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7- Valentin Salvatore.

Furo a fila de pessoas reclamando, evitando que esbarrem em mim, e vejo o segurança me olhar desconfiado.

— Para o final da fila, senhor!

— Vim buscar meu irmão, ele está dando trabalho aí dentro — minto com facilidade, e ele coça a barba, pensativo. — Sou Valentin Salvatore e posso…

— O dono da LDrinks? Por que não falou antes? Eu amo as suas bebidas, cara. Vamos, entre!

Surpreso por um cara no meio do nada ter me reconhecido, eu sorrio em agradecimento e entro. Não é como se todo mundo no país me conhecesse por aí. A empresa só tem dez anos, é relativamente nova, tem sua fama, mas não sou famoso. Apareço vez ou outra em capas de revista e em divulgações da marca por aí, apesar de achar uma grande baboseira ter que usar a minha imagem como marketing.

Xingo alto quando vejo que o lugar tem mais gente do que imaginei e me meto no meio dos corpos suados, buscando alguma área VIP, porque tenho certeza de que é nela que meu irmão está metido. Descubro que acertei no palpite quando o vejo dançando com duas mulheres no andar superior e vou até lá, dando meu nome mais uma vez para o outro segurança que controla o acesso ao lugar privilegiado. De novo, não me barram.

— Não estou acreditando no que meus olhos estão vendo. Valentin Evan Salvatore se juntando a mim em uma farra! — grita Tyler, afastando-se das mulheres para me abraçar com força. — O que eu fiz que te convenceu? Você nunca vem! Está doente? Estou preocupado.

Eu me afasto quando ele grita perto demais do meu ouvido e dou batidinhas na sua cabeça, em um costume antigo, de quando Tyler ainda era uma criança.

Não tenho tempo de responder, porque quando me viro para o fundo do camarote, vejo o motivo de eu ter vindo até aqui, toda animadinha. Pelo menos até virar o corpo em minha direção e me ver.

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Nicole Santoro.

Eu sou uma boa pessoa, sabe? Sou uma excelente filha, honro meus pais, cuido dos dois com carinho. Sou uma ótima amiga também, me preocupo com elas, sou presente e demonstro meu amor da melhor forma que posso.

Então, por que infernos sou punida? Hein?

Não é possível que até na minha noite de folga agora vou ser obrigada a lidar com Valentin. Não pode ser coincidência, cara. Como meuchefe veio parar em um lugar como esse, para começo de conversa? Este seria o último lugar em todo o universo em que eu imaginava vê-lo. Como eu disse, nem sabia que o desgraçado tinha vida social!

— Não acredito — falo baixo, o que obriga Natasha a se inclinar para mais perto de mim para me ouvir melhor. — O infeliz do meu chefe está aqui! Não acredito! Eu aposto que ele me seguiu para me encher o saco e ficar no meu pé aqui também!

— O quê? Cadê? — Maya, nossa mais recente amiga, também conhecida como namorada do pai de Natasha, se vira para procurar o homem a quem estou me Discreta como um coice de cavalo. — Onde? Qual deles? Não me diga que é o barbudo gostoso?

— O próprio. O gostoso fica por sua conta — digo, puta da vida por ele estar tentando acabar com a minha diversão.

Qual é? É proibido sair para me divertir também?

É estranho. Fora as reuniões em que vamos em restaurantes chiques espalhados por Malibu, nunca o vejo fora do escritório. Sua imagem sempre está relacionada a trabalho, então é esquisito demais vê-lo tão informal em uma boate barulhenta. Não combina com Valentin Salvatore. Não mesmo.

Desvio da troca de olhares intensa, cheia de muito ódio, para olhar a roupa despojada. Nunca o vi fora do terno também. Que porra! Eu esperava que parte da beleza dele fosse pelo clichê de homem poderoso vestido de um jeito formal, mas não. Ele fica bonito até com a roupa casual toda preta. É apenas uma camisa gola polo, uma calça jeans e um par de tênis. Como o ordinário consegue ter uma aparência tão extraordinária?

