177

CLAIRE

A vida ao lado de Lucas após o acidente parecia uma constante busca por equilíbrio. Ele se esforçava para se reconectar conosco, e eu fazia o possível para apoiá-lo. Porém, no fundo, uma dúvida persistia: e se ele nunca recuperasse a memória? Como reconstruiríamos algo que parecia tão essencial, mas que agora era apenas uma névoa em sua mente?

Naquela manhã, decidi que precisava de um momento para clarear os pensamentos. Gabriel estava na escola, e Lucas saíra para sua sessão de fisioterapia. Aproveitei o silêncio da casa para organizar algumas coisas no sótão, um espaço que eu evitava há tempos.

Ao abrir a porta de madeira pesada, senti o cheiro de poeira e nostalgia. A luz filtrada pela pequena janela iluminava caixas, móveis velhos e objetos que carregavam memórias de outra época. Subi com cuidado e comecei a abrir as caixas, uma a uma. Encontrei álbuns de fotos, brinquedos de Gabriel quando era bebê, e, no fundo de uma das caixas, um envelope que parecia fora do lugar.

O en
Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo