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LUCAS

As manhãs na casa pareciam mais tranquilas do que a confusão que se passava na minha mente. Gabriel já estava sentado à mesa, empilhando panquecas em um prato, rindo e brincando enquanto Claire cortava frutas na bancada. Era um momento comum, mas algo na simplicidade daquela cena me desarmava.

Eu me sentia um intruso em uma vida que deveria ser minha. Havia um buraco onde as memórias deveriam estar, um vazio que, às vezes, parecia insuportável. E, no entanto, havia uma estranha paz em estar ali com eles, como se meu coração reconhecesse algo que minha mente não podia alcançar.

— Papai, você quer jogar comigo depois do café? — Gabriel perguntou, os olhos brilhando de expectativa.

A palavra “papai” ainda soava estranha, como um traje novo que ainda não se ajustava. Mas ele a dizia com tanta naturalidade, com tanto amor, que era impossível não corresponder.

— Claro, campeão. Que jogo você quer jogar? — perguntei, mesmo sentindo a hesitação na minha voz.

— Futebol! Eu vou ser o gole
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