— Ele é mais bonito do que eu me lembrava, amorzinho — Nat fala, toda faceira ao meu lado, e olho para ela como se tivesse nascido chifres em sua cabeça. Como eu disse, nunca vou assumir para ninguém nada relacionado à sua beleza.

— Uma pena que não vale nada.

Aproveito a oportunidade para parar de olhar para ele quando o garçom da área VIP, cortesia por ser amiga de Natasha Forbs, vem nos servir nossas bebidas. Como minha melhor amiga ainda está amamentando nossa pequena Amanda, se mantém no suco enquanto eu e Maya aproveitamos para encher a cara por ela.

— Estava com tanta saudade de uma noite de garotas! Ultimamente, a única que estou tendo é com minha pequena — Nat diz, empolgada como há muito tempo não a via. Ela reluz de tanta felicidade.

— Quem precisa de noite de garotas quando se tem um gostoso como marido? — brinco, recebendo de volta uma cotovelada e um sorriso bobo. Ela sabe que ganhou na loteria duas vezes com aquele homem e com a filha linda que ele a deu. Eles são a família perfeita. — Não vai me dizer que estou mentindo?

— Não está. Ele é mesmo sensacional! — fala rindo e me abraçando pelos ombros. Ela faz o mesmo com Maya, que apenas ri, sem estar acostumada com a forma de amor de Natasha, que envolve bastante contato físico.

Somos muito diferentes nesse sentido. Eu me doo muito a qualquer relação que tenha, tirando a amorosa inexistente por opção, claro. Defendo quem eu amo com unhas e dentes, parto para briga se for preciso, mas não conte comigo para declarações aleatórias e carinho físico. Tenho outras formas de demonstrar meu amor.

— Vamos dançar, porque quero aproveitar muito a nossa noite! — Nat nos arrasta para a pista de dança da área VIP, e preciso me equilibrar para não deixar meu drink cair.

Danço com as duas e viro a bebida de uma vez, entregando a taça vazia para o garçom bonitinho que passa por nós. Rebolo e gargalho com as melhores companhias do mundo para mim, sem cansar. Nat é a primeira a desistir porque desacostumou com as noitadas, mas eu e Maya nos mantemos ali por mais alguns minutos.

Meu corpo sua, meus pés começam a doer, mas não paro porque eu amo dançar! Quando Maya fala algo no meu ouvido sobre banheiro, apenas aceno com a cabeça e sigo dançando conforme ela se afasta. Junto os fios de cabelos, sentindo a nuca molhada pelo suor, e o seguro em um rabo de cavalo imaginário enquanto sigo rebolando.

Sinto um corpo esbarrar nas minhas costas e me viro, desculpando- me com o homem. Ele sorri e não disfarça o olhar por todo meu corpo, focando nos meus peitos saltando no decote generoso do vestido branco e colado que uso. São bonitos mesmo, sei que é difícil não olhar.

— Me desculpe você, gata. Não ia me perdoar se machucasse uma mulher como você.

Se eu fosse feia, então podia?

Abro um sorriso sedutor, porque apesar da cantada ser broxante, ele é gostoso. Não quero um marido, só procuro uma sentada despretensiosa! Isso não é pedir demais. Não hoje, porque já bebi demais, mas nada me impede de pegar o telefone dele. Nunca se sabe o dia de amanhã.

— Sou Henry, e você? — ele pergunta, aproveitando-se da altura da música para se aproximar de mim.

É cheiroso, mais um bônus para ele.

— É um prazer conhecer você, Henry.

Quando conversar sem estourar o tímpano do outro se torna impossível, eu me contento em dançar contra os músculos dele. São durinhos, noto quando meus dedos deslizam de forma nada despretensiosa pelo seu tanquinho. Henry nota e sorri, apreciando minha investigação. É um ótimo parquinho para eu me divertir, gostei.

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