos, e ele não pôde deixar de franzir a testa.Ele tentou ligar para Isabela, mas ninguém atendeu. Sentiu um vazio incômodo crescendo dentro dele e puxou a gola da camisa para aliviar o desconforto, como se o ar tivesse ficado mais pesado. Em vez de se perder na angústia, foi ao escritório, buscando se distrair com trabalho, uma tentativa de colocar a cabeça no lugar. No entanto, o que ele encontrou sobre a mesa paralisou ele: o acordo de divórcio. Ao lado, a aliança q
— Sou eu, sim. — Disse Isabela, com um leve aceno de cabeça.— Este é um envio urgente para a senhora. — Respondeu o entregador, estendendo-lhe uma prancheta. — Pode assinar aqui, por favor?Isabela pegou a prancheta, assinou rapidamente e a devolveu ao rapaz. Em troca, ele lhe passou um envelope grosso, de papel pardo, que ela recebeu com uma expressão enigmática. Assim que fechou a porta, respirou fundo e rasgou o lacre com um pouco de pressa. Ao abrir, seus olhos pousaram sobre o documento que não imaginava receber tão cedo: o acordo de divórcio assinado por Sandro.Seus olhos brilharam com uma expressão de leve surpresa e satisfação ao ver a assinatura dele ali, estampada de maneira firme. Colocou o envelope ao lado e abriu o notebook na mesa. Ao observar tudo aquilo, ela constatou que o acordo de divisão de bens havia sido aceito. Isso significava que Sandro não tinha objeções em relação aos termos que ela havia estabelecido.Com a decisão dele em mãos, Isabela começou a organizar
André também já tinha chegado na idade de aposentadoria, mas ele andava ganhando bastante visibilidade graças ao destaque que Sandro conquistou na área.— Eu fui injusta com o professor Davi... — Disse Isabela, desviando o olhar para a janela, a voz baixa e cheia de remorso.Ela pensou em como o professor Davi sempre estimou a ela e investiu nela. Ele preparou ela com todo o cuidado, talvez até mais do que a própria neta, Viviane. E, no final das contas, como foi que ela retribuiu? Deixou ele terminar a carreira de forma humilhante e injusta. E tudo por causa do seu "amor cego". Esse erro foi o que acabou manchando a honra do professor Davi.Lágrimas começaram a surgir, silenciosas e inevitáveis, preenchendo seus olhos.— Ah, Isa, não fique assim! — Disse Viviane ao perceber as lágrimas da amiga, claramente preocupada. — Meu avô e o professor André se enfrentaram a vida toda! Os dois nasceram para serem rivais. Já faz tanto tempo, não se cobre assim, tá?Para aliviar a tensão, Viviane