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CLAIRE

As manhãs em casa haviam se tornado um misto de rotina e saudade. Gabriel estava no jardim, brincando com seus carrinhos e dinossauros, enquanto o cheiro de café fresco preenchia a cozinha. Meu coração estava dividido: uma parte queria mergulhar em cada momento com ele, protegê-lo do peso de tudo que estávamos vivendo, enquanto a outra não conseguia parar de pensar em Lucas, no hospital, sozinho com suas memórias perdidas.

Lucas sempre fora o centro gravitacional da nossa família, mas agora eu era forçada a segurar tudo sozinha. Por mais forte que tentasse parecer, às vezes sentia que estava desmoronando.

— Mamãe! — Gabriel chamou, trazendo-me de volta ao presente. — Max quer pegar o meu dinossauro!

Olhei pela janela e ri levemente. O cachorro da família estava animado, correndo atrás do pequeno brinquedo nas mãos de Gabriel. A alegria inocente dele era um lembrete de que, apesar de tudo, ainda havia coisas boas.

— Já estou indo, campeão! — respondi, colocando a caneca de café
